terça-feira, 28 de julho de 2015

A GRANDE OBRA DE ENGENHARIA TERCEIRO-MUNDISTA NO LEITE LOPES: O MERGULHÃO

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que, há mais de 15 anos, insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve, porque na opinião deles, demora 10 anos para construir um novo aeroporto.

O projeto do mergulhão representa muito bem o menosprezo que sentem por Ribeirão Preto

Isso mesmo. Os órgãos oficiais do estado  e da união chamam de mergulhão ao famigerado túnel  que irá encaixotar a Av. Thomaz Albert Whatelly sob a pretensa futura pista ampliada do Leite Lopes.

A mentira sempre foi o discurso de praxe mas desta vez eles falam a verdade, porque o “mergulhão” será – se for construído – um verdadeiro mergulho em  alagamentos e num mar de assaltos.

Eles sabem muito bem o que dizem e ainda tiram sarro da gente e com razão já que, na verdade, o mergulhão só é possível de ser imposto a Ribeirão Preto graças à incompetência cerebral de nossas pretensas elites provincianas da república dos verdes canaviais.

Dizem que vão fazer a licitação em Setembro. Mas licitação do quê, se nem eles mesmo têm o projeto feito? E esse projetaço do túnel, modelo mergulhão, que vai mexer com todo o sistema viário e com a população que hoje usa a Av. Thomaz Alberto Whatelly não vai precisar de um estudo de impacto de vizinhança (EIV)[i]?

Será mesmo um túnel ou uma passagem inferior, meia-boca, bem baratinha e que não pode ser feita onde tem pista de pouso?

Na verdade eles sabem muito bem como se fazem tuneis. Sabem também o que é um “mergulhão”, já que são especialistas nessas obras normalmente inúteis. Sabem também que se a população souber o que eles estão preparando para a cidade, o pessoal não vai gostar.

Sabemos que não é intenção executar um túnel mas sim uma passagem inferior, tipo viaduto, que não é permitida pelas normas internacionais. Fazem isso para ficar mais baratinho. E é isso que eles acham que Ribeirão Preto merece por causa do apoio dessa oligarquia provinciana no poder municipal que aplaude, aceita e agradece qualquer porcaria que lhe oferece.  

Por isso não dizem como vai ser, não querem fazer EIV nenhum e querem tocar as obras para garantir que as reclamações só aconteçam depois da obra feita. Tática da terra arrasada: tá feito, não vamos desfazer e pronto! Ribeirão que se dane, eles dirão, o importante são os lucros.

Vamos tentar descrever como será essa magnífica obra de engenharia viária mergulhífera

Supondo que seja mesmo um túnel de verdade, será então um tubo totalmente fechado e enterrado na avenida com a pista de pouso e a de taxi passando por cima. Existem duvidas quanto à solução apresentada, mas como já temos outras obras desse tipo pelo mundo afora, dizem eles, então pode ser feito.

A diferença é que esses túneis rodoviários que existem mundo afora são em rodovias e não em avenidas no meio de áreas urbanas, onde circulam pedestres, ciclistas, motociclistas, etc. E, se  circulam pedestres, então são obrigatórias calçadas que cumpram todas as exigências de acessibilidade, inclusive a de inclinação de rampas, que têm que ser muito menos inclinadas que as rampas para automotores[ii], portanto, mais compridas.

Eles pretendem fazer as calçadas com 1,20 metros de largura separadas das faixas de rolamento que protegem os pedestres dos carros, mas também protegerão assaltantes escondidos.

E esse é um dos pontos de estrangulamento desse projeto de engenharia terceiro-mundista dos canaviais.  Além do fato que deverá conter uma ciclovia. Como ficará muito caro, então vai ser um caixote padrão automóvel[iii]. Por isso e por outras razões, não vão querer fazer nenhum Estudo de Impacto de Vizinhança.

Nem ciclo faixa e muito menos ciclovia. Ciclista e pedestres que se danem, afinal de contas não passam de simples trabalhadores pobres. Quem se importa com eles? Nós nos importamos, sim.



Em dias de chuva forte, pedestres, ciclistas e motociclistas deverão usar coletes salva vidas?

Mas voltemos à obra mergulhifera. Vão ter que rebaixar a avenida. Para isso vão ter que fazer uma rampa para descer antes do terreno do aeroporto, um trecho plano e finalmente outra rampa para subir fora do terreno do aeroporto (porque toda a área do aeroporto tem que ficar isolada de acesso público por exigência técnica de segurança). 

Somando tudo isso, iremos ter um comprimento estimado em, pelo menos, 700 metros.  Estimado porque não conhecemos o projeto e nem eles, porque só agora começaram a fazer o levantamento topográfico para elaborar o projeto básico.

Será que alguém conhece algum túnel urbano com a via rebaixada que, na época das chuvas, não fica alagado[i]?

Entende agora porque é que eles (os SLLQC e seus projetistas de túneis mergulhíferos) chamam a essa obra prima da engenharia terceiro-mundista de “mergulhão”? 

Porque você, pedestre, ciclista ou motociclista,  vai precisar de colete salva vidas para atravessar esse túnel em época de chuva forte. A menos que saiba nadar, é claro.

