segunda-feira, 6 de julho de 2015

O PAPELÃO DE NOSSA IMPRENSA SEM NOÇÃO

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que, há mais de 15 anos, insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve, porque na opinião deles, demora 10 anos para construir um novo aeroporto.

Volta e meia recordamos algumas jóias da preciosidade SLLQC nas reportagens de nossa imprensa tão solícita em divulgar os interesses ligados à ampliação (proibida por razões técnicas e de sentença judicial) do Leite Lopes.

Essa imprensa recusa-se sistematicamente  em discutir o assunto com a sociedade ribeirão-pretana, como se ela fosse  composta apenas pelo lado provinciano que, por enquanto, ainda manda nesta cidade, capital oligárquica dos verdes canaviais.

Uma dessas  preciosidades, apenas como exemplo,  foi a série de entrevistas no dia 09/01/2015[i], que a seguir transcrevemos e comentamos:

PREFEITA COMEÇA COBRAR DO ESTADO AÇÕES URGENTES PARA AMPLIAR O AEROPORTO
(Apresentador) A administração também chama para o diálogo as entidades  interessadas no desenvolvimento econômico do município.
Nós, o Movimento Pro Novo Aeroporto, também estamos interessados no desenvolvimento econômico do município e da sua região metropolitana mas não fomos chamados, o que deixa a afirmação “dialogo” sob suspeita.
Insinuam que o aumento de passageiros no Leite Lopes é um fenômeno pontual e que depende da sua internacionalização.

Esquecem-se de informar que a internacionalização é de cargas.

(Repórter) O movimento no aeroporto alcançou vôos mais altos e durante o ano passado cerca de 02 milhões de pessoas passaram pelo terminal. O número de embarques e desembarques aumentou e a necessidade de melhorias também, mas as ações para ampliação e a internacionalização do local não acompanharam este ritmo de crescimento, algo que preocupa quem tem interesse no desenvolvimento econômico do município.
(Guilherme Feitosa – diretor regional do CIESP/FIESP) Sabemos que o momento hoje, é um momento de ajustes de uma maneira geral na economia brasileira. O próprio governo revendo seus os gastos, mas já tá mais que na hora de Ribeirão Preto e região ganhar este aeroporto e ele começar operar o quanto antes e que venha a internacionalização do aeroporto Leite Lopes.

O aumento do numero de passageiros tem aumentado, não apenas no Leite Lopes  mas como um todo nacional porque o modal aéreo deixou de ser uma exclusividade das elites. 

O aumento da demanda e uma melhoria nos ganhos dos trabalhadores, provocou uma proletarização no uso do modal aéreo, e isso até espantou as nossas elites, excludentes e mal habituadas, que têm reclamado disso nas redes sociais.

Migrantes que antigamente visitavam os familiares viajando em ônibus, durante vários dias, por uma pequena diferença nos custos, poderiam ir de avião com muito mais conforto e segurança.

Por outro lado, a internacionalização do Leite Lopes é uma falácia porque se trata de internacionalização de cargas e não dispõe de pista para permitir a decolagem de equipamentos  cargueiros a plena carga paga. Isso só será possível com um aeroporto novo, decente. Permitir  a ampliação do Leite Lopes é impor a Ribeirão Preto e à sua futura região metropolitana a impossibilidade de vir a ter um aeroporto de verdade que atenda às futuras necessidades regionais de desenvolvimento.

A falácia de que a internacionalização de cargas no Leite Lopes será uma porta de entrada para empresas novas

(José Carlos Carvalho – vice presidente da ACI) Agora inclusive que estamos entrando, 2015 será um ano difícil e a gente pode se recuperar em 2016 é hora da gente fazer uma força muito grande para viabilizar isso. Isso é uma porta de entrada para empresas novas, para alavancar mais a economia de Ribeirão Preto.

Desde quando a internacionalização de um aeroporto vai atrair novas empresas? No Leite Lopes já existe uma empresa instalada, que irá operar com exclusividade, em cujo galpão se concentrarão todas as entradas e saídas de mercadorias em transito internacional. Quais seriam essas empresas que seriam atraídas? E qual seria a relevância econômica dessas empresas para, por si sós, alavancarem a economia de Ribeirão Preto?

As empresas são atraídas para uma cidade quando ela dispõe de meios que facilitem e impulsionem as suas atividades, tais como,  mão de obra bem qualificada – para isso requer um sistema educacional formal e técnico de boa qualidade (temos?); um sistema de mobilidade urbana com disponibilidade de transporte urbano de qualidade  conforto, preço e velocidade e vias urbanas sem buracos e outros obstáculos (temos?); um sistema de saúde pública de qualidade (temos?).

O exemplo do Distrito Industrial e seu fraco desempenho, demonstra que Ribeirão Preto, com ou sem aeroporto, não constitui um polo atrativo de empresas de qualidade.

(repórter) O Deputado Federal Duarte Nogueira recebeu oficialmente na quarta feira o cargo de Secretário Estadual de Transportes e junto com a nova função uma lista de pedidos do governo municipal. A Prefeita cobra um novo cronograma de obras já que o município ficou responsável pela malha viária do entorno

O atual Secretário Estadual de Transportes entende muito pouco de aeroportos já que, numa declaração há algum tempo atrás, dizia que para se construir um aeroporto demorava 40 anos. Como remendar pode ser  mais difícil que fazer  novo....

