E não é que um antigo projeto de algumas lideranças políticas de Ribeirão Preto se tornou realidade nesta última semana? Sim, o governo do Estado autorizou o projeto de lei complementar que cria a região metropolitana de Ribeirão Preto.
É um projeto aspirado desde os tempos da ditadura, quando o autor do pedido foi o deputado Alpheu Gasparini. Nesta semana, disputando espaço como mãe e pais da criança, Dárcy Vera, Léo Oliveira, Maurílio Romano e Duarte Nogueira sorriram para fotos.
Esta é uma notícia boa em todos os sentidos. A cooperação intermunicipal é fundamental para se buscar equacionar os problemas de infra-estrutura comuns aos municípios que integram a região. Haverá uma complementação legal vinda do governo do Estado que pode fortalecer os orçamentos.
E é uma boa notícia para quem luta há tanto tempo para impedir que um aeroporto internacional seja construído dentro dos limites urbanos de Ribeirão Preto e para uma problemática que poderia ter sido resolvida em 1995 com a construção de um novo aeroporto, como recomendava o Plano
Diretor da época. Com o que já se gastou com o 'puxadinho' do Leite Lopes daria para se construir dois aeroportos novinhos e maiores.
Um dos argumentos bairristas usados pelas forças que desejam internacionalizar o Leite Lopes apesar dos pesares e a qualquer custo era que 'Ribeirão Preto' não pode abrir mão deste aeroporto', para proteger nossos interesses e empregos.
Com a região metropolitana, este argumento cai por terra. Sendo instalado em uma área pertencente a um dos municípios que integram a região, haverá repartição de receitas e soma de benefícios, podendo gerar os tão propalados empregos e investimentos na região toda. Ou será que a comemoração pela aprovação da região metropolitana é só fachada, que o bairrismo continuará prevalecendo?
Sertãozinho tem a área. Por que não?
No local onde hoje está o Leite Lopes, poderia ser instalada uma escola técnica voltada para cursos de tecnologia aeronáutica e outros cursos de capacitação da população local em economia solidária e cooperativismo, por exemplo. Poderia ser construída uma grande rodoviária. Certamente que o fim do imbróglio Leite Lopes faria os investimentos retornarem à zona norte, ao tão sofrido e esquecido entorno.
As disputas urbanas por áreas de moradia popular ganhariam novo fôlego de discussão, sem a pressão das desapropriações forçadas que ocorrem agora enquanto o projeto da internacionalização segue silencioso e sem a ameaça de transformar toda a região em industrial, como buscou Dárcy Vera em seu primeiro mandato e ameaça buscar de novo agora nas discussões do Plano Diretor e da lei de uso e ocupação do solo.
Mas como sabemos que é difícil romper o bairrismo e que a internacionalização serve muito bem a um discurso politiqueiro local, a luta continua. Este mês, no dia 16/2, o Movimento Pró Novo Aeroporto conseguiu uma boa resposta do Ministério Público Federal à sua solicitação sobre o envio de verbas federais para a ampliação enquanto ainda correm ações civis públicas na Justiça.
Diz o MPF: 'recomendamos o não envio de recursos públicos federais para as obras de ampliação enquanto as três ações civis públicas ainda não tenham o trânsito em julgado. Só recomendamos o envio das verbas quando juridicamente o Leite Lopes estiver livre e desembaraçado'.
No próximo dia 20 de março, às 16h, haverá um seminário sobre a questão do Leite Lopes e entorno. Ocorrerá no salão paroquial da Igreja Maria Mãe do Povo e São Lázaro, avenida Recife 515, Jardim Aeroporto. Compareçam!
Ricardo Jimenez
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