segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ENTRE CHORAMINGUICES E UFANISMOS Sobra a política da desinformação pública

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.


A ação judicial

Recentemente o Ministério Público entrou no Judiciário questionando o projeto de ampliação do Leite Lopes, sob a alegação de que existe uma decisão judicial, desde 2007, que a impede. É algo bem simples assim: se não se pode fazer, então não se faz.

É evidente e toda a lógica nos sinaliza que, se não é possível ampliar o aeroporto e a região de Ribeirão Preto necessita de um aeroporto que possa atendê-la devidamente, então a única alternativa está em construir outro aeroporto, em outro local adequado.

Sob o ponto de vista exclusivamente financeiro, a construção do novo aeroporto sairia por um valor próximo ao da ampliação.

E se as forças retrógradas que ainda imperam em nossa cidade tivessem entendido que a única alternativa é a construção do novo aeroporto - exigência de Ribeirão Preto desde 1995 -  esse aeroporto já estaria pronto e em operação segura. Seria até um exemplo de sensatez e sinalizaria um amadurecimento nas políticas públicas do setor aeroviário, que está um verdadeiro caos[i].

Mas os SLLQC não entendem assim. Insistem na ampliação. Devem ter os seus motivos para isso.

Desmascarando a tentativa de manipulação da verdade:
As áreas das curvas de ruídos não está liberada

Como a ação judicial vai criar entraves à ampliação, pelas razões do óbvio ululante, os SLLQC logo ficaram com as choraminguices próprias de crianças mimadas contrariadas e reclamaram do Ministério Público e do Movimento Pro Novo Aeroporto[ii].

Nesse meio tempo, parte da Favela da João Pessoa é inserida num dos programas Minha Casa Minha Vida, do governo federal e logo os SLLQC levantam a cabeça, limpam as lágrimas e saem, todos ufanos, cantando em coro: agora acabaram-se as favelas do entorno do aeroporto e podemos internacionalizar o Leite Lopes.

E a mídia, usando os mesmos termos nas reportagens, divulga essas noticias como se fossem verdadeiras, embora  só na João Pessoa ainda “sobraram” 60 famílias.

Vamos voltar à realidade dos fatos, para tristeza dos defensores da ampliação do Leite Lopes.

Em 1984 o Leite Lopes teve o seu Plano de Zoneamento de Ruídos aprovado.  No zoneamento de ruídos existe a chamada zona 1  dentro da qual não é permitido nenhum uso urbano industrial, residencial, hospitalar, etc.

Para garantir a segurança das operações de pouso e decolagem, na atual configuração do Leite Lopes existem obstáculos tais como a atual cerca e os postes de iluminação nas ruas paralelas à pista de operação e à de taxi que têm que ser removidas.

Para que o Leite Lopes se adequasse às exigências de segurança, optaram que toda a área definida pela zona 1 ficasse integralmente incorporada ao sitio aeroportuário.

Nada a ver com a ampliação da pista, com o deslocamento da pista (que é a mesma coisa) nem com a tal internacionalização do Leite Lopes porque já está outorgado desde 2002.

Só não opera diretamente porque não tem pista e mesmo com a tal ampliação vai continuar não tendo, embora dê para quebrar o galho dos interesses econômicos ligados não à exportação, mas sim à importação.

As favelas que se encontravam localizadas nessa zona 1 foram removidas mas,  é importante frisar, só a parte que se localizava dentro dessa zona 1.

Por isso, quando lemos manchetes propaladas pela mídia de quePrefeitura de Ribeirão remove última favela na região do aeroporto[iii] Com a retirada das 53 famílias, obras de ampliação e deslocamento da pista já podem ter início; [...] ePrefeitura conclui liberação de área PREFEITURA JÁ ENVIOU OFÍCIO AO GOVERNO ESTADUAL informando que a área da curva de ruído do Leite Lopes já está liberada[iv]. “

Então vamos esclarecer aquilo que a mídia já sabe muito bem mas parece não se interessar em divulgar direito:

O zoneamento de ruído liberado foi a zona 1. A zona 2 permanece ocupada com residências, postos de saúde, escolas, etc., que é um uso urbano incompatível com esse nível de ruído.

