quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DISCURSO SLLQC PARA MOSTRAR SERVIÇO!

A Saga do palavrório de quem não tem o que dizer

É só o Governador vir inaugurar qualquer coisa pelas bandas de Ribeirão Preto, que logo o discurso sobre o inicio das obras de ampliação da pista (que está impedida legalmente de ser feita)_é o foco principal. Sempre cercado pelos inexpressivos SLLQC e aplaudido pelo seu braço político local, ou seja, a Prefeitura.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a prefeita Dárcy Vera (PSD) anunciaram nesta quarta (28) acordo para viabilizar o aumento de 500 metros da pista do aeroporto Leite Lopes. O Estado vai bancar R$ 5 milhões para comprar áreas que serão desapropriadas, viabilizando a operação de um terminal internacional de cargas. A prefeitura vai fazer todos os serviços viários da região do entorno ao aeroporto, que devem custar mais R$ 1 milhão.
Ainda não existe, porém, previsão de quando as mudanças no aeroporto começarão a ser feitas.
Alckmin esteve ontem em Ribeirão para entregar 232 casas populares para famílias da antiga Favela da Mata. "O governo do Estado vai, sim, pagar pela desapropriação. Já estamos ganhando tempo com a CDHU para verificar problemas de levantamento planialtimétrico e projetos", disse Alckmin.
Para oferecer condição da operação de aviões de cargas no Leite Lopes, a pista será ampliada em 500 metros. Ela passará a ter 2,1 mil metros quadrados operacionais, ante os 1,8 mil metros quadrados atuais, extensão inviável para Boeing 767-300 cargueiro.
O estudo feito mostra que será necessário desapropriar a área de 343 mil metros quadrados do Jockey Clube. O segundo maior terreno é da Fundação Educandário, com 9 mil metros quadrados. Na contrapartida, a administração municipal cederá ao governo do Estado um imóvel de 17 mil metros quadrados. (A Cidade 28/12/2011,  os grifos são nossos)

Pronto. Já está. Os topógrafos do CDHU fazem o levantamento planialtimétrico. As obras devem começar logo. Quem estiver desprevenido, provavelmente já está escutando o ronco das possantes máquinas de terraplenagem dando início aos trabalhos.

Em primeiro lugar note-se a confissão de que esse projeto significa “aumento” da pista e esse “aumento” está proibido por sentença judicial.

Logo, antes de escutarmos o ronco das máquinas possantes de terraplenagem deveremos escutar o martelo do Judiciário que deverá decidir se é possível ou não romper a sentença em vigor. Com os argumentos que eles têm, do tipo de que o aumento da pista  não é ampliação, vai ser difícil de convencer quem quer que seja e muito menos o judiciário. Se esses argumentos fossem consistentes, a Procuradoria do Estado já teria entrado com a ação. Como não entrou, vai ficando cada vez mais difícil de iniciar as obras.

Por outro lado, mesmo que o Judiciário venha a admitir  a possibilidade  de romper o acordo/sentença, será necessário fazer um Estudo de Impacto Ambiental.

Porquê? Pela simples razão de que é uma exigência legal.  Logo, se essas tais obras se iniciarem sem um EIA-RIMA ou um RAP ou um RARAM que esteja devidamente aprovado, essas mesmas obras serão embargadas via judicial. Os SLLQC, culturalmente vivendo ainda nos tempos do coronelismo, têm uma dificuldade intrínseca de entenderem  que a legislação existente  tem que ser cumprida e que a questão sócio-ambiental é preponderante e prioritária, conforme voto do Desembargador Federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da 1ª Região:

[...] Relembrou precedente clássico da relatoria do Ministro Celso de Mello, na Suprema Corte, sobre “a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais, nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia ‘a defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, inc. VI), e traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral”

Pronto: novamente o EIA-RIMA será derrubado (ou qualquer que seja o estudo ambiental que apresentem), e não se terá obra nenhuma. Novamente teremos a algazarra dos SLLQC acusando tal entidade ou tais pessoas de impedirem o crescimento de Ribeirão, quando na verdade a estultice deles é o fator impeditivo do progresso saudável e cidadão, como podemos apreciar pela forma como recentemente foi aprovada a revisão da lei de Uso e Ocupação do Solo, admitindo loteamentos com ruas sem pavimentação.

