sexta-feira, 26 de abril de 2013

Eventos Putz no Parque Permanente de “ Exposições ”

30 de abril no Parque Permanente de Exposições – A INDÚSTRIA DO PUTZ!

Putz – aqui é empregado com o mesmo sentido no artigo de Arnaldo Jabor e que pode ser resumido na capacidade de meia dúzia de sem-noção serem explorados por empresários espertos que promovem eventos, com grave  perturbação do sossego das comunidades do entorno e  com o beneplácito do poder público.

Ribeirão Preto tem um Parque Permanente de Exposições onde não existe nenhuma exposição. Ou melhor: tem um Parque de Eventos administrado por uma empresa municipal onde, a troco de uma receita de merreca,  só se expõe o que existe de mais ridículo da atualidade de uma juventude hebefrênica[i] explorada sem dó pelo showbusiness e para extrema felicidade dos empreendedores  do narconegócio e patrocinada pela próspera industria do porre e agravada pelo pior dos comportamentos humanos: a diversão com animais sendo maltratados. 
Porquê isso?
Porque no próximo dia 30 de Abril  de 2013 teremos o inicio da nova temporada da perturbação pública de todo o entorno a esse Parque de Exposições com o

Ribeirão Rodeo Music–30/4 a 4 de maio de 2013
As diversas baladas e eventos sonoros que ocorrem no Parque Permanente de Exposições  não rendem boas receitas  para  a Coderp. Então, porque é permitido o uso de um Parque Municipal de Exposições onde não existem exposições mas apenas negócios que perturbam o sossego das comunidades residentes no entorno?
Além da perturbação causada às comunidades do entorno, ainda temos o incentivo com cunho oficial de que maltratar animais é arte, esporte e cultura. Ir assistir a marmanjo[i] cair de um bicho que está sendo fustigado, maltratado por instrumentos que lhes causam sofrimentos e dentre eles citamos em primeiro plano, o sedém, que como a própria definição revela, é um ‘cilício’ de cerdas ásperas e mortificadoras. O sedém é aplicado e muito apertado na região genital, bastante sensível por razões óbvias. No caso dos bovinos, o sedém passa sobre o pênis e, nos cavalos, pelo menos compromete a porção mais anterior do prepúcio.. Ter prazer em assistir a este tipo de espetáculo é de muito mau gosto ou é uma perversão.
Leia mais nos endereços abaixo:
Sabemos que podemos ser acusados de estarmos querendo acabar com uma  tradição cultural, na opinião de certos setores econômicos ligados a essa aberração mas a nossa resposta é simples: primeiro, rodeio não é tradição no Brasil mas apenas  tem sido importada dos Estados Unidos que não são  um bom exemplo para o mundo. Segundo, outras “tradições culturais” já foram erradicas do Brasil como a escravidão, o colonialismo, os senhores de engenho além do próprio Império e muitos outros.
No encaminhamento da LDO para a Câmara Municipal saiu assim publicado mo Jornal A Cidade de 19-04-2013:

“A estratégia de Dárcy é fortalecer a marca de Ribeirão ao investir R$ 3,5 milhões na ampliação do parque permanente de exposições. Isso porque muitos eventos são realizados no local e atraem turistas de vários estados, como os carnavais fora de época.”

E vai ampliar o Parque para onde? Só se for desapropriar e nesse caso quantas famílias vão ser expulsas de suas casas para garantir bons negócios para terceiros?

Onde está o Estudo de Impacto de Vizinhança para essa ampliação? Uma expansão dessas  produz um aumento da demanda e, por consequência, incômodos diversos à vizinhança dos acessos ao Parque.

O texto sugere que esse “pequeno detalhe” não faz parte dos planos da prefeitura que parece não ter muito interesse em cumprir com a legislação para atender aos interesses econômicos. Exatamente como fez com o Cidade Limpa  esquecido durante a Agrishow para atender aos interesses de anunciantes nessa feira. Ou então, simplesmente muda a lei, e pronto!

No fundo, a prefeitura está vendendo o sossego publico para que certos tipos de empreendimentos possam tirar lucro. Ribeirão Preto está sendo vendido. Para a cidade, a insônia e o mau dormir, para a prefeitura receitas de merreca mas para os empreendedores bastante lucro. Tanto para os empreendedores diretos quanto para os oportunistas.

E o que é que o Movimento Pro Cidadania e Moradia
tem a ver com isso?

Porque é que todos esses eventos  “decibélicos” não são feitos em local mais apropriado, longe de áreas densamente habitadas como é o entorno do Parque? Ou então. porque é que não são feitos, por exemplo, na Av. João Fiuza ou em outro lugar nobre?
Porque o entorno do Parque é habitado por pobre. Lá não moram políticos nem juízes nem promotores nem mesmo a classe média alta. No Splash Park alguns eventos semelhantes ocorreram e que perturbaram os moradores nobres. Resultado: foi fechado!
Para atender às legitimas reclamações das vizinhanças nobres, simplesmente se transferem esse eventos para o Parque de Exposições transformado em Parque de Putz. Afinal só tem pobre em volta. Quem se importa?
Embora seja proibido  perturbar o sossego publico, constituindo contravenção penal e crime ambiental no caso dos eventos ocorridos no Parque (que deveria ser de Exposições mas não é) mas que pode ser “tolerado” quando se refere ao sossego dos pobres.
Quando toda uma comunidade de mais de 80.000 pessoas tem o seu sossego e descanso perturbado por eventos que beneficiam aqueles interesses econômicos citados no inicio para atender ao “entretenimento”  de milhares de idiotas movidos a canabis e outras cositas, pulando feito jumentos com buscapés nos rabos, ao som de uma cacofonia infernal , só porque são pobres, nada nem ninguém consegue impedir esse atentado contra a cidadania, nem mesmo o Ministério Público com laudos sonoros elaborados pela CETESB.
E se esses eventos ocorrem esporadicamente ao longo de todo o ano, sem dó nem piedade para com os pobres que têm que tentar dormir com algodão nos ouvidos, agora a prefeitura tem como meta transformar essa cacofonia como Marca da Cidade, afirmando aos empresários do setor, incluindo os outros que não perdem também essas oportunidades, que podem vir para cá para ganharem os tufos da grana, sem precisarem de dar nada em troca.
Existe uma leizinha municipal que obriga os empreendedores desse tipo de evento a fazer, entre outras coisas, a compensação das emissões de carbono provocadas pelo evento através do plantio de arvores.
Alguém sabe se essas compensações têm sido feitas? Onde foram feitos os plantios?
O que fazer então?
Existem outros motivos para gerar a indignação das forças vivas e não conformadas desta cidade com relação ao uso inadequado que está sendo dado ao Parque Permanente de Exposições: Onde estão as Exposições Permanentes? Só a Agrishow é exposição para Ribeirão Preto?
Não seria obrigação da administração municipal dar ao Parque de Exposições a sua função especifica, gerando muito mais negócios, empregos e renda?
Alguma coisa está errada em tudo isso. Ninguém consegue fazer o Parque de Exposições  parar de promover eventos que apenas perturbam a cidade, sem nenhuma renda especifica a não ser a dos seus promotores que embolsam a renda e que não deixam nada aqui, a não ser bêbados dirigindo na saída, despesas no pronto socorro para curar  ressacas, vômitos  e pinos espalhados por todo o lado.
Está na hora de exigirmos que a legislação e a cidadania sejam respeitadas nesta cidade. Através do judiciário se necessário. Talvez uma boa investigação sobre os bastidores de organização desses eventos possa revelar “causos” interessantes.
E que a administração municipal assuma as suas responsabilidades não permitindo desvirtuamentos da função do Parque Permanente de Exposições, ou seja, promova EXPOSIÇÕES!
E, para terminar, se é proibido perturbar o sossego público, basta proibir que esses tipos de eventos possam ser realizados no Parque, que deveria ser Permanente de Exposições. Existem os laudos técnicos e não existe o cumprimento das exigências de isolamento acústico do local, obrigatório por lei mas impossível de se aplicado no Parque. É simples assim


[i] Antes que sejamos atacados por injuria contra os peões de rodeio, informamos que no dicionário consta que marmanjo é homem adulto; moço corpulento; rapagão.



[i]   hebefrênia. 1. Psiq. Forma de esquizofrenia observada, em geral, em adolescente, e que se caracteriza por distúrbios da afetividade, regressão e hipocondria.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Movimento Responde

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A FALACIA DO LEITE LOPES INTERNACIONAL MAIS UMA VE...":
Continuamos considerando muito importantes as suas informações embora não compartilhemos dos mesmos conceitos. Essa discussão é o fator gerador do debate, sempre muito útil. 

O Movimento Pro Novo Aeroporto pleiteia desde 1995 a construção de um aeroporto novo e esse é o ponto crucial de nosso debate ideológico contra aqueles que defendem a ampliação do Leite Lopes a qualquer custo.

Por isso não  somos nem contra nem a favor de um aeroporto internacional em Ribeirão Preto, mas sim exigimos um aeroporto moderno, projetado dentro das novas concepções de cidade aeroportuária que possa atender às necessidades presentes e às demandas futuras  com qualidade e eficácia, sem causar danos sócio ambientais e urbanísticos, reunindo todas as condições de acessibilidade e de mobilidade. Esse aeroporto não cabe no Leite Lopes.

Por isso o nosso Movimento considera que Ribeirão Preto será atendido por dois aeroportos sendo o Leite Lopes alterado na sua configuração para aviação geral e escola de pilotagem e outras especialidades ligadas ao setor aeronáutico.

É claro que um aeroporto moderno, em área compatível e com toda a área necessária e disponível, certamente que poderá ser o aeroporto internacional que o Leite Lopes nunca conseguirá ser.

Por isso continuamos a responder à sua participação, que reputamos de muito útil e esclarecedora e, como das outras vezes faremos uma separação na cor e no tamanho da fonte para facilitar a comunicação.

Bom, hoje inicio minha última participação nesse debate, digo isso porque com essa ironia toda, de vossa parte, acho que sou o único que está debatendo, e prá não ler mais tantas aberrações encerro aqui. Eu não escrevi que o Leite Lopes vai viver somente da modalidade cargueira de cabotagem por causa da pista e falta de carga, aliás, já até fiz vários voos vazios saindo de GRU porque não tinha carga mas lá na Europa/EUA tinha muita carga prá trazer, portanto, isso não é novidade. A Fedex chega em VCP com um MD11F e depois distribui a carga pelo Cone Sul em aviões menores como os dois B727-200F que ficam parados lá. Isso é normal também. Se vc pegar a malha cargueira em VCP, vai ver que a maioria dos voos são curtos e médios e poucos de longa distância, tem voos prá Curitiba, Cabo Frio, Manaus, Porto Alegre, Galeão, Recife, Guarulhos, Confins etc. e fora prá Buenos Aires, Santiago, Miami, Europa, mas a maioria fazendo escalas. A malha cargueira é assim, se vc não conseguiu entender o que escrevi então lamento muito, vai ficar sem entender e de presente o Leite Lopes Internacional. A carga de VCP não é gerada somente em Campinas e sim de toda a região e de outros Estados também. Ribeirão não vai gerar toda a carga sozinha, teremos carga de toda a região e fora do Estado de SP também. Isso é normal, RAO não precisa necessariamente produzir toda a carga, aeroportos cargueiros tem área de abrangência. Vc questiona se Ribeirão vai produzir toda a carga de alto valor agregado para um só destino e que possa ocupar toda a aeronave e eu repondo que não, porque dentro de um avião cargueiro carregado temos carga para os mais diversos destinos, carga essa carregada em várias origens, mas que sempre é direcionada para um grande HUB distribuidor, p.ex. tínhamos o voo de GRU p/MIA, só que dentro da aeronave tinha carga para um número grande de cidades americanas, pois quando a carga chegava em MIA, outras empresas faziam essa distribuição, portanto, é normal voar-se para um HUB distribuidor. Miami, Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Paris, Frankfurt, Amsterdã, México City, Narita e muitos outros grandes aeroportos são HUBs de distribuição.
Ribeirão poderá ter cargas para muitas cidades americanas, mas toda essa carga chegará via Miami ou algum outro HUB de distribuição dentro dos EUA. Memphis é o HUB da Fedex nos EUA. Como já disse anteriormente, isso tudo é muito variável.

