Ampliação do Leite Lopes - tragédia anunciada

(Quando a concepção mística da infalibilidade de
equipamentos mecânicos tenta substituir a prevenção)


A análise das principais noticias sobre o Leite Lopes e o Aeroporto Internacional de Ribeirão (que não são a mesma coisa) é atividade corriqueira do Movimento Pro Novo Aeroporto, dentro de suas atividades de esclarecimento e de derrube da manipulação midiática.

Esta manipulação da opinião publica iniciou-se em 1997, quando do anúncio dos estudos para internacionalização do Leite Lopes e sempre vem a tona, sistematicamente, logo  após qualquer anúncio, promessa de obra  ou festival circense,  feito pelos SLLQC*.

Em 2011, publicamos uma série de artigos, como “Acidentes não acontecem por fatalidade ou por causas fortuitas“, “Tragédia Anunciada”,  entre outros, nos quais denunciamos e demonstramos porque as características do Aeroporto Leite Lopes  sendo “Internacional de Cargas” o transformariam num novo Congonhas e impediriam Ribeirão Preto  e região virem a dispor, no futuro, de uma aeroporto capacitado a sustentar o desenvolvimento regional.

Em 2012, novamente os teimosos SLLQC defendem  irresponsavelmente, a ampliação do Leite Lopes como sendo não apenas a única alternativa mas que já está definitivamente selada e que nada mais existe para ser discutido, como sugere o seguinte trecho da reportagem que vamos analisar e comentar: Apesar das obras de internacionalização do Aeroporto Leite Lopes, previstas para começar ainda este ano [...].

Mas pode ser discutido sim,  deve sê-lo e vamos fazer isso, comentando a reportagem no Gazeta de Ribeirão do dia 22/01/2012 e, como sempre os grifos são nossos:

Apesar das obras de internacionalização do Aeroporto Leite Lopes, previstas para começar ainda este ano, a pista para pousos e decolagens do terminal ainda será menor que 25 dos 32 aeroportos internacionais espalhados pelo País. Segundo a Tead Brasil, responsável pela construção do terminal aeroportuário de cargas em Ribeirão, o comprimento da pista é ideal para operação de aeronaves cargueiras do tipo 767-300, com capacidade para transportar até 54 toneladas. As obras de expansão da pista colocarão o terminal ribeirão-pretano em 25º lugar no ranking das maiores pistas entre aeroportos internacionais do Brasil (veja quadro ao lado).
O pacote de investimentos anunciados no início do mês pelo governo estadual aumenta de 1,8 mil metros para 2,1 mil metros a extensão útil da pista do Leite Lopes, o que permite a operação de voos internacionais. O diretor da Tead, Rubel Thomas, afirmou apenas que o tamanho da pista “penaliza” a decolagem da aeronave, embora tenha garantido não há riscos à segurança. “Em uma pista como esta, a aeronave não pode decolar coma carga máxima, mas isso é comum em outros aeroportos do País”, disse.
O tamanho da pista não é o único critério determinante para a internacionalização. Também pesam itens como a localização do aeroporto. O terminal de Curitiba, por exemplo, tem apenas 1,3 mil metros de pista, mas não fica em área urbana, como é o caso de Ribeirão.
Para o especialista em aviação civil, o engenheiro Celso Agioli, mesmo com a ampliação da pista, o Leite Lopes apresenta riscos. “Aeroportos urbanos, dentro das cidades, como Congonhas, Santos Dumont e Leite Lopes, têm pistas com mínimas áreas de escape.
Mesmo com a ampliação da pista não dá para ignorar os riscos que esses aeroportos oferecem.
O engenheiro Romualdo Sanches concorda com os riscos apontados por Agioli, mas disse apostar na tecnologia da aeronave para coibir acidentes. “Uma pista pequena não necessariamente representa perigo. As aeronaves maiores têm mais recursos e sofisticação tecnológica que permitem o pouso com velocidades menores e a frenagem com eficiência.”

Sempre que a mídia alardeia a histeria circense de novas ações governamentais sobre a internacionalização do Leite Lopes, o Movimento Pro novo Aeroporto é questionado no seu blog de que está agindo contra os interesses de Ribeirão, porque Ribeirão Preto tem pressa na transformação do seu aeroporto em internacional de cargas.  

Costumamos perguntar, como resposta: Tem pressa para quê? Para ter um aeroporto medíocre e inseguro?

A resposta está dentro da reportagem: a pista para pousos e decolagens do terminal ainda será menor que 25 dos 32 aeroportos internacionais espalhados pelo País.

Que maravilha! Quando as outras cidades construírem os aeroportos novos (algumas já estão fazendo isso) Ribeirão Preto passará a ter um dos piores aeroportos internacionais do país. Uma verdadeira honra ao mérito da mediocridade!

Na verdade a situação do Leite Lopes é pior do que indica a reportagem porque o comprimento depende da altitude da pista. Ou seja, quanto maior a altitude, maior o comprimento de pista necessário. Mas essa informação é técnica e se não é obrigação da reportagem de conhecer,  deve  permitir aos técnicos que têm a obrigação de saber, espaço para tal divulgação.

“[...] o comprimento da pista [2.100 m] é ideal para operação de aeronaves cargueiras do tipo 767-300, com capacidade para transportar até 54 toneladas.“ é uma afirmação falsa com o intuito de justificar um empreendimento puramente comercial porque não pode ser o ideal se para a altitude da pista do Leite Lopes o comprimento mínimo é de 3290 metros, logo, o citado cargueiro apenas poderá decolar com carga inferior à sua capacidade, ou seja, será um aeroporto cargueiro de meia carga ou, como se costuma falar no popular, é meia boca.

A confirmação desse fato está na própria declaração do “O diretor da Tead, Rubel Thomas, afirmou apenas que o tamanho da pista “penaliza” a decolagem da aeronave. Em uma pista como esta, a aeronave não pode decolar com a carga máxima, mas isso é comum em outros aeroportos do País”. 

É claro que é comum em outros aeroportos do país, exatamente 7,  já que o Leite Lopes ficaria em 25º lugar numa conjunto de 32, ou seja, quando se compara o Leite Lopes com os outros aeroportos só se reportam aos piores, nunca aos melhores e aí teremos pelo menos 24 aeroportos muito melhores e que deveriam servir de exemplo e nortear o  Aeroporto Internacional de Ribeirão Preto.

Apenas a opinião de certos setores interessados exclusivamente na exploração econômica de um terminal de cargas é que pode achar que um aeroporto meia boca é o ideal, no mais puro exercício da mediocridade.

Mas referido empresário, atuando como “expert em segurança”,  extrapola em suas capacitações quando  afirma que “embora tenha garantido não há riscos à segurançana medida em que a pista não tem o comprimento mínimo necessário, não dispõe de  áreas de escape adequadas e está localizada em área urbana densamente ocupada.

É claro que ele não pode dar opiniões e principalmente garantias sobre assuntos que não são de sua área de conhecimento pois “Para o especialista em aviação civil, o engenheiro Celso Agioli, mesmo com a ampliação da pista, o Leite Lopes apresenta riscos. “Aeroportos urbanos, dentro das cidades, como Congonhas, Santos Dumont e Leite Lopes, têm pistas com mínimas áreas de escape. Mesmo com a ampliação da pista não dá para ignorar os riscos que esses aeroportos oferecem.”

O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre se refere ao risco à segurança no Leite Lopes para operações de maior envergadura  que a aviação geral e executiva. Como Aeroporto Internacional ou mesmo como aeroporto regional do porte necessário a Ribeirão Preto e região, o Leite Lopes é absolutamente inadequado.

Em contrapartida, “O engenheiro Romualdo Sanches concorda com os riscos apontados por Agioli, mas disse apostar na tecnologia da aeronave para coibir acidentes. “Uma pista pequena não necessariamente representa perigo. As aeronaves maiores têm mais recursos e sofisticação tecnológica que permitem o pouso com velocidades menores e a frenagem com eficiência.”  que corrobora a concepção mística da infalibilidade de equipamentos mecânicos. Tudo o que afirmou é verdadeiro se tudo correr às mil maravilhas. Se não chover, se a pista não estiver emborrachada. Se o freio aerodinâmico funcionar, se o reverso   entrar em ação. Se o piloto não se atrapalhar, se....

Quando alguma coisa falha, então acontecem as tragédias, ditas depois como sendo um acidente. E como acidentes acontecem fica tudo por isso mesmo. Congonhas em 2007 que o diga. O reverso não funcionou, o avião acelerou, estava chovendo com pista emborrachada e morreram 200 pessoas. Se a pista não fosse curta, se tivesse área de escape adequada, não teria acontecido nada mais que um incidente e 200 pessoas teriam algo para contar a seus netos.

Morreram carbonizadas porque alguém afirmava a pés juntos que não existem problemas em aeronaves operarem em pista curta, porque as condições de segurança pelas sofisticações tecnológicas das modernas aeronaves, etc e tal. Era um A320, era uma aeronave moderna cheia de sofisticações tecnológicas.

Mas na engenharia não  existem acidentes. Existe ou erro de execução ou de projeto ou ainda falta de prevenção, comumente decorrente de motivações econômicas – maximização do lucro - em detrimento das recomendações técnicas. E uma das obrigações do engenheiro, pelo Código de Ética está em garantir a incolumidade das pessoas, entre outras obrigações que não têm nenhuma relação com desempenho econômico, que deve ser sempre secundário em relação à preservação da vida.

Por isso, pista curta não pode ser apoiada tecnicamente, mesmo que aviões tenham todos os recursos para melhorar a segurança. Quanto mais seguro o equipamento, menor o prêmio do seguro a ser pago à seguradora. Fora isso, é o aeroporto que tem que ser absolutamente seguro!

Permitir o uso de pista curta e sem áreas de escape sob a alegação de que os aviões são mais seguros é negligência dolosa já que se sabe o risco aeroviário que pode advir desse ato insensato. É coisa de burocrata sem responsabilidade técnica ou de técnico irresponsável. Algumas pessoas estão respondendo criminalmente pela tragédia de Congonhas. Gente burocrata, nenhum técnico e por isso Congonhas continua operando dessa forma irresponsável.

Por isso as verdadeiras forças vivas da cidade exigem:

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!

Sabemos que apenas pela luta e a pela mobilização popular poderemos conseguir um novo aeroporto seguro e adequado para Ribeirão Preto e região.  Sabemos também que será necessária a mobilização política que se refletirá nas eleições próximas. 

Necessitamos que o futuros executivo e legislativo estejam à altura das demandas da cidade e não sejam servos fiéis de uma pequena elite local, imediatista e sem visão de futuro, como ocorreu recentemente com a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que foi votada por vereadores que nem se dignaram ler o projeto de lei, quanto mais entendê-lo, apenas porque o executivo mandou aprová-lo a toque de caixa, privilegiando certos interesses especulativos em detrimento dos interesses coletivos.

É essa Câmara Municipal que não queremos mas que a merecemos porque os seus integrantes só estão lá porque nós votamos neles.  E tanto faz se forem 20, 27, 5 ou 200.  Mas temos solução para isso:

Em 2012 não vote em político de 3ª  linha: vote em estadista


* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

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A Cidade - Quinta, 05 de Janeiro de 2012

Pneu furado faz Aeroporto Leite Lopes parar

Problema ocorreu no momento em que aeronave da Passaredo se preparava para decolar

Ricardo Canaveze


O estouro de um pneu de uma aeronave da empresa Passaredo, modelo Embraer ERJ 145, com 35 passageiros, fechou na noite desta quarta-feira (4) o Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, por mais de 2 horas.
O fechamento da pista para pousos e decolagens provocou atrasos em pelo menos dois outros voos, um da TAM e outro da Azul.
O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) informou, porém, que o aeroporto permaneceu fechado por uma hora. A mesma informação constava em nota emitida pela assessoria de imprensa da Passaredo.
No entanto, um funcionário do balcão de informações do aeroporto afirmou que o problema ocorreu às 19h13 e que a pista teria sido liberada apenas às 21h30.
Segundo a Passaredo, o problema foi detectado no trem de pouso principal da aeronave enquanto o piloto taxiava para decolagem com destino à Guarulhos.
Foi necessário providenciar outro avião e reembarcar os passageiros. A reportagem esteve no aeroporto e não localizou feridos. A aeronave que apresentou problemas foi recolhida para o hangar da empresa.


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Retrospectiva 2011 / Mensagem para 2012

Prevenir é melhor que remediar: Congonhas em Ribeirão, Não!

