domingo, 13 de maio de 2012

O AEROPORTO ELEITORAL E OS DEVANEIOS DOS SLLQC



As comadres se zangam e logo se conhecem as verdades.  A administrações municipal e estadual  começaram a discutir de quem é a paternidade, ou melhor, a maternidade da obra supostamente fantástica e fenomenal do puxadão Leite Lopes.

Até colocaram no meio a única empresa beneficiada por essa obra magistral para explorar um minúsculo Terminal de Cargas, que logo deu sapatada e mostrou que sabe muito bem o que está fazendo e também quem manda no pedaço e restaurou a ordem no galinheiro.

Logo depois as comadres voltam às juras de eterno amor e decidem: está tudo negociado. As obras logo vão começar.   A imprensa dá a noticia de tal forma que até parece que as máquinas já estão trabalhando e logo mais tudo estará prontinho para a grande inauguração.

O problema é que não é verdade. A imprensa deveria incluir também as informações vindas do outro lado, no caso presente, do Movimento Pro Novo Aeroporto, que teria o maior prazer em explicar que tudo isso é apenas campanha eleitoral de quem sabe que não pode fazer nenhuma ampliação no Leite Lopes mas precisa fingir que vai fazer, só para tentar não perder votos nas próximas eleições. Prometeram o que sabiam não poder cumprir.

Vamos analisar as noticias publicadas por um dos mais importantes jornais da cidade, o Gazeta de Ribeirão de 10/05/2012, começando pelo Editorial:      

O governo do Estado parece ter recuado da decisão de não mais arcar com os custos para a remoção das famílias que são o principal obstáculo para a ampliação da pista do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto. A novela já se estende desde o ano passado, quando o plano de “deslocar” a pista sobre a Avenida Thomaz Alberto Whatelly conseguiu derrubar os efeitos de um acordo judicial de 2008 que impedia qualquer reforma estrutural na pista do terminal.

Vamos esclarecer: “o citado plano de “deslocar” a pista sobre a avenida [...] conseguiu derrubar os efeitos de um acordo judicial de 2008 que impedia qualquer reforma estrutural na pista do terminal.” consiste numa informação sem qualquer fundamento e inclusive é contraditória em si mesma.

Se existia um acordo que impedia qualquer reforma estrutural na pista, deslocá-la não seria uma reforma estrutural? É claro que seria, por isso a contradição e a incoerência da afirmação.

Por outro lado, o tal deslocamento, a menos de critérios meramente semânticos com base em argumentos vazios,  é uma ampliação e, portanto, está impedida de ser feita.

Para terminar de analisar o absurdo, devemos sempre nos lembrar que não houve apenas um acordo judicial mas sim um acordo judicial com força de sentença. E para se derrubar uma sentença, apenas com outra que é exclusividade do poder judiciário.  E para isso é necessário promover uma ação judicial e não apenas chegar e dizer que tudo está resolvido. Porque não está nada resolvido. 

O mesmo Editorial prossegue, concluindo pelo óbvio:

Concluir, ou iniciar a obra, será um grande feito para a autoridade que dela souber se apropriar (independente de seus reais efeitos para a população de Ribeirão). O partido da prefeita e do governador saberão colher, e muito bem, os louros da conquista.

E como fica Ribeirão? À mercê de comadres em busca de votos? É isso que Ribeirão merece? Insistem em querer que Ribeirão tenha um aeroporto ridículo e inadequado apenas para terem votos, em lugar de se mostrarem estadistas o suficiente para brigarem por um novo aeroporto, adequado, moderno, decente, que permita sustentar o futuro desenvolvimento da região?

Ribeirão Preto já decidiu em 1995 por um novo aeroporto, inclusive por lei municipal com o apoio total da sociedade civil, do executivo municipal e do legislativo. 

Recentemente a Câmara Municipal aprovou o relatório da CEE que concluiu pela necessidade de um aeroporto novo e a mesma proposta foi aprovada por unanimidade no evento Ribeirão Preto 2021, também promovido pela Câmara Municipal e que a imprensa se esqueceu de noticiar.

E depois de tudo isso ainda cantam hosanas ao puxadinho do Leite Lopes?

E ainda se dão ao luxo de desejarem ansiosamente por essa anomalia para Ribeirão Preto, principalmente quando sabem que não é possível tecnicamente e nem interessante para a região?