Nós não afirmamos que os cargueiros decolam com carga paga completa do Leite Lopes. Quem sempre afirmou isso foram os defensores a qualquer custo da ampliação do Leite Lopes e que, desde 1995, impedem a construção de um aeroporto novo, conforme o Plano Diretor assim exigia.

Para tanto, torna-se necessária a desmistificação dessas fanfarronadas próprias de administradores públicos sem capacidade de visão de estadistas e que nunca se preocuparam em cumprir com a legislação se esse ato contrariar interesses econômicos.

Estamos falando desde 1997, quando pela primeira vez, se cogitou em ampliar o Leite Lopes para internacionalizá-lo.

As suas informações são muito úteis porque alguém com vasta experiência na área de transporte aéreo confirma que carga plena no Leite Lopes não poderá ocorrer não só pela pequenez da pista como também pela falta de cargas.  E muito menos as cargas com origem local ou regional, embora a propaganda político-eleitoreira  sugira que a produção industrial da região possa ser totalmente escoada por via aérea, representando 7% do total nacional.

De especialistas o Brasil tá cheio !! Esse tal Prof. James, disse que vamos ficar restritos ao Mercosul, o que não é verdade pelo que já expliquei em comentários anteriores. Como ele não sabe nada de operação, então não dá prá acreditar nele, não é verdade ?? Pena que vcs acreditaram nele como acreditaram na pista de 4000 metros de AAQ (e vou ser sincero, torço muito prá que essa pista de AAQ se concretize porque infraestrutura nunca é demais).

Não conhecemos o Prof James mas as suas declarações são compatíveis com os estudos elaborados pelo ITA contratado pelo IPT em 2008 (Estudo de Demanda, pag. 5) que se referem exatamente ao mesmo ponto:

 Os passageiros de voos domésticos NÃO vão pagar pelos passageiros de voos internacionais, porque quem é pax doméstico paga taxa de embarque doméstico e quem é pax de voo internacional paga taxa de embarque internacional, nada além disso (bem básico né), essas taxas não mudam e são usadas em todos aeroportos do Brasil e de acôrdo com a categoria do aeroporto. Polícia Federal, Receita Federal e Vigilância Sanitária são organismos do Governo Federal com atribuições Constitucionais, portanto, são servidores do Governo Federal e são pagos pelo Governo Federal e não pela administração do aeroporto, isso ele não falou. Ele disse inverdades e como S.Carlos também quer internacionalizar o seu aeroporto, qualquer coisa contrária que venha de lá me soa estranho. Não é a administração de GRU e nem de VCP e nem de GIG que paga os salários dos servidores da União lotados nestas localidades. Me estranha muito ele ter dito uma bobagem tão grande como essa de que 99% dos paxs vão pagar pelos 1% dos voos internacionais. Não existe isso, não existe tarifa diferenciada por causa da quantidade de paxs domésticos e internacionais. A diferenciação existe somente na categoria do aeroporto e a respectiva taxa de embarque é aplicada observando-se isso, somente.

Se o Leite Lopes mantiver toda uma infraestrutura  à disposição de eventuais vôos internacionais, para atender a uma minoria de usuários e se esses custos não são cobrados dos passageiros, então a situação é pior ainda: é todo o povo brasileiro que vai pagar os custos para beneficiar apenas uma elite restrita.

Quanto aos interesses de S. Carlos em internacionalizar o seu aeroporto é um problema para eles resolverem e espera-se que a população seja devidamente consultada a respeito e não seja obrigada a se submeter a vontades políticas ou econômicas.  Mas isso não caracteriza nenhum bairrismo por parte de professores da universidade de S. Carlos porque é a única, na região, que dispõe de cursos de especialização  em Engenharia de Aeroportos.

As taxas aeroportuárias, aquelas cobradas das empresas, seguem a mesma linha de raciocínio das taxas de embarque, o Governo Federal pensou em torná-las mais caras nos aeroportos congestionados como GRU e CGH, isso para estimular as empresas a retirarem seus aviões desses aeroportos, evitando o chamado "per dia", mas acredito que esse acréscimo na taxa acontece somente depois de um certo tempo parado no aeroporto. Nos outros aeroportos brasileiros essas taxas são as mesmas e de acôrdo com a categoria do aeroporto. Se algum outro grande aeroporto tiver essa diferenciação, é somente em nome do congestionamento das aeronaves. Em CGH, p.ex, e não estou bem certo, o tempo que uma aeronave tem para ficar em solo é de 01:30h, depois disso tem que iniciar nova viagem ou desocupar o lugar até então ocupado. Muitas empresas, por vezes, rebocam seus aviões até o Hangar e depois voltam, assim tem mais 01:30h para iniciar nova viagem. Isso, que esse Prof. falou, não procede. Não esperem, no curto prazo, voos internacionais de passageiros no Leite Lopes, isso só se dará quando tivermos demanda maior, o foco no curto prazo é a carga doméstica e internacional. Se tivermos voo internacional de paxs, será por alguma estratégia da empresa aérea envolvida, como p.ex. tirar o avião de GRU por questões de preço, fazendo o "per dia" em RAO. Quando iniciar a viagem de volta, com certeza, passará por GRU novamente.

Todas as operações descritas apenas confirmam a nossa tese. Todas elas podem acontecer no aeroporto novo que Ribeirão Preto exige desde 1995.

Não existe nenhum argumento que convalide que só, e somente só, possam ocorrer no Leite Lopes, com exclusão de qualquer outra alternativa.

Essas operações todas não rendem nada para Ribeirão Preto mas apenas para o operador do aeroporto  (que o governo do estado deseja privatizar entregando todas essas receitas à iniciativa privada) e para os operadores do Terminal de Cargas.

Logo, o tal milagre financeiro dessas operações que irão tirar do sufoco as finanças municipais não é tão milagreiro assim.

Ou seja, a campanha de que somente o Leite Lopes pode ser internacionalizado, que existe pressa porque as receitas municipais perdidas são altíssimas e se não for ampliado, não será possível exportar o que é produzido em Ribeirão e região não passa de propaganda enganosa.

Já que tudo isso pode ocorrer num aeroporto novo que já poderia estar construído e em operação não fosse a obsessão pela ampliação do Leite Lopes, usando da decrépita tecnologia  tipo puxadinho, pelo mesmo custo dessa ampliação e sem causar nenhum dano à cidade nem aos moradores do seu entorno, servindo de um Portal de Entrada decente, a pergunta que fica no ar é: porquê são contra o desenvolvimento de Ribeirão Preto impedindo a construção do novo aeroporto?

Quanto ao dirigente da FIESP/CIESP local, acho que ele está certo e está fazendo o papel dele, somente isso.

Neste ponto também somos obrigados a discordar. A luta por um novo aeroporto deveria ser também a dele e da instituição que representa, porque é a luta de todos nós, sem esquecermos que em 1995 a CIESP também apoiou a construção do novo aeroporto, quando da elaboração da Lei do Plano Diretor (LC 501/95) como pode ser visto abaixo.  Fica, portanto, estranha, essa mudança de orientação.


Desejo boa sorte nessa luta, se ganharem será ótimo prá vcs, mas se perderem terão que engolir o aeroporto internacional do jeito que ficar. É isso aí !!

A nossa luta é por Ribeirão Preto e o aeroporto internacional será construído, sim, só que em um novo aeroporto. Se isso não ocorrer, quem perde será Ribeirão Preto e, o que é pior, perderá a sua capacidade de desenvolvimento saudável e terá como Portal de Entrada o Leite Lopes, o que será uma vergonha para toda a região.

Uma das próximas frentes de luta será no Judiciário e, mais uma vez, perderemos um tempo precioso discutindo se ficamos com uma aberração aeroportuária chamada Leite Lopes ou se partiremos para a construção do novo aeroporto, com um atraso de apenas 18 anos!

Minha participação se encerra aqui, como dito anteriormente. Como visto, não dá prá debater num clima irônico como esse utilizado nas postagens de vossa parte. Obrigado.
Postado por Marcelo no blog * Congonhas em Ribeirão Não! * em 2 de abril de 2013 01:27

Agradecemos a sua participação, pela sua idoneidade e conhecimento e esperamos que a sua decisão seja revertida para podermos dar continuidade a nossos debates.

O Grupo Gestor
 

sábado, 20 de abril de 2013

O Movimento Responde

Caro Marcelo,

É sempre um prazer poder debater o problema aeroporto de Ribeirão Preto. Desculpe pela demora na resposta mas problemas de cunho administrativo não a permitiram em tempo hábil, como é de nosso hábito.

Permita-nos responder no seu próprio texto, com fonte e cor diferentes para permitir uma melhor visualização.

kkkkkkkkkkkk, e vcs acreditaram que a pista de AAQ terá 4000 metros ???? Vcs são muito inocentes !!!! A única de 4000 metros do Brasil fica no Galeão e pergunta prá Infraero quanto custa mantê-la. Fazer uma pista igual em AAQ com o movimento quase zero desse aeroporto, duvido que alguém se disponha a investir nisso. Se o Governo fizer, aí sim está se jogando dinheiro de impostos fora.

Não afirmamos, nem a noticia transcrita se referiu, que no aeroporto de Araraquara vai ser construída uma pista com 4.000 metros mas sim que a prefeitura vai adquirir área, hoje disponível, para no futuro ser possível construir essa pista sem causar danos sócio- ambientais nem urbanísticos ou de qualquer outra natureza. O objetivo do Movimento Novo Aeroporto em divulgar essa noticia foi o de demonstrar que ainda é possível encontrarmos políticos com visão de estadista, capazes de enxergar algo mais distante no tempo do que apenas o seu mandato.

Ribeirão Preto fez isso em 1995 quando exigiu, pela Lei do Plano Diretor, que o aeroporto fosse transferido para outra área, adequada e fora da área urbana, com uma configuração moderna e capaz de absorver as futuras ampliações, possíveis e prováveis, que garantissem a infraestrutura aeroportuária com capacidade de dar o suporte necessário para o desenvolvimento regional inevitável de ocorrer  numa região em franco crescimento econômico.