Este ano que findou foi muito produtivo e revigorante como combustível para  nossa caminhada rumo à Construção de um Novo Aeroporto em Nova área como vetor de desenvolvimento de  nossa cidade e da região.
A nossa produtividade pode ser medida pela ações de campo ( abaixos assinados, palestras, participação em audiências, entre outros) e produção de artigos para os blogs do Aeroporto e da Moradia e Cidadania.
Mas a luta é difícil e árdua  e, neste momento de balanço do ano que passou,  como experiência já adquirida  para a batalha final que se aproxima , gostaríamos de relembrar a todos a nossa linha editorial – Tragédia Anunciada.
Decolagem e pouso são as fases mais perigosas do vôo. Nessas fases, a tripulação está sob forte estresse e tem menos tempo de decisão para manobras de emergência.
Quando o piloto coloca as turbinas em potência máxima e o avião começa a acelerar na pista, é difícil não sentir um frio na barriga. A mesma coisa acontece quando a aeronave começa a se aproximar do aeroporto e os imóveis ao redor ficam cada vez mais próximos. O temor que afeta os passageiros nesses momentos do vôo não é infundado.
A maioria dos acidentes com vítimas acontecem nestes momentos e o aumento da gravidade são provenientes  das condições do aeroporto e,  no caso do Leite Lopes , principalmente pela falta de áreas de escape.
Veja no vídeo da TV Gazeta abaixo, os piores acidentes aéreos ocorridos no Brasil nos últimos 20 anos (até o ano de 2007)
video

No inicio deste ano (24/2/11) o jornalista Julio Chiavenato, em artigo no Jornal A Cidade,  já advertia  para Ribeirão Preto: “O imediatismo de uns, o oportunismo de outros, a falta de informação de muitos pedem o Nosso Congonhas...”
Breve histórico de acidentes na nossa cidade através de algumas fotos:





Caso a estupidez e teimosia dos  SLLQC* prevaleçam, havendo  trafego de aeronaves cargueiras  no Leite Lopes, a falta de áreas de escape e o ruído noturno,  serão  os principais fatores que irão caracterizar sua transformação num novo Congonhas sob o aspecto da insegurança, devido às limitações físicas – de um lado a Rodovia Anhanguera e de outro o Morro da Vitória e Campus das Faculdades Moura Lacerda e de perturbação da qualidade de vida das populações, por se localizar dentro de área urbana
Como mensagem para o final do ano 2011 e o novo ano de 2012, O Movimento insiste em sempre repetir o óbvio: Prevenir é melhor que remediar as conseqüências do Leite Lopes se transformar num novo Congonhas em nossa cidade. 
Para isso em 2012 não se deixe enganar pelo discurso pomposo dos políticos de 3ª linha, vote em político Estadista.
É por isso que insistimos

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!
* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Acidentes são menores em aeroportos com áreas escape

O aeroporto Leite Lopes realizou nesta quinta-feira (1º) uma simulação de acidente;
Oportuno sempre citar que o Projeto do Puxadinho (Redirecionamento da Pista ) do Governo do Estado não prevê áreas de escape, devido às limitações físicas na área onde se situa o aeroporto :  de um lado  o Morro da Vitória (Campus da Universidade Moura Lacerda) e do outro a Rodovia Anhanguera.
Possibilidade de acidentes sempre existe, daí a necessidade destes treinamentos. Mas em aeroportos com áreas de escape,  estes acidentes são sempre menores.

 Por isso , insistimos :

Novo aeroporto sim, mas em nova área e com áreas de escape.

Abaixo cobertura pela imprensa :

Simulação de acidente aeronáutico movimenta Leite Lopes

coordenado pelo Daesp teve duração de 1 hora e reuniu 200 pessoas


Treinamento
EPTV - 01/12/2011 - 09:16
Alterar o tamanho da letra A+A-
Atualizada às 11h54.
Uma simulação de acidente aeronáutico com duração de uma hora movimentou o Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, na manhã desta quinta-feira (1). O treinamento, que incluiu simulação de combate a incêndio, resgate de vítimas, primeiros socorros e transporte a hospitais da cidade foi coordenado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) e contou com a participação de 200 pessoas.
O simulado atende a regulação aeronáutica estabelecida pela Anac e Comando da Aeronáutica e tem como objetivo treinar os procedimentos de emergência com realização dos primeiros socorros aos passageiros e tripulantes em casos de acidentes, além de avaliar o tempo levado no percurso e atendimento médico.
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Acidentes aéreos são mais freqüentes próximo aos aeroportos

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Críticas ao Movimento Pró Novo Aeroporto Regional de Ribeirão Preto

O bom da crítica é que ela nos obriga a refletir. Os leitores do Informativo do Movimento Novo Aeroporto de Ribeirão Preto e Região costumam interagir de forma significativa. Uma dessas intervenções foi muito importante porque levantou um problema: porque é que o Informativo relatou o acidente recente ocorrido na Escócia? Na opinião desse leitor, acidentes acontecem e na maioria das vezes nos aeroportos e querer relacionar isso com o Leite Lopes apenas nos conduz ao descrédito.

