sábado, 26 de dezembro de 2015

A associação de engenharia e o Leite Lopes

A Associação de Engenharia de Ribeirão Preto e o Leite Lopes

Lamentável que entidades que deveriam primar pela Engenharia possam defender esse projeto de aeroporto internacional que estão querendo impor a Ribeirão Preto e região

Tivemos a oportunidade de ler o artigo “A Culpa é de Quem?” publicado na revista Painel[i] de dezembro de 2015, da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto(AEAARP), sobre o Leite Lopes e as pretensas razões pela sua ampliação.
Foi uma leitura altamente didática e proveitosa.  Vamos ver algumas das suas “joias de sabedoria”:

A grande obra de “engenharia” viária: o túnel

Uma das espetaculares alternativas supostamente viáveis para a ampliação das pistas consiste na construção de uma passagem inferior em relação à pista, por meio do rebaixamento da av. Thomaz Albert Whately. Ficamos sem saber se é por meio de um viaduto (o que não pode nem é permitido) ou por um túnel. Como ninguém viu ainda o projeto[ii], nada se sabe sobre ele, mas no artigo algumas dicas são dadas através de um quadrinho:

Galeria com 4OO metros de comprimento? Não pode porque deixaria vulnerável parte do sitio aeroportuário e isso não é permitido, por facilitar o acesso a pessoas não autorizadas. É um problema de segurança. Em primeira análise, deveria ter, pelo menos, 700 metros de extensão.

Duas pistas com 3,6 metros de extensão? deve ser de largura. 

Calçadas para pedestres com 1,2 metros em cada sentido? A norma de acessibilidade exige que sejam 1,20 metros, no mínimo, mas preferencialmente com 1,50 metros de largura. Porque é que não se faz a calçada com a largura necessária  e se usa o mínimo? Será que o pedestre ribeirão-pretano não merece uma calçada adequada? Ou será um descaso para deixar a obra mais baratinha?
E onde fica a ciclovia? Esqueceram da ciclovia dentro da galeria? Ciclovia não é ciclofaixa e é obrigatória. E um pouco mais adiante a própria reportagem confirma quando descreve que cabe à Prefeitura Municipal a implantação de uma ciclovia no entorno. Talvez a ideia central seja a de que o ciclista, ao atravessar o túnel, coloque a bicicleta nas costas e caminhe igual a pedestre comum.

E agora as duas perguntas principais: Você, caro leitor, atravessaria a pé ou de bicicleta uma galeria fechada com 400 metros de comprimento (ou 700 m como tem que ser)?  Você, caro motorista, teria coragem de parar para trocar um pneu furado? Temos tuneis no Rio de Janeiro que já dispõem de uma sinalização viária especifica a esse respeito, com avisos de "Cuidado: assaltos".


Você, caro leitor, conhece algum túnel viário com rebaixamento de via que fique sem alagamento durante as chuvas? Qual é? Basta colocar umas bombas que tudo se resolveria? Tem certeza?

O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre exigiu o cumprimento do que a cidade decidiu em 1995[iii] para que o aeroporto fosse removido para local mais adequado, mas sempre foi contestado porque, dizem eles, custaria muito caro e demoraria 10 anos para ser construído (e já se passaram 20 anos!) no artigo, de forma bem “inocente” citam-se casos de aeroportos construídos mas que ficaram subutilizados, verdadeiros elefantes brancos. E citam dois casos:

Caso 1: ARACATI com pista de 1.800 metros consumiu R$ 36 milhões na construção.
Caso 2: GOIANÁ – Aeroporto Internacional Itamar Franco a 46 km de Juiz de Fora. Pista com 2540 metros. Construção iniciada em 2001 e entrada em operação em 2005. Custo total: R$ 100 milhões no aeroporto e R$ 50 milhões nas vias de acesso.

Dois fatos a serem analisados: não demoraram 10 anos para serem construídos e o mais caro custou 150 milhões de reais. As obras de ampliação do Leite Lopes e a adequação do entorno vão custar em torno de 500 milhões de reais. Não sairia mais barato fazer um aeroporto novo e dar uma outra utilização para o Leite Lopes?

