sábado, 29 de agosto de 2015

A MIDIA E O AEROPORTO LEITE LOPES

A MIDIA E O AEROPORTO LEITE LOPES
Parte I

A LIBERDADE DE IMPRENSA  a serviço do PODER ECONOMICO
(Teologia do deus Mercado)[i]

Temos visto algumas noticias sobre as obras fantásticas do mega-midiático projeto da ampliação do Leite Lopes que não é ampliação  mas apenas deslocamento de pista, segundo os defensores da ampliação do Leite Lopes e a quem nós, carinhosamente, denominamos de SLLQC[ii].

A imprensa local, tanto escrita quanto a televisiva ou apenas a falada, apenas se refere às obras do Leite Lopes como se fossem uma certeza absoluta e não houvesse oposição séria a essa aberração. Essa oposição séria somos nós, o Movimento Pro Novo Aeroporto.

Aí chega para nós uma pequena dúvida: porque é que a imprensa local, escrita, televisiva e falada, não fala nada a nosso respeito? Não nos conhecem? Não sabem que nós existimos?

É claro que sabem que nós existimos, pois desde 1997 lutamos contra a ampliação do Leite Lopes e exigimos a construção de um aeroporto novo em local adequado e apto a se ampliar sempre que o desenvolvimento regional assim o exigir, sem causar danos socioambientais nem urbanísticos.

E temos sido bem sucedidos já que não conseguiram ampliar nada.
                                 
Eles sabem que nós existimos porque nós enviamos todas as nossas publicações para eles também. E eles sabem que nós existimos porque, em diversas manifestações populares, nós estávamos lá, com as nossas faixas, que eles sempre procuravam evitar que fossem divulgadas por meio de edição de imagens ou simples omissão por desvio de câmara.

Já que perguntar não ofende, cabe então uma perguntinha: Por que insistem em nos omitir?

Vamos tentar explicar: é a tal liberdade de imprensa que caracteriza a nossa imprensa local.

Sabemos que os princípios essenciais do jornalismo, a liberdade de imprensa e a respectiva autonomia editorial, que definem os direitos e deveres de informar com sentido de responsabilidade, são difíceis de respeitar e de serem cumpridos pelos editores e jornalistas em geral, no contexto de uma comunicação social dominada por critérios mercantilistas e pelos imperativos do negócio.

Sem detalharmos a composição do capital social dos grupos econômicos da mídia ribeirão-pretana podemos, no entanto, perceber a profunda ligação de natureza estrutural entre esses grupos midiáticos e a sociedade capitalista em que vivemos, provinciana da republica dos verdes canaviais e dependente de publicidade.

A comunicação social tem muito poder mas o poder maior é de quem manda na comunicação social.

A mídia não é constituída apenas por quem quer investir para ganhar dinheiro num negócio nem também apenas para exercer uma função social de comunicação mas, principalmente, para ser um importante meio de influência social.

Por isso é que a mídia antiga, de características familiares passa a se tornar empresarial. Requer altos investimentos e  atrai vultuosas campanhas publicitárias desde que possam exercer a sua função não mais social mas de influência social que atenda aos interesses hegemônicos dos grupos econômicos. Conforme Fernando Correia,

Retomando uma formulação já com cerca de uma década, julgo importante sublinhar que o predomínio no sistema de mídia do fator econômico sobre o informativo, ao mesmo  tempo que é um sintoma do mercantilismo (comunicacional, jornalístico, cultural, etc.) dominante, enquadra-se também, numa perspectiva global, na ofensiva das políticas neoliberais, das quais a concentração da propriedade dos medias nas mão do grande capital, é um sustentáculo, um amplificador e um instrumento. A informação e a comunicação constituem terreno privilegiado para uma intensa luta ideológica e um confronto de interesses de vária natureza. Ter em conta este fato é uma condição essencial para entender e intervir na realidade em que nos movemos.[iii]

Dá para entender porque é que a mídia ribeirão-pretana se nega a citar a oposição à ampliação do Leite Lopes e à alternativa de se construir um novo aeroporto? Porquê de todo esse silenciamento sobre o Movimento pro Novo Aeroporto?
                                         
Porque essa alternativa fere interesses econômicos hegemônicos que interferem nos interesses políticos de Ribeirão Preto, sede da republica dos verdes canaviais.

