Os artigos publicados no nosso blog costumam receber comentários. A todos, temos o hábito de responder como um meio democrático de discussão do nosso tema principal aeroporto de Ribeirão, que podemos resumir: ampliação do Leite Lopes ou outro uso aviônico para o Leite Lopes após a construção de um novo aeroporto.
Recebemos um comentário, que segue abaixo, muito interessante e que merece não apenas um simples “Movimento Responde” mas um artigo mais amplo.
Quem disse que rico não gosta de ter aeroporto do lado ?
Atualize-se e veja essa publicação:
Aviação executiva
Mesmo com permissão para manejos pontuais de aeronaves comerciais, a natureza do Aeroporto Internacional de São Roque será executiva, com foco em táxi aéreo, serviços especializados e aeronaves de uso privativo. O terminal terá uma pista maior que a de Congonhas, de 2,8 mil metros, além de contar com um shopping center de luxo e um campo de golfe nas proximidades. Tudo pensado para atender o público de alta renda das regiões de Alphaville, Tamboré e condomínios de luxo no interior paulista.
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Qual vai ser a próxima desculpa ?
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Qual vai ser a próxima desculpa ?
Não temos nenhuma desculpa, principalmente porque foi muito interessante citar esse empreendimento, que confirma a validade dos principais objetivos do Movimento Pro Novo Aeroporto de Ribeirão Preto. Vejamos porquê:
É um empreendimento privado para atender a uma parcela restrita do mercado aeroviário, no que se refere a helicópteros, voos executivos e aviação geral além de serviços especializados. Exatamente o mesmo uso que o Movimento propõe para o Leite Lopes após o novo aeroporto entrar em operação. E como o aeroporto de S. Roque é fruto de investimento privado, isso significa que é lucrativo e muito rentável. Portanto, a nossa proposta é absolutamente viável economicamente.
Conclusão 1: se for construído um novo aeroporto em local adequado, moderno e tudo o mais que um aeroporto deve ter, as vantagens que dizem ser advindas da ampliação do Leite Lopes certamente estarão contempladas e, somado-se as novas atribuições ao Leite Lopes (do jeitinho que está) estaremos aumentando as vantagens econômicas. No primeiro caso – aeroporto novo – para a região. No segundo, para Ribeirão Preto.
A descrição do aeroporto no empreendimento informa que a área é de 200 ha exclusivamente para aviação executiva e o Leite Lopes, como aeroporto cargueiro, terá apenas pouco mais que 170 ha. Daqui é patente a desproporcionalidade de áreas, comprovando que o Leite Lopes será muito pequeno e, por isso, não será interessante economicamente para a região, embora possa sê-lo para o Governo do Estado e para uma empresa que irá explorar apenas um pequeno nicho de mercado, sem nenhum significado econômico relevante para a região.
Conclusão 2: O Leite Lopes, mesmo ampliado pelo tal “deslocamento da pista” continuará sendo de uma pequenez ridícula para atender à macro região de Ribeirão Preto comparado com um aeroporto só para atender ricos empresários.
A pista para S. Roque será de 2470 metros para aviãozinho de riquinho. Para aviões cargueiros, a do Leite Lopes terá 2100 metros, quando o mínimo necessário é de 3.300 metros.
Conclusão 3: Sem dúvida que a ampliação do Leite Lopes – o tal deslocamento de pista – não consolida uma pista adequada para aviação cargueira, que é de porte muitíssimo maior que aviãozinho de rico.
O projeto, sob a batuta da incorporadora JHSF pensa em começar as obras em 2013 e ter o aeroporto pronto pra uso antes da copa de 2014. Ou seja, um aeroporto privado, usando recursos privados, com pista maior que a do Leite Lopes e em área também maior, será construído em 1 ano.
Repetindo: será construído em um ano!
E agora? Como ficam os defensores de que a ampliação do Leite Lopes é necessária e urgente porque demora 10 anos para se construir um aeroporto novo?