Portanto, afirmar que a curva de ruído do Leite Lopes  já está liberada é uma grande mentira e demonstra que o recado dado à mídia foi propositadamente deturpado para alterar a realidade, dando a impressão de que tudo vai bem para os SLLQC.

A mídia não deveria entrar de alegre  nessa desinformação porque conhece muito bem o que é zoneamento de ruído.

A área liberada e que será incorporada ao patrimônio do Leite Lopes, junto com outras áreas particulares que serão em breve desapropriadas com esse objetivo (e os proprietários  ainda não foram avisados disso, embora constem no RRA[v]) não tem nada a ver com o tal deslocamento da pista mas sim com a segurança ao voo do Leite Lopes na configuração atual.


Comunidade João Pessoa: A favela não foi removida

Mais uma vez a desinformação  programada e divulgada pela mídia é a política de comunicação dos SLLQC, visando manipular a opinião pública.

Quanto à afirmação “Prefeitura de Ribeirão remove última favela na região do aeroporto”   essa então ultrapassa o limite do ridículo. Foram removidas algumas famílias da Favela da João Pessoa, apenas as que estavam na zona 1 de ruído.

As outras 60 famílias permanecem no local. É só olhar a foto do que sobrou para se constatar que essa noticia é falaciosa já que, logo depois dos escombros [2], permanecem de pé [1] as outras construções da comunidade que estão localizadas fora da zona 1 de ruído.  



Devemos ressaltar que o desfavelamento está sendo organizado de uma forma mais técnica porque tanto o Movimento Pro Novo Aeroporto quanto o Movimento Pro Moradia e Cidadania têm interferido impedindo que o desfecho da Favela da Familia se repetisse e estão fiscalizando, junto com as comunidades removidas, as condições das novas moradias, lembrando que as verbas são do governo federal e não do governo do estado e muito menos do governo municipal.

É muito ruim quando a tentativa de mostrar serviço e fingir que os seus objetivos estão sendo atingidos se baseia em divulgar falsas informações.

No futuro próximo vai ficar difícil de defender todo esse ufanismo quando chegar a hora de fazer as desapropriações das áreas não faveladas e ocupadas por moradores radicados faz décadas.

Estes moradores que nem sabem ainda o que os espera, vão protestar pois irão receber indenizações ínfimas baseadas em critérios próprios do Governo do Estado[i], conforme descritas no RRA e que não seguem integralmente  as normas da ABNT, que são de uso obrigatório nas desapropriações.

Documento a esse respeito será emitido pelo Movimento e encaminhado, oportunamente, a quem de Direito.

Apenas para fechar este assunto, lembramos que se tivéssemos um novo aeroporto e o Leite Lopes tivesse outra configuração e com uso alternativo gerador de renda, o zoneamento de ruído seria outro e muitos problemas sociais, inclusive os de moradores não favelados do entorno, simplesmente não existiriam.

PELA CORRETA INFORMAÇÃO NA MÍDIA
CHORAMINGUICE E UFANISMO AQUI NÃO PEGA

Congonhas em Ribeirão, Não!

Leite Lopes com outro uso (alternativo)
sem ampliação, sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!


[i] São reclamações comuns nas desapropriações feitas pelo Governo do Estado nas obras do Rodoanel. 

[i] Recentemente, mais uma vez, num voo de Brasília para Congonhas, o comandante solicitou o desembarque voluntário de passageiros porque estava chovendo em Congonhas e a ordem era reduzir o peso da aeronave para um pouso seguro.
[ii] Como os SLLQC insistem em esconder da população que existe um Movimento que exige a construção de um novo aeroporto e uma destinação adequada para o Leite Lopes, eles “atacam” um dos signatários, participante do Movimento, que é a Associação dos Moradores do Jardim Aeroporto.
[iii]http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,897270,Prefeitura+de+Ribeirao+remove+ultima+favela+na+regiao+do+aeroporto.aspx
[iv] Jornal A Tribuna de 06/11/20013
[v] RRA Relatório de Regularização Ambiental 

Nenhum comentário:

Postar um comentário