Não se chama a esse procedimento de falta de interesse em noticiar. Chama-se o seu verdadeiro nome: é censura a mando dos interesses neoliberais de influência social que dominam a mídia local. É instrumento ideológico de influência social para manipulação da opinião pública.

É simples assim. 

E como se enfrenta essa censura institucional? Com mobilização popular e a campanha de esclarecimento para desmascarar toda a sacanagem que os interesses econômicos, absolutamente desinteressados com a qualidade de vida e o futuro de Ribeirão Preto, tentam impor a todos nós com o apoio inconsequente da mídia e de políticos sem qualquer ideologia nem comprometimento com a cidade que os elegeu.

Já vimos que a mídia local ignora o Movimento Pro Novo Aeroporto como método de censura previa, protegendo interesses que se relacionam especificamente com a ampliação do Leite Lopes.

Mas, apenas o ato de censura prévia não é suficiente. É necessária uma campanha de influência pública transvestida de informação.

Essa campanha midiática de manipulação da opinião publica, aliás muito bem organizada, será objeto da segunda parte deste artigo que podemos resumir no tema  “Papai Noel Leite Lopes a serviço do deus Mercado”.

Iremos explicar porque é que o poder econômico é contra um aeroporto novo e insiste na ampliação do Leite Lopes.

Aí vai ficar bem claro porque é que a mídia nos ignora.


Congonhas em Ribeirão Não!

INFLUÊNCIA SOCIAL PARA MANIPULAR OPINIÃO PÚBLICA NÃO !
LIBERDADE DE IMPRENSA A SERVIÇO DO DEUS MERCADO NÃO!

LIBERDADE DE IMPRENSA A SERVIÇO DO INTERESSE PÚBLICO SIM!
Novo aeroporto em nova área
s do grande capital é um sustentáculo, um amplificador e um instrumento. a ação constituem terreno privilegiado para uma intensa luta ideológica e um confronto de interesses de vária natureza. Ter em conta este condição essencial para entender


[i] Teologia do deus Mercado - adoração ao dinheiro acima de tudo e de todos como principal objetivo de vida.
[ii] SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que, há mais de 15 anos, insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve, porque na opinião deles, demora 10 anos para construir um novo aeroporto.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Reunião com o Procurador da República

Na tarde de ontem fizemos reunião com o Procurador da República, do Ministério Público Federal  (MPF), após protocolarmos no MPF, como integrantes de movimentos sociais de Ribeirão, mais elementos e provas sobre as irregularidades no projeto de ampliação do Aeroporto Leite Lopes.



Os novos elementos e provas se somam à representação que já protocolamos no MPF sobre irregularidades constatadas no projeto de ampliação do Leite Lopes, e que, pelo conteúdo, ensejam, em tese, a intervenção do MPF, ao menos para averiguação das informações com vista na defesa do interesse público. E a reunião foi para explanar todas essas irregularidades.

Por meio de notícias publicadas pela imprensa, tivemos conhecimento que o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP), pretende alterar a pista do Aeroporto Leite Lopes de Ribeirão Preto, com a possibilidade de violação de acordo judicial firmado entre aquele órgão e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), bem como a possibilidade de as obras de ampliação causarem impactos negativos de ordem ambiental, urbanística e social.

No entanto, o projeto de ampliação recebeu fatos novos que extrapolou a competência estadual da matéria, atingindo a União, razão pela qual estamos representando sobre o fato também no Ministério Público Federal, além do Ministério Público Estadual.

O Governo Federal não tem conhecimento das irregularidades que estão sendo praticadas no projeto, e por isso estamos denunciando as irregularidades.

Postado por Raquel Bencsik Montero

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Nota Pública Contra a Remoção Forçada do Núcleo de Favela João Pessoa e pela Garantia do Direito à Moradia Digna

Nos ajudem a pressionar a juíza para pedir a intervenção do Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (GAORP) do Tribunal de Justiça de São Paulo no processo de reintegração de posse que estamos sofrendo!!! Compartilhe, divulgue, peça a assinatura de mais movimentos!!!

Comunidade João Pessoa
Nota Pública Contra a Remoção Forçada do Núcleo de Favela João Pessoa e pela Garantia do Direito à Moradia Digna

O Núcleo de Favela João Pessoa é uma ocupação urbana estabelecida no entorno do Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes há mais de 25 anos e que hoje se encontra em iminente ameaça de despejo. Com a retomada do projeto de ampliação e internacionalização do Aeroporto, as Comunidades da Av. João Pessoa e Rua Nazaré Paulista, que integram este núcleo, passaram a sofrer ameaças de remoção forçada tanto pelo Poder Público quanto por particulares. Por isso, nos últimos 5 anos as moradoras e moradores do Núcleo João Pessoa vêm lutando para garantir seus direitos, especialmente o direito humano à moradia adequada....
Com a divulgação na imprensa de que as obras se iniciariam em setembro deste ano de 2015, e com a recente decisão judicial de despejo dessas famílias, as ameaças de remoção tornaram-se realidade. A decisão do dia 10/08/2015 determinou a remoção imediata de cerca de 150 famílias, sem que, até o momento, sejam garantidas condições dignas de moradia, e deverá ocorrer nas próximas semanas!
Por mais de 30 anos, os supostos proprietários não deram qualquer uso a essa grande área. Os terrenos abandonados eram utilizados para depósito de lixo e desova de corpos de animais, o que além de afetar a saúde pública, também prejudicava as operações de pouso e decolagem de aviões, devido ao intenso fluxo de urubus que havia no local.
A situação era tão grave que o Ministério Público do Estado de São Paulo exigiu que fosse destinado algum uso útil para os terrenos, respeitado também o meio ambiente, agendando, então, uma audiência com os supostos proprietários da área. Na data agendada, representantes da Imobiliária San Marino e da Construtora Stefani Nogueira compareceram à audiência alegando ter interesses na limpeza do loteamento, já que eram “parceiros” dos supostos proprietários. Apesar de firmado um acordo entre o Ministério Público e os “parceiros”, a área permaneceu abandonada e sob a ação da especulação imobiliária, até a ocupação de famílias que, estas sim, deram uso à propriedade.
Com a ocupação do local por famílias de trabalhadores migrantes do campo e de outras regiões pobres do país, o terreno passou a ser limpo, cuidado, e utilizado para fins de moradia, passando a cumprir sua função social. São empregadas domésticas, auxiliares de limpeza, pedreiros, vigilantes, porteiros, mecânicos, metalúrgicos, e outros trabalhadores e trabalhadoras que depositaram todas as suas economias e tempo livre na construção de suas casas nessa área antes completamente abandonada.
Agora, por conta do interesse dos governos municipal, gestão Dárcy Vera (PSD), e estadual, Geraldo Alckmin (PSDB) - e mais recentemente também federal com a aprovação de recursos do PAC - na execução de um megaprojeto de infraestrutura na região, a área passou a ser alvo de especulação de grandes investidores, inclusive do setor imobiliário local. Tanto o próprio projeto de expansão do Aeroporto Leite Lopes quanto esses interesses econômicos têm desconsiderado o interesse público e vêm desencadeando uma série de violações de direitos fundamentais da população que reside no entorno do Aeroporto.
Desde 2010, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por meio da Política Municipal de Desfavelamento (eliminação de favelas), têm promovido remoções forçadas nas ocupações urbanas do entorno do Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes. Também o Poder Judiciário, ao ser provocado por particulares, tem se posicionado favorável aos despejos forçados, desconsiderando a obrigatoriedade do cumprimento da função social da propriedade e da garantia do direito à moradia digna e do direito à cidade.
Antecipando a execução do projeto de ampliação e internacionalização do Aeroporto, as medidas da Prefeitura Municipal, reforçadas por decisões judiciais de reintegração de posse, têm despejado centenas de famílias de trabalhadoras e trabalhadores pobres. Essas remoções forçadas têm ocorrido sem que ao menos fosse garantida a participação dessas famílias nesses processos, seja nos andamentos judiciais, seja na realização das políticas públicas. Comunidades como a Favela Adamantina, Itápolis, da Mata, entre outras, são exemplos dessas intervenções violentas e da ausência de uma gestão democrática da cidade e da promoção de direitos fundamentais e sociais pelo Poder Público local, que deve ser realizada em um Estado Democrático de Direito.
Em setembro de 2011, a reintegração de posse da Favela da Família foi um marco do grau de truculência e de criminalização da pobreza com a qual o Poder Público vem tratando a questão das favelas em Ribeirão Preto, especialmente em relação aos moradores e moradoras de ocupações urbanas da região do entorno do Aeroporto. Foram despejadas 600 pessoas pela Polícia Militar, dentre elas crianças, adolescentes idosos, deficientes e gestantes, com a utilização de cães, cavalos, gás lacrimogêneo, balas de borracha e outros meios violentos de intimidação e agressão. Pela brutalidade das ações e das diversas irregularidades no processo, o caso obteve grande repercussão nacional.
Depois de quase 5 anos da violenta remoção da Favela da Família, cerca de 150 famílias do Núcleo João Pessoa, algumas residentes há mais de 15 anos no local, correm o risco de serem jogadas na rua à própria sorte! As irregularidades no processo, a ausência de possibilidade de defesa, o uso de força policial e o despejo de famílias de trabalhadores e trabalhadoras estão se repetindo. Até quando o direito constitucional à moradia digna será tratada como caso de polícia em Ribeirão Preto? O problema do défict habitacional será resolvido com lei e política, e não com polícia!
No dia 24 de junho de 2015, as famílias do Núcleo João Pessoa receberam notificação de despejo sobre um processo de reintegração de posse que corre na 9ª Vara Cível de Ribeirão Preto, do qual nunca fizeram parte e sem ao menos terem a possibilidade de oferecerem defesa. Mais que isso, quem entrou com a ação de reintegração de posse foram os advogados representantes de poderosos grupos econômicos do setor imobiliário, a imobiliária San Marino e a construtora Stéfani Nogueira, empresas interessadas na valorização das áreas em decorrência do projeto de expansão do Aeroporto.
A voracidade da especulação imobiliária foi tão grande que a ação de reintegração de posse foi movida sem sequer ter sido apresentada uma procuração adequada que possibilitasse a representação legal dos antigos proprietários. Os antigos proprietários já são falecidos, e há mais de 30 anos seus bens ainda não foram partilhados. Nem as imobiliárias nem os antigos proprietários têm exercido a posse sobre o local por décadas!
O documento apresentado inicialmente pelos “representantes dos proprietários” foi um alvará judicial que lhes concedia apenas poder de alienação dos lotes, o que ficou expresso em uma decisão judicial datada de 10 de novembro de 2014, na qual ainda foi INDEFERIDO o pedido de representação de terceiros, nos seguintes termos: “(...) não cabe, em alvará, declaração da existência ou inexistência de direitos ou relações jurídicas; nulidade ou invalidade de atos; condenações, ou suprimento de declarações de vontade; tampouco se pode, por meio de alvará, representar terceiras pessoas, para quaisquer finalidade”.
Além disso, a única propriedade protegida pelo Direito Brasileiro é aquela que atende sua função social, e quem tem garantido isso são as moradoras e moradores do Núcleo João Pessoa, por décadas e com a conivência da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As ocupações foram sendo estabelecidas, contando, durante anos, com a construção de postos de saúde e escolas, criação de linhas de ônibus na região, e promoção de iluminação pública, coleta de lixo e entrega de correspondência nas comunidades.
Mesmo não sendo os antigos proprietários, mesmo que não estivessem cumprindo a função social da propriedade, e mesmo não provando o exercício da posse sobre o terreno, a Juíza da 9ª Vara Cível de Ribeirão Preto tem acatado às argumentações do mercado imobiliário e desconsiderado a necessária apreciação dos direito à moradia, à cidade, à infância e juventude e outros direitos sociais das famílias ocupantes de tais áreas.
Da mesma forma, os governos municipal, estadual, e federal, responsáveis pelas obras de ampliação do Aeroporto Leite Lopes, têm se omitido nos casos de ordens judiciais de despejos dos moradores e moradoras de favela. Não apenas no caso do Núcleo João Pessoa, mas em casos semelhantes em outras comunidades, têm se ausentado de participar dos processos judiciais com a justificativa de que se trata de um conflito entre particulares, apenas sobre o direito de propriedade. Contrariam o dever jurídico que eles têm de garantir a proteção e efetivação dos direitos fundamentais de tais famílias.
Após receberem a notificação de despejo, em 04 de julho, as moradoras e moradores entraram com uma defesa no processo, através de ação de embargos de terceiro, para que a decisão liminar de remoção fosse suspendida até que todos os argumentos em sua defesa fossem apreciados, bem como fossem garantidos os direitos daquelas famílias de posse antiga. Mas, após quase 20 dias sem qualquer decisão judicial e com a continuidade dos procedimentos para a remoção, as comunidades tiveram que realizar um ato no Fórum no dia 23 de julho para que fossem ouvidas pelo Poder Judiciário.
Com luta social, o povo organizado conseguiu que, no dia seguinte (24 de julho), a Juíza suspendesse o mandado de reintegração de posse. Mesmo com esse fôlego, no dia 10 de agosto foi expedida nova ordem de despejo sem qualquer consideração das defesas apresentadas no processo para a garantia do direito à moradia adequada e dos demais direitos fundamentais dos moradores e moradoras das comunidades, bem como de seus direitos sobre as áreas ocupadas.
A reintegração das áreas que envolvem o Núcleo de Favela João Pessoa não pode acontecer sem que o direito de defesa das famílias seja garantido, de forma ampla e irrestrita, dentro do processo judicial. Além disso, é fundamental que seja estabelecido, um compromisso prévio com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Estado de São Paulo, que garanta que os direitos fundamentais dos moradores sejam integralmente respeitados.
Diante da complexidade dos interesses e demandas envolvidas no processo, e da necessidade de um posicionamento da Prefeitura e do Estado, é urgente e fundamental a atuação no caso do Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (GAORP) do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - TJSP (http://www2.oabsp.org.br/…/clipping…/ClippingJurDetalhe.asp…).
O GAORP é um grupo do TJSP especializado em conflitos fundiários urbanos que atua em casos em que haja iminência de reintegração de posse. Por ser um grupo interdisciplinar, composto por membros dos governos federal e estadual, da polícia, da defensoria pública, do ministério público e do judiciário, tem servido como um espaço interinstitucional de produção de soluções consensuais e menos onerosa possíveis às partes envolvidas e garantia de direitos humanos (http://www.tjsp.jus.br/…/canaiscomun…/noticias/Noticia.aspx…).
Lutamos por um processo de negociação justo e ético, que efetive uma política urbana que atenda aos reais interesses da população, especialmente a que mais sofre com o déficit habitacional. Lutamos pela construção de um Sistema de Justiça realmente democrático e popular, comprometido com a efetivação de direitos sociais e com a redução das múltiplas formas de injustiça e desigualdades que ainda marcam a sociedade brasileira.
Convocamos todas e todos para impedir que esta reintegração de posse e violação de direitos humanos ocorra, de forma a deixar ainda mais todas essas famílias em situação de vulnerabilidade e injustiça social! Apesar da criminalização que sofremos através das imagens deturpadas que os grandes conglomerados de mídia criam para nos enfraquecer, seguiremos mostrando que acreditamos que só a luta do povo organizado é capaz de reais mudanças e transformações sociais.
É com essa convicção e esperança que precisamos do apoio de todas e todos enquanto movimentos e cidadãos!
Ribeirão Preto-SP, Brasil, 20 de agosto de 2015.
____________________________________________________
Para saber mais informações de como ajudar, entre em contato pela nossa página, informe-se, posicione-se, divulgue a história que querem negar e silenciar!
facebook.com/pages/ComunidadeJoãoPessoa
facebook.com/pages/Najurp
najurp@gmail.com
Movimentos, entidades e grupos que quiserem subscrever a nota e apoiarem a nossa causa, favor mandar mensagem para a página da Comunidade João Pessoa ou no e-mail do NAJURP.
Assinam essa nota pública:
Moradoras e Moradores da Comunidade João Pessoa; Moradoras e Moradores da Comunidade Nazaré Paulista; Núcleo de Assessoria Jurídica Popular de Ribeirão Preto (NAJURP-FDRP/USP); Movimento Pró-Novo Aeroporto: Congonhas em Ribeirão Não! (MPNA-RP); Movimento Pró-Moradia e Cidadania (MPMC-RP); Grupo de Autogestão Habitacional de Ribeirão Preto (GAHRP).

Subscritores:
Brigadas Populares
Nós da Sul
Movimento Plínio Resiste do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Diretório Nacional do MES/PSOL - setorial negras e negros
Memorial da Classe Operária (UGT) - Ribeirão
Movimento Se Vira - Virada Cultural Independente de Ribeirão Preto
Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil
Organização Não-Governamental Vivacidade - Ribeirão Preto
Coletivo Levante - Ribeirão Preto
Coletivo Fuligem de Comunicação e Arte - Ribeirão Preto
Coletivo Fora do Eixo - Ribeirão Preto
Canto Famintos - Grupo de Teatro da FDRP/USP - Ribeirão Preto
Cia. Humilde de Teatro - Ribeirão Preto
Coletivo Abayomi - Ribeirão Preto
Coletivo Negro da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - setorial Negras e Negros - Ribeirão Preto
Juntos (PSOL) - Ribeirão Preto
Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) - gestão Manifesta
Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo (CAAJA-FDRP/USP) - Ribeirão Preto
Serviço de Assessoria Jurídica Universitária (USP)
Núcleo de Assessoria Jurídica Popular Direito nas Ruas (UFPE)
Núcleo de Extensão Popular Flor de Mandacaru (UFPB)
Núcleo de Assessoria Jurídica Popular Negro Cosme (UFMA)
Serviço de Assessoria Jurídica Universitária (UFSC)
Núcleo de Assessoria Jurídica Comunitária (UFC)

Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Comunitária Justiça e Atitude (IFC)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Vereador Beto Cangussu é contrário à ampliação do Aeroporto Leite Lopes

Por teimosia (ou seria má-fé?) de nossos governantes, Ribeirão Preto continua perdendo a oportunidade de ter um novo aeroporto, moderno, adequado, que atenda as necessidades dessa importante região administrativa do Estado de São Paulo.

Só para lembrar os desavisados que defendem a ampliação do Leite Lopes, em 1995, ano em que foi votado o Plano Diretor de nossa cidade, os técnicos da prefeitura já recomendavam naquela Lei a mudança do aeroporto Leite Lopes, em razão do crescimento da zona urbana no seu entorno.

Se não me falha a memória, em 2005/2006 participei de uma audiência pública na centro de convenções em frente ao HC/velho (Rua Bernardino de Campos), convocada pelo Governo do Estado, para apresentação do projeto de ampliação do Leite Lopes e os estudos sobre os impactos da obra. Naquela ocasião, prefeito, vereadores, deputados de Ribeirão Preto, empresários, mídia local, se organizaram em torno do movimento "Decola Ribeirão", defendendo a ampliação do Leite Lopes.

A audiência teve grande participação, de um lado, os defensores da ampliação (movimento "Decola Ribeirão") todos uniformizados; de outro, participantes de movimentos sociais: MST, Comunidade do entorno do aeroporto, ambientalistas, promotor de justiça, pouquíssimos vereadores (eu estava nesse time), algumas comunidades da igreja Católica, que defendiam um novo aeroporto na cidade, em área que não tivesse riscos aos usuários e população.

Depois da apresentação do projeto e do estudo dos impactos pelo representante da empresa que foi contratada para fazer os estudos, o professor Marcelo Pereira da USP de São Carlos, "detonou" o estudo apresentado, questionando tecnicamente vários aspectos do projeto, desconstruindo argumento por argumento favoráveis à ampliação do Leite Lopes. Os questionamentos do professor foram tão contundentes e tecnicamente robustos, que a audiência terminou com a decisão de refazer os estudos.

O engraçado foi que um dos argumentos para optar-se por uma ampliação do Leite Lopes e não fazer um novo aeroporto era de que um novo aeroporto demoraria aproximadamente 10 anos para ser construído e colocado em operação. Veja isso foi em 2005/2006, hoje (2015) ainda insistem na ampliação, quase 10 anos depois. Se tivessem optado por um novo aeroporto, já estaríamos com ele praticamente concluído. A teimosia e a falta de visão de nossas lideranças políticas, empresarias e mídia local, fez e continua fazendo com que nossa cidade perca a oportunidade de ter um novo aeroporto.

Nesse tempo todo, nunca vi ninguém apresentar qualquer estudo que comprove a necessidade de nossa economia regional, predominantemente voltada ao agro-negócio e à prestação de serviços, de termos um aeroporto de cargas. Será que vamos transportar açúcar, etanol, suco de laranja de avião?

Por fim quero manifestar publicamente, mais um a vez, que sou favorável à construção de um novo aeroporto em nossa cidade, portanto, contra a ampliação e transformação do Leite Lopes em aeroporto de cargas, não somente pelos impedimentos técnicos de tal obra, mas, principalmente pelas implicações ambientais e sociais que essa obra (ampliação do Leite Lopes) trará à nossa cidade.

Essa é a minha opinião e posição a respeito, desde sempre!

domingo, 2 de agosto de 2015

POR QUE O LEITE LOPES AMPLIADO SERIA UM NOVO CONGONHAS EM RIBEIRÃO ?


