sábado, 28 de janeiro de 2012

RESENHA DA IMPRENSA – JANEIRO DE 2012


(Quando a concepção mística da infalibilidade de
equipamentos mecânicos tenta substituir a prevenção)


A análise das principais noticias sobre o Leite Lopes e o Aeroporto Internacional de Ribeirão (que não são a mesma coisa) é atividade corriqueira do Movimento Pro Novo Aeroporto, dentro de suas atividades de esclarecimento e de derrube da manipulação midiática.

Esta manipulação da opinião publica iniciou-se em 1997, quando do anúncio dos estudos para internacionalização do Leite Lopes e sempre vem a tona, sistematicamente, logo  após qualquer anúncio, promessa de obra  ou festival circense,  feito pelos SLLQC*.

Em 2011, publicamos uma série de artigos, como “Acidentes não acontecem por fatalidade ou por causas fortuitas“, “Tragédia Anunciada”,  entre outros, nos quais denunciamos e demonstramos porque as características do Aeroporto Leite Lopes  sendo “Internacional de Cargas” o transformariam num novo Congonhas e impediriam Ribeirão Preto  e região virem a dispor, no futuro, de uma aeroporto capacitado a sustentar o desenvolvimento regional.

Em 2012, novamente os teimosos SLLQC defendem  irresponsavelmente, a ampliação do Leite Lopes como sendo não apenas a única alternativa mas que já está definitivamente selada e que nada mais existe para ser discutido, como sugere o seguinte trecho da reportagem que vamos analisar e comentar: Apesar das obras de internacionalização do Aeroporto Leite Lopes, previstas para começar ainda este ano [...].

Mas pode ser discutido sim,  deve sê-lo e vamos fazer isso, comentando a reportagem no Gazeta de Ribeirão do dia 22/01/2012 e, como sempre os grifos são nossos:

Apesar das obras de internacionalização do Aeroporto Leite Lopes, previstas para começar ainda este ano, a pista para pousos e decolagens do terminal ainda será menor que 25 dos 32 aeroportos internacionais espalhados pelo País. Segundo a Tead Brasil, responsável pela construção do terminal aeroportuário de cargas em Ribeirão, o comprimento da pista é ideal para operação de aeronaves cargueiras do tipo 767-300, com capacidade para transportar até 54 toneladas. As obras de expansão da pista colocarão o terminal ribeirão-pretano em 25º lugar no ranking das maiores pistas entre aeroportos internacionais do Brasil (veja quadro ao lado).
O pacote de investimentos anunciados no início do mês pelo governo estadual aumenta de 1,8 mil metros para 2,1 mil metros a extensão útil da pista do Leite Lopes, o que permite a operação de voos internacionais. O diretor da Tead, Rubel Thomas, afirmou apenas que o tamanho da pista “penaliza” a decolagem da aeronave, embora tenha garantido não há riscos à segurança. “Em uma pista como esta, a aeronave não pode decolar coma carga máxima, mas isso é comum em outros aeroportos do País”, disse.
O tamanho da pista não é o único critério determinante para a internacionalização. Também pesam itens como a localização do aeroporto. O terminal de Curitiba, por exemplo, tem apenas 1,3 mil metros de pista, mas não fica em área urbana, como é o caso de Ribeirão.
Para o especialista em aviação civil, o engenheiro Celso Agioli, mesmo com a ampliação da pista, o Leite Lopes apresenta riscos. “Aeroportos urbanos, dentro das cidades, como Congonhas, Santos Dumont e Leite Lopes, têm pistas com mínimas áreas de escape.
Mesmo com a ampliação da pista não dá para ignorar os riscos que esses aeroportos oferecem.
O engenheiro Romualdo Sanches concorda com os riscos apontados por Agioli, mas disse apostar na tecnologia da aeronave para coibir acidentes. “Uma pista pequena não necessariamente representa perigo. As aeronaves maiores têm mais recursos e sofisticação tecnológica que permitem o pouso com velocidades menores e a frenagem com eficiência.”

Sempre que a mídia alardeia a histeria circense de novas ações governamentais sobre a internacionalização do Leite Lopes, o Movimento Pro novo Aeroporto é questionado no seu blog de que está agindo contra os interesses de Ribeirão, porque Ribeirão Preto tem pressa na transformação do seu aeroporto em internacional de cargas.  

Costumamos perguntar, como resposta: Tem pressa para quê? Para ter um aeroporto medíocre e inseguro?

A resposta está dentro da reportagem: a pista para pousos e decolagens do terminal ainda será menor que 25 dos 32 aeroportos internacionais espalhados pelo País.

Que maravilha! Quando as outras cidades construírem os aeroportos novos (algumas já estão fazendo isso) Ribeirão Preto passará a ter um dos piores aeroportos internacionais do país. Uma verdadeira honra ao mérito da mediocridade!

Na verdade a situação do Leite Lopes é pior do que indica a reportagem porque o comprimento depende da altitude da pista. Ou seja, quanto maior a altitude, maior o comprimento de pista necessário. Mas essa informação é técnica e se não é obrigação da reportagem de conhecer,  deve  permitir aos técnicos que têm a obrigação de saber, espaço para tal divulgação.

“[...] o comprimento da pista [2.100 m] é ideal para operação de aeronaves cargueiras do tipo 767-300, com capacidade para transportar até 54 toneladas.“ é uma afirmação falsa com o intuito de justificar um empreendimento puramente comercial porque não pode ser o ideal se para a altitude da pista do Leite Lopes o comprimento mínimo é de 3290 metros, logo, o citado cargueiro apenas poderá decolar com carga inferior à sua capacidade, ou seja, será um aeroporto cargueiro de meia carga ou, como se costuma falar no popular, é meia boca.

