domingo, 28 de julho de 2013

Movimento Responde

 Mário I deixou um novo comentário sobre a sua postagem O Movimento Responde: comentário que compara projeto privado de uma incorporadora privada com o projeto público do Leite Lopes

" A única diferença entre o novo aeroporto em São Roque e o novo de Ribeirão é que o de São Roque tem verba privativa e pode ser feito em um ano; o de Ribeirão vai depender da vontade dos políticos arrecadarem verba junto aos Governos Municipais, Estaduais e Federal e as previsões otimistas dizem que ele vai ser feito dentro de 20 anos e isso se Deus quiser !!

 A diferença é um pouco mais ampla: na crise de 29,  quando todas as estruturas cafeeiras desmoronaram, Ribeirão Preto resistiu graças ao sangue novo  dos imigrantes que deram novo fôlego econômico graças à sua garra e empreendedorismo. Substituíram a aristocracia cafeeira, monopolista, escravocrata e retrograda e estabeleceram um mercado que evoluiu.

Infelizmente, quando voltamos aos tempos atuais, desde a década de 90, a situação  se reverte e a classe empresarial que demonstrou ser empreendedora passou a ser altamente avessa ao desenvolvimento de novas tecnologias e mercados,  permanecendo exclusivamente no comércio e na construção civil e setor imobiliário.

Até na construção civil encontramos dificuldade de inovação. Foi necessária a vinda de construtoras de fora para construírem prédios em alvenaria estrutural em lugar dos prédios com estruturas de concreto, obsoletas e caras, e o uso de novas técnicas de paredes divisórias nos apartamentos. Foi um atraso de mais de 15 anos só na área da construção civil.

Outro exemplo pode-se sinalizar num simples detalhe de construção: casas construídas pela CDHU[i], com sede em S. Paulo, são entregues com aquecedor solar, equipamento muito útil a um custo irrisório face ao custo da casa inteira mesmo que popular. As casas construídas pela COHAB-RP não têm esse equipamento.

Existem inúmeras empresas locais que vendem aquecedores solares mas não conseguem nem mesmo que o governo local os instalem nos próprios municipais. Falta-lhes a capacidade de negociação política. Leis que exigiam essa postura por parte da prefeitura foram vetadas pelo executivo, sob as mais espatafúrdias argumentações jurídicas.

Esses exemplos servem para demonstrar que o empresariado local, estagnado e cristalizado, não consegue se inovar rapidamente.

Dentro dessa estagnação empreendedora  o Leite Lopes constitui um ícone.

Interesses menores, pequenos, não permitem a visão clara de que um aeroporto adequado é indispensável para alicerçar um desenvolvimento econômico de uma região metropolitana.

Essa falta de capacidade de enxergar longe (isso em 1997 quando foi elaborado o primeiro estudo SLLQC[ii]!) confirma  que a classe empresarial local, que comanda a classe política,  ainda acha que Ribeirão Preto é uma cidade grande de interior e não consegue enxergar que é uma cidade cosmopolita.

Essa visão mais avançada, empreendedora e inovadora é que está alimentando a construção do aeroporto privado em S. Roque, exclusivamente ligado à aviação executiva (entenda-se como mobilidade empresarial).

Uma ação política absurda do governo do estado, com o objetivo de beneficiar uma empresa privada para explorar um Terminal de Cargas e que ganhou a licitação de um só interessado (a própria),  apoiada pela comunidade empresarial local, atrasada e cristalizada, sem visão empreendedora, é que impede a construção de um novo aeroporto.

Não é por falta de verba. Dinheiro tem e até sobra, haja visto o desperdício de dinheiro publico para a Copa e até com a visita do Papa, às custas de 180 milhões de Reais, ou seja, o custo básico de um novo aeroporto para a região metropolitana de  Ribeirão Preto.

A diferença principal entre o aeroporto de S. Roque e o Leite Lopes está no padrão empreendedor empresarial: os de lá, inovadores e os “nossos“ aquilo que a gente vê.

A única dificuldade está em desconstruir o obstinado medo da inovação  que caracteriza o nosso meio empresarial e político. E que em lugar de auferir dos lucros de uma ação inovadora – novo aeroporto adequado ao desenvolvimento regional, como está sendo feito em S. Roque – prefere se contentar com eventuais migalhas que caírem da mesa do festim.

Mas a população de Ribeirão Preto, hoje, está inovadora e luta por um novo aeroporto. Briga  por ele desde 1995. E se for feito no prazo dos 20 anos, então 18 já se passaram e 2014, ano das eleições, novos ventos poderão soprar no governo estadual e ainda teremos um ano para construí-lo dentro desse prazo.

O Grupo Gestor



  

 

[i] CDHU: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbanismo
[ii] SLLQC: É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.









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