(Prefeita Darcy Vera) A minha preocupação é que temos hoje 135 empresas. Há uma briga entre cidades para poder atrair empresas. Temos uma infra estrutura para atender esta grande demanda. Atender toda nossa região, todo o entorno e isto está indo pela Rodovia Anhanguera ou até para Uberlândia e não tem ficado em Ribeirão Preto.

A declaração da prefeita apenas confirma o que afirmamos um pouco atrás. Ribeirão Preto não tem nenhuma infraestrutura que possa atrair empresas importantes que possam fazer a diferença econômica para Ribeirão Preto.
Não será um aeroporto limitado e senil que irá contribuir alguma coisa para mudar isso. Pode ajudar sim mas apenas em campanhas eleitoreiras.
Apenas através de uma grande reforma política da cidade, com a exclusão de nossas elites provincianas e incompetentes e implantarmos politicas publicas de verdade, poderemos voltar a ser um centro econômico apto a  ser a capital de uma região metropolitana progressista.

Falta de noção quanto ao processo de refavelização do entorno do Leite Lopes e dos danos à cidade causados pelas alterações propostas para  a malha viária

(repórter) A principal ação do estado e talvez a mais urgente é a desapropriação desta área que voltou a ser ocupada, hoje com 200 construções é um entrave na internacionalização do terminal do Leite Lopes, terá um custo de 413 milhões de reais. A maior parte vem do governo federal. São Paulo deverá arcar com 40 milhões. Ribeirão com 25, mas para este ano estão previstos no orçamento apenas 8% deste valor, porém Darcy Vera garante que não haverá prejuízo para o andamento das obras.

“Desapropriação da área que voltou a ser ocupada” é o indicativo de que a reportagem não faz a menor ideia do que está ocorrendo no entorno do Leite Lopes e muito menos do que está falando, característica do papelão que a  nossa imprensa sem noção promove quando o assunto é o Leite Lopes.

Se a área voltou a ser ocupada, é óbvio que se  que se trata de refavelização e sabemos que  favela é dsimplesmente espejada sem direito a indenização.

Indenização refere-se apenas a imóveis legalmente registrados no competente cartório, por constituírem parte de loteamentos devidamente aprovados e que foram implantados muito antes do Leite Lopes, que era um campinho de aviação, ter virado uma amostra de aeroporto.

(Prefeita Darcy Vera) Assim que eles fizerem a adequação, o cronograma e fizerem para gente como será a malha viária, nós teríamos condições de licitar. Caso haja necessidade, também temos uma estrutura que eu já deixei montada para que haja remanejamento e a Prefeitura cumpra com a sua parte

Agora a prefeita falou a realidade: quando eles (o governo do estado) informarem como será a adequação, então a prefeitura poderá fazer a licitação e cumprir a sua parte. O problema é esse mesmo: eles não sabem o que vão fazer nem como.

Aprovaram um desvio da avenida Thomaz Albert Whatelly, depois perceberam a canastrice viária proposta e mudaram para um tunel e agora tentam resolver esse mergulhão (rebaixamento)  no leito da avenida e se recusam a mostrar o projeto e a discuti-lo com a comunidade.

Não querem cumprir com a obrigação de fazer o Estudo de Impacto de Vizinhança porque sabem que além do ridículo que vão passar, ninguém poderá aprovar um túnel desse porte (cerca de 700 metros) em área urbana, para passagem de pedestres e ciclistas.

Apenas entidades corporativas da área econômica são citadas como  se fossem representantes legitimas da sociedade civil organizada

(repórter) O executivo quer a participação da sociedade civil organizada. As entidades mostram otimistas com o dialogo, mas esperam vontade política de ambas as partes.

(Guilherme Feitosa – diretor regional do CIESP/FIESP) Nós estamos dispostos a formar parceria com o poder público, não só municipal como estadual na busca do caminho e do cronograma mais ágil possível  para que isto aconteça.
Eu acho que agora nós temos que nos unir, juntar todo mundo. Não é só as entidades não, temos que pegar os deputados estaduais, câmara de vereadores, a Prefeitura, todos, os deputados federais, todos que podem realmente nos ajudar a viabilizar esta idéia. Isto faz uma falta tremenda para a economia de Ribeirão Preto.

Se estes são os exemplos de sociedade civil organizada apta a discutir o Leite Lopes e o aeroporto internacional de Ribeirão Preto, podemos dizer, convictos, que estamos muito mal servidos.

Falta mesmo a verdadeira sociedade civil organizada e não os remanescentes provincianos de entidades herdeiras da república dos verdes canaviais.

Não é à toa que Ribeirão Preto atravessa uma das suas piores fases – senão a pior – de administração  municipal, com uma base aliada oriunda  dessas entidadezinhas provincianas.

Congonhas em Ribeirão Não!
Leite Lopes ampliado = mais favelas
e maior risco de acidentes.
Novo aeroporto e

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