É evidente que a maioria dos acidentes aeronáuticos ocorrem nos aeroportos, porque se o avião não explodir no ar, o desastre, necessariamente ocorrerá no aeroporto ou perto dele, ou seja, no chão (ou no mar). Aí nos lembramos da tragédia do avião da TAM em Congonhas, em 2007. Más condições de tempo, falha nos motores, erro dos pilotos, pista curta, sem grooving*, sem área de escape, mais isto e menos aquilo. E pronto, foi um acidente, ou seja, um acontecimento casual, imprevisto ou fortuito (segundo o Dicionário Aurélio).

De tudo o que aconteceu, se a pista tivesse comprimento adequado e área de escape em condições de segurar a aeronave em risco, teria acontecido um acidente sim, mas apenas isso, com pessoas  que iriam ter alguma coisa para contar para os seus netos. Estaríamos na presença de uma aviação segura (que nós temos) operando em estruturas aeroportuárias seguras (o que nós não temos).

Logo, em Congonhas não aconteceu um acidente porque, em operação nas condições limites, não reuniu uma situação mínima de segurança. Não ocorreram as circunstâncias de ser casual, imprevisível ou fortuita, porque era previsível que acontecesse.  Foi uma catástrofe ocorrida por negligência dolosa, porque era sabido dos riscos inerentes a uma operação insegura numa pista curta e sem área de escape.

Aqueles que não foram atingidos pela tragédia lamentam o incidente e resolvem tudo pela palavra mágica "acidente".  Se houvesse a possibilidade de perguntar aos ditos "acidentados" o que eles acharam disto, talvez não pudéssemos transcrever a conversa por estarem usando um vocabulário impróprio para publicação.

Por isso, por dois motivos principais, citamos os acidentes ocorridos em aeroportos:
- primeiro, para deixar claro que acidentes acontecem com aviões também. Tem muito passageiro que não tem a menor noção de risco porque lhes dizem que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe. Não lhes dizem que nem todo o aeroporto é seguro.
- segundo, quando o aeroporto é adequado e possui total controle dos riscos, com pista adequada e com área de escape eficiente, os acidentes ocorrem dentro da área do aeroporto e com poucos danos aos passageiros e tripulantes.

O Leite Lopes não é seguro. Já ocorreram acidentes com pessoas mortas atingidas por aviões de médio porte que atravessaram a avenida Thomaz Alberto Whately. Agora querem fazer um "puxadinho" de 300 metros para operarem aviões de maior porte numa pista que continuará curta, sem área de escape e sem condições de operação segura nas condições limites, permanecendo ao lado da avenida.

A Engenharia é coisa séria. Não podemos nos permitir à irresponsabilidade de aprovarmos como eficiente e seguro um aeroporto que sabemos não o ser.  É nossa responsabilidade profissional garantirmos a incolumidade pública. Os interesses econômicos e os políticos só podem ser atendidos quando essa condição incolumidade pública estiver presente e garantida.


*Grooving - ranhuras feitas na pista com o objetivo de aumentar o atrito das rodas do trem de pouso e reduzir as possibilidades de aquaplanagem.


Foto: Internet
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Acidentes em aeroportos sempre acontecem e podem ocorrer fora das pistas.
Se existirem áreas de escape adequadas, esses acidentes apenas farão parte do anedotário aeroportuário. Quando não têm áreas de escape e o acidente se propaga a áreas habitadas temos os chamados acidentes com vitimas. Não serão parte do anedotário mas do obituário.
É isso que não queremos em Ribeirão Preto. E alguns já aconteceram com aeronaves de pequeno porte. O que poderá ocorrer se forem de médio a grande porte?
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terça-feira, 22 de novembro de 2011


Acidentes não Acontecem por Fatalidade

ACIDENTES NÃO ACONTECEM POR FATALIDADE OU POR CAUSAS FORTUITAS

No dia 15/11/2011 aconteceu uma quase tragédia no pouso de um avião no aeroporto de Uberlândia.

