segunda-feira, 25 de julho de 2011

Repercussões do regabofe do desfavelamento e do lava as mãos da Prefeitura Municipal

A pressa dos SLLQC (grupo de pessoas para quem Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes interessa) gerou o regabofe no processo de desfavelamento, cujo objetivo principal, a bem da verdade, é atender interesses econômicos na regularização das áreas de zoneamento do aeroporto.
Não importando os meios, mas somente os fins, se utilizam da hipocrisia no uso do marketing político de que são “bonzinhos e preocupados com a dignidade das comunidades em favelas.
Pegando carona no Projeto Minha Casa Minha Vida do Governo Federal anunciam que estão “dando casa bonita” para os favelados.
Vejamos algumas repercussões de todo este processo junto à sociedade:

  1. ·         Artigo do Advogado e ex-vereador Beto Cangussu,  publicado no jornal Tribuna do dia 19/07
DESPEJO DA FAVELA DA FAMÍLIA: É PRECISO “DESPRIVATIZAR” OS ÓRGÃOS DO ESTADO.
O despejo das famílias que moravam na “favela da família”, na região do aeroporto, demonstra de forma clara, como o poder estatal está respondendo cada vez mais eficientemente aos interesses privados, e com incompetência absurda àquela que deveria ser a razão de ser do poder estatal: garantir o bem estar e a dignidade de todos os cidadãos.
Os agentes dos órgãos estatais envolvidos demonstraram o quanto estão distanciados da realidade social da maioria do povo ribeirão-pretano, ligados demasiadamente aos interesses da chamada “Califórnia Brasileira”.
Cada qual demonstrou com suas atitudes, que não estão à altura do importante papel que a cada um lhe reserva nosso ordenamento jurídico, na garantia dos direitos sociais previstos constitucionalmente. Optaram por garantir interesses privados.
A prefeita, após dois anos e meio de mandato, demonstra ser incapaz de cumprir com suas promessas de campanha, não tendo apresentado nenhuma alternativa habitacional à população de baixa renda, por ironia do destino, seu maior eleitorado. Elegeu-se com maioria dos votos vindos das camadas populares, mas governa para os interesses da “Califórnia Brasileira”. O que se tem de programa habitacional em Ribeirão Preto, é resultado da política do Governo Federal, que a prefeita “pega carona” o quanto pode. A prefeitura é incapaz de captar áreas disponíveis e ociosas para a implementação de programas habitacionais para população de baixa renda, pois, está atrelada aos interesses dos proprietários que dispõem de grandes glebas de terra no perímetro urbano, aguardando valorização com a especulação imobiliária. O Estatuto das Cidades, Lei Federal, já disponibiliza mecanismos legais para que os governantes “obriguem” esses proprietários a darem à suas terras uma função social, sob pena de perderem suas propriedades, ou pelo imposto progressivo, ou pela desapropriação. Caso a prefeitura tomasse tais atitudes, teria a sua disposição um “banco de áreas” disponíveis para fins de projetos habitacionais.  Ocorre que muitos desses proprietários, foram ou são potenciais financiadores de campanhas eleitorais, contra os quais, são poucos os políticos que se dispõem a contrariá-los.
Gostaria de ver a nossa prefeita a frente de uma campanha a favor de arrecadação de área para fins habitacionais, assim como ela esteve a frente das campanhas “Fica Agrishow”, “Aeroporto Internacional já”, “Stook Car”, “Fórmula Indy”, todas importantes, mas nenhuma modifica um milímetro a qualidade de vida da imensa maioria da população ribeirão-pretana.
O Poder Judiciário demonstrou que aquela estátua em frente ao STF, está com os olhos vendados por dois motivos: Ou porque não quer enxergar a realidade do povo, ou está com vergonha de alguma decisão proferida por alguns de seus magistrados. Assim como a “balança” que simboliza a justiça, está cada vez mais “pendida” para o lado do poder econômico. O Juiz que concedeu eficientemente a liminar de reintegração aos proprietários da área, área que estava ociosa há muitos anos, e que desembocou no despejo violento dos moradores da “favela da família”, é o mesmo Juiz que não consegue fazer cumprir uma decisão do Tribunal de Justiça, que transitou em julgado em 2009, obrigando a prefeitura a licitar novas empresas para operarem o sistema de transporte público, pois, os contratos com as atuais permissionárias foram considerados irregulares pelo Tribunal de Justiça, bem como, as atuais permissionárias e o ex prefeito Jábali foram condenados a ressarcir os prejuízos causados ao erário público com as “contratações ilegais”. A execução do Acórdão caminha a “passos de tartaruga”. Abro aqui um parêntese para dizer que recentemente a prefeita disse numa revista que “quer realizar nova licitação do transporte público, pois, faz muito tempo que isso não ocorre”. A bem da verdade a prefeita não quer realizar a licitação, “ela está obrigada por uma decisão do Tribunal de Justiça a fazê-la”. O que ela poderia ter feito e não fez foi cumprir a decisão desde 2009, que ela está postergando o máximo possível, para atender aos interesses das permissionárias.
Vejam nessas duas situações em que o Poder Judiciário foi chamado a manifestar-se, como a eficiência das decisões caminham a passos antagônicos: uma com rapidez, a outra com morosidade. Nessas duas situações só há uma coisa semelhante entre elas: em ambas o beneficiado é o poder econômico.
A Polícia Militar, em que pese o esforço da Instituição em aprimorar-se na suas condutas, tendo em vista que já não vivemos mais num tempo de “regime militar”, onde as polícias eram responsáveis pela manutenção da chamada “ordem estabelecida”, demonstra que ainda dispõe em seus quadros de agentes totalmente despreparados para lidar com conflitos sociais, que agem com total desrespeito à integridade física e a dignidade humana. Aquela cena do policial arrancando e expulsando mulheres dos barracos é de uma covardia que denigre a imagem da instituição. Gostaria de saber se aquele policial usa da mesma “macheza” no combate aos grandes traficantes e bandidos de colarinho branco.
Esse episódio demonstra de forma inequívoca o quanto precisamos urgentemente de “desprivatizar o aparelho estatal” para que ele possa de fato exercer o seu papel de garantidor da cidadania, da justiça social e o do bem estar de toda a população.
Ordem judicial se cumpre, ninguém está acima de uma decisão judicial. Infelizmente não houve acordo para saí­da pací­fica. A PM cumpriu seu papel que é cumprir uma ordem judicial. Se a PM não fizesse o que foi feito poderia inclusive cometer um crime.

Certamente houve abuso. Cobre do juiz responsável pela ordem alguma atitude, falassem para ele não dar a reintegração.

Há muitos problemas, um deles foi a forma de se retirar todo mundo. Mas ordem judicial boa ou ruim deve ser cumprida. Em tantos outros lugares em nosso Brasil velho de guerra imagens como estas já¡ ocorreram. Juiz e Polí­cia não são obrigados a se comover com a pobreza ou a "desgraça" alheia, causada por polí­ticos incompetentes. Se alguém tem propriedade de um imóvel ele tem direito a ter sua posse. A justiça foi feita, boa para uns, péssimas para outros.

Da próxima vez escolham melhor seus representantes, infelizmente os atuais pagam e alguns continuam prolongando o descaso de décadas.

Eu só me pergunto quantas destas pessoas despejadas tem tí­tulo eleitoral em Ribeirão Preto para poder fazer alguma mudança?

Acho que temos que votar certo sim. O que ocorre é que a grande maioria destas pessoas da favela e de alguns bairros mais carentes sequer votam em Ribeirão Preto. Como cobrar mudanças se nem exercer seu direito de voto na cidade algumas pessoas exercem.

3.         Ribeirão teve manifesto em prol dos sem-teto neste sábado (Jornal A Cidade)



 



4.    Padre Chico(Francisco Vaneron)

A minha interpretação e 'leitura' hoje diante da atualidade social em RP relacionada ao projeto de 'limpeza' da cidade em termos de 'higienização' com o modo de tratar as 'famílias faveladas':
LAMENTÁVEL POR CARECER DE QUALQUER RESPEITO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DESSES IRMÃOS NOSSOS; VERGONHOSO POR CAUSA DE POSTURAS QUE DEMONSTRAM QUE O PODER ECONÔMICO PREVALECE SOBRE A SOLIDARIEDADE HUMANA; ANTI-DEMOCRÁTICA POR DECISÕES TOMADAS DE CIMA PARA BAIXO; INACEITÁVEL DEVIDO AO FATO QUE INTERESSES PESSOAIS DE ORDEM 'p'OLÍTICO VENCEM QUALQUER PREOCUPAÇÃO PARA COM UM PLANO HABITACIONAL A MÉDIO E LONGO PRAZO E DIGNO NA PROJEÇÃO FUTURA DE UMA CIDADE TÃO IMPORTANTE NO CENÁRIO ESTADUAL E NACIONAL... E AO MESMO TEMPO DESCONSIDERANDO SEUS POBRES EM GRANDE PARTE ATRAÍDOS PELO 'ÍMÃ' PARADISÍACO DA SUA FAMA DIVULGADA NA MÍDIA SOB OS TÍTULOS DE 'CALIFÓRNIA BRASILEIRA' E 'CAPITAL DO AGRONEGÓCIO', NO ENTANTO EXATAMENTE POR ELES CO-ERGUÍDA ATRAVÉS DO SEU  ESFORÇO OPERANTE QUE ACABA GERALMENTE SENDO INJUSTAMENTE REMUNERADO...
 


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