O
que é que o pretendido puxadinho no Leite Lopes tem ver com o presídio a ser
construído em Jurucê? O que é que têm em comum?
Resumindo
a ópera: o Governo do Estado, através da secretaria do ramo, resolve abrir um
novo estabelecimento penal na região. Escolheu Jurucê, um distrito de
Jardinópolis. Escolheu, está escolhido. Pronto: o rei mandou, os súditos
obedecem! Manda quem pode e obedece quem deve e tem juízo. É assim que reza na
Cartilha dos Iluminados Politicos.
Não
vamos entrar no mérito da obra e de suas consequências, mas sim no seu
histórico. O Governo do Estado define a obra e a sua localização, informa a
prefeitura e fica tudo por isso mesmo. Uma Associação de Moradores de Jurucê se
revolta e é contra mas não é ouvida nem pelo poder estadual e muito menos pelo
municipal. Provavelmente foi considerada como sendo contra o “progréssio”.
A
população começa a reclamar e a prefeitura, de repente, descobre diversos
pontos que não foram devidamente levados em conta: as obras começaram sem
projeto aprovado pelo município. Essa obra para ser aprovada teria que estar
cumprindo as regras estabelecidas pela legislação municipal de Uso e Ocupação
do Solo e outras leis do Plano Diretor.
Evidentemente
que deveria ser feito, pelo menos, um Estudo de Impacto de Vizinhança que
deveria ser discutido em Audiência Pública com a comunidade interessada. Outros
documentos seriam também necessários.
Nada
disso foi feito e a prefeitura foi obrigada a recorrer ao Judiciário mas não
embargou as obras.
O
Governo do Estado diz que cumpre com tudo o que a legislação exige e não se
conversa mais. Mas não tem nada aprovado no município. Nem mesmo um simples
Alvará de Construção, que é exigido de qualquer cidadão, sem o qual a obra é
embargada.
A
mesma coisa tenta o Governo do Estado fazer com o puxadinho/puxadão no Leite
Lopes.
Existe
uma sentença que impede a ampliação da pista. Inventam então fazer um
prolongamento – que não é (segundo a ótica deles) de 500 metros, “abandonando”
(mas não demolindo) os primeiros 500 metros da cabeceira junto ao Quintino.
Pronto. Se “tira” 500 e põe 500 então não é ampliação mas sim deslocamento. Tá
feito e está determinado. Nem precisa (segundo esses geniais mentores políticos) ir até ao Judiciário solicitar a revogação
da sentença. E muito menos discutir com a comunidade. Nem mesmo precisaria
fazer um Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) ou um simples Estudo de Impacto
de Vizinhança (EIV), só porque iria mudar todo o traçado viário de uma área
importante da cidade.
O
Movimento Pro Novo Aeroporto lembrou ao Governo do Estado que este país tem
leis e que elas devem ser cumpridas e que o poder público – o Governo do Estado
– deve ser o primeiro a dar o bom exemplo. O Movimento explicou ao Governo do
Estado que precisaria sim, de fazer um EIA-RIMA e também um EIV. Lembrou também
que tem que ir ao Judiciário para discutir esse projeto.
O
Movimento lembrou ao Governo do Estado – e por tabela também ao Governo
Municipal – que o Brasil tem Leis, não é uma Teocracia de Iluminados.
Logo
surgem as medidas para tentarem fazer a coisa dentro da lei: vão fazer um
Estudo Ambiental através de uma empresa muito experiente em aprová-los embora
só entenda de rodovias e esses estudos aprovados tenham sido muito
criticados. Outro fato que tentam
torná-lo como consumado é construção do
Terminal de Cargas. Feito tudo isso, é só ampliar a pista, por em risco as
comunidades do entorno do Leite Lopes, usar aviões cargueiros a meia carga para
atender aos interesses de uma empresa de transporte de cargas. E pronto! Podem
começar a faturar!
Mas
não será assim. Se for feito algum estudo ambiental, que seja muito bem feito e
bem consistente. Uma das especialidades do Movimento Pro Novo Aeroporto é a
derrubada de EIA-RIMAs.
Vai
ser divertido: Um Movimento especialista em derrubar Estudos Ambientais mal
feitos versus uma empresa especializada em aprovar Estudos Ambientais para
garantir a aprovação de Estudos Ambientais para formalizar funções
administrativas.
Por
isso o Movimento Pro Novo Aeroporto está solidário com o povo de Jardinópolis e
com o de Jurucê, em especial, na sua
luta pela defesa dos interesses da cidade e que não admite a ingerência
ditatorial do Governo do Estado que quer impor as suas vontades e não a
aplicação de Políticas Públicas Cidadãs.
E
agora uma pergunta final: Será que a
área onde a Governo do Estado quer construir o cadeião, não seria uma área
apropriada para ser instalado um
aeroporto metropolitano de Ribeirão Preto? Por coincidência, o presídio na
Rodovia Abrãao Assed foi construído numa dessas áreas.
A
região somente poderá ser forte politicamente se os governos municipais forem
fortes o suficiente para implantar políticas públicas de verdade, mesmo que
contrariem interesses econômicos e políticos restritos aos 04 anos de mandato. Precisamos fortalecer a
região com políticos à altura.
Para
isso,
Em
2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista
e, juntos,
exigirmos
Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área
já!
Nenhum comentário:
Postar um comentário