As
comadres se zangam e logo se conhecem as verdades. A administrações municipal e estadual começaram a discutir de quem é a paternidade,
ou melhor, a maternidade da obra supostamente fantástica e fenomenal do puxadão
Leite Lopes.
Até
colocaram no meio a única empresa beneficiada por essa obra magistral para explorar um minúsculo Terminal de Cargas, que logo deu sapatada e mostrou que sabe muito
bem o que está fazendo e também quem manda no pedaço e restaurou a ordem no
galinheiro.
Logo
depois as comadres voltam às juras de eterno amor e decidem: está tudo
negociado. As obras logo vão começar. A
imprensa dá a noticia de tal forma que até parece que as máquinas já estão
trabalhando e logo mais tudo estará prontinho para a grande inauguração.
O problema é que não é verdade. A
imprensa deveria incluir também as informações vindas do outro lado, no caso
presente, do Movimento Pro Novo Aeroporto, que teria o maior prazer em explicar
que tudo isso é apenas campanha eleitoral de quem sabe que não pode fazer
nenhuma ampliação no Leite Lopes mas precisa fingir que vai fazer, só para tentar não perder
votos nas próximas eleições. Prometeram o que sabiam não poder
cumprir.
Vamos analisar as noticias
publicadas por um dos mais importantes jornais da cidade, o Gazeta de Ribeirão
de 10/05/2012, começando pelo Editorial:
O governo do Estado parece ter recuado da decisão de não
mais arcar com os custos para a remoção das famílias que são o principal
obstáculo para a ampliação da pista do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão
Preto. A novela já se estende desde o ano passado, quando o plano de “deslocar”
a pista sobre a Avenida Thomaz Alberto Whatelly conseguiu derrubar os efeitos
de um acordo judicial de 2008 que impedia qualquer reforma estrutural na pista
do terminal.
Vamos
esclarecer: “o
citado plano de “deslocar” a pista sobre a avenida [...] conseguiu derrubar os
efeitos de um acordo judicial de 2008 que impedia qualquer reforma estrutural
na pista do terminal.” consiste numa informação sem
qualquer fundamento e inclusive é contraditória em si mesma.
Se
existia um acordo que impedia qualquer reforma estrutural na pista, deslocá-la
não seria uma reforma estrutural? É claro que seria, por isso a contradição e a
incoerência da afirmação.
Por
outro lado, o tal deslocamento, a menos de critérios meramente semânticos com
base em argumentos vazios, é uma
ampliação e, portanto, está impedida de ser feita.
Para
terminar de analisar o absurdo, devemos sempre nos lembrar que não houve apenas
um acordo judicial mas sim um acordo judicial com força de sentença. E para se
derrubar uma sentença, apenas com outra que é exclusividade do poder
judiciário. E para isso é necessário
promover uma ação judicial e não apenas chegar e dizer que tudo está resolvido.
Porque não está nada resolvido.
O
mesmo Editorial prossegue, concluindo pelo óbvio:
Concluir, ou iniciar a obra, será um grande feito para a
autoridade que dela souber se apropriar (independente de seus reais efeitos
para a população de Ribeirão). O partido da prefeita e do governador saberão
colher, e muito bem, os louros da conquista.
E
como fica Ribeirão? À mercê de comadres em busca de votos? É isso que Ribeirão
merece? Insistem em querer que Ribeirão tenha um aeroporto ridículo e inadequado apenas para
terem votos, em lugar de se mostrarem estadistas o suficiente para
brigarem por um novo aeroporto, adequado, moderno, decente, que permita sustentar
o futuro desenvolvimento da região?
Ribeirão
Preto já decidiu em 1995 por um novo aeroporto, inclusive por lei municipal com
o apoio total da sociedade civil, do executivo municipal e do legislativo.
Recentemente
a Câmara Municipal aprovou o relatório da CEE que concluiu pela necessidade de
um aeroporto novo e a mesma proposta foi aprovada por unanimidade no evento
Ribeirão Preto 2021, também promovido pela Câmara Municipal e que a imprensa se
esqueceu de noticiar.
E depois
de tudo isso ainda cantam hosanas ao puxadinho do Leite Lopes?
E
ainda se dão ao luxo de desejarem ansiosamente por essa anomalia para Ribeirão
Preto, principalmente quando sabem que não é possível tecnicamente e nem
interessante para a região?