Neste caso, agradecemos ao artigo a confirmação de nossas propostas como sendo as mais razoáveis e factíveis.
E o artigo encerra o seu arrazoado com “chave de ouro”:
Para a AEAARP, o aeroporto é estratégico para a região. ”A discussão do local onde está instalado já é superada, é incabível investir em uma nova estrutura se aquela tem condições de ser utilizada”, lembra o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da Associação. “Se este debate está superado e a internacionalização está definida, não podem existir imbróglios politicos que atrasem tanto a efetivação do projeto”, pondera.

Alencastre acredita que as questões técnicas devem subsidiar as decisões administrativas em relação ao Leite Lopes. “As paixões devem ser deixadas em segundo plano quando a responsabilidade dos gestores exige medidas que vão impactar no futuro de uma região tão importante quanto a de Ribeirão Preto”, afirma.

Um aeroporto internacional é estratégico para Ribeirão Preto. Ninguém duvida. A questão está se no Leite Lopes ou em nova infraestrutura aeroportuária. Pista de 2100 metros (na verdade, ampliada para 2600 metros) não permite o uso de aeronaves cargueiras de grande porte já que para isso precisaria de pista bem maior. Ficou comprovado que o Leite Lopes não pode ser ampliado quando se desconstruiu o EIA-RIMA elaborado em 2007. Se um aeroporto internacional de cargas de verdade não cabe no Leite Lopes, não há muita coisa para ser discutida a não ser onde se construirá um novo, capacitado a ser ampliado o necessário sempre que o desenvolvimento regional o exigir para acompanhar o seu desenvolvimento. 

A culpa é de quem?

Portanto o debate não está superado principalmente porque nem mesmo existe debate mas sim a imposição a Ribeirão Peto de um elefante branco que impedirá o desenvolvimento futuro e com a conivência de diversas instituições e personalidades que se recusam em discutir o assunto.

Como se pode verificar, a defesa da ampliação do Leite Lopes e, por consequência, o impedimento da construção de um aeroporto novo, caracteriza-se pela total incompetência em termos de engenharia. Por isso o EIA-RIMA elaborado em 2007 foi desconstruído porque lhe faltava exatamente isso: engenharia. 
Lamentável que entidades que deveriam primar pela Engenharia possam defender esse projeto de aeroporto internacional que estão querendo impor a Ribeirão Preto e região.
Aprovar a ampliação do Leite Lopes, em lugar de se construir um novo aeroporto, é confessar que a região apenas merece um aeroporto modelo Congonhas.

O aeroporto novo já podia estar construído, operando, com segurança, por um custo semelhante ao da ampliação do Leite Lopes se não fosse a insistência de alguns setores em impedir a sua efetivação.

A CULPA É DE QUEM?
 DAQUELES QUE INSISTEM: 
SOMENTE O LEITE LOPES A QUALQUER CUSTO

[i] Revista da Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto http://www.aeaarp.org.br/revista.php
[ii] Uma obra desse porte e da sua importância no sistema viário da cidade, deveria ser precedida de uma audiência publica para apresentação de um Estudo de Impacto de Vizinhança e do projeto básico. Esse Estudo não foi feito porque sabem que seria prontamente recusado pela sua  insensatez. Consiste, na verdade, de mais um ato de imposição político-corporativa ao qual as autodenominadas de “forças vivas” da cidade não têm coragem de se oporem.
[iii] Plano Diretor - Lei Complementar 501/95, sendo que um dos signatários dessa proposta foi a AEAARP, que hoje defende exatamente o contrário. Para ponderar essa virada ideológica.

domingo, 13 de dezembro de 2015

ESTRAGAMOS A FESTA DELES. QUE ALEGRIA!!!!

Encontro dos SLLQC para definirem estratégias para a audiência
em Brasília com o hoje ex-ministro Padilha

No dia 23/11/2015, lá pelas 8 horas da manhã, estávamos na frente do Pedro II para recepcionarmos a Prefeita Municipal e seus convidados para uma audiência privada com prefeitos e empresários da região para debaterem a ampliação do Leite Lopes, que eles chamavam de internacionalização mas agora, sem nenhum pudor, chamam de operacionalização de um Terminal de Cargas Privado. Era uma preparatória para uma audiência pública com o Ministro da Secretaria de Aviação Civil.

O interessante, para os desavisados, é que nessa reunião só teve empresário e político. Nada, nadinha de povo, de moradores do entorno do Leite Lopes nem membros da sociedade civil que exige a construção de um aeroporto novo, decente, seguro e sem puxadinhos.

