quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Movimento Responde: mobilidade urbana

Olá equipe,

Entro em contato, pois acompanho o aeroporto como moradora de Ribeirão Preto e também o estudei em meu trabalho de conclusão de curso da faculdade.

Hoje, fui até o aeroporto por meio de transporte público e vejo que um dos problemas que relatei em meu trabalho persiste: a falta de informação a respeito do uso do transporte público para acesso ao aeroporto. Essa semana precisei ir até o aeroporto e até onde sabia e utilizava o deslocamento era por meio das vans leve e traz que partiam da avenida brasil, entrei no ônibus ribeirão verde e perguntei ao motorista se ainda estava funcionando nesse sistema, ele confirmou que sim, mas para minha surpresa ao desembarcar na avenida brasil não havia mais a van (peguei o ônibus ribeirão verde). Tive que pedir informação a um moto táxi que cobrou R$ 5,00 para me levar até o aeroporto e lá me mostrou a placa do ônibus: agora tem um ônibus que entra dentro do aeroporto e circula de 1h em 1h.


Fico indignada, pois nada foi divulgado no site da transerp e nem pelo aeroporto.
Outra questão é que chegando lá me deparei com empresas que não operam mais e também nada foi divulgado. Ressalto que quando fiz minha monografia e o blog http://aeroportoderibeiraopreto.blogspot.com.br/ foi uma de minhas fontes já que foi muito difícil encontrar material e o blog de vocês também foi utilizado.

Entro em contato para fazer esse alerta, não sei quem é responsável pelo blog do aeroporto, mas fica aqui minha indignação e relato para vocês.

Agradeço,

Atenciosamente,

ELIS SOUZA

________________________________________________________


Elis

Foi muito gratificante sabermos que o nosso blog foi útil para o seu Trabalho de Conclusão de Curso.

O problema que você descreveu é sintomático de uma cultura que se encastelou na administração pública de que transporte público é o mesmo que transporte para pobre e, nesse caso, não precisa atender a quem precisa se deslocar até o aeroporto como usuário mas apenas como funcionário.

Como é possível que  usuários do modal aeronáutico  usem um transporte público em que serão obrigados a pular uma catraca com malas de viagem?

Logo, esses passageiros usarão carro particular ou taxi. Então para que ter linha de transporte público de massa para atender também a essa clientela?

É o fruto de uma política pública de transporte que não promove a mobilidade urbana e que tudo faz para garantir o uso de carro individual como melhor saída para cada um, desenvolvendo o sentimento de consumismo e de individualismo. Carro paga IPI, sustenta multinacional, paga combustível e paga um monte de outras coisas que geram PIB. Transporte de massa não gera nada disso.

Transporte de massa de qualidade não gera lucro para o investidor privado.

Transporte de massa de qualidade desestimula o uso de veiculo particular para ir e vir do trabalho, então desestimula “o crescimento econômico” medido pelo tal PIB.

Em muitos países, e inclusive na futura ampliação do aeroporto de Confins (Belo Horizonte-MG), existem estações de metro ou trem especial que acessam os seus aeroportos como sistema multi-modal no qual o carro é o menos privilegiado.

A sua indignação é também a nossa. É também a de todos os que estão na rua reclamando para recuperarmos “o encanto no Brasil tirando-o das mãos das elites impostoras, mendazes e predadoras.“ (http://www.ecodebate.com.br/2013/07/02/da-abundancia-a-escassez-artigo-de-bruno-peron/


Se fosse possível, gostaríamos de conhecer o seu Trabalho de Conclusão de Curso para disponibilizá-lo no nosso acervo.

O grupo Gestor



Nenhum comentário:

Postar um comentário