Traduzindo:
Ainda insistem naquilo que sabem que não pode ocorrer e dessa forma continuam
atrasando a construção do novo aeroporto que precisamos e queremos?
Saindo
do Editorial, entramos agora no corpo das noticias:
Além de definir o montante que será investido por cada
órgão, o corpo técnico (do Dersa) também deve avaliar as áreas que serão
desapropriadas e quantas famílias serão removidas durante a execução do
projeto. Um levantamento feito pela Prefeitura este mês mostra que 150 famílias
devem ser removidas, ante 322, segundo levantamento estadual.
Quais
são os critérios antagônicos utilizados? O estado diz que são 322 famílias e o
município, como é bem mais econômico quando se trata de comunidades pobres,
afirma que são apenas 150. Um deles, ou ambos, está falando bobagem.
Vamos
por partes. Em primeiro lugar estamos falando de famílias não de números.
Deslocar, remover, expulsar ou qualquer que possa ser a denominação dessa
intenção, devemos nos lembrar que são pessoas, são cidadãos que têm direitos.
Não se “limpa a área” para um aeroporto impossível de ser feito apenas para
atender aos interesses
de uma empresa de carga aérea e de eleitorices terceiro-mundistas.
Repetimos, para ficar bem gravado: estamos falando de pessoas, não de coisas ou
números abstratos.
A
administração municipal e sua comadre estadual, já reconciliadas, afirmam que
essas remoções tem o objetivo de cumprir as exigências do zoneamento de ruído
definidas pela legislação aeronáutica. Mas de qual zoneamento de ruído estão
falando? A ANAC aprovou três, mas na verdade só um está valendo, o de 1984 e
neste zoneamento a pista do Leite Lopes tinha (salvo erro) apenas 1800 metros.
E segundo este zoneamento de ruídos, o
único em vigor, as famílias a serem removidas são cerca de 6.600. Isso
mesmo. Não é erro de digitação: são seis mil e seiscentas famílias. Quem fez
esse levantamento? A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto em 2001!
Segundo o Estado, paralelo às definições do cronograma,
a Dersa —empresa estadual responsável pela obra— está contratando os projetos
executivos e a viabilização dos Estudos de Impacto Ambiental, a pedido do
Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp). [...] A expectativa da
Secretaria de Estado de Transportes é que as obras sejam licitadas em um prazo
de 15 meses.
Essa
tal de contratação já foi citada várias vezes como já iniciada. É
impressionante que o DAESP, órgão que só entende de aeroportos, contrate uma empresa que só entende de
rodovias para que esta tente contratar uma empresa com coragem suficiente
para elaborar o Estudo Ambiental que de antemão irá comprovar que não é
possível ampliar o Leite Lopes. Já ficou
demonstrado em 2007. Precisamos demonstrar de novo em 2013?
Quando
será que Ribeirão Peto vai conseguir se libertar dessas forças
terceiro-mundistas que apenas visam eleições e começar os estudos e a
construção do novo aeroporto exigido desde 1995?
Quando
começaremos a cuidar do aeroporto de Ribeirão com seriedade, a começar pela imprensa?
Uma
outra noticia do mesmo jornal nos dá a resposta (grifo nosso):
O juiz aposentado e pré-candidato a prefeito pelo PT,
juiz aposentado João Gandini, visitou ontem a Redação da Gazeta de Ribeirão.
Ele falou da disputa eleitoral e comentou assuntos da Administração Municipal,
como a “briga” pela reforma e ampliação do Aeroporto Leite Lopes, que acabou se
transformando embandeira política do PSD e do PSDB. “Se a
intenção é pensar pequeno, a solução é reformar. Se a Administração quiser
pensar grande, o ideal é construir um novo aeroporto, fora da cidade”, disse.
Falou
tudo o que era para ser dito. E
esperamos que outros pré candidatos também pensem e ajam dessa forma.
Com
as administrações municipal e estadual dominadas por grupos mercantilistas que
pensam pequeno, e que ficam felizes e
satisfeitos com um puxadinho, Ribeirão Preto precisa se unir e se libertar
desses grupos que, até hoje, ainda são politicamente dominantes. Essa
verdadeira revolução deverá ser feita agora em 2012.
Em 2012 não vote em político de 3ª linha. Vote em
estadista!
CONGONHAS EM RIBEIRÃO, NÃO!!!
Por
isso
O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ
NOVO AEROPORTO, EM NOVA ÁREA, JÁ!
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