A confirmação desse fato está na própria declaração do “O diretor da Tead, Rubel Thomas, afirmou apenas que o tamanho da pista “penaliza” a decolagem da aeronave. Em uma pista como esta, a aeronave não pode decolar com a carga máxima, mas isso é comum em outros aeroportos do País”. 

É claro que é comum em outros aeroportos do país, exatamente 7,  já que o Leite Lopes ficaria em 25º lugar numa conjunto de 32, ou seja, quando se compara o Leite Lopes com os outros aeroportos só se reportam aos piores, nunca aos melhores e aí teremos pelo menos 24 aeroportos muito melhores e que deveriam servir de exemplo e nortear o  Aeroporto Internacional de Ribeirão Preto.

Apenas a opinião de certos setores interessados exclusivamente na exploração econômica de um terminal de cargas é que pode achar que um aeroporto meia boca é o ideal, no mais puro exercício da mediocridade.

Mas referido empresário, atuando como “expert em segurança”,  extrapola em suas capacitações quando  afirma que “embora tenha garantido não há riscos à segurançana medida em que a pista não tem o comprimento mínimo necessário, não dispõe de  áreas de escape adequadas e está localizada em área urbana densamente ocupada.

É claro que ele não pode dar opiniões e principalmente garantias sobre assuntos que não são de sua área de conhecimento pois “Para o especialista em aviação civil, o engenheiro Celso Agioli, mesmo com a ampliação da pista, o Leite Lopes apresenta riscos. “Aeroportos urbanos, dentro das cidades, como Congonhas, Santos Dumont e Leite Lopes, têm pistas com mínimas áreas de escape. Mesmo com a ampliação da pista não dá para ignorar os riscos que esses aeroportos oferecem.”

O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre se refere ao risco à segurança no Leite Lopes para operações de maior envergadura  que a aviação geral e executiva. Como Aeroporto Internacional ou mesmo como aeroporto regional do porte necessário a Ribeirão Preto e região, o Leite Lopes é absolutamente inadequado.

Em contrapartida, “O engenheiro Romualdo Sanches concorda com os riscos apontados por Agioli, mas disse apostar na tecnologia da aeronave para coibir acidentes. “Uma pista pequena não necessariamente representa perigo. As aeronaves maiores têm mais recursos e sofisticação tecnológica que permitem o pouso com velocidades menores e a frenagem com eficiência.”  que corrobora a concepção mística da infalibilidade de equipamentos mecânicos. Tudo o que afirmou é verdadeiro se tudo correr às mil maravilhas. Se não chover, se a pista não estiver emborrachada. Se o freio aerodinâmico funcionar, se o reverso   entrar em ação. Se o piloto não se atrapalhar, se....

Quando alguma coisa falha, então acontecem as tragédias, ditas depois como sendo um acidente. E como acidentes acontecem fica tudo por isso mesmo. Congonhas em 2007 que o diga. O reverso não funcionou, o avião acelerou, estava chovendo com pista emborrachada e morreram 200 pessoas. Se a pista não fosse curta, se tivesse área de escape adequada, não teria acontecido nada mais que um incidente e 200 pessoas teriam algo para contar a seus netos.

Morreram carbonizadas porque alguém afirmava a pés juntos que não existem problemas em aeronaves operarem em pista curta, porque as condições de segurança pelas sofisticações tecnológicas das modernas aeronaves, etc e tal. Era um A320, era uma aeronave moderna cheia de sofisticações tecnológicas.

Mas na engenharia não  existem acidentes. Existe ou erro de execução ou de projeto ou ainda falta de prevenção, comumente decorrente de motivações econômicas – maximização do lucro - em detrimento das recomendações técnicas. E uma das obrigações do engenheiro, pelo Código de Ética está em garantir a incolumidade das pessoas, entre outras obrigações que não têm nenhuma relação com desempenho econômico, que deve ser sempre secundário em relação à preservação da vida.

Por isso, pista curta não pode ser apoiada tecnicamente, mesmo que aviões tenham todos os recursos para melhorar a segurança. Quanto mais seguro o equipamento, menor o prêmio do seguro a ser pago à seguradora. Fora isso, é o aeroporto que tem que ser absolutamente seguro!

Permitir o uso de pista curta e sem áreas de escape sob a alegação de que os aviões são mais seguros é negligência dolosa já que se sabe o risco aeroviário que pode advir desse ato insensato. É coisa de burocrata sem responsabilidade técnica ou de técnico irresponsável. Algumas pessoas estão respondendo criminalmente pela tragédia de Congonhas. Gente burocrata, nenhum técnico e por isso Congonhas continua operando dessa forma irresponsável.

Por isso as verdadeiras forças vivas da cidade exigem:

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!

Sabemos que apenas pela luta e a pela mobilização popular poderemos conseguir um novo aeroporto seguro e adequado para Ribeirão Preto e região.  Sabemos também que será necessária a mobilização política que se refletirá nas eleições próximas. 

Necessitamos que o futuros executivo e legislativo estejam à altura das demandas da cidade e não sejam servos fiéis de uma pequena elite local, imediatista e sem visão de futuro, como ocorreu recentemente com a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que foi votada por vereadores que nem se dignaram ler o projeto de lei, quanto mais entendê-lo, apenas porque o executivo mandou aprová-lo a toque de caixa, privilegiando certos interesses especulativos em detrimento dos interesses coletivos.

É essa Câmara Municipal que não queremos mas que a merecemos porque os seus integrantes só estão lá porque nós votamos neles.  E tanto faz se forem 20, 27, 5 ou 200.  Mas temos solução para isso:

Em 2012 não vote em político de 3ª  linha: vote em estadista


* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Movimento Responde


O abaixo assinado do Movimento Pró  Novo Aeroporto, as ocupações do entorno do Leite Lopes, as atividades dos “gatos” e a ampliação das favelas, e as eleições de 2012.