Era uma audiência num próprio municipal, portanto público, tratando de um problema de interesse público. Deveria dar acesso ao publico em geral. Mas não. Quem estava com chinelo de dedo – os moradores pobres do entorno do Leite Lopes – foi impedidos de entrar, pois não tinham convite. Membros de nosso movimento, que não usam chinelo de dedo entraram, mesmo sem o convite que não existia e ficaram extasiados com o festival de bobagens externados pelos ilustres convidados ao longo dessa reunião.

A prefeita entrou por alguma porta dos fundos. Os manifestantes – nós – estavam na entrada com os nossos cartazes e faixas e receberam todos os que entraram pela porta da frente com um manifesto do Movimento e outro dos moradores do entorno do Leite Lopes.

A censura da mídia local

A mídia local passou por lá, bem de leve pra não espantar os seus clientes-patrocinadores interessados na ampliação do Leite Lopes. A imprensa escrita ausentou-se. A televisiva marcou a sua presença, filmou um pouquinho, publicou nos noticiários da hora do almoço mas esqueceu de publicar também as entrevistas. Toda a imprensa televisiva? É claro que não. Aquelas estações notoriamente cooptadas para elogiarem a ampliação do Leite Lopes simplesmente passaram pelos manifestantes e foram apenas fazer as reportagens internas.

A cobertura da imprensa que teve a coragem de mostrar que existe um Movimento Pro Novo Aeroporto, foi muito pequena. A outra imprensa, que não quer desagradar a seus clientes se omitiu por completo. Podemos chamar essa atitude de censura? É claro que podemos porque esse é o objetivo: impedir que os argumentos do Movimento sejam divulgados.

Mas a nossa imprensa alternativa fez bons relato do nosso evento. Foi muito bem publicado e explicado.

Por isso estragamos o evento promovido por um grupelho de representantes empresariais e de seus negócios sem a participação daqueles que também são interessados no tema, ou seja, os moradores do entorno e de todos os que entendem que o Leite Lopes não tem potencial para atender às demandas futuras de Ribeirão Preto e região.

Nessa reunião, talvez por um pequeno esquecimento, esqueceram de mencionar duas coisas: existem processos judiciais contra a ampliação da pista do Leite Lopes e o Ministério Publico Federal oficiou à Secretaria de Aviação Civil (SAC)que não deveria colocar recursos públicos nessa obra enquanto o problema judicial não for resolvido.

A mídia local, sabedora disso, nada divulgou. A imprensa alternativa divulgou e muito bem. Todo o mundo sabia disso, menos os ilustres participantes dessa reunião.


Conteúdo do encontro: Lucro de meia dúzia de empresários

Nessa reunião algumas coisas ficaram bem claras: o maior interesse não está no desenvolvimento de Ribeirão e região mas sim na falta de capacidade de um Terminal de Cargas Internacional ganhar dinheiro, perdão, entrar em operação por falta de pista. Os lucros cessantes pela falta de ampliação da pista devem ser tão grandes que, segundo publicado pela mídia, esse Terminal Internacional está disposto a doar 15 milhões de reais para as obras de ampliação.

 Também o discurso de que a obra vai gerar 7.000 empregos foi a tônica, como se empresário estivesse mais interessado em gerar empregos do que em ganhar dinheiro. E logo com terminais que são altamente automatizados.[i]..

Alguns dias depois, dia 25, a prefeita e seu séquito voltaram a farrear com viagem e refeições às nossas custas para irem até uma audiência pública para demonstrarem à Secretaria de Aviação Civil, na pessoa do ministro Padilha, a indignação pela falta de um cronograma das obras. Conseguiram demonstrar apenas que, além da arrogância dos ignorantes, nem mesmo fazem a menor ideia do que estão falando.

E também confessaram que o principal interesse na ampliação do Leite Lopes a qualquer custo não está ligado ao desenvolvimento regional mas sim ao lucro de meia dúzia de empresários porque, se construíssem um novo aeroporto, perderiam a boquinha.

Também confessaram outro motivo para a tal internacionalização do Leite Lopes[ii]: a sua privatização, objetivo programático e ideológico do neoliberalismo do governo estadual de arrumar tudo com dinheiro publico e depois entregar de mão beijada à tal iniciativa privada que, se realmente tivesse iniciativa, já teria construído um aeroporto novo.

Conteúdo do encontro: novos besteróis foram apresentados

Levaram a chapuletada merecida. Ao despudor de insinuar que as verbas para o Leite Lopes não saem por interferência de outros interesses, entre eles os do porto de Santos, o ministro foi obrigado a explicar logística informando que cargas que vão de navio não vão de avião, porque o frete é muito caro. Transporte por via aérea só para produtos de baixo peso e alto valor agregado.

Somos obrigados a concluir que todos os membros da comissão regional de internacionalização do Leite Lopes acreditam que etanol, açúcar, soja, maquinas pesadas são exportáveis de avião.  Portanto o potencial de exportações pelo Leite Lopes não é de 7% da produção nacional. Pelo nível de conhecimentos dessa turma e pelas suas convicções, devem acreditar também em Papai Noel.

Mas o Movimento Pro Novo Aeroporto e as comunidades atingidas pela ampliação do Leite Lopes já amadureceram o suficiente para não acreditarem em neoliberalismos e muito menos no Papai Noel Leite Lopes. E isso desde 1997, ano em que essa lenga-lenga começou.

Com toda essa capacidade de conhecimento é que não ficamos nada admirados com o estado caótico em que a nossa cidade se encontra. Até que os franceses foram bonzinhos quando qualificaram as elites locais apenas de provincianas. 

Repercussões na mídia de todos esses besteiróis

Vamos fazer uma pequena retrospectiva dessas reuniões na imprensa:

Jornal A Cidade 28/11/2015 Julio Chiavenato - Nem Factoide: :
O que conseguiu ao confrontar autoridades? Expor-se ao ridículo, sem argumentos sólidos. [...] revela a fragilidade argumentativa que provocou o “pito” do ministro [...]

Jornal A Cidade 28/11/2015 Do leitor – sobre a novela Leite Lopes
Em relação à novela da internacionalização do aeroporto Leite Lopes, em que a nossa prefeita “blefa” sugerindo a municipalização do aeroporto Leite Lopes, chega a ser cômico a proposta feita ao Ministro Eliseo Padilha, pois a nossa Alcaidessa, [...], não consegue terminar a novela do Calçadão e sequer “tapar” os nossos buracos de rua, agora quer a administração do aeroporto.

Revide Novembro de 2015 Voando em círculos
Num passado não muito distante, a reivindicação atendia pelo nome de internacionalização do Aeroporto Leite Lopes. Agora, no release distribuído pela Prefeitura de Ribeirão Preto sobre o seminário  ocorrido no inicio da semana foi a “operacionalização do Terminal de Cargas do Leite Lopes”.

Revide 27/11/2015 Blog do Guto Silveira
“A senhora falou que a competição do aeroporto (de Ribeirão Preto) era o porto de Santos. O container do porto de Santos... As mercadorias que são transportadas pelos portos, são mercadorias que têm tempo maior para chegar no mercado. São mercadorias que tem o frete, se for levado por outro meio de transporte, mais caro, porque é decorrência da tonelagem. O transporte mais barato que existe é o hídrico...Portanto, o competidor do aeroporto de Ribeirão Preto, me desculpe a senhora, mas não é o porto de Santos. É Viracopos e é Guarulhos”. Ministro Eliseu Padilha
[...]                                                      
... protocolaríamos em cartório que até o final de 2016 vocês entregam a pista, por respeito aos empresários de Ribeirão Preto e região”. Prefeita Dárcy Vera.

Jornal A Cidade 06/12/2015 Do leitor – Leite Lopes
A Prefeita que, entre outros, não consegue terminar a novela “o Calçadão”[...] e não cosegue acabar com os buracos da cidade, sugeriu ao Ministro Eliseu Padilha municipalize o Aeroporto Leite Lopes. Com tal atitude e comportamento, expôs a si própria e a cidade ao ridículo, além de ser lembrada pelo Ministro que ela não possui meios para assumir a construção do aeroporto.

Analisando todas essas “competências” dos SLLQC em logística aeroportuária, somos obrigados a concluir que:
a)   Para os SLLQC o povo de Ribeirão não merece nenhuma consideração mas apenas os empresários que vão lucrar com a operacionalização do Terminal de Cargas Privado;
b)   Esse grupelho pró ampliação do Leite Lopes não faz a menor idéia do que seja transporte via aérea;
c)   O interesse final na ampliação do Leite Lopes, com dinheiro público e às custas do desenvolvimento regional e sem nenhuma consideração pelo bem estar e segurança da população, não é exatamente o de gerar empregos mas sim na alternativa de sua futura privatização após a ampliação estar concluída;
d)   Finalmente a imprensa está começando a se sentir incapaz de manter a alienação da opinião pública a respeito da ampliação do Leite Lopes.