Infelizmente, os nossos políticos locais demonstraram a total falta de capacidade  estadista de analisar o futuro além dos seus pobres quatro anos de mandato. Por isso a insistência na ampliação do Leite Lopes, entre outros motivos o de reles marketing político, em lugar de exigir a construção de um novo aeroporto.

Quanto à pista do Galeão, membros do Movimento trabalharam no projeto e discordam de sua opinião quanto à falta de uso da segunda pista com 4.000 metros, na medida em que se ela não é usada é por falta de aeronaves que a ela aproem, sem duvida por falta de produtos na quantidade necessária para carregar um cargueiro de verdade.

Mas quando isso ocorrer a pista está lá.

E a construção de uma pista de 4000 metros num aeroporto do padrão do Galeão não alterou significativamente o custo final da obra. E temos tido a vantagem de não ter ocorrido nenhuma tragédia como a que ocorreu – já por diversas vezes – no aeroporto de Congonhas, por exemplo.

"Tecnicamente para operarem no Leite Lopes aviões cargueiros de verdade, com carga paga completa, é necessária uma pista com 3300 metros (Boeing 767) ou 3900 metros (Boeing 747) fora as áreas de escape."
Vcs fazem várias considerações a respeito de tamanho de pistas; que precisa-se de tamanho tal para avião tal etc. etc.
Esse comentário acima, reproduzido entre aspas, não é mentira não, mas vcs sempre estão levando em consideração o avião totalmente carregado tanto chegando quanto partindo de RAO para voos diretos e muito distantes.

Não somos nós que falamos isso. Quem afirma é o plano do DAESP para o Leite Lopes, que é repetido em prosa e em verso por certos setores interessados na ampliação e não no novo aeroporto afirmando que ocorrerão 3 vôos diretos Ribeirão-Miami, por semana, usando o B747 e o B767, com carga paga completa, que o próprio estudo do IPT confirmou que não seria possível por falta de pista. E elaboraram o estudo do Plano Especifico de Zoneamento de Ruído (PEZR) para o B757 ou equivalente.

Por essas inverdades serem divulgadas como verdades é que tem convencido certos setores da  comunidade de que vão poder embarcar normalmente para vôos internacionais transcontinentais quando na verdade apenas prevêem vôos de passageiros para alguns poucos destinos do Mercosul.

No vosso entendimento, somente essa condição torna-se viável econômicamente o voo, o que não é verdade.

Se tivermos vôos cargo conforme a propaganda sempre alardeou,  a inviabilidade econômica é óbvia. Para combater essa falsa condição, sugerem  que toda a  produção industrial de Ribeirão será exportada via aérea e via Leite Lopes, o que é uma mentira deslavada.

O que posso dizer é que, na prática, a carga aérea não funciona assim, ao pé da letra, como vcs visualizam. A malha aérea cargueira mundial é muito dinâmica, muda constantemente, e no Brasil, raros são os voos cargueiros de longa distância diretos. Por ex: em GRU existia um voo cargueiro da Varig com destino a Frankfurt; muitas vezes fiz esse voo direto (o avião tinha menos carga prá lá, portanto colocava-se mais combustível para o voo direto), e muitas vezes fiz fazendo escala técnica em Dacar (África) para reabastecimento (estava totalmente carregado de cargas e colocava-se menos combustível). O MD11F pode levar até cerca de 80 toneladas de carga paga, mas se vc carregar totalmente o avião e abastecê-lo totalmente de combustível vc ultrapassa o peso máximo de decolagem da aeronave. É difícil vc ter uma cidade no Brasil para poder encher totalmente uma aeronave de carga e voar diretamente para um destino intercontinental, poucas vezes em GRU conseguimos isso. E RAO não vai ser diferente, podemos até ter voos chegando diretamente do exterior, mas não teremos carga suficiente para lotar o avião e mandá-lo de volta, e nem pista prá isso, porisso a malha aérea prevê que a aeronave chega no Brasil em um aeroporto internacional e depois voa para alguns outros destinos deixando e pegando carga, até que a mesma consiga lotar o avião e voar de volta para seu destino fora do Brasil.
Tudo isso é de nosso conhecimento. A finalidade da pista  internacional cargueira no Leite Lopes não é para fazer a exportação dos produtos industrializados da região para o mundo, como a propaganda insiste em dizer. Serve apenas para atender a  interesses econômicos de uma empresa que vai explorar um Terminal de Cargas. Que esse negócio é interessante para essa empresa é evidente, senão ela não estaria tão interessada em efetivar a construção do Terminal conhecendo a oposição séria à ampliação do Leite Lopes.

Mas o fulcro da questão é outro:  É do interesse de Ribeirão Preto e região a ampliação do Leite Lopes para atender a interesses privados e politicos exclusivos ou devemos partir para a construção de outro aeroporto, moderno, capacitado, com o seu Terminal de Cargas?

Vou dar um exemplo de um voo que fiz deixando e pegando cargas e iniciando em Miami: Miami-New York-Manaus-Foz do Iguaçu (pista de 2100 metros e o avião era o DC-10F)-Campinas e finalmente o Galeão (RJ). Existem "N" rotas cargueiras passando pelo Brasil e RAO simplesmente só irá conectar-se a uma delas, somente isso. Não chegará um avião totalmente carregado de cargas para descarregar tudo em RAO e nem sairá totalmente carregado com cargas embarcadas em RAO. A tonelagem de carga desembarcada e embarcada será muito variável e quando não for viável o carregamento de X toneladas de carga, a mesma fica retida e embarcada no próximo voo, porisso digo que na prática é totalmente diferente da teoria.

