quinta-feira, 1 de março de 2012

MANIFESTAÇÃO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS


Neste sábado, dia 25/02/2012, em frente ao Pedro II, varais entidades reuniram-se para fazer uma manifestação pública contra a atual onda de criminalização dos Movimentos Sociais, em particular os da Moradia, com a expulsão sem a garantia da defesa dos mais elementares direitos dos cidadãos, em prol da defesa de um tal de direito de propriedade que tem por obrigação o cumprimento da função social da propriedade. O secundário parece ser mais importante que o principal, para certos setores da nossa comunidade.

O evento teve como principio o repúdio ao despejo de 1600 famílias de um bairro já estabelecido cultural e materialmente, chamado de Pinheirinho, em S. José dos Campos (SP). Era uma área baldia que devia mundos e fundos de impostos e que não cumpria a sua função social, como determina a Constituição. Deveria ter sido desapropriada mas foi  devolvida ao devedor às custas do erário público, através de uma custosa operação policial.

Mas aqui em Ribeirão também tivemos eventos semelhantes mas piores em significado: não foi para defender a propriedade privada mas sim para permitir a expansão de um aeroporto inadequado onde se pretende instalar um terminal de cargas alfandegado, privado.

Parte das famílias instaladas das Favelas de Itápolis, Adamantina e da Mata foram removidas para casas que lhes foram impostas mas não cedidas gratuitamente mas sim financiadas, como qualquer outra casa do mercado imobiliário.

Alegando-se que não constavam de um tal de cadastro antigo, as outras famílias foram simplesmente expulsas do local com força policial.

Na opção natural de necessidade de abrigo, essas familias se organizaram e ocuparam outro terreno perto, baldio, sem cumprimento das exigências constitucionais de cumprimento da sua função social mas apenas aguardando uma pretensa sobre-valorização imobiliária produzida pela instalação do tal Terminal de Cargas Alfandegado.

Batizaram essa favela de “Familia” como sendo um meio psicológico de sensibilizarem a administração publica municipal que se elegeu com os votos dos pobres e despossuídos, após uma bem sucedida campanha eleitoral que ficou conhecida como a Campanha do Sopão.

Não conseguiram sensibilizar nenhuma autoridade nem pública nem do judiciário e foram expulsas  numa operação policial que extravasou as divisas do município e atingiu o país e o mundo, gerando grande comoção e indignação.

Perceberam, às duras custas, que a sopa do Sopão estava azeda.

Hoje estão instalados num outro terreno particular em condições indignas e sem que a administração pública municipal tenha qualquer tipo de programa de assistência.

O importante é ressaltar que no Pinheirinho o objetivo era devolver o terreno baldio, que não cumpria com a sua função social, a seu “proprietário de direito” que era a massa falida da empresa de um mega especulador financeiro que prejudicou milhares de acionistas “crédulos do milagre das Bolsas”.

As favelas do entorno do aeroporto estão sendo transferidas não para atender à obrigação do poder publico municipal de cumprir a legislação de prover políticas publicas de Moradia Popular, de garantir aos cidadãos mais pobres a sua dignidade e cidadania, mas sim de garantir a viabilidade de um empreendimento, um negócio que poderia ser implantado sem nenhum problema sócio ambiental em um aeroporto novo e digno para Ribeirão Preto e região.

Por isso, nesse ato o Movimento Pro Novo Aeroporto esteve presente. O Movimento Pro Moradia e Cidadania também. E outros Movimentos também, como o MST. Todos com as suas faixas e bandeiras.

Todos estiveram presentes. Demonstraram repúdio não só ao acontecido no Pinheirinho mas a todos os Pinheirinhos, a todas as Familias, a todas as Itápolis, a todas as da Mata, a todas as Adamantina e às futuras – que os cidadãos desta cidade não vão permitir que ocorram – do Nucleo da João Pessoa, do Brasil e outras.


Principalmente porque o objetivo da administração publica não é garantir cidadania das pessoas, nem mesmo é o de garantir o direito de propriedade baldia, mas sim a facilitação de um negócio.

Durante o evento, falaram entre outros, diretores de Associações de Moradores do Jardim Aeroporto e membros do Movimento Pro Novo Aeroporto e Pró Moradia e Cidadania.

Como já era esperado, embora a imprensa escrita e televisiva estivesse presente, nada foi noticiado sobre o Ato.

Qualquer Ato que exija um “Novo Aeroporto Já” e que Ribeirão Preto não quer ter um Congonhas  a imprensa boicota. Já estamos habituados.

Eles não publicam para não divulgarem que existe oposição fundamentada e organizada ao ato insano da pretensão de transformar o Leite Lopes num aeroporto internacional mas sim exigindo a construção de um aeroporto novo em nova área. Dessa forma, as forças interessadas na ampliação do Leite Lopes  tentam manipular a opinião publica mantendo a população desinformada e enganada.

Eles não publicam. Mas nós publicamos e divulgamos. Já estamos habituados.







Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!


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