                                                 Reunião à frente do Teatro  Pedro II
                                                          Manifestantes chegando 

                                                  O Povo Não é Curral Aeroporto no Canavial
                                                               Recepção aos convidados
                                                 Conversando com os convidados da prefeita
                           
                                                 Uma das entrevistas que não foi divulgada pela  mídia



DINHEIRO NO BOLSO DE ALGUNS
PREJUÍZO NO DIA A DIA DE MUITOS
AMPLIAÇÃO NÃO!
NOVO AEROPORTO EM NOVA ÁREA SIM!






[i] Como será que eles chegam a esses numero bombásticos? Quando a gente pergunta eles não respondem!
[ii] Jornal A Cidade 27/11/2015, pag 5:  Darcy chegou a propor que o aeroporto seja repassado à prefeitura para uma eventual privatização

sábado, 12 de dezembro de 2015

DESMASCARAR O BESTEIROL SLLQC É PRECISO

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que, há mais de 15 anos, insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve, porque demora 10 anos para construir um novo aeroporto.

No Jornal A Cidade de 5/12/2015  confrontamos com  a seguintes joias de sabedoria



O besteirol propagado pelos amigos da ampliação do Leite Lopes a Qualquer  Custo é impressionante. Fala-se qualquer bobagem e a imprensa divulga como se fosse uma verdade científica, comprovada.

Já que a imprensa, dócil, não faz questão de pesquisar a veracidade dessas afirmações,  com base no ditado que diz que “perguntar não ofende”, consultamos o edil, mas ficamos sem respostas.  "Nada sabe do que fala mas fala qualquer coisa e, na hora de explicar, fica mudo. Este é o padrão dos defensores da ampliação do Leite Lopes e que lutam contra um aeroporto novo". 


1                    Quais  são os 250 municípios a que se refere o senhor vereador se, ao se considerar a área de influência direta do aeroporto de Ribeirão Preto (não necessariamente o Leite Lopes) no Estado de S. Paulo não passam de 93 municípios? Estarão considerando também os municípios a serem atingidos pelo aeroporto novo de Bauru ou o futuro novo de S. José do Rio Preto? Favor indicar num mapa a área de influência onde constem esses 250 municípios e qual a fonte técnica em que se baseou;

2                    Como foi calculado que um aeroporto internacional de cargas em Ribeirão Preto irá gerar 5.000 empregos nas 250 cidades da região? Aeroporto produz alguma coisa além de servir de ponto de transbordo de passageiros, igualzinho a uma estação rodoviária ou uma estação ferroviária? Favor apresentar o memorial de cálculo que demonstre esse número de geração de empregos (emprego em obra não vale porque são sempre provisórios e duram apenas o tempo da obra);

3                    Se o IPI e o ICMS são impostos recolhidos na origem do produto fabricado ou vendido, como é que esses impostos revertem para Ribeirão Preto se forem gerados nos outros 249 municípios? Só porque são exportados por avião? Demonstre a origem desses impostos e que cairão nos cofres municipais;

4                    Supondo que todo o frete de produtos exportados por avião seja pago em Ribeirão Preto, qual seria esse valor extraordinário que iria resolver os problemas de caixa da prefeitura? Apresente o memorial de cálculo.

5                    Demonstre que um novo aeroporto não produz exatamente os mesmos efeitos econômicos que a ampliação do Leite Lopes lembrando que, se não fosse a insistência em ampliar o Leite Lopes, esse novo aeroporto já estaria funcionando.

6                    Toda essa pressa na internacionalização do Leite Lopes através da ampliação (proibida por sentença) da pista não será apenas preocupação com os problemas enfrentados por uma empresa privada que tem o monopólio da exploração da das cargas internacionais no Leite Lopes e que num aeroporto novo essa concessão poderia não ser renovada? As declarações da senhora prefeita na reunião do dia 23/11/2015 e depois no dia 25/11/2015, em Brasilia, sugerem essa linha assim como a de privatização do Leite Lopes.



