quarta-feira, 20 de julho de 2011

Movimento na imprensa

1) Como e quando surgiu o movimento?

O Movimento apresenta 3 fases na sua atuação. Em tese, o Movimento começou com as discussões do Plano Diretor na década de 90 através do COMUR (Conselho Municipal de Urbanismo),  exigindo a relocação do Leite Lopes para área externa ao Anel Viário. Essa exigência fez parte da Lei Complementar do Plano Diretor 501/95 (art. 29. item X);

Em 1999, de uma forma intempestiva e ainda não muito bem explicada, uma agencia do governo dos EUA financiou, a fundo perdido, um projeto de ampliação do Leite Lopes. Apresentou um estudo econômico e ambiental de baixa qualidade que foi derrubado em discussões no COMUR.


 Os interesses políticos e econômicos   ligados a esse projeto, desistiram, com exceção de alguns setores mais retrógrados da sociedade ribeirãopretana que não se conformaram. Essa idéia foi descartada e o assunto aparentemente encerrado.

A partir de 2005, voltou a idéia de se ampliar o Leite Lopes, agora vinculado com outros interesses e o Movimento acionou o Ministério Publico para que fosse  elaborado um Estudo de Impacto Ambiental (EIA_RIMA), conforme a legislação determina e exige, tendo sido cumprida pelo DAESP que contratou esse trabalho.  Deve-se ressaltar o extraordinário empenho do MP na defesa dos interesses maiores da cidade e na exigência da aplicação rigorosa da legislação ambiental  e urbanística. 

Nesta  terceira fase o Movimento definiu como seu mote “Congonhas em Ribeirão Não” e caracterizou-se pela analise e contestação técnico-econômica  e socioambiental desse EIA-RIMA, demonstrando-se a sua inadequação. Em S. Paulo,  na analise desse trabalho pelo Governo do Estado através do Conselho Estadual de Meio Ambiente – órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a conclusão foi de esse estudo era de baixa qualidade e deveria ser refeito.

Foi refeito e novamente contestado. Com a tragédia de Congonhas ficou claro que a insegurança no entorno do Leite Lopes  era uma realidade e que o projeto de ampliação não passava de um devaneio técnica, econômica, social e ambientalmente inadequados.

Em razão disso, o DAESP, reconhece essa impossibilidade técnica e junto com o Ministério Publico define-se judicialmente uma sentença judicial, da não ampliação o Leite Lopes.

O Movimento sabe que certos interesses persistem  nessa ampliação, mesmo que parcial,  e apenas aguardavam a oportunidade para reabrir essa questão.  Essa oportunidade é materializada pela atual gestão municipal que faz da ampliação do Leite Lopes uma campanha midiática.


2) Como funciona a organização do movimento?

O movimento está organizado de forma transversal, em grupos gestores, cada um agindo na sua área de atuação, como por ações de campo (manifestações populares, panfletagem), ações junto à imprensa e a setores políticos, ações de divulgação e esclarecimento público através de palestras e coleta de abaixo assinados, participação de Foruns e Seminários, etc.

3) Quais são os objetivos do movimento ?

Impedir a insensatez da ampliação do Leite Lopes e exigir a imediata construção de um aeroporto novo que permita ampliações futuras de modo a acompanhar o crescimento da macro-região de Ribeirão Preto sem causar danos sociais e ambientais. E que esse aeroporto possa ser a porta de entrada digna para uma região de grande potencial econômico como a nossa. Esta posição é unanime em todos os técnicos em engenharia aeroportuária que se têm manifestado  a respeito do Leite Lopes.

4) O que ja foi conquistado?

Em primeiro lugar, não conseguiram ampliar o Leite Lopes e todos os projetos mirabolantes que foram feitos e anunciados foram derrubados.

Atualmente temos uma repercussão na mídia que não existia no inicio da campanha e pelas nossas ações de campo e de esclarecimento popular através de manifestações e palestras, temos desconstruído o mito da ampliação do Leite Lopes como sendo um fator gerador de progresso, que demonstramos não ser verdadeiro, na medida em que a ampliação do Leite Lopes seria um fator limitante do desenvolvimento regional.
Algumas personalidades locais, inicialmente a favor exclusivamente da ampliação do Leite Lopes, hoje já consideram a alternativa do novo aeroporto a única alternativa lógica e viável.

Outra vitoria para a cidade e região consistiu na conclusão da Comissão Especial de Estudos da Câmara Municipal pela necessidade de um aeroporto novo.

5) Vocês imaginavam que conseguiriam atingir tantas pessoas?  Como isso aconteceu?

Sim. Está sendo feito um trabalho de formiguinha, junto à população em geral que está ficando esclarecida sobre o mito do Leite Lopes e que percebe que essa alternativa não serve a Ribeirão.

Por exemplo, não nos interessam grandes abaixo-assinados coletados entre pessoas que aderem ao tema mas sim  pessoas assinando após assistirem às nossas palestras, tornando-as não apenas em simpatizantes mas em agentes de divulgação consciente.

Para contrabalançar as campanhas midiáticas de tentativas de  manipulação da opinião pública, organizamos um Informativo eletrônico que está atingindo cerca de 10.000 pessoas e um blog. Nestes veículos publicamos as nossas posições e comentamos todas as noticias relativas ao Leite Lopes, esclarecendo a realidade objetiva.

6) Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelo movimento?

Evidentemente a falta de apoio da mídia, com exceção da Gazeta, por exemplo, que sempre abriu espaço para as nossas posições.  A intransigência de certos setores em discutirem o problema do aeroporto da macro região de Ribeirão Preto é outra dificuldade que está sendo contornada pelo dialogo com as forças populares. Desta forma, essas forças estão ficando cada vez mais isoladas dentro do contexto político.

7) Vocês ja reuniram com autoridades políticas da cidade? quais? O que foi discutido?

Temos feito um trabalho junto a alguns vereadores e junto a empresários e a formadores de opinião. Esse trabalho consiste na demonstração objetiva de que a ampliação do Leite Lopes é um erro e que apenas um aeroporto novo pode constituir um vetor de crescimento econômico da região. Não existe discussão porque é a evidência técnica e científica que se opõe à utopia do marketing político que insiste na ampliação do Leite Lopes.

8) Até onde vocês acreditam que chegarão com as ações do movimento?

Até à inauguração do novo aeroporto.

9) Quais são os futuros passos do movimento? 

Os mesmos feitos até agora, baseados na mobilização popular através de ações de campo, pelo  esclarecimento da realidade através do blog, do informativo e das palestras e de contatos com as forças realmente vivas da região, que querem o seu desenvolvimento.

Como passo complementar, o Movimento está alinhado com outros movimentos similares, como os de Congonhas e outros, com o objetivo de um grande movimento nacional que comece a exigir das autoridades  a construção do sistema aeroportuário adequado, seguindo as normas da engenharia de aeroportos e não fique submetido a interesses menores e pontuais que favorecem aquilo que chamamos de “tecnologia do puxadinho”  que conseguiu criar o caos nos aeroportos a que estamos assistindo diariamente pelo qual resultou a tragédia de Congonhas que poderia ter sido evitada se S. Paulo dispusesse de aeroportos dignos e com áreas de escape adequadas  e sem causar incômodos à população.



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