Caro Jose Augusto,

Todas as mensagens recebidas, mesmo as que nos criticam, são sempre bem-vindas porque assim podemos discutir o aeroporto de Ribeirão e, por tabela, a própria cidade.

Respondemos dentro de sua mensagem. Com fonte azul o seu texto, fonte preta o nosso.


Em 19 de janeiro de 2012 19:22, José Augusto Ravaneli <joseaugustoravaneli@gmail.com> escreveu:


NÃO POSSO ASSINAR ESSE ABAIXO ASSINADO, POIS A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO AEROPORTO DEMORARIA ALGUNS ANOS ATÉ SER FINALIZADO., RIBEIRÃO NÃO PODE MAIS ESPERAR.

Ribeirão espera a construção de um novo aeroporto faz mais de 15 anos, porque sempre tem alguém com pressa em inaugurar um aeroporto obsoleto e incapaz de ser adequado como vetor de desenvolvimento regional. E a pressa nunca tem como objetivo prover o desenvolvimento de Ribeirão mas sim apoiar a instalação de interesses econômicos que nem são locais. Foi o caso em 1997/99 e o atual.


Mas, quando se afirma que “Ribeirão não pode mais esperar”, o que é que significa realmente?  São os interesses de Ribeirão ou apenas os interesses de um grupo econômico que tem pressa em ganhar dinheiro e por isso não pode mais esperar?

Todos os técnicos ouvidos foram unanimes em afirmar que o Leite Lopes não é capacitado a nada mais do que ser um aeroporto regional medíocre, incapaz sequer de agüentar o crescimento da demanda de vôos domésticos, além dos riscos aeronáuticos  em razão de estar situado em área densamente habitada.  A reportagem do Gazeta de Ribeirão de 22/01/2012 é muito clara nisso, quando transcreve a opinião de técnicos especializados.

Ribeirão pode muito bem esperar 3 a 5 anos para ter um aeroporto novo. Porque esse é o tempo necessário para ser construído. Se em 2008, quando da sentença que impedia a ampliação da pista, tivessem começado as obras, este ano já estaríamos inaugurando o novo aeroporto, decente e adequado. Não estamos nesse futuro exatamente porque insistem em não deixar, porque têm pressa. 

AI VEM A PERGUNTA, QUEM ESTAVA INSTALADO PRIMEIRO, O AEROPORTO OU AS CASAS OU OS CASEBRES QUE INVADIRAM AREAS PÚBLICAS E PRIVADAS.

O aeroporto só existe a partir de 1984. Até lá era um campinho de aviação. Não por questões semânticas nem ideológicas mas simplesmente por definições técnicas. E um campinho de aviação para uso por aeronaves de pequeno porte de aviação geral não causa nenhum dano ao entorno.

Nessa época poderiam muito bem ter começado a construir um aeroporto novo mas não o fizeram. Já existiam estudos nesse sentido. Imaginavam que o leite Lopes poderia continuar pequenininho porque só atenderia às elites locais. Nunca acreditaram no potencial econômico da região. E continuam pensando assim mesmo com um movimento de passageiros que este ano ultrapassou a casa dos 1.300.000!

Os bairros do entorno já existiam desde a década de 50 e os outros, da COHAB foram entregues na década de 70.  Todos com registro em cartório e com habite-se, portanto, não são invasões. As favelas que já existiam desde a década de 70 tendo aumentado  por falta de políticas publicas de habitação popular.

A propaganda oficial sempre insistiu na falácia de que a expansão urbana é que estrangulou o Leite Lopes, quando isso não é verdade. E, o que  é pior, insinuando que essa ocupação foi ilegal, irregular e proveniente de invasões. Lembramos que desde 1995, por Lei Municipal (Plano Diretor) já se recomendava a saída do Leite Lopes para local adequado. Portanto, não foi o crescimento urbano que invadiu o aeroporto mas sim o aeroporto que invadiu comunidades devidamente instaladas e socialmente consolidadas.

A sua afirmação, aqui comentada e esclarecida, apenas confirma como essa propaganda oficial foi muito bem feita.

CREIO, JÁ TER PASSADO DA HORA DE AGIRMOS POR FINALIDADES ELEITORAIS, ÉCHEGADO A HORA DE PENSARMOS MAIS EM RIBEIRÃO PRETO.

Os principais problemas  de Ribeirão Preto devem-se à atuação política a serviço de interesses econômicos pontuais e dos amigos do rei eleito.

Haja visto o que aconteceu recentemente com a nossa Câmara Municipal e a pretensa aprovação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, que no mesmo dia da votação, conseguiram elaborar um substitutivo e que foi “aprovado” sem que os vereadores sequer o tivessem lido, muito menos estudado e entendido uma lei de alta complexidade como essa.

Foi necessária a intervenção do poder judiciário, o que é uma vergonha para o nosso legislativo e principalmente para o povo de Ribeirão Preto que vem convivendo com esses políticos de terceira linha faz décadas.

A questão do Leite Lopes e a construção de um novo aeroporto é uma questão política, embora não partidária. Ela apenas se resolverá com a renovação moral da Câmara Municipal deles para que volte a ser a nossa Câmara Municipal, que Ribeirão Preto precisa e merece.

Por isso o Movimento Pro-Novo Aeroporto também tem finalidades eleitorais, não eleitoreiras nem partidárias, mas sim cidadãs. Por isso insistimos que se essa Câmara Municipal tem funcionado dessa forma deve-se aos políticos que lá colocamos nas últimas décadas. Por isso devemos nos redimir e

Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista

Se a nossa campanha eleitoral for bem sucedida, teremos uma Câmara Municipal cidadã, um executivo interessado no desenvolvimento da cidade e não do dos amigos financiadores e, como consequência óbvia, um novo aeroporto será construído porque esse é o interesse da cidade e da região.

PARA CONCLUIR, EU GOSTARIA DE QUE  QUEM ENCABEÇOU ESSE ABAIXO ASSINADO PROCURASSE SE INFORMAR MAIS SOBRE A COMISSÃO FORMADA NA CÂMARA DE VEREADORES QUE DETECTOU QUE A OCUPAÇÃO DAQUELAS ÁREAS NADA MAIS FOI POR INICIATIVA DE PESSOAS INESCRUPULOSAS QUE AGENCIAVAM  TODAS SEMANAS DOIS ÔNIBUS QUE TRAZIAM MIGRANTES DE VÁRIAS PARTES DO PAÍS COM PROMESSAS DE EMPREGOS E  TAMBÉM COM A FINALIDADE DE COMERCIAR BARRACOS E ÁREAS QUE NÃO LHES PERTENCIAM.


Vários pontos a serem considerados nessa sua afirmação que é muito importante e pertinente:

O primeiro é que não existe nenhuma relação entre o abaixo assinado por um novo aeroporto e o sistema fundiário do entorno do Leite Lopes.

O fato é que se o aeroporto for relocado, a forma de ocupação poderia ser diferente da que está sendo imposta pela administração publica e que inclusive teve repercussão negativa pela extrema violência usada.

Como segundo ponto a ser analisado, se vieram vários ônibus com migrantes com promessas de empregos, certamente que foram aliciados por “gatos” a serviço de empresas para arrumarem mão de obra não qualificada e barata.

E isso nada tem a ver com o aeroporto mas sim com uma política trabalhista de certos setores empresariais que, quando não mais precisarem desses trabalhadores, os descartam. Na falta de outro emprego e de alojamento, essas pessoas passarão a inchar favelas ou a construir novas.

Independentemente das razões para essa imigração, uma parte desses migrantes ocupou espaços vazios ou inchou as favelas mas não exclusivamente por causa do Leite Lopes mas por falta de emprego e de políticas publicas nos seus municípios de origem.

Podemos concluir que não existe nenhuma relação de causa e efeito entre o Leite Lopes, o Movimento pro  Novo Aeroporto e seu abaixo assinado  e as atividades dos “gatos” e da ampliação das favelas que ocorreram em todo o município. E se pessoas inescrupulosas agiram de má fé, isso é caso de policia.

Inclusive devemos  lembrar que os governos municipais para justificarem a desocupação de favelas que atrapalhavam a ampliação do Leite Lopes, em 2007 fizeram um cadastro para garantirem a seus moradores a possibilidade de “ganhar uma casa”, frase essa muito divulgada, como meio de arregimentar simpatia e apoio às pretensões da ampliação, não apenas na população a ser diretamente atingida mas também para as pessoas bondosas com preocupações assistenciais, mas ingênuas o suficiente para acreditar nessas balelas de propaganda política e eleitoreira.

Talvez essas falsas promessas tenham atraído novos migrantes para “pegarem a boquinha” mas se houve má fé, ela deverá ser atribuída às autoridades que as divulgaram com a finalidade de alcançarem objetivos políticos eleitoreiros.

Ninguém ganhou casa. Foram transferidos “na marra” e ganharam um financiamento para pagar. Conforme  foi noticiado, algumas dessas casas já apresentam grandes problemas estruturais e os bairros totalmente desestruturados urbanisticamente para atender à nova demanda criada.

Uma completa falta de planejamento, o que nos reporta, de novo, àquela “aprovação” da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, que chegou a prever ruas sem pavimentação nos conjuntos habitacionais de interesse social, ou seja, bairros para amontoar pobre.

Estas propagandas de “ganhar casa” além de todas as outras artimanhas politico-eleitoreiras, como a velha técnica do sopão, sempre foram utilizadas com o objetivo de manipulação da opinião pública. É por isso  que o Movimento Pro Novo Aeroporto promove campanhas de esclarecimento porque considera que

O Povo Esclarecido jamais será iludido


FINALIZANDO, ANTES DE EMBARCARMOS EM MOVIMENTOS É IMPRESCINDÍVEL QUENÃO NOS ALINHEMOS COM NENHUM POLÍTICO OU PRÉ-CANDIDATO.

JOSÉ AUGUSTO RAVANELI


É uma recomendação sábia e é um critério que  o Movimento Pro Novo Aeroporto segue à risca desde o seu inicio.  O que não podemos é imaginar que este Movimento Popular possa ser manipulado pelos eventuais pré-candidatos, porque desde 1995 já passaram muitos e os que foram eleitos não só tentam impedir a construção do aeroporto que Ribeirão Preto precisa, por todos os meios disponíveis, inclusive usando a mídia como meio de manipulação da opinião pública.

Mas é indiscutível que existe, por parte do Movimento Pro Novo Aeroporto um viés político baseado na cidadania.

Não defendemos nenhum pré- candidato, mas repudiamos todos aqueles que, tendo nas mãos e na legislação vigente a obrigação de exigirem do Governo do Estado um novo aeroporto, se submeterem a interesses menores e a campanhas de marketing político para que o Leite Lopes seja ampliado, temporalmente possível de ser feito durante o seu mandato.

Repudiamos também todos  aqueles que representam as oligarquias locais, que sempre praticaram a política baixa, como ficou patente na forma como tentaram a aprovação da lei de Uso e Ocupação do Solo, e que conseguiram ser desmascarados por um pequeno grupo de vereadores autênticos com o recurso do Poder Judiciário.

Mas essas oligarquias tiveram um mérito: demonstraram como os seus servos agem e com isso conseguiram a indignação geral do povo ribeirãopretano, indignação essa que é compartilhada pelo Movimento Pro Novo Aeroporto. São os mesmos que servem à oligarquia que luta contra o novo aeroporto porque têm pressa em implantar os seus negócios, mesmo que à custa do futuro de Ribeirão e região.

O Grupo Gestor

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

OS BONS EXEMPLOS DE AEROPORTOS NACIONAIS


Quando se criticam as iniciativas de ampliar o Leite Lopes, entre outras razões, por estar dentro de área urbana, densamente habitada, logo os defensores do puxadinho/puxadão afirmam que essa situação é comum e até desejada e não tem nenhum problema.

Quando o Movimento Pro Novo Aeroporto divulga  que um aeroporto não demora mais que três a cinco anos para ser construído, logo “especialistas” como a nossa atual  prefeita, erguem a voz e afirmam que no mínimo demora 10 anos. Um senhor deputado, potencial candidato à prefeitura este ano de 2012, conseguiu inflacionar o prazo para 40 anos.

Com a finalidade de manipular a opinião pública a favor de seus argumentos, utilizam-se do instrumento da chantagem emocional ao anunciar, com grande espaço na mídia,  que ou se faz a ampliação do Leite Lopes ou o DAESP abandona Ribeirão e não teremos nenhum aeroporto, ao que costumamos responder que se o DAESP não quer, é um problema dele porque se a iniciativa privada ou mesmo a prefeitura quiserem podem construir um e muito melhor que os administrados pelo DAESP.  Aí retrucam com aquele ar de superioridade característico dos grandes conhecedores: Não pode. Só o DAESP ou a União podem construir aeroportos.  E, pronto, “falou tá falado”!

Agora que já passou a fase da histeria do último espetáculo circense da administração municipal em conjunto com a estadual sobre o quase inicio das obras de “empurração” da pista  e da imediata construção do fenomenal Terminal de Cargas, podemos voltar à nossa rotina de esclarecimento para contrabalançar a manipulação midiática.

Em artigos anteriores já mencionamos boas iniciativas em Baurú ,  São José do Rio Preto, São Gonçalo, entre outros.

Agora chegou a vez de falar de Maringá, cidade com pouco mais da metade da população de Ribeirão Preto. Segundo a Wikipédia,

Maringá é um município brasileiro, localizado no norte central do estado do Paraná. É uma cidade média-grande planejada e de urbanização recente, sendo a terceira maior do estado e a sétima mais populosa da região sul do Brasil. Destaca-se pela qualidade de vida e por ser um importante entroncamento rodoviário regional. A cidade é uma das mais arborizadas do país.
De acordo com o IBGE, Maringá possui uma população de 357.117 habitantes.

Maringá resolveu construir um aeroporto internacional com recursos próprios: constituiu a empresa municipal Terminais Aéreos Maringá e a construção do Aeroporto Sílvio Name Júnior teve início em Outubro de 1994 e foi concluída em Julho de 2000, ou seja, demorou 5 anos e 9 meses. É claro que se dispusesse de maior fluxo de caixa, a obra demoraria menos.
Este fato contradiz em absoluto o que os  nossos “especialistas” e futuros pré-candidatos à prefeitura[i] afirmam.

Talvez um aeroporto possa levar mais de 10 anos, até 40 anos, para ser construído, mas por causa das diversas paralisações por ordem judicial ou do Tribunal de Contas, motivadas pelas mais diversas irregularidades. Mas isso é do âmbito policial e não da engenharia.

No projeto original já está prevista a próxima ampliação e, note-se, em lugar daquelas escadinhas ridículas que  eles chamam de rampas, prevêem  pontes móveis!  Nessa ampliação, os passageiros não vão precisar de galochas e guarda chuvas em dia de temporal!

A localização é em área  rural e existe um plano diretor do entorno para garantir que não hajam problemas futuros com a expansão urbana!

Agora algumas fotos para comparar com o Leite Lopes:



Vista parcial do aeroporto de Maringá, completamente externo à área urbana, podendo ser ampliado à vontade para atender às futuras demandas. Já estão prevendo a construção de uma segunda pista.





Vista interna do Terminal de Passageiros, atualmente com um movimento de 280.000 passageiros/ano, um terço do movimento atual do Leite Lopes.

E o projeto já inclui a futura ampliação desse terminal de passageiros, para o uso de pontes móveis:



Toda a cidade progressiva em pleno desenvolvimento deseja e implanta aeroportos decentes e que dignifiquem a cidade, com respeito aos seus cidadãos. Espontaneamente. Maringá, Bauru, Natal entre outras.

Só em Ribeirão Preto precisamos organizar um Movimento Popular para enfrentar um grupinho que faz questão de ampliar o Leite Lopes para atender aos interesses de uma empresa transportadora que também poderia construir o seu Terminal de Cargas no aeroporto novo, mas a ganância do lucro imediato é mais importante do que a cidadania e que as necessidades de Ribeirão Preto e região.

Todos os projetos de ampliação do Leite Lopes, inclusive o do Terminal de Passageiros denota a total indiferença dessas autoridades para com o ribeirão-pretano: em Maringá e em todos os outros existe arquitetura; no Leite Lopes não passa de um galpão.

Uma cidade do porte de Ribeirão Preto, apresentar-se com um aeroporto internacional de passageiros como o que eles querem fazer no Leite Lopes, é simplesmente degradante.

O Leite Lopes internacional não é o aeroporto que Ribeirão Preto e a região merecem.

Para se recuperar a dignidade da cidadania perdida nas últimas décadas, com sucessivas administrações a serviço de negócios e não da cidade, só existe uma alternativa:

Em 2012 não vote em político de 3ª Linha: vote em Estadista

E porque continuamos na luta cidadã, exigimos:
Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!




[i] Ribeirão Preto está muito mal servido de pré-candidatos à prefeitura este ano, assim como aconteceu  em todas as outras eleições. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Movimento Responde : Exemplo para o Brasil e a Importância do Debate


O Movimento Responde – Exemplo para o Brasil

Lydia Maria Goritzki
cincopedrinhas@gmail.com
Para movimentonovoaeroportoribeiraopreto+owner@googlegroups.com
De:
Lydia Maria Goritzki (cincopedrinhas@gmail.com)
Enviada:
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012 03:35:00
Para:
movimentonovoaeroportoribeiraopreto+owner@googlegroups.com

BRAVA GENTE DE RIBEIRÃO PRETO!

Desejo a vocês cada vez mais FORÇA para levar adiante
este movimento tão significativo para o Povo de vossa terra.
O que vocês querem é BOM!

E a VITÓRIA de vocês será importante não só para a comunidade
de Ribeirão Preto e regiões circunvizinhas, mas para todo o BRASIL,
como exemplo de CIDADANIA: de CONSCIÊNCIA, CORAGEM, FÉ!

VAMOS QUE VAMOS!

Lydia Hortélio

_________________________________________________________
Lydia
Agradecemos as suas palavras de apoio e de incentivo  e as redirecionamos para todos os Movimentos Sociais que lutam pelos direito de cidadania dos chamados não-gente que compõem os 99% da população.

Embora cada Movimento atue no seu quadrado, todos lutam para que os interesses econômicos e financeiros dos chamados 1% não se sobreponham aos direitos dos cidadãos e dos povos.

Grupo Gestor

__________________________________________  


De : weser tambelline scavazzini weser24@hotmail.com
9 jan (1 dia atrás)

Caro Amigo , temos que parar de pensar que Ribeirao Preto , não pode isso não pode aquilo , hoje a realidade de nossa cidade e outra , temos que trazer novos investimento para a nossa querida Ribeirão Preto , paramos no tempo e hoje temos que correr atras para que tudo de bom venha para a nossa cidade , lembra da nova rodoviaria atras do educandario , se isso acontecesse iriamos quebrar o centro de Ribeirao Preto e o custo viário seria de R$ 25.000.000,00 milhões para os nossos cofres , e quem pagaria a conta seriamos nós, vamos nós unir para que este aeroporto seja ampliado ali mesmo para que venha mais emprego para nossa cidade , é Ribeirão para frente , obrigado.

_______________________________________________  

Caro Weser,

Ao contrário dos interesses ligados à ampliação do Leite Lopes para implantação de um  terminal de cargas mediocre, custe o que custar, nós gostamos e apreciamos o debate. Por isso a sua mensagem é, para nós, muito importante.

Muito interessante a sua citação da rodoviária. Os interesses econômicos ligados à transferência da rodoviária do local onde ela está nunca estiveram preocupados com as implicações socioeconômicas da cidade mas apenas se seria ou não um bom negócio para eles.

A coisa chegou a um ponto tal para justificarem a transferência que conseguiram um  Estudo de Impacto de Vizinhança onde se afirmava que a rodoviária nem dispunha de um ponto de táxi. Logo, justificada a urgência e a necessidade da transferência.

Inicialmente era para ser na antiga Matarazzo, com saída pela Via Norte. Um local onde os ônibus precisariam de motor de popa na época das enchentes e cuja localização não dispunha de um sistema viário que permitisse a manobra dos ônibus estradeiros de hoje.

Constatado o ridículo da proposta, logo passaram para o Educandário. Lugar que nem sistema viário de acesso aos ônibus possuía mas muito interessante para a especulação imobiliária do entorno. Felizmente conseguimos parar com esse projeto. 

Quando um comerciante vai abrir o seu negócio, costuma estudar as diversas alternativas de localização, o ponto e muitos outros itens. Não abre o seu negócio em qualquer lugar. Primeiro estuda e estuda com muito cuidado e profissionalismo.

O mesmo deveria ser feito com relação à localização de uma rodoviária. Seria necessário, em primeiro lugar, elaborar um plano de transporte público de massa, incluindo a futura implantação de um sistema metroviário. A partir daí estudar onde é necessário implantar os terminais de ônibus e dos quais um, ou mais, sejam também rodoviários.

Mas em Ribeirão isso não é feito. Nada se planeja, apenas se seguem os interesses imediatistas dos amigos do rei eleito. Por isso Ribeirão está como está. Está bem atrasada em relação ao que poderia e deveria ser.

Se Ribeirão fosse uma cidade sustentável, não precisaríamos ir atrás de ninguém para investir aqui. Os bons investidores fariam isso espontaneamente.

O mesmo raciocínio se aplica ao Leite Lopes. Foi feito um estudo sobre a ampliação do Leite Lopes para transformá-lo num aeroporto internacional, no mesmo estilo do EIV da Rodoviária, apenas para “provar” a sua viabilidade. Pela análise e contestação da qualidade desse estudo, ficou demonstrado que um aeroporto internacional não cabe nem pode se localizar no Leite Lopes. Um aeroporto internacional de verdade, que possa atender às necessidades de Ribeirão Preto e região necessita de uma área mínima de 1500 a 2000 ha. O Leite Lopes tem 170!

Comerciante estuda muito bem onde implantar o seu negócio, que é de uma complexidade muitíssimo pequena comparada com a de implantação de um aeroporto internacional. Mas estuda.

Com relação ao aeroporto internacional de Ribeirão e região, certos setores acham que não é necessário estudar nada. Basta ter vontade e pronto. Para esses setores, o achismo já está de bom tamanho e é o que Ribeirão precisa e merece.

Basta o interesse de uma empresa transportadora em implantar o seu terminal no Leite Lopes para começar a ganhar dinheiro o mais rápido possível, que já está de bom tamanho para a cidade? E os custos para a cidade e sua população, quem paga? Nós todos!

A licitação para a implantação do terminal foi em 2003.  Como o projeto e construção de um aeroporto decente demora de 3 a 5 anos para ser implantado e  entrar em operação, em 2008 já poderíamos ter inaugurado esse aeroporto, com um terminal de cargas junto. Estamos em 2012 e não temos nada. Nem mesmo o terminal.

Somos nós os responsáveis ou é a irresponsabilidade desses interesses econômicos imediatistas que impedem o desenvolvimento de Ribeirão?

Se fizer as contas na ponta do lápis, com tudo o que já foi gasto com o Leite Lopes,  já teria sido possível construir um aeroporto novo. O remendo está saindo mais caro que uma  calça nova e a calça está podre.

Para terminar, a quantidade de empregos gerados no Leite Lopes na hipótese de sua ampliação, sempre serão menores do que os que serão gerados no novo  aeroporto a ser construído, adequado, decente, onde os passageiros não precisem de galochas e guarda chuva para embarcar ou desembarcar.

Não tenhamos nenhuma dúvida.  O Leite Lopes vai ficar como está, não vai ser ampliado e em breve teremos um aeroporto novo. Esse aeroporto novo também terá um terminal de cargas internacional mas preferencialmente licitado para outra empresa que tenha respeito por Ribeirão e sua população.

O Grupo Gestor

sábado, 14 de janeiro de 2012

O FESTIVAL CIRCENSE CONTINUA


CAMPANHA DE COOPTAÇÃO DA POPULAÇÃO DO ENTORNO
PELA ILUSÃO DO BOOM IMOBILIÁRIO

Quando começou o espetáculo circense da assinatura de uma ordem de serviço para início das obras do terminal alfandegado da TEAD, o Movimento Pro Novo Aeroporto já sabia que o dique das maravilhas maravilhosas do Papai Noel Leite Lopes iria se romper, esparramando toda uma aura de benesses para todo o entorno e para deixar um grupinho de empresários especuladores ouriçados com os futuros empreendimentos e com os gordos lucros a serem auferidos, às custas da tranquilidade das comunidades e do futuro de Ribeirão e região.

A manipulação da realidade é evidente. Vamos reproduzir e analisar uma das reportagens (A Cidade, 11/01/2012), com grifos nossos:

AEROPORTO VAI MUDAR PERFIL DE BAIRRO EM RIBEIRÃO

A implantação do Terminal Alfandegário de Cargas no aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, tornando-se efetivamente internacional, vai mudar o perfil imobiliário do Jardim Aeroporto, na zona Norte. É o que apontam especialistas ouvidos por A Cidade. Eles afirmam que o bairro deixará de ser basicamente residencial para receber novas empresas e galpões de carga, com a especulação imobiliária conseqüente
Para o mercado imobiliário, o valor do terreno no entorno do Leite Lopes terá valorização de até 20% para construção de galpões e para implantação de novos empreendimentos industriais (leia ao lado).
Segundo o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA), Marcos Fávero, o entorno do aeroporto tende a se tornar um megacomplexo aeroportuário.
"A construção do Terminal Alfandegário é uma notícia que chega com 10 anos de atraso e, mesmo assim, temos que comemorar. As áreas no entorno do Leite Lopes tende a valorizar consideravelmente", afirmou.

O Daesp anunciou nesta segunda-feira (9) que o aeroporto de Ribeirão passa a operar três voos de cargas para Miami até 2013.
VISIBILIDADE

Segundo Fávero, além de toda a especulação imobiliária, Ribeirão ganha visibilidade internacional.
Com a internacionalização do aeroporto, ele avalia que haverá o fortalecimento da infraestrutura logística para as empresas. Isso porque, além de poder importar e exportar produtos, com a rodovia Anhanguera (SP-330) e com o ramal ferroviário a poucos metros, a distribuição dos produtos será mais rápida e otimizada.

Já o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), José Carlos Carvalho, afirma que a internacionalização do Leite Lopes beneficiará a cadeia produtiva das indústrias.
"As exportações e importações poderão ser feitas diretamente de Ribeirão", afirma.
Segundo ele, o terminal atrairá novas empresas que atuam no ramo do comércio exterior, além do de serviço. A expectativa de especialistas é de maior oferta de emprego para a população.


Vamos analisar afirmação por afirmação:
vai mudar o perfil imobiliário do Jardim Aeroporto, [...] Eles (os especialistas) afirmam que o bairro deixará de ser basicamente residencial para receber novas empresas e galpões de carga, com a especualação imobiliária conseqüente.
[...]o valor do terreno no entorno do Leite Lopes terá valorização de até 20% para construção de galpões e para implantação de novos empreendimentos industriais

O bairro Jardim Aeroporto e outros do entorno do Leite Lopes  são de uso misto, ou seja, permite residências, estabelecimentos comerciais e industriais. Uma faixa ao longo da Anhanguera é obrigatóriamente comercial desde 2007 conforme a Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Na região já existem muitos galpões de carga e de outros usos. Portanto, não vai haver nenhuma alteração de Uso e Ocupação do Solo. Por outro lado, ao longo do perimetro do Leite Lopes as ruas são estreitas e não permitem as manobras de grandes caminhões estradeiros. Logo, seria necessária uma reformulação no sistema viário. E, como todo o sistema viário foi executado para transito leve, se passar a ser utilizado um trafego pesado, os pavimentos não irão aguentar a carga e sofrerão muitos danos, que nenhum tapa buraco poderá resolver.

Independentemente do aeroporto existir ou não, com ou sem terminal de cargas,  a região somente poderá comportar industrias não poluentes, ou seja, com sérias restrições ambientais. Quais seriam essas indústrias que se instalariam? Não seria mais razoável irem se localizar no Distrito Industrial? Ou criar um novo Distrito Industrial especificamente para uso do aeroporto e, nesse caso, levar o aeroporto junto?

