quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A OBRIGAÇÃO DE CUMPRIMENTO DA LEI GERA NOVA CHORAMINGUICE NOS SLLQC

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.


Abaixo o artigo publicado no jornal  A Tribuna do dia 30/10/2012 e o resumo das principais choraminguices:


a)           Tem trabalhado incansavelmente para ampliar galpões, número de voos, pista e aumentar a capacidade de carga e descarga com o objetivo de que o Leite Lopes se desenvolva;
b)           Empresários e representantes de indústrias de Ribeirão Preto estão preocupados com o andamento das obras do aeroporto;
c)           O GAEMA e a Associação de Moradores do Jardim Aeroporto (leia-se Movimento Pro Novo Aeroporto) querem que a legislação seja cumprida exigindo um Estudo de Impacto Ambiental.

Onde já se viu uma coisa dessas? Exigir o cumprimento da lei e só por causa disso  atrapalhar os negócios?

Representantes do CIESP estiveram na prefeitura e manifestaram a sua preocupação que a elaboração desse Estudo irá atrapalhar os seus negócios impedindo a exportação de seus produtos e logo depois chega o Sindicato dos Metalúrgicos altamente preocupado com o lucro de seus patrões, chegando a afirmar que  Ribeirão Preto pode até perder algumas empresas que estão instaladas no Distrito Industrial.

E como sempre uma daquelas frases bombásticas: “A ampliação do Aeroporto Leite Lopes representa desenvolvimento e geração de emprego e renda para toda nossa região. Agiliza o trabalho das empresas. Dá mais conforto e estrutura aos passageiros. Amplia a capacidade de importação e exportação.”

Dá mais conforto e estrutura aos passageiros! Será? Entrando nos aviões naquelas escadinhas debaixo de chuva é dar mais conforto? Só pode ser brincadeira!

Conforto é o embarque por ponte móvel, prefeita, onde os cadeirantes possam entrar sem serem carregados como se fossem embrulhos. Os passageiros merecem respeito. E isso não dá para fazer no Leite Lopes, só num aeroporto novo especialmente projetado para isso.

Amplia a capacidade de importação e exportação. De quê? Todos os estudos que foram feitos são unanimes em não citarem quais são os produtos de exportação via aérea. Deve ser por esquecimento ou porque tem muito pouca coisa para exportar que seja em quantidade suficiente para encher um avião cargueiro.

E tanto assim é que essa ampliação pretendida (que está proibida pela justiça) não permite o uso desse tipo de aeronave porque, mesmo assim, a  pista continuará curta demais e não permite a decolagem a carga paga plena. Ou seja, com essa ampliação ou sem ela, o Leite Lopes continuará sendo um aeroporto cargueiro meia boca.

No outro dia, os representantes da CIESP foram até à prefeitura se queixarem que deixaram de  faturar um bilhão de Reais, por falta de meios de exportação.

Não há motivo para tanta bobagem. No km 312, bem pertinho do Leite Lopes, existe um porto seco[i], alfandegado, desde 1999. A movimentação de cargas  não passou de 4 milhões de Reais!

Portanto, não há desculpas para justificarem a “perda” de oportunidades de negócios. Nem o sindicato dos metalúrgicos precisaria de se rebaixar ao ponto que chegaram para defenderem o indefensável: a ampliação do Leite Lopes em lugar de se construir um novo aeroporto, decente e apropriado para a região.

A propósito: tudo o que se fala de valorização dos mercados regionais com a tal ampliação do Leite Lopes poderá ocorrer com um novo aeroporto.

E  o que existe para ser exportado: segundo o estudo constante no Relatório de Regularização Ambiental que o DAESP insiste em fazer no lugar do EIA-RIMA, temos: Em Ribeirão Preto, os serviços com maior demanda da EADI são para as importações. Já as exportações apresentam algumas restrições em relação aos atestados emitidos pela EADI. Devido ao fato de a maioria dos produtos exportados por Ribeirão Preto e região serem a granel [...]

Logo, o Leite Lopes não será um aeroporto exportador e muito menos exportador de produtos a granel (etanol, açúcar...) que são exportados via porto de Santos, mas sim importador e, neste caso, concorrentes ao mercado industrial local e  potenciais geradores de desemprego de metalúrgicos.

Só um novo aeroporto poderá ser exportador de verdade e, nesse caso, beneficiar a categoria dos metalúrgicos.

Outra afirmação bombástica: “Há um cronograma a ser cumprido. Os empresários, os passageiros e a população contam com o cumprimento da das datas e com a agilização das obras.”

Os empresários – e apenas aqueles beneficiados por um aeroporto importador – podem estar ansiosos pelas obras de ampliação.

A população de Ribeirão Preto afirma que quer um aeroporto novo, haja visto as assinaturas de dezenas de abaixo assinados que já foram entregues na prefeitura nesse sentido.

E quanto às obras que beneficiem os passageiros e que cita especificamente “É preciso melhorar a estrutura para os taxistas com cobertura e um corredor coberto para que os passageiros não precisem se molhar.“ não tem nada a ver com as obras de ampliação.

Na  verdade já deveriam ter sido feitas se a prefeitura e o DAESP tivessem respeito pelos taxistas, pelos passageiros e por Ribeirão Preto porque essa melhoria só depende de Alvará da prefeitura e da  vontade do DAESP em fazê-la.

Só para terminar. Quando a prefeita insiste na posição de que “Durante todo esse tempo vou cobrar pelo cumprimento do cronograma das obras.” deveria, isso sim, exigir que seja cumprida a legislação e se discuta essa ampliação (que está judicialmente impedida) através de estudos adequados.