Só confirma a nossa tese de que a tal maravilhosa internacionalização do Leite Lopes não vai trazer nenhum beneficio especifico para Ribeirão mas apenas para alguns setores econômicos, porque haverão poucas  cargas de origem local, complementadas por  aquelas eventualmente interceptadas na Via Anhanguera e que iriam para Viracopos ou Guarulhos via terrestre e que irão para esses mesmos destinos, não por aviões cargueiros mas sim de trafego normal para esses aeroportos, porque eles constituem os Hubs do Estado de S. Paulo. 

Só existe o interesse no transporte aérea para cargas com alto valor agregado e que requeiram velocidade na entrega, principalmente  os perecíveis como flores e frutas tropicais. Se for para ficarem estocadas  aguardando que algum cargueiro passe para transportá-las, a demora poderá ser maior do que se for por via marítima ou terrestre ou mesmo aérea mas  em vôos de passageiros.

Teremos sérios danos socioambientais e urbanísticos  no entorno do Leite Lopes sem que isso traga algum tipo de retorno para Ribeirão nem mesmo aos cofres municipais.

 Vcs imaginam que o avião cargueiro chegará em RAO diretamente do exterior e voará à partir de RAO diretamente para o exterior, mas isso não deve acontecer assim, pode até acontecer, mas não será regra. Temos várias empresas cargueiras que vem do exterior, pousam em GRU, CNF, GIG ou VCP e depois voam para Curitiba, Cabo Frio, Vitória (pista de 1750 metros e o avião é o B767F), Porto Alegre, etc. Tem uma que voa de Curitiba (pista de 2215mts) direto prá Quito (Equador) e voa também de VCP para Petrolina (pegar frutas), depois para Recife (pegar mais carga[avião B747F]), e depois Europa (Bélgica). Essa empresa não consegue lotar o avião de frutas em Petrolina, nem porisso eles deixam de pousar lá para pegar essa carga, porisso eles pousam em Recife também porque lá sempre tem um pouco mais de carga para se levar para a Europa, e assim o avião vai enchendo de cargas até deixar o Brasil. Entenderam ????

Não é novidade para nós porque sabemos disso desde o inicio do projeto em 1997 para a internacionalização do Leite Lopes elaborado pela Wolpert Inc.. O problema é que a campanha midiática para manipular  a opinião pública no sentido de apoiar a ampliação do Leite Lopes em lugar de se construir um novo aeroporto afirma exatamente o que está sendo desmentido. Ou seja, estamos do mesmo lado. A propaganda da importância do Leite Lopes como referência internacional é enganosa.

O comentário de vcs não está errado (com respeito a tamanho de pista etc etc), caso fosse previsto voos diretos saindo de RAO para a Europa, México ou EUA, mas na prática isso não deve acontecer assim e funciona diferente. Obrigado
Continuando mais um pouco, aeroporto c/restrições operacionais não será uma exclusividade de RAO, muitos aeroportos possuem restrições operacionais das mais diversas ordens. Em RAO será a pista assim como Vitória, Curitiba, Goiânia (PCN da pista) e muitos outros no Brasil. Fora do Brasil também existem essas restrições, como o México City, La Paz e Bogotá (altitude) e outros nos EUA e Europa. Então o que se faz quando isso existe?? É simples: adapta-se aquilo que se QUER fazer com aquilo que se PODE fazer,

Aqui somos obrigados a discordar. Se existem restrições em outros aeroportos, então existem riscos a serem previstos e que poderão causar acidentes. Se houver redução da capacidade de transporte para atender à capacidade de uso então existe o aumento do custo unitário do frete. Essa tem sido a política errada que tem sido dada ao sistema aeronáutico nacional, sendo um dos seus lupanares exemplos, Congonhas, entre muitos outros.

É a teoria de que vale a pena fazer puxadinhos, remendos e adaptações em lugar de fazer a coisa certa. É o mesmo que querer transformar um  carro popular num carro de luxo. Não vai ter nem um nem outro.

Se podemos fazer a coisa certa em Ribeirão Preto construindo um aeroporto decente, moderno, capacitado a ser ampliado quando necessário,  porque devemos insistir na gambiarra?

porisso disse que na prática funciona diferente da teoria. Não é por causa da pista curta que existe em Vitória que o B767F deixa de pousar lá, designou-se número X de toneladas de carga que pode ser carregada e se faz o voo normalmente, mas não decola prá destinos muito distantes, nesse caso o avião pousa em outro aeroporto e carrega mais cargas antes de ir prá fora do Brasil, e nem porisso o voo deixa de ser economicamente viável. Isso acontecerá com RAO também, teremos dias em que o voo sairá com destino ao Galeão depois Recife depois Europa; ou teremos destino como Manaus depois EUA ou México, ou mesmo destino como GRU ou VCP e depois EZE ou SCL, depende muito da rota e destino da carga.

Normalmente quando se considera que a pratica não funciona conforme a teoria é porque não se conhece muito bem a teoria e então se prefere o improviso. Todos os procedimentos indicados são típicos de uma navegação por cabotagem.  E a busca de cargas/destinos não é feita de improviso. As agências organizam todas essas operações e são efetuados cálculos para que a rentabilidade seja mantida. Uma das formas mais racionais consiste na organização de centros de concentração e de distribuição de cargas e a busca das empresas com disponibilidade de equipamentos para fazer esse tipo de operação. É um processo altamente dinâmico e especializado. 

Posso até compreender que vcs são contra esse empreendimento, mas dizer que é economicamente inviável, isso não. Acho que a luta de vcs é contra o aeroporto naquele lugar mas não dizer que é inviável, nesse caso são vcs que estão tentando acorbertar a verdade. Continuo esse debate pois vejo que tem muita teoria e pouco conhecimento do que se faz na prática. Obrigado.
Postado por Marcelo no blog * Congonhas em Ribeirão Não! * em 18 de março de 2013 02:45

Nós não somos contra nenhum empreendimento mas sim a favor de que  Ribeirão Preto e região disponham de uma estrutura aeroportuária adequada, moderna, eficiente, sem causar danos socioambientais e urbanísticos gravíssimos, sem puxadinhos ou gambiarras, onde possam ser implantados todos os empreendimentos necessários a alavancar o desenvolvimento regional. Essa estrutura não pode ser implantada no Leite Lopes. E este conceito não é “teórico” porque é real e objetivo, com fundamentação técnica.