Um avião da Companhia Passaredo saiu da pista e avançou cerca de 500 m no início da madrugada desta terça-feira no aeroporto de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Para evitar a colisão com um muro que fica após a área de escape, o piloto foi obrigado a fazer uma manobra lateral.
Passageiros e funcionários do terminal relataram ao Corpo de Bombeiros que a aeronave chegou a arremeter uma vez antes do pouso forçado. O avião levava 27 passageiros e decolou do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta de 0h.
Chovia forte na hora do incidente e pouco tempo antes o aeroporto de Uberlândia chegou a ficar fechado devido ao mau tempo. "Em São Paulo o voo atrasou esperando o aeroporto aqui reabrir. O voo todo foi de turbulência, nunca pegamos tanta turbulência como pegamos desta vez. Normalmente quando um avião pousa, ele dá um baque no chão e começa a parar. Ele não fez isso, só derrapou".

De quem foi a culpa? A pesquisa na internet, feita de forma informal, resumiu as causas do quase acidente a três “irresponsáveis”: a torre que autorizou o pouso, o piloto que pousou com a pista molhada e, como não poderia deixar de ser, porque chovia e a pista estava molhada.

Ninguém se referiu a que a pista é curta e imprópria para uso por essas aeronaves, que aliás é de médio porte. A pista tem quase 1800 metros mas está à altitude de cerca de 940 metros. O Leite Lopes tem uma pista operacional de 1800 metros mas à altitude de 560 metros.  Embora à primeira vista as pistas tenham o mesmo comprimento, o fato é que a de Uberlândia é menor por causa do fator altitude.  No entanto esse aeroporto ocupa uma área de 217 ha e o Leite Lopes apenas 170 ha.

Acidentes aéreos não acontecem por fatalidade ou por causas fortuitas. Normalmente é por cupidez onde o interesse econômico supera o interesse pela segurança,   permitindo pousos de aeronaves em pistas inadequadas, porque sabemos que na época das chuvas, sempre vai chover e as pistas vão ficar molhadas. Portanto, para o caso de força maior que impeça o aparelho de pousar nas condições normais de segurança, as pistas devem ter áreas de escape que detenham o seu rolamento, sem causar traumas e vítimas nos passageiros e  tripulantes.

Mas, se o fato tivesse acontecido no Leite Lopes, teríamos pessoas atropeladas na Av. Thomaz Alberto Whately ou o avião teria entrado em alguma casa no Quintino.

Continuando a pesquisa, verificamos que Uberlândia, cidade com 600.000 habitantes, com um desempenho econômico semelhante ao de Ribeirão, líder regional em serviços e comércio e que está se tornando uma cidade universitária, consegue ter um aeroporto tão ruim quanto ao de Ribeirão Preto.

Mas tem uma pequena diferença, diferença essa que mostra porque é que essa cidade cresce a um ritmo muito mais rápido que Ribeirão Preto e de forma mais consolidada: as forças realmente vivas dessa cidade têm neurônios. Vejamos porquê, numa citação do Wikipédia:

Aeroporto de Uberlândia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O aeroporto tem acompanhado o crescimento da aviação regional e do pólo industrial da região. O movimento de aeronaves e passageiros tem apresentado um expressivo crescimento, principalmente a partir de 1997.
Foi anunciada para breve a assinatura de um Termo de Convênio entre a Infraero, o Governo de Minas Gerais e a Prefeitura de Uberlândia para a construção de um novo aeroporto. A expectativa é que o terminal atenda a 1,5 milhões de passageiros, demanda prevista para 2010

Num aeroporto com uma área quase 30% maior que o Leite Lopes, prevendo uma demanda de 1,5 milhões de passageiros/ano para 2010, qual é o enfoque das forças vivas locais? Ampliar o aeroporto? Não! Construir um aeroporto novo. Prefeitura e Governo do Estado juntos. Certamente que todas as entidades da Sociedade Civil também devem estar engajadas nesse projeto.

E em Ribeirão Preto? O equivalente a essas forças, apoiando a governo do estado e a prefeitura local, batendo o pé igual a crianças birrentas, impedem a construção de um aeroporto novo e exigem  a ampliação do Leite Lopes.

Esta é a grande desvantagem de Ribeirão Preto em relação a todas as cidades de porte médio que tem aeroportos pequenos dentro da área urbana: nós temos os SLLQC (Só Leite Lopes a Qualquer Custo ), verdadeiros trava desenvolvimento.