Como o bairro está praticamente todo ocupado, se alguem vender a sua casa, com um valor de terreno (estimado pela prefeitura em 45,00 R$/m²), com uma valorização de 20% profetizada pelos especialistas de plantão, esse valor passaria a 54,00 R$/m². Onde é que poderia o morador/vendedor comprar outro terreno para construir a sua casa por valor inferior a esse? Em lugar nenhum.

Logo, se alguém vender a sua casa com o terreno, não conseguirá reconstruir a casa e terá prejuizo.   Portanto, só vai pensar em vender por um valor razoável e especulativo mas só até ao limite em que o empresário poderá comprar mais barato em local adequado, com acesso adequado e pavimentação para trafego pesado e aí perde-se a demanda e não existe especulação.

Por   que é que o empresário vai comprar terreno ao lado do aeroporto se a carga vai de caminhão e caminhão não se cansa, podendo instalar a empresa em local mais adequado e mais barato do que o valor especulativo, e com toda a infraestrutura já pronta? E vai construir um galpão com que objetivo? Se for para guardar carga, essa função é do terminal. Entra no terminal com a carga e descarrega ou carrega o caminhão e vai embora para o seu centro de distribuição. Qual, portanto, a necessidade imperiosa e sujeita a especulação, para comprar um terreno para demolir as casas e depois construir um galpão?

Os “especialistas” consultados precisam de melhorar a sua argumentação, para não passarem por “chutadores”.  Essa questão de valorização imobiliária faz parte de uma ciência muito séria chamada de Engenharia de Avaliações.  De novo a Engenharia atrapalha a “chutemetria” dos SLLQC*.

[...] o entorno do aeroporto tende a se tornar um megacomplexo aeroportuário

Sem dúvida que os aeroportos modernos  constituem mega- complexos aeronáuticos denominados de aeroporto-cidade.

O problema é que não são formados a partir de especulações imobiliárias nem pela substituição  do Uso do Solo, porque já nascem junto com o projeto do aeroporto e dele são parte integrante.

Um projeto dentro do conceito de aeroporto-cidade inclue muitas vezes parques de exposições. Já imaginaram se o aeroporto de Ribeirão contivesse a Agrishow e que os grandes eventos musicais fossem lá sediados? Impossível de acontecer no Leite Lopes, porque iria  requerer uma área em torno de 2000 ha e  os 170 ha disponíveis não são suficientes. É o resultado de um planejamento a longo prazo por equipes multidisciplinares de ala competência e Ribeirão Preto não está habitiuado a esses procedimentos, preferindo o improviso e imediatismo.

Com a internacionalização do aeroporto, ele (o especialista) avalia que haverá o fortalecimento da infraestrutura logística para as empresas. Isso porque, além de poder importar e exportar produtos, com a rodovia Anhanguera (SP-330) e com o ramal ferroviário a poucos metros, a distribuição dos produtos será mais rápida e otimizada.
[...]
"As exportações e importações poderão ser feitas diretamente de Ribeirão", afirma.
Segundo ele (o presidente da ACIRP), o terminal atrairá novas empresas que atuam no ramo do comércio exterior, além do de serviço. A expectativa de especialistas é de maior oferta de emprego para a população.


É claro que o aeroporto sendo internacional de cargas poderá importar e exportar produtos, por definição. Mas será que isso apenas poderá acontecer no Leite Lopes? Num aeroporto novo, com melhor estrutura, melhor infraestrutura  e com capacidade para  ampliações futuras  para atender ao aumento da demanda proveniente do crescimento regional, essas teses não se aplicariam?

Parece que para o “especialista” só o Leite Lopes serve, embora seja tacanho, impossivel de ser ampliado tanto em comprimento de pista, quanto no numero de pistas, e cause graves danos socio-ambientais, além do fato de os passageiros serem obrigados a usarem galochas e guarda chuvas na época das chuvas.

Outro fator interessante é a relação entre aeroporto e ferrovia, dada como fator importante e talvez altamente positivo para o Leite Lopes. Nos EUA ou na União Europeia isso seria verdadeiro mas no Brasil as ferrovias transportam cargas a granel que não são as mesmas que são transportadas via aérea. Logo, se perto do aeroporto existe ferrovia ou não, é absolutamente irrelevante, para o caso de Ribeirão Preto.

Se tudo o que é de bom para Ribeirão Preto pode acontecer também com um novo aeroporto digno, em local adequado,  com capacidade de dar suporte efetivo ao crescimento regional, porquê toda essa euforia com o terminal de cargas no Leite Lopes?

Ninguém é contra o aeroporto internacional de Ribeirão Preto. O Movimento Pro Novo Aeroporto é contra a sandice de que esse aeroporto seja o Leite Lopes. Esse aeroporto novo já poderia estar em operação porque faz mais de 15 anos que os SLLQC têm pressa e não podem esperar três a cinco anos para que se construa um novo aeroporto.  São os verdadeiros empata-progresso da cidade!

Se não temos o aeroporto que merecemos deve-se também a esses “especialistas” que insistem em afirmar todas essas bobagens de que só o Leite Lopes serve e que inventam essa  tal de especulçação imobiliária para tentarem enganar a comunidade a ser atingida, de que vai ser bom para ela.

Não vai. Em nenhum lugar onde ocorreram ampliações de aeroportos, como querem fazer no Leite Lopes, houve essa especulação imobiliária e, pelo contrário, no que se refere a áreas residenciais, ocorreu exatamente o contrário.

As pessoas não serão enganadas porque o Movimento Pro Novo Aeroporto continuamente promove reuniões com as comunidades onde essas questões são debatidas e esclarecidas.

É por isso que o Movimento Pro Novo Aeroporto tem como uma das bases de  suas ações principais a convicção de que


Povo esclarecido jamais será iludido

E como o problema do aeroporto também tem um viés politico-circense, então

Em 2012 não vote em político de 3ª Linha: vote em Estadista
E porque continuamos na luta cidadã, exigimos:
Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!

* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.