Nobre Vereador Capela

Boa noite

Em relação ao seu manifesto “É preciso acabar com as picuinhas” publicado no Jornal A Cidade de 5/12/2015 , venho respeitosamente apresentar 06 indagativas  sobre a veracidade dessas afirmações,  a fim de saber como Vossa Excelência chegou a essas conclusões :


1                    Quais  são os 250 municípios a que se refere o senhor vereador se, ao se considerar a área de influência direta do aeroporto de Ribeirão Preto (não necessariamente o Leite Lopes) no Estado de S. Paulo não passam de 93 municípios? Estarão considerando também os municípios a serem atingidos pelo aeroporto novo de Bauru ou o futuro novo de S. José do Rio Preto? Favor indicar num mapa a área de influência onde constem esses 250 municípios e qual a fonte técnica em que se baseou;

2                    Como foi calculado que um aeroporto internacional de cargas em Ribeirão Preto irá gerar 5.000 empregos nas 250 cidades da região? Aeroporto produz alguma coisa além de servir de ponto de transbordo de passageiros, igualzinho a uma estação rodoviária ou uma estação ferroviária? Favor apresentar o memorial de cálculo que demonstre esse número de geração de empregos (emprego em obra não vale porque são sempre provisórios e duram apenas o tempo da obra);

3                    Se o IPI e o ICMS são impostos recolhidos na origem do produto fabricado ou vendido, como é que esses impostos revertem para Ribeirão Preto se forem gerados nos outros 249 municípios? Só porque são exportados por avião? Demonstre a origem desses impostos e que cairão nos cofres municipais;

4                    Supondo que todo o frete de produtos exportados por avião seja pago em Ribeirão Preto, qual seria esse valor extraordinário que iria resolver os problemas de caixa da prefeitura? Favor apresentar o memorial de cálculo.

5                    Demonstre que um novo aeroporto não produz exatamente os mesmos efeitos econômicos que a ampliação do Leite Lopes lembrando que, se não fosse a insistência em ampliar o Leite Lopes, esse novo aeroporto já estaria funcionando.

6                    Toda essa pressa na internacionalização do Leite Lopes através da ampliação (proibida por sentença) da pista não será apenas preocupação com os problemas enfrentados por uma empresa privada que tem o monopólio da exploração das cargas internacionais no Leite Lopes e que num aeroporto novo essa concessão poderia não ser renovada? As declarações da senhora prefeita na reunião do dia 23/11/2015 e depois no dia 25/11/2015, em Brasília, sugerem essa linha assim como a de privatização do Leite Lopes.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Desprezo ao código de ética

Desprezo ao código de ética pelo profissional de engenharia

Impera o descaso de fazer tudo o mais barato possível, inclusive admitindo-se estudos ambientais simplificados. Tudo com “embasamento jurídico”, como se legislação pudesse se sobrepor às leis da Física
A principal obrigação da engenharia, pelo código de ética, é o de garantir a incolumidade publica. Citamos alguns exemplos em que a garantia de segurança ficou muito aquém do mínimo necessário.
  • O homicídio de cerca de 199 pessoas em 2007, no aeroporto de Congonhas. Foi noticiado como acidente para esconder a verdadeira face de que os interesses do Deus Negócio se sobrepõem aos interesses da segurança das pessoas.
  • Incêndio na boate Kiss que vitimou centenas de pessoas. Resultado de uma grande sequência de erros e omissões dos poderes públicos. 
  • Mineração destrói nossos rios e agora mata nosso povo. O rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da empresa Samarco Mineradora S.A em Mariana - MG, matou um número ainda desconhecido de pessoas e animais, além de causar um dano irrecuperável em toda a região até ao Oceano Atlântico, destruindo toda uma região e a história de vida de centenas de famílias.
Barragens não rompem por acaso. Mineradora fez licenciamento simplificado (para que a “burocracia” não atrapalhasse os negócios). Aterro mal projetado, mal dimensionado, só para ficar mais baratinho e com operação inadequada das bacias de contenção.
Por isso é que é necessário elaborar estudos completos, tais como EIA-RIMA, para que todas as possibilidades sejam estudadas, eliminando-se que, em caso de acidente, possam ocorrer danos além dos limites físicos da própria exploração por meio de técnicas de contenção. Mas o que impera é o descaso de fazer tudo o mais barato possível, inclusive admitindo-se estudos ambientais simplificados, tudo com “embasamento jurídico” como se a legislação jurídica possa se sobrepor às leis da Física.
Precisamos mais de Engenharia e de engenheiros que exerçam práticas honestas, com ética profissional, para falar a palavra mágica “Não”, quando os interesses do capital conflitarem com a incolumidade pública.
Temos um exemplo por aqui mesmo em Ribeirão Preto: os interesses ligados à ampliação do Leite Lopes, impedindo que se construa um aeroporto novo. 
Existe muita corrupção no Brasil e muitas licitações tem o tal "amparo técnico", na verdade baseado em estudos técnicos encomendados. Lembremos dos estudos envolvendo nosso aeroporto Leite Lopes e que foram considerados de baixa qualidade.
Quando o quesito segurança implica em custos adicionais a qualquer empreendimento da esfera governamental, a ética profissional no que tange à incolumidade pública é colocada à prova, pois é alto o índice de corrupção. O profissional técnico que se omite, se utiliza do artifício da manipulação de dados: a chutometria dirigida.
Por fim me atrevo dizer, que se na Europa, Estados Unidos e resto do mundo, os atentados terroristas tem seus agentes externos, aqui no Brasil o terrorismo é interior, orgânico, fruto da corrupção, já a longa data, enraizada.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Nossa visita ao Jd. Aeroporto e o flagrante de uma remoção na favela da Caconde!



Hoje de manhã estive em nome do blog O Calçadão, e junto do líder comunitário local Marcos Sérgio, visitando as comunidades de Nazaré Paulista e João Pessoa no Jd. Aeroporto. Duas comunidades limítrofes ao Leite Lopes e que estão no alvo das reintegrações de posse e desapropriações previstas no obscuro e pouco debatido projeto de internacionalização do aeroporto.

A comunidade João Pessoa tem cerca de 30 anos e hoje tem 150 famílias. A comunidade Nazaré paulista tem 3 anos e conta com 170 famílias.

Na comunidade João Pessoa encontramos a líder comunitária Márcia Ap. Santos. Márcia nos contou que sua comunidade já foi até motivo para uma tese acadêmica relacionada aos problemas sociais na região. Diz que o tal projeto de desfavelização propagado nunca ocorreu de fato. "Algumas casas são removidas, mas a Prefeitura deixa o entulho no lugar e logo ocorre nova ocupação".



Na Nazaré Paulista encontramos com o senhor José Augusto. Em comum em todas as comunidades a vontade de permanecer no local que escolheram para morar. "Ninguém gostaria de sair daqui. Nossa casa é aqui. Quem tem que sair é esse aeroporto, que se construa um novo em outro lugar fora da cidade e que nossas comunidades se transformem em bairros com infraestrutura", diz.


Caminhando pelas comunidades, vimos nos semblantes das pessoas a expressão de preocupação com seu futuro. "Precisamos transformar isso aqui num bairro e quem sabe a gente não consegue implantar aqui uma biblioteca comunitária", disse ao blog uma senhora que nos encontrou pelo caminho.


De repente somos avisados que cerca de 1 km dali caminhões da Prefeitura estavam derrubando barracos da favela da Caconde. Rumamos para lá.

Chegando ao local constatamos que parte dos barracos haviam sido derrubados e quando nos apresentamos como imprensa, os caminhões e tratores se retiraram, junto com as viaturas da Guarda Civil Municipal.

Os moradores nos mostraram um documento atestando que ontem foram avisados que dentro de 40 dias deviam sair do local. Mas hoje de manhã a surpresa. "Eles chegaram e já foram derrubando. Quando perguntamos eles disseram que os barracos onde o morador não estava seriam derrubados. Até chegaram a chutar nossas coisas", diz uma moradora.



De tudo o que vimos hoje fica a lição: a população de Ribeirão Preto conhece muito pouco sobre a própria cidade e quantas remoções forçadas como essa devem ocorrer sem que nós fiquemos por dentro?

Continuamos com nossa opinião: gente não é entulho para ser removida. A solução para essa questão social está em outra instância, na instância das políticas públicas que respeitem as pessoas e os locais onde elas moram. São cerca de 30 mil famílias hoje em condições precárias de moradia em Ribeirão Preto. Truculência e remoções nunca foram e não serão solução de nada.

Continuaremos acompanhando e descobrindo mais sobre a região do Jd. Aeroporto.

Onde há movimento social, O calçadão estará presente!

Ricardo Jimenez