Precisamos de reverter este quadro e estamos no caminho de consegui-lo:

a)      duas vezes, este ano, a Câmara Municipal opta pela construção de um aeroporto novo;
b)      mesmo com o poder da mídia a serviço dos SLLQC e de todo o poder do estado, o Movimento Pro Novo  Aeroporto tem conseguido esclarecer a população de quais os interesses que estão por trás da insistência da ampliação-puxadão do Leite Lopes;
c)       Nas eleições do ano 2000 conseguimos adesões de candidatos a prefeito mas que não incluíram esse tema nas respectivas campanhas,  mas este ano, já temos o tema novo aeroporto como tema central de campanha de futuros candidatos, porque  o tema foi incluído no seu programa partidário.

Estão aparecendo estadistas como candidatos e esperamos que a safra seja boa para Ribeirão Preto poder se desenvolver. Mas para isso precisamos ser responsáveis nas próximas eleições. Por isso,

Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista

E, como sempre

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!
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Nosso Congonhas

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Jornal A Cidade - 26/02/2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tem urubu voando baixo sobre o Leite Lopes

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Foto: Internet
Na análise vetusta do Relatório de Impacto Ambiental que o Daesp apresentou quando da apresentação da proposta de ampliação das pistas do Leite Lopes, um dos motivos para não optarem por área próxima bem localizada foi a presença de urubus como elemento ameaçador ao fator de segurança para o vôo das aeronaves. Diga-se de passagem que urubu dentro de uma turbina de jato ou na cabine do piloto faz um estrago sem tamanho! Coitadas dessas belas aves negras que prestam serviço inestimável à natureza limpando o que tem de carniça na superfície da Terra.

Pois bem, voltam novos urubus, desta vez sobre o Leite Lopes. Não são urubus emplumados, mas de terno, engravatados, cabelos bem cortados, normalmente de diâmetro abdominal avantajado, fala mansa e sorriso fácil. Já sentiram o cheiro da carniça e se aproximam voando baixo.

E onde está  a carniça? O moribundo Leite Lopes, com suas turbinas em estertores. Os roncos dos motores continuam altos, mas as pistas são curtas. Os urubus não se incomodam com segurança nem ruído. Chegam sorrateiramente e ficam à espreita da oportunidade de dar o bote na carniça. E que carniça suculenta seria essa? Por acaso carcaças humanas em aviões destroçados por falta de pista nos arredores do campus do Centro Universitário Moura Lacerda ou em cima dos moradores dos Quintinos? Aviões trombando com caminhões nas avenidas Thomaz Alberto Whately e Brasil? Ciclistas e pedestres atropelados no breu noturno da travessia da av. Thomaz Alberto Whately?

Não, caríssimos leitores, os urubus engravatados estão à espreita de milhares de metros quadrados de área urbanizada que ficarão à disposição da especulação imobiliária com o famoso “puxadinho” das pistas. Serão  novos empreendimentos, como hotéis cinco estrelas (internacionais), escritórios comerciais high-tech (à prova de som, balas, impactos, etc.), indústrias voltadas para o 2020, restaurantes panorâmicos com bela vista para o “New Leite Lopes” (sem favelas nos arredores), pista para Fórmula Indy circundando as zonas de ruídos (ora, os motores desses carros fazem mais ruídos que os dos aviões), e quem sabe, alguns conjuntos residenciais fechados, dotados de toda segurança aeroespacial e multiespectral, com felizes moradores cheios de glamour.

Tudo isso graças à insistência dos SLLQC* que, no canto da sereia, imaginam conseguir fazer de um aeroporto inoperante um super aeroporto internacional civil e de cargas.

Observem os urubus engravatados que logo estarão no horizonte de brigadeiro com um Leite Lopes sem favelas, grandes áreas desapropriadas, novo sistema viário, nova lei de uso do solo alterada para que façam uma feliz aterrissagem nos despojos do fatídico aeroclube que foi promovido a aeroporto e atual candidato a aeroporto internacional de cargas.

As chamadas forças econômicas e empresariais inovadoras e com visão de futuro, com vistas à exportação e ao turismo, deveriam manifestar interesse na proposta do Novo Aeroporto para não perder mais tempo e energia com essa ampliação impossível e irresponsável, em lugar de ficar na arquibancada esperando que o Daesp ou a Infraero tomem a iniciativa de fazer um verdadeiro aeroporto novo.

Ribeirão Preto merece um aeroporto decente. Por isso

O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um
AEROPORTO NOVO JÁ!

SLLQC é o grupo de pessoas e entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.