Deveria tomar  essa atitude por dois motivos básicos: primeiro porque é uma cidadã que deve exigir o melhor para a sua cidade, segundo porque sendo uma representante do Estado deveria exigir o cumprimento de lei por obrigação funcional e de oficio.

Quando um pretenso aeroporto internacional de cargas não disporá de pista com comprimento adequado para o uso de aeronaves cargueiros, quando não existem cargas em volume tal que o justifiquem e quando permanecem nessa lenga-lenga em lugar de se construir outro, novo, mais barato, fora da área urbana, onde possa ser construída a cidade aeroportuária, sem causar danos sócio-ambientais, somos levados a pensar no que poderá existir por trás desse interesse na ampliação do Leite Lopes.

Afinal,  esse  novo aeroporto já teve tempo mais que suficiente de ser construído e entrado em operação se não fosse a insistência pela ampliação.




[i] EADI (Estação Aduaneira do Interior)

3 comentários:

  1. O caro amigo talvez não esteja acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e dá palpite sobre assunto que desconhece.
    Disse que os passageiros estão tomando chuva para acessar o avião e que pessoas portadoras de deficiência física tem dificuldade de entrar nas aeronaves. Vou então deixá-lo a par das coisas transcrevendo essa notícia dada na Folha de São Paulo :
    (Novembro 2013)

    "Governo aprova projeto de obras no aeroporto de Ribeirão Preto"

    O projeto de obras de ampliação do terminal de passageiros e do pátio de aeronaves do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), foi aprovado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República. Com isso, a licitação para a realização das obras, que serão bancadas com verbas da União, deve ocorrer até março de 2014 para serem iniciadas em maio.
    Segundo o superintendente do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), Ricardo Volpi, as reformas são necessárias para tornar o local um aeroporto mais moderno, inclusive com o sistema de fingers (túneis móveis que conectam a aeronave ao terminal).
    As obras, destaca Volpi, no município são prioridade, porque o aeroporto de Ribeirão é o maior entre os administrados pelo departamento, atrás das unidades de São José do Rio Preto e Presidente Prudente.
    Segundo informações da assessoria de imprensa da SAC, técnicos do Banco do Brasil, gestor do plano, realizarão visitas técnicas para definir o tamanho e as especificações das obras. Por isso, ainda não há um valor estimado para as intervenções.
    ________________________________________________________

    Não sei se o caro amigo sabe o que é "finger"; quanto a crítica dele de que Ribeirão não tem o que exportar, só importar mercadorias deve ser piada, alias os empresários e os sindicalistas que defendem a riqueza de seus patrões, como diz o caro amigo (veja quanta gana ele tem pelos empresários em geral) foram a Prefeitura então só para tomar café e requerer algo que não existe (mercadoria para exportar); mas se fizermos um novo aeroporto aí sim Ribeirão poderá exportar ...é ridículo. Para concluir, diz :"Só um novo aeroporto poderá ser exportador de verdade e, nesse caso, beneficiar a categoria dos metalúrgicos."
    Diz ainda que o comprimento da pista no Leite Lopes não será suficiente para operar com aviões cargueiros; entretanto sabemos que esta pista quando concluída será maior que a do Santos Dumont no Rio e o de Congonhas em São Paulo e esses dois operam com aviões cargueiros ... porque Ribeirão não poderá ? Finalmente, todo dinheiro a ser desembolsado agora nesse aeroporto então seria desnecessário se ele não pudesse operar ... estranho né !

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  2. Mario I., já cansei de tanta m... que esses caras falam, mas vamos lá: vcs dizem que a ampliação (eu digo o deslocamento da pista) está proibido pela justiça, pelo que consta o Juiz negou a paralização pretendida pelo MP e por vcs, não consta proibição nenhuma neste sentido.

    GAEMA e vcs exigirem um EIA-RIMA é uma coisa, o Juiz aceitar é outra, a Justiça pode entender que apenas RRA seja suficiente pois trata-se de um empreendimento já em funcionamento e não partindo do zero, tudo depende de como a Justiça vai ver isso.
    Quem está fazendo o RRA é a DERSA e não o DAESP, portanto é responsabilidade da DERSA.

    Quanto aos produtos que poderão ser exportados, nem vou comentar, porque o que sai da boca de vcs é um verdadeiro monte de lixo. A verdade é a seguinte: a água tá chegando no pescoço e vcs acabam falando tanta asneira sem saber direito; 99% dos voos cargueiros que decolam de qualquer aeroporto no Brasil não o fazem com carga máxima plena, então por que RAO teria que ser assim ?? Eu já disse que os aviões não vão decolar com carga máxima, exatamente porque os aviões cargueiros funcionam como se fossem um ônibus trafegando por uma linha determinada, ou seja, pegando e deixando passageiros nos pontos, ao final da linha ele movimentou muito mais do que os 40 ou 50 passageiros que comporta.

    Com os aviões é a mesma coisa, pousam e decolam de vários aeroportos pegando e deixando cargas e assim acontecerá também com RAO, entenderam ou quer que eu desenhe ?? Ô gente ignorante, nunca vi igual. Mario I. vejo que vc está com bastante paciência com esse povo. DEUS me livre !!!

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  3. Acho que vocês do Movimento Pró Novo Aeroporto têm muita paciência em responder aos internautas , mesmo os críticos. Gosto muito de ler seus artigos pois têm muita informação útil.

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