Conclusão 4: Quem afirma que demora 10 anos para construir um aeroporto ou não sabe o que está falando ou está mentindo para justificar a não construção de um novo aeroporto em área adequada e que possa atender às necessidades de desenvolvimento econômico de Ribeirão Preto e da sua macro região!
Sua pergunta: Quem disse que rico não gosta de ter aeroporto do lado ?
O próprio empreendimento citado que vai compartilhar um aeroporto, conforme analise simples da maquete, abaixo:
A distância entre a pista e a parte comercial do empreendimento é de cerca de 500 metros, portanto fora da área de exclusão de ruído da pista. Essa área comercial (Catarina Fashion Outlet) é composta por um Centro de Compras com 120 lojas e estacionamento para 1000 vagas.
Terá também complexos para escritórios (Catarina Corporate Center), Hotel e Centro de Convenções. Será necessário reforçar que todos esses empreendimentos terão construções executadas com isolamento acústico? Ou seja, além de estarem longe das curvas de ruído e das situações de risco aeronáutico, ainda são à prova de ruído.
Rico não é trouxa e tem dinheiro para garantir a sua qualidade de vida, ao contrário dos moradores do entorno do Leite Lopes que ficarão submetidos ao risco aeronáutico e à poluição sonora.
A tal área residencial (Catarina Residencial Village), não está perto do aeroporto, mas a uma distância de cerca de 1.000 metros da cabeceira, com um excelente isolamento acústico produzido por um bosque.
De se notar que essa área residencial, assim como todo o resto do empreendimento está fora do alinhamento da pista, ou seja, da rota de aproximação. Portanto está a salvo de qualquer acidente que ocorra em pousos ou decolagens de aeronaves. Rico, não é rico à toa. Eles sabem o que fazem.
No caso do Leite Lopes teremos o Quintino de um lado e do outro o Parque de Exposições, além das pessoas e veículos que trafegarem pela avenida Antonio Albert Whatelly dita deslocada, todos bem na frente das cabeceiras.
É claro que isso não acontece com as elites que moram na zona nobre de Ribeirão Preto, na zona sul, bem oposta e longe do Leite Lopes, porque não estão migrando para o entorno do aeroporto. Se gostassem teríamos um boom imobiliário na região com a construção de espigões com vista para a pista!
Conclusão 5: Aeroporto na orelha do povo, só quando ele é pobre. Rico fica bem longe. Do ruído e do risco.
Só para informar: esse empreendimento prevê no futuro a construção de um trem especial que o ligue a outro na capital (Cidade Jardim) permitindo que executivos que descerem de seu jatinho possam pegar um trem confortável para ir até seu escritório em Alphaville ou na própria cidade de São Paulo.
É “quase igual” ao projeto de ampliação do Leite Lopes, só que neste caso os executivos que chegam a Ribeirão podem pegar um ônibus superlotado, com catraca para atrapalhar o transporte de malas de viagem e de trabalho, com uma periodicidade excelente de uma em uma hora!
Conclusão 6: Comparar esse projeto privado de uma incorporadora privada com o projeto público do Leite Lopes é realmente doloroso ver como se menospreza Ribeirão Preto! E como ainda tem gente e instituições que acham isso maravilhoso, a começar pela prefeitura municipal.
Respondendo agora à sua pergunta:
Qual é mesmo a desculpa para a ampliação do Leite Lopes em lugar de se construir um aeroporto novo e dar um uso aviônico e de aviação executiva ao Leite Lopes?
Será que a região, sede do agronegócio tem menos ricos que o Alphaville, lembrando que a nossa região é a que dispõe de maior numero de helicópteros privados no Brasil?
O grupo Gestor
A única diferença entre o novo aeroporto em São Roque e o novo de Ribeirão é que o de São Roque tem verba privativa e pode ser feito em um ano; o de Ribeirão vai depender da vontade dos políticos arrecadarem verba junto aos Governos Municipais, Estaduais e Federal e as previsões otimistas dizem que ele vai ser feito dentro de 20 anos e isso se Deus quiser !!
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