O que não podemos aceitar é que todo o futuro regional fique sujeito a um projeto inadequado, de forma irreversível, gerando-se um novo Congonhas, apenas para satisfazer os interesses econômicos de um empreendimento privado, associados a uma política ideológica de um Departamento de uma Secretaria de Estado. Sem dúvida que Ribeirão Preto merece mais do que isso.  

Quem deve definir as políticas públicas para Ribeirão são os seus cidadãos e que foram claramente expressas na Lei do Plano Diretor, em 1995, mandando fazer um novo aeroporto

Que o empreendimento é economicamente viável sem dúvida que o é, mas apenas para o empreendedor. Mas não  é interessante para Ribeirão Preto.

Nós não acobertamos a verdade mas sim quem fica anunciado aquilo que não pode ocorrer no Leite Lopes: voos diretos semanais para Miami usando equipamentos cargueiros de grande porte e viagens internacionais de passageiros, tal como a propaganda alardeada recentemente na mídia: de Ribeirão para o mundo!

Com o projeto RAO internacional proposto se o Leite Lopes for ampliado para atender uma licitação com validade de 30 anos, impedirá que Ribeirão Preto possa vir a ter, mesmo no futuro, um aeroporto moderno e eficiente, capaz de atender às demandas de um desenvolvimento econômico saudável.

Em toda a sua exposição não encontramos nenhum argumento que confirme que a construção de um novo aeroporto possa ser prejudicial ao desenvolvimento regional, ou seja, se em lugar de ficarem insistindo na ampliação tivessem sido mais  eficientes e construído um novo aeroporto, este já estaria pronto e operando normalmente. Seria moderno, os passageiros embarcariam usando pontes móveis, sem estarem sujeitos a chuvas e os cadeirantes não precisariam de embarcar  carregados como se fossem embrulhos. E até poderia ser internacional, com Terminal de Cargas e tudo o mais.

Teríamos já em operação um belíssimo Portal de Entrada que dignificaria Ribeirão Preto.

E continuamos defendendo o livre debate, com a exposição clara de ideias e conceitos. Por isso ficamos sempre muito satisfeitos com a sua participação.

O grupo gestor




terça-feira, 9 de abril de 2013

O MITO DO “GRANDIOSO” TERMINAL INTERNACIONAL DE “CARGAS”

Parte IVQUAIS OS INTERESSES  EM JOGO (2)?

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.


O milagre milagroso

Desenvolvemos uma série de artigos sobre o histórico  desse tal Terminal de Cargas que estão construindo no Leite Lopes.

Desde 2005 que toda a propaganda tenta convencer Ribeirão Preto de que esse Terminal de Cargas Alfandegado será a salvação de Ribeirão Preto, como se fosse o marco divisório entre o antes e o depois,  verdadeiro  divisor de águas do desenvolvimento econômico da cidade.

Essa propaganda chega aos limites do hilário, principalmente quando a administração municipal, braço político dos SLLQC, tenta justificar a importância, a relevância e a sua inevitabilidade.

Inicialmente fingiram concordar que era necessário construir um aeroporto novo mas, como isso “demoraria 10 anos”, então amplia-se o Leite Lopes hoje, constrói-se o Terminal e depois se vê o que se pode fazer.

Agentes a serviço da desinformação e altamente histéricos pelas promessas feitas das migalhas que cairiam do banquete do empreendimento, apresentaram-se na Audiência Pública em 2007 e, rompido o dique das asneiras,  vertendo   do pináculo  de seus “altos conhecimentos”, afirmando que essa ampliação (entenda-se Terminal de Cargas) iria gerar mais de 10.000 empregos permanentes!

Chegaram à fantástica descoberta de que o potencial exportador de Ribeirão e região é de cerca de 7% de tudo o que é exportado pelo Brasil Logo, toda essa exportação sairia a bordo de portentosas aeronaves cargueiras depois de despachadas no posto aduaneiro desse milagroso Terminal de Cargas.

Como nos produtos de exportação da região temos, no seu maior volume métrico e financeiro, as comodoties canavieiras, então para os “especialistas” SLLQC etanol, açúcar, soja etc. são exportáveis via aérea.
E que tudo isso pagará muitos impostos no Leite Lopes, estufando o cofre da prefeitura de tanta grana que vai entrar.

Tanto assim é que na gestão passada até foi aberta uma Comissão Especial de Estudos na Câmara Municipal para estudar a demora na TEAD em terminar as obras, porque estaria dando um prejuízo de milhões de Reais em impostos não coletados.

Essa CEE começou com muito foguetório na mídia mas depois que o Movimento Pro Novo Aeroporto exigiu que as declarações do presidente da CEE fossem demonstradas, sem, lero-lero, incluindo os produtos que seriam exportáveis e seus valores, essa CEE sumiu da mídia e nunca mais se falou dela.

As defesas dos  SLLQC chegam ao limiar do hilário.


A valentia midiática da administração,
típica dos políticos de 3ª linha

As necessidades de mídia para garantir o marketing eleitoreiro para as eleições de 2012, levou a administração municipal aos píncaros das afirmações ridículas: começou uma tentativa de tentar mostrar uma suposta valentia em “brigar” por Ribeirão  começando a exigir da empresa responsável pelo Terminal o termino rápido da obra.