Mas teremos perdido, de forma irrecuperável,  mais tempo para termos o direito a um novo aeroporto que atenda às necessidades de Ribeirão e região. Terão ocorrido  custos altos, pagos com o dinheiro público e certamente alguém deverá ressarcir os cofres públicos por esse desperdício.

Pelo menos o Movimento Pro Novo Aeroporto irá pleitear esse ressarcimento e conclamar a sociedade para se mobilizar contra o marasmo das ultimas e sucessivas administrações de SLLQC que, sobretudo em épocas eleitorais,  sempre se empenham em tentar nos enganar com seus discursos  de falso interesse público. 

Agora vamos analisar a parte técnica: a pista com 2100 metros de comprimento NÂO  permitirá a operação do Boeing 767-300 cargueiro. porque os cálculos do comprimento da pista para operação desse equipamento, com carga plena, é de  3290 metros, conforme memorial da Aeronáutica dimensionado especificamente para o Leite Lopes:


Pela tabela acima, nenhum avião cargueiro poderá operar no Leite  Lopes com pista de 2100 metros com carga plena. Portanto, se essa aeronave não puder  decolar do Leite Lopes com carga plena,   operando com meia carga, o frete será maior que o normal e perderá a competitividade.

Isso é básico e qualquer economista sabe disso. O que certos “economistas” SLLQC parecem desconhecer é que avião para pousar  precisa de pista com comprimento compatível e esse comprimento não depende de leis de mercado, de vontades, desejos ou birras mas simplesmente das Leis da Física. Para ser competitivo a pista tem que ter, no mínimo, fora as áreas de escape, 3300 metros de comprimento. 2.100 metros não servem. Ponto final.

Ou seja, o equipamento B-767-300 somente poderá operar no Leite Lopes com pista de 2.100 metros com redução significativa de segurança patrimonial (que o seguro paga), da tripulação (que o INSS paga) e da comunidade do entorno que não recebe nada e cujos custos somos nós todos que pagamos. E teremos um aeroporto meia boca!

Como sempre tem ocorrido em outras ocasiões passadas, toda a empáfia desses discursos, não passa de puro  besterol dos SLLQC para mostrar serviço ou, como diria Bogage em seu soneto XIV, “doutores na asneira, na ciência burros...logo os diques da asneira arrebentam!”

Abaixo o Projeto do Puxadinho/puxadão dos SLLQC, que afirmam não ser ampliação, para guardar no arquivo “Besteirol SLLQC”:



Pelo que observamos na planta acima, parece que agora melhorou porque não precisa mais de avião com marcha à ré. Aprenderam!    Por outro lado, tem um predinho bem na frente da pista. Se houver falha na frenagem, vai ser igualzinho ao de Congonhas com o avião embicando dentro do prédio.  Até isso eles previram para imitarem Congonhas. Agora só falta derrubar o pequeno obstáculo natural situado defronte a cabeceira do aeroporto – O Morro da Vitória...

Brincadeiras à parte, agora vamos à parte final, que comprova que o poder público ainda não perdeu a cultura de desapropriar pobre, abaixo do custo real, para fazer obra para rico.

Somando as áreas a serem desapropriadas informadas na reportagem, teremos 352.000 m² e o valor mínimo para desapropriação seria entre  R$ 12.320.000,00 e R$ 15.840.000,00 com dados de 2008. Quanto é mesmo que o Governo do Estado está pensando em pagar? Apenas R$ 5.000.000,00!  Voltamos a 2007, quando o Movimento Pro Novo Aeroporto – Congonhas em Ribeirão Não! demonstrou que os valores indicados para as desapropriações pelo EIA-RIMA (que foi derrubado) eram menos da metade do valor real a ser pago. Será que teremos, novamente,  que ensinar o Governo do Estado a fazer contas de desapropriação?

Precisamos fazer mais algum comentário?

Precisamos sim:

Povo bem informado jamais será enganado

e continuamos convictos que uma das saídas para dar um basta a esses  atos teatrais para impedirem a construção do novo aeroporto é a de assumir uma atitude:

Em 2012 não vote em político de 3ª Linha: vote em Estadista

E para encerrar

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!


* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

EIA-RIMA, RAP ou RARAM são denominações para diversos estudos de impacto ambiental que diferem entre si apenas na sua abrangência. O EIA-RIMA que é o mais completo, é  obrigatório para qualquer obra de infra-estrutura aeroportuária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário