No final do
ano passado, tivemos noticias que deixaram todos os SLLQC animadaços com o
breve inicio das obras de ampliação do Leite Lopes. Alguns, mais sonhadores, já
escutavam o ronco poderoso das máquinas
de terraplenagem em ação.
Agora sim,
afirmavam, vamos poder operar grandes aviões cargueiros, o B 767-300 numa pista
de 2100 metros, (quando o mínimo operacional é 3000 metros. Mas isso não tem a
menor importância: como querer que as leis da física contradigam os desejos e
birras das leis do mercado?
O Governo
do Estado já tinha disponibilizado R$ 5.000.000 para pagar as desapropriações.
Dizíamos que,
tomando por base dados de 2008, esse valor seria no mínimo, entre
12 e 16 milhões de Reais para 352.000 m².
A CDHU já
estaria começando a fazer levantamento
topográfico da área para dar inicio ao projeto.
No dia 9/01/2012
um novo circo foi armado. O DAESP autorizou a TEAD do Brasil a construir o seu
terminal internacional de cargas alfandegado. Para isso, que é apenas um ato
administrativo a ser feito entre o DAESP, com sede em S. Paulo e o
representante da TEAD Brasil cuja sede não é em Ribeirão Preto, a ordem de
serviço deveria ser assinada em S. Paulo.
Mas não.
Tinha que ser em Ribeirão Preto. Na sede da Prefeitura Municipal de Ribeirão
Preto, tendo como testemunha (testemunha de quê?) a própria prefeita e mais uma
corte de distintos representantes de outras entidades, uma delas a DERSA, uma
empresa mista que fiscaliza obras viárias em S. Paulo.
Nessa
reunião espetacular, verdadeiro oba-oba para atrair os holofotes da mídia, abrem-se
lindos desenhos dessa ampliação que dizem não ser ampliação, mas apenas uma “empurração” da pista um pouquinho
mais para baixo, e afirmam que daqui a seis meses a um ano o terminal estará
pronto e fazendo 3 viagens semanais para Miami. E daqui a dois anos, viagens
internacionais de passageiros em vôos fretados.
E como é
que tudo isso pode acontecer se existe uma sentença proibindo a expansão da
pista? A Procuradoria Geral do Estado, segundo eles, declarou que isso não
altera o teor da sentença. Será? Não seria necessário, primeiro, que a
Procuradoria Geral do Estado consultasse o Judiciário? Ou não está consultando
por saber de antemão que a resposta será negativa?
O bom senso
nos indica que esse deveria ser o caminho. Primeiro consulta – ou questiona, dependendo
do termo jurídico que definiria esse ato – depois, caso fosse aberta a luz
verde, partiria para toda essa parafernália de festivais circenses que tem
obrigado Ribeirão Preto a assistir, para regozijo dos que querem ser enganados.
Da
estimativa de 5 milhões para desapropriações, agora já declaram que deve ser em
torno de 20 milhões (A Cidade 10/01/2012), ou seja, inicialmente a 14,00 R$/m²
passa a ser de 45,00 R$/m².
Um
levantamento preliminar já feito pela Prefeitura de Ribeirão Preto aponta que o
custo das desapropriações deve ficar em cerca de R$ 20,5 milhões, levando em
base valores aproximados de 2010. Esse é um valor estimado para a
desapropriação de uma área aproximada de 447,76 mil m², [...]
Em
declarações à imprensa (Gazeta de Ribeirão, 10/01/2012), temos:
O
diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, explicou que, após a
assinatura do convênio, previsto para ocorrer este mês, o próximo passo é obter
a licença prévia do empreendimento.
“Esse processo deve levar seis meses, e a partir daí poderemos começar
as obras.”
Existe um pequeno equivoco nesta declaração quando afirma que possa começar as obras quando tiver a
licença prévia. Esta licença só permite que seja elaborado o projeto executivo
o qual, após a aprovação total, receberá a licença de instalação e, aí sim,
poderá então começar as obras. Após as
obras prontas, poderá pleitear a licença de instalação e começar a operar.
Mas, antes de tudo isso, é necessário que o Estudo de impacto
Ambiental seja aprovado e para isso é necessária uma audiência pública e nada é
feito dentro dos cafofos da burocracia a serviço dos interesses econômicos.
Talvez a DERSA não esteja habituada a considerar os Estudos de
Impacto Ambientais como trabalhos técnico-cientificos importantes e essenciais
para análise de projetos e obras, mas apenas como meros instrumentos
administrativos, para poder executar o que
politicamente se quer, quando o interesse do poder econômico assim o
exigir, transvestido de interesse público.
Alguém precisaria informar a DERSA de que o Movimento Pró Novo
Aeroporto de Ribeirão Preto e Região já derrubou três EIA-RIMAs e se for feito
mais um, certamente que será derrubado porque o essencial não foi resolvido.
De todo este espetáculo circense, levanta-se mais uma dúvida: Foi
feito para enganar a platéia ou apenas para “mostrar serviço” de grandes
atividades políticas de uma Prefeitura e de um Governo de Estado que nada têm
feito de útil para a população, com vistas a promoção pessoal para a próxima eleição?
Segundo certos setores da mídia local os governos municipal e
estadual estariam deixando de lado as suas disputas políticas para escreverem
os seus nomes na História de Ribeirão.
Na verdade já estão na historiografia ribeirão-pretana por quererem
impedir a construção de um novo aeroporto digno e capacitado, com
possibilidades de ser ampliado para atender ao crescimento futuro das demandas
aeroportuárias de Ribeirão Preto e Região apenas para garantir os interesses
comerciais da privatização de um terminal de cargas no Leite Lopes.
Outros fatos bem interessantes consistem nos seguintes pontos:
Primeiro: Quando
apresentaram o grande projeto da “empurração” da pista, a área a ser desapropriada era de uma faixa de
80 metros de largura para uma pista de 45 metros de largura e que iria
necessitar de aeronaves com marcha à ré. Corrigiram o projeto e agora já tem
uma “empurração” também da pista de taxiagem. Agora, sim! E aumentaram
substancialmente a área a ser desapropriada.
Segundo: afirmávamos que
nada poderia ser feito sem um Estudo de Impacto Ambiental. Agora já descobriram
que precisa de um;
Terceiro: O valor inicial
das desapropriações era de 14,00 R$/m² e agora passam a ser de 45 R$/m²;
Quarto: Foi só o
Movimento Pro Novo Aeroporto “deixar escapar” que tinha solicitado ao Ministério Público Estadual que
verificasse a validade da licitação para o
Terminal Alfandegado e se não seria necessário refazer a licitação, logo
em seguida aparece a Ordem de Serviço liberando a sua construção.
Todas as impropriedades do grande e espetaculoso projeto do
puxadinho/empurração do Leite Lopes que os SLLQC apresentam e o Movimento Pro
Novo Aeroporto aponta, imediatamente eles corrigem.
Como todo o projeto SLLQC é uma impropriedade, logo mais eles se
convencem e começam a construção do novo aeroporto. Afinal de contas, se
tivessem começado em 2007, hoje já estaria pronto ou perto da inauguração. Não
temos ainda um novo aeroporto porque os
políticos que nós temos tido (e
continuamos a ter) não deixam e que são
elevados aos píncaros da glória pela mídia na sua função de manipulação da
opinião pública.
De qualquer forma, quem se dispuser a comprar passagem para Miami,
diretamente de Ribeirão Preto, deve segurar as pontas mais um pouquinho. Vai
poder fazer isso sim, não a partir do Leite Lopes, mas sim do futuro Aeroporto
Internacional de Ribeirão Preto.
Por isso exigimos:
Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área
já!
E um dos meios de conseguir isso, passa por
Em 2012 não vote em
político de 3ª Linha: vote em Estadista
* SLLQC
É o grupo de
pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo
para Ribeirão Preto e que entendem que Só
o Leite Lopes
a Qualquer Custo
lhes serve.
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