Como resposta o dono da empresa foi obrigado  a explicar  à prefeitura que um Terminal de Cargas Aéreas Internacionais só pode funcionar se o Leite Lopes tivesse pista para pouso dos aviões cargueiros. Como a ampliação da pista não estava feita (o tal puxadinho) nada haveria para fazer.

A administração municipal ficou espantada com essa afirmação. Não sabia que para operar cargas aéreas internacionais tinha que ter pista!

Estes são os atestados do Estado da Arte dos “especialistas” e de nossos políticos de 3ª linha, em defesa da ampliação do Leite Lopes, em lugar de se esforçarem por construírem um novo aeroporto, como Bauru já fez assim como  Maringá (com recursos  próprios).


O lucro como pano de fundo
esclarece o motivo da teimosia

O que  é que acontece na verdade com relação a esse Terminal de Cargas e o porquê dessa insistência toda de que ele seja implantado no Leite Lopes em lugar de construí-lo num aeroporto novo, com capacidade real de uso com aviões cargueiros de verdade, com capacidade de decolar com carga paga completa?

Não podemos imaginar que um investimento de vários milhões de Reais e que está demorando 10 anos possa ser o resultado de uma atitude impensada do investidor. Certamente que não são amadores e sabem muito bem o que fazem.

 Todo  esse esforço financeiro e de cooptação de adeptos locais é o resultado de estudos muito bem feitos no qual a lucratividade do negócio está garantida. Toda essa teimosia tem como horizonte o lucro.

Não podemos esquecer também que o tempo que está demorando para que tudo isso “possa” acontecer é o mesmo que eles afirmam que demoraria para construir um aeroporto novo, ou seja 10 anos, embora eles saibam muito bem que em 5 anos se constrói um bom aeroporto, completo.


Análise da licitação para o Terminal de Cargas

Vamos ver a licitação que deu inicio ao quadro atual?

Foi classificada a empresa TEAD para a construção e operação de recinto alfandegado, única empresa participante na licitação.

Se apenas teve uma empresa participante então porque é que não teve outras? Seria um mau negócio? Estaria a empresa vencedora viajando na maionese, abraçando um investimento sem perspectivas objetivas de lucratividade? Vejamos:
  
O Leite Lopes na época, tal como hoje, tinha uma pista com 2.100 metros de comprimento mas com recuo na cabeceira 18 de 300 metros, ou seja, não apresentava condições de operar aeronaves cargueiras. Logo, não poderia ter um Terminal de Cargas alfandegado.


Numa licitação normal, nenhuma empresa vai querer participar de um negócio inexequível, a menos que existisse alguma carta na manga, bem escondida, apenas do conhecimento de alguns interessados.

Em 2005 a empresa vencedora já canta vitória do seu empreendimento publicando


Omitiram aos leitores que para existir essa ampliação seria necessário fazer um Estudo de Engenharia chamado de EIA-RIMA que, para alguns setores empresariais mal habituados, não passa de uma exigência burocrática fácil de ser superada. Não foi. Esse Estudo foi considerado de baixa qualidade e arquivado. A ampliação da pista foi proibida, por consenso entre as partes: Ministério Público e DAESP com o aval do Judiciário.


Perguntar não ofende

Se na época da licitação, o Leite Lopes tivesse uma pista adequada para operações cargueiras, será que só haveria uma empresa interessada?

Como se pode fazer uma licitação desse tipo sem a existência  de infraestrutura adequada e sem o conhecimento de que haveria uma ampliação prevista?

Estranho, não é?

Perguntar, não ofende, é um velho ditado popular: se por acaso o DAESP desistisse de ampliar o Leite Lopes e começasse a fazer um novo aeroporto, conforme já era exigência da cidade no Plano Diretor, esse novo aeroporto já estaria pronto e em operação.

Nesse caso, a concessão do Terminal de Cargas para o Leite Lopes passaria automaticamente para esse aeroporto novo ou seria obrigatório fazer nova licitação? E, neste caso, haveria apenas uma empresa licitante ou haveria concorrência de verdade?

Será que o temor de uma concorrência com vários interessados é o verdadeiro motivo para tanta insistência no puxadinho no Leite Lopes e de tanto esforço despendido para impedir a construção do novo aeroporto e sustentar uma campanha de manipulação da opinião publica para convencê-la da inevitabilidade dessa ampliação?

Juristas consultados pelo Movimento Pro Novo Aeroporto a esse respeito foram unanimes em afirmar: a licitação para o Leite Lopes já está vencida faz muito tempo e no caso de um novo aeroporto seria obrigatória nova licitação.

Então está começando a ficar mais claro o porquê da insistência pelo puxadinho e a rejeição de um novo aeroporto por parte dos SLLQC.


O desrespeito à cidadania
e a crueldade da política SLLQC

Toda essa política conduziu à extrema crueldade como se tem procedido ao desfavelamento para fazer a limpeza social do entorno do Leite Lopes (caso da Favela da Família), os danos sociais e econômicos contra os moradores  do entorno, o risco aeronáutico e de ruído sobre as populações nas rotas de aproximação, os danos ambientais, o risco ao pedestres e aos usuários de uma avenida a ser desviada mas com o risco especifico da turbulência das turbinas além, entre outros danos, o futuro entrave ao desenvolvimento sustentável da região.

Todas essas mazelas sobre Ribeirão Preto apenas para garantir o lucro de uma empresa que participou sozinha de uma licitação meio esquisita e merecedora de melhor análise e investigação?

Por isso o Movimento prossegue na sua campanha:

Povo esclarecido jamais será iludido

Congonhas em Ribeirão, Não!

Leite Lopes com outro uso (alternativo) :
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!