Traduzindo: Ainda insistem naquilo que sabem que não pode ocorrer e dessa forma continuam atrasando a construção do novo aeroporto que precisamos e queremos?

Saindo do Editorial, entramos agora no corpo das noticias:

Além de definir o montante que será investido por cada órgão, o corpo técnico (do Dersa) também deve avaliar as áreas que serão desapropriadas e quantas famílias serão removidas durante a execução do projeto. Um levantamento feito pela Prefeitura este mês mostra que 150 famílias devem ser removidas, ante 322, segundo levantamento estadual.

Quais são os critérios antagônicos utilizados? O estado diz que são 322 famílias e o município, como é bem mais econômico quando se trata de comunidades pobres, afirma que são apenas 150. Um deles, ou ambos, está falando bobagem.

Vamos por partes. Em primeiro lugar estamos falando de famílias não de números. Deslocar, remover, expulsar ou qualquer que possa ser a denominação dessa intenção, devemos nos lembrar que são pessoas, são cidadãos que têm direitos. Não se “limpa a área” para um aeroporto impossível de ser feito apenas para atender aos interesses de uma empresa de carga aérea e de eleitorices terceiro-mundistas. Repetimos, para ficar bem gravado: estamos falando de pessoas, não de coisas ou números abstratos.

A administração municipal e sua comadre estadual, já reconciliadas, afirmam que essas remoções tem o objetivo de cumprir as exigências do zoneamento de ruído definidas pela legislação aeronáutica. Mas de qual zoneamento de ruído estão falando? A ANAC aprovou três, mas na verdade só um está valendo, o de 1984 e neste zoneamento a pista do Leite Lopes tinha (salvo erro) apenas 1800 metros. E segundo este zoneamento de ruídos, o único em vigor, as famílias a serem removidas são cerca de 6.600. Isso mesmo. Não é erro de digitação: são seis mil e seiscentas famílias. Quem fez esse levantamento? A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto em 2001!

Segundo o Estado, paralelo às definições do cronograma, a Dersa —empresa estadual responsável pela obra— está contratando os projetos executivos e a viabilização dos Estudos de Impacto Ambiental, a pedido do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp). [...] A expectativa da Secretaria de Estado de Transportes é que as obras sejam licitadas em um prazo de 15 meses.

Essa tal de contratação já foi citada várias vezes como já iniciada. É impressionante que o DAESP, órgão que só entende de aeroportos, contrate uma empresa que só entende de rodovias para que esta tente contratar uma empresa com coragem suficiente para elaborar o Estudo Ambiental que de antemão irá comprovar que não é possível ampliar o Leite Lopes.  Já ficou demonstrado em 2007. Precisamos demonstrar de novo em 2013?

Quando será que Ribeirão Peto vai conseguir se libertar dessas forças terceiro-mundistas que apenas visam eleições e começar os estudos e a construção do novo aeroporto exigido desde 1995?

Quando começaremos a cuidar do aeroporto de Ribeirão com seriedade, a começar pela imprensa?

Uma outra noticia do mesmo jornal nos dá a resposta (grifo nosso):

O juiz aposentado e pré-candidato a prefeito pelo PT, juiz aposentado João Gandini, visitou ontem a Redação da Gazeta de Ribeirão. Ele falou da disputa eleitoral e comentou assuntos da Administração Municipal, como a “briga” pela reforma e ampliação do Aeroporto Leite Lopes, que acabou se transformando embandeira política do PSD e do PSDB. “Se a intenção é pensar pequeno, a solução é reformar. Se a Administração quiser pensar grande, o ideal é construir um novo aeroporto, fora da cidade”, disse.

Falou tudo o que era para ser dito. E esperamos que outros pré candidatos também pensem e ajam dessa forma.

Com as administrações municipal e estadual dominadas por grupos mercantilistas que pensam pequeno, e que ficam felizes  e satisfeitos com um puxadinho, Ribeirão Preto precisa se unir e se libertar desses grupos que, até hoje, ainda são politicamente dominantes. Essa verdadeira revolução deverá ser feita agora em 2012.

Em 2012 não vote em político de 3ª linha. Vote em estadista!


CONGONHAS EM RIBEIRÃO, NÃO!!!

Por isso

O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ
NOVO AEROPORTO, EM NOVA ÁREA, JÁ!

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