Aproveitamos esta oportunidade para contribuirmos com essa obra prima de engenharia terceiro mundista para sugerir aos seus projetistas que nas bocas do túnel, coloquem uns varais para que os pedestres possam ficar pendurados para secarem. Assim como as bicicletas e as motos.

Carros não precisam de nada disso, pois bastará  os seus ocupantes subirem  para o teto  aguardando a balsa para recolhê-los.

Alguns exemplos de obras primas de engenharia, modelo mergulhão, obtidas na WEB:





Sugestão: varal para pedestres, ciclistas e motociclistas para dias de chuvas intensas.


E a segurança publica nesse túnel, como irá ficar?
Temos um bom exemplo no Rio de Janeiro, no túnel Copacabana!


 












 E, caro leitor, será que você é um super herói para atravessar esse túnel de 700 metros de extensão, totalmente fechado, a pé, quer seja de dia ou de noite? Ou de bicicleta? Ou, se for de carro, terá coragem de parar o carro para trocar o pneu?

Bom, aí fica mais fácil: fica quietinho no carro, vidros fechados, e chama o guincho. Só que teremos, talvez dois outros problemas extras: o primeiro é que celular não funciona em túnel e segundo o motorista do guincho talvez não tenha a mesma coragem que você e se recuse a ir até lá. É claro que você sabe porquê: porque provavelmente será assaltado.

Viu porque é que eles não querem fazer Estudo de impacto de Vizinhança? Aí você diz: se é de lei então cumpra-se a lei. Mas a lei também diz que o EIV deve ser exigido pelo município e como a prefeitura, pelo menos esta administração, quer mostrar serviço e está a serviços dos interesses da ampliação do Leite Lopes e contra um aeroporto novo e está pouco se lixando para a cidade, então esse EIV não será exigido. Tudo dentro da lei, é claro, já que são eles que fazem as leis.

Não podemos esquecer que existe um grande trafego de ciclistas porque é dessa forma que uma parcela significativa de trabalhadores da região se desloca ao trabalho.

Por isso é indispensável a existência de uma ciclovia para uso de trabalhadores e não apenas para “burgueses” se exercitarem nos finais de semana.

E o que restará então para fazer? Mobilizar a turma, explicando o que vai acontecer e fazer pressão popular. E essa pressão apenas poderá ocorrer com a mobilização das comunidades do entorno, principais atores a serem prejudicados por essa obra aeroportuária   terceiro-mundista.

São os moradores do entorno do Leite Lopes que usam a avenida a ser “embalada de presente” e que se deslocam para o seu serviço a pé ou de bicicleta que serão os alvos dos assaltantes e das chuvas.

Mas para isso tem a policia[i]! Dirão alguns, com a voz empostada dos  sábios SLLQC.

No túnel? Vai ter policia não!
Existia um posto policial na Base Comunitária ao lado de uma escola e de um posto de saúde, Agora, não tem mais, porque foi transferida para dentro do Leite Lopes. O povo? Quem se importa com o povo? Ora, para os SLLQC, o povo é apenas um mero detalhe. 


Vamos exigir o Estudo de Impacto de Vizinhança da obra do túnel e que a audiência pública seja feita em local do entorno do Leite Lopes e num sábado ou domingo para que a população possa participar[ii].

Congonhas em Ribeirão Não!
Leite Lopes ampliado =  túnel = assaltos no mergulhão
Novo aeroporto em nova área já!


[i] A Base Comunitária impunha respeito devido à sua localização estratégica. Ficava em frente a EMEF Jayme Monteiro de Barros e a menos de 1 km da lateral do aeroporto

Saiu no jornal A  Cidade de 10/07/2014
“Na BAC do Jardim Aeroporto funcionava a Assistência Social do bairro juntamente a um posto da Polícia Militar. Hoje, o prédio está abandonado e, segundo moradores, é utilizado por criminosos. (Foto: Mariana Martins) “ - em anexo
Segundo a Secretaria de Assistência Social, quando o posto da PM foi transferido para o Aeroporto Leite Lopes, os assistentes sociais começaram a sofrer ameaças de usuários e traficantes de drogas. “O prédio foi saqueado diversas vezes e sofria vandalismo, mesmo com as rondas da GCM”, diz a secretaria....

 [ii] A prefeitura é useira e vezeira em  fazer audiências publicas durante a semana em horário de trabalho para que a população trabalhadora não possa participar.                      

[i] O risco de ocorrer alagamentos é muito grande devido ao fato de falhas mecânicas, elétricas no bombeamento, entupimento de caixas receptoras com detritos urbanos (lixo, galhos, entulhos, etc.


[i][i] Art.36 ao 38 da Lei 10.257 de 2001 exige que seja elaborado o EIV para empreendimentos que impliquem na alteração da qualidade da vida da população residente na área de sua abrangência

[ii] O Decreto 5.296/2004 regulamentou as leis de acessibilidade 10.048 e 10.098/2000 e exige que toda obra pública tenha acessibilidade atendendo ao conceito de “desenho universal”  e às exigências das Normas Técnicas Brasileiras em especial a NBR 9050
[iii]http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/salaimprensa/home/imprensa_lenoticia.php?id=228427


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