Porque  com o pretenso deslocamento da pista do Leite Lopes, que na verdade é uma ampliação, mesmo assim a pista continuará curta para operações com aviões de carga e com as cabeceiras muito próximas de áreas densamente habitadas,  colocando em risco moradores e milhares de freqüentadores dos eventos no Parque Permanente de Exposições.

Para cada tipo de avião e de seu peso total (carga completa e combustível) existe um comprimento mínimo de pista em que poderá operar, tanto para a decolagem como para o pouso. Entre muitas coisas que influenciam esse comprimento, a temperatura no aeroporto e a altitude da pista são as mais importantes. Isso significa que um avião que necessite de uma pista com 3000 metros de comprimento ao nível do mar (aeroporto do Galeão, por exemplo) para a altitude de Ribeirão Preto, o comprimento da pista terá que ser maior.

Quem define isso não são os políticos ou as autoridades submissas aos interesses financeiros de empresários, que conscientemente ocultam  estes dados através da máscara das suas baboseiras do dito progréssio.

Quem define os comprimentos de pista é o fabricante do avião. Ele é que conhece muito bem as necessidades do seu equipamento, além do que a pilotagem é feita por pilotos experientes e especializados na sua operação.

No caso do Leite Lopes e dos aviões cargueiros anunciados para operar, requerem pistas muito maiores que a que irá estar disponível, mesmo que o tal deslocamento de pista seja usado como ampliação.

Oficialmente, a pista terá 2.100 metros de comprimento mas vão querer operar com 2.600 metros.  Mas o mínimo necessário no Leite Lopes seria de 3.290 metros e preferencialmente 3.913 metros.

Quem disse isso? A Aeronáutica! Enquanto isso os políticos e as autoridades defensores da ampliação fingem que está tudo em ordem?

Sabe porque é que o Leite Lopes não pode ter comprimento de pista adequada? Porque não cabe no espaço disponível no entorno do Leite Lopes. Não cabe! É como dormir com os pés fora da cama.

E, se a pista for deslocada/aumentada, ocorrerão sérios riscos para a segurança das operações de pouso e decolagem, para os passageiros e para as populações que moram no entorno, no caso de um acidente. Em caso de acidente o risco é maior para  os bairros próximos às cabeceiras,  de um lado o Quintino Facci I densamente habitado e do outro o Parque Permanente de Exposições onde  ocorrem eventos com milhares de participantes.

Fica claro a semelhança com o Aeroporto de Congonhas caso o Leite Lopes seja ampliado? Aeroporto encravado em área densamente habitada é um aeroporto inseguro. Será mais inseguro ainda se a pista for curta.

Os acidentes contínuos no aeroporto de Congonhas, deveriam servir de exemplo para Ribeirão Preto evitá-los. Copiá-los é falta de respeito às comunidades!  E ainda temos agravantes como o forte risco aviário (urubus que já causaram muitos incidentes) e o potencial de ocorrência de graves acidentes por causa da  cerca de aramado que costumeiramente é invadida por crianças atrás de pipas.

Congonhas em Ribeirão: tragédia anunciada decorrente de negligência pública que desgraçadamente  tem o véu protetor da grande mídia local. É o império da mediocridade cujo imperador que não se revela é a elite suburbana e provinciana que desgoverna esta cidade.

Para você que ainda não tem opinião formada ou tem dúvidas, leve em conta que se o Leite Lopes for ampliado, sua posição será tardia e não fará mais diferença pois o novo Congonhas já estará consolidado.  A hora é agora, por isto o Movimento pergunta:

Congonhas em Ribeirão: Sim ou Não?




Seminário sobre Gestão de Aeroportos


A gestão de aeroportos não pode ficar restrita às áreas dos terminais mas incluir também as áreas do seu entorno, principalmente as habitadas, não apenas no que se refere ao ruido aeronáutico mas também a problemas de acessibilidade e de mobilidade. 

Zoeira na orelha dos outros é musica para quem ganha dinheiro com isso.


Secretaria de Aviação Civil

A 3ª edição do Seminário de Autoridades Aeroportuárias tem como tema central a discussão e o compartilhamento das boas práticas de gestão nos ‪aeroportos‬ brasileiros. Para isso, contará com a participação dos gestores dos terminais mais bem avaliados pelos passageiros e especialistas da área.

E o melhor: você vai poder acompanhar as principais palestras! Pela primeira vez, transmitiremos o evento ao vivo via Periscope pelo nosso Twitter. Vem seguir a gente!