Carta
enviado ao Jornal A Cidade:
O leitor Lauro Schimidt,
criticando o artigo Pirulito e Peteleco do Julio Chiavenato, externou o que a
propaganda midiática defensora da ampliação do Leite Lopes publica para
deformar a realidade.
Quando afirma que “Nos primórdios do funcionamento do aeroporto, o seu entorno era um
ermo, com apenas algumas chácaras” se esquece que nessa época não existia
nenhum aeroporto mas sim um campinho de aviação (aeroclube) que não atrapalhava
o entorno nem era por ele prejudicado.
Em 1984, quando se definiu o Zoneamento de
Ruido, ficou definido que o entorno é que passou a ser prejudicado pelo Leite Lopes,
ou seja, ele foi o invasor. Em 1995,
pelo Plano Diretor a cidade decidiu pela remoção do Leite Lopes para local mais
adequado e essa vontade popular não foi atendida pelos políticos.
Portanto, quando afirma que “Os bairros é que
foram se aproximando, não o contrário. Quem foi morar perto dele...sabia
o que ia ter sobre sua cabeça. Que direito têm de reclamar?” não tem sentido e
todos os bairros residenciais, inclusive os da COHAB, já estavam construídos e
consolidados em 1984. Então, os moradores tem sim o direito de reclamar porque
foram eles os perturbados e são eles que correm o risco aeronáutico. Ninguém se
importou com isso porque são bairros de trabalhadores pobres. Quem se importa
com eles, se quem manda é o interesse dos negócios?
Lembramos que em 2005 quando foram feitos os
estudos sobre a ampliação do Leite Lopes, ficou demonstrado que essa ampliação
não seria possível sob diversos aspectos, além dos sócio ambientais também os
técnicos, como por exemplo o comprimento da pista. A recomendação foi a de se
construir um novo aeroporto em local adequado.
Essa recomendação não foi aceita porque
demoraria “10 anos” para se construir um novo aeroporto (o que não é verdade,
pois 3 a 5 anos é suficiente) e, de 2005 a 2015 já se passaram 10 anos, o que comprova
e caracteriza a falta de visão das auto-chamadas forças vivas locais,
provincianas e por isso incapazes de pensarem uma Ribeirão Preto progressista.
Bauru, em 1995, entre muitas outras cidades, construiu o seu segundo aeroporto. Só Ribeirão
Preto não consegue porque essas forças provincianas não deixam.
Por tudo isso, o artigo do jornalista Julio
Chiavenato merece todo o nosso aplauso pela forma como expôs o problema Leite
Lopes com toda a clareza.
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