Querem anular o acordo que impede
a ampliação do Leite Lopes
Em 2007 os estudos encomendados para justificarem a ampliação do Leite Lopes foram considerados de má qualidade pelos órgãos estaduais de licenciamento desse tipo de empreendimento. O órgão que solicitou esses estudos também era estadual.
A falta de embasamento técnico e científico desses estudos ficou claramente demonstrada pelos técnicos do Movimento Pró Novo Aeroporto na sua vertente teórica. A tragédia do A320 da TAM que se abateu sobre Congonhas, logo a seguir, demonstrou na prática a inviabilidade técnica da ampliação do Leite Lopes, que nunca passaria de um novo Congonhas.
Face aos fatos, nada de mais sensato que o DAESP reconhecesse que não existiam condições técnicas efetivas para a ampliação do aeroporto existente, resultando um acordo entre as partes, homologado pelo judiciário e que passou a ter valor de sentença. Ficou claro que as duas partes – Ministério Público e DAESP - tomaram as medidas necessárias para defender o interesse público. Isso em 2008.
Para gente "normal", os fatos objetivos, teóricos e práticos, deveriam servir de norte para que imediatamente começassem as articulações para a construção de um aeroporto novo, internacional, para atender Ribeirão Preto. Mas para aqueles a quem interessa Só o Leite Lopes a Qualquer Custo - *SLLQC -, o bom senso crítico não tem valor. Inventam mentiras deslavadas para enganar a população e mantêm uma campanha sistemática na imprensa cantando hinos e louvores à tal de internacionalização do aeroporto, insinuando que um "galpãozinho" de cargas aéreas vai tirar a prefeitura e a cidade da miséria. Vai gerar tanto emprego que até as prostitutas e os traficantes que operam no entorno irão se regenerar e trabalhar, direta ou indiretamente, no aeroporto.
Quando insistem em dizer que precisam internacionalizar o aeroporto, insinuam que logo mais existirão linhas internacionais de passageiros. Não é verdade. A internacionalização do Leite Lopes é exclusivamente para cargas.
Querem derrubar o acordo judicial para conseguirem ampliar o Leite Lopes. Alegam que estão na defesa do interesse público. Não é verdade. O interesse público é o acordo em vigor. O acordo é que não é do interesse de certos setores, absolutamente insignificantes para a cidade, mas certamente muito poderosos politicamente, numa cidade onde a prática política se confunde com o servilismo ao econômico, mesmo que seja prejudicial ao município.
O Leite Lopes já está homologado como aeroporto internacional de cargas desde 2002. Não está em operação porque o galpão da TEAD (empresa que ganhou a licitação) ainda não foi construído. Falam num progresso desmedido para a cidade. O galpão homologado terá 5.000 m². Cumbica tem um terminal de cargas de 97.800 m²; Viracopos 81.000 m². O que representa para a economia da cidade esse enorme investimento de um terminal de cargas de 5.000 m²? Para a economia da cidade e da região, praticamente nada.
Então porquê tanto empenho para derrubar o acordo entre o MP e o DAESP? Porquê tanto desperdício financeiro e de recursos humanos para estimular essa insensatez? Para facilitar a geração de renda para um grupo econômico às custas de dinheiro público (ampliação do Leite Lopes, desapropriações e alteração do sistema viário) e provocando graves danos urbanísticos à cidade, se não quisermos considerar os fatores socioambientais e de risco aeronáutico?
Mas, se for construído um aeroporto novo, homologado para cargas internacionais, qual será o impedimento para que esse terminal fantástico lá se instale e fature o que tiver que faturar? Em princípio nenhum. A menos que um aeroporto novo cancele a licitação do Leite Lopes e tenha que ser feita outra. Outra licitação com mais que um concorrente? Talvez esteja aí o ponto fulcral da questão do tal de interesse público tão propalado.
A propósito:
Quando alguns egrégios juristas deram o seu parecer com a possibilidade de acionar o judiciário para cancelar o acordo, logo os SLLQC ficaram ouriçados, achando que poderiam começar as obras logo no dia seguinte. Porém, esqueceram-se de informá-los de um pequeno detalhe: ampliação de aeroportos exige a elaboração do EIA-RIMA. Sairemos de 2011 para retornar a 2007!
Se em 2007 foi comprovado técnica e cientificamente que o aeroporto internacional de que falam não cabe no Leite Lopes, porque acham que agora vão conseguir? Espicharam o espaço disponível para ampliar a pista, empurrando a ferrovia e a Rodovia Anhanguera? Ou será que esses egrégios juristas vão acionar o judiciário para revogar a Lei da Gravidade e a Lei da Inércia? Acham que as Leis da Física podem ser anuladas à vontade do freguês dominante? Quem estuda a aplicabilidade das leis da Física não é jurista mas sim engenheiro. E como engenharia não é filosofia, a conclusão final é:
O Leite Lopes fica como está e um Novo Aeroporto Já!
- Obstáculo ao desenvolvimento da cidade:
* SLLQC - Só Leite Lopes a Qualquer Custo - É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário