NÃO A AMPLIAÇÃO DO
AEROPORTO LEITE LOPES! NÃO A REMOÇÃO DE 16 MIL PESSOAS EM PRÓ DE INTERESSES DE
ESPECULADORES!
QUEREMOS UM NOVO E
MODERNO AEROPORTO EM OUTRO LOCAL!
Movida
a toque de caixa e promovida como promessa (a)certa(da), a internacionalização
do Aeroporto Leite Lopes, veiculada aos quatro ventos como a panaceia para as
mazelas econômicas da região de Ribeirão Preto/SP, revela a face implacável da
política brasileira frente aos interesses dos cidadãos.
Se
consumada a “internacionalização” tal como prevista, uma tragédia de dupla face
passará do plano da possibilidade para a realidade. A primeira face trágica, a
ambiental, diz respeito à inserção de um aeroporto ainda maior, com maior
volume de aviões (consequentemente, com maior e mais constante emissão de
ruídos) sobre os céus da cidade e que, quase instantaneamente, pode vir a
causar um colapso no já comatoso trânsito local.
Ora, a simples presença de um
aeroporto dentro da cidade representa um desrespeito ao sono dos citadinos –
aqui, sequer é preciso divagar acerca da necessidade de uma noite de sono “bem
dormida” e como a violação deste silêncio noturno (ou dos limites sonoros
suportados pela audição humana em qualquer horário) representa evidente
desconsideração pela saúde dos cidadãos naquela parte da cidade.
Acrescente-se
o detalhe de que a “internacionalização”, ao menos em um primeiro momento,
refere-se ao transporte aéreo de cargas, o que nos remete a u questionamento
intrigante – estaria a malha viária local (rodovias e ruas) apta a receber o
incremento do número de veículos (majoritariamente caminhões) que irá buscar
acesso ao aeroporto a fim de fazer a carga/descarga de mercadorias? Para tal a
prefeitura já anunciou pomposamente que “As avenidas e ruas que ficam em volta
do aeroporto também serão reformadas e adequadas, para melhor acesso ao Leite
Lopes. Darcy também vai implantar uma ciclovia para ligar o aeroporto até a Via
Norte. Todas as obras estão previstas para serem finalizadas até 2015.”
Como
se estes paliativos, notadamente a ciclovia, fossem suavizar a presença de uma
frota inimaginável de caminhões naquela região da cidade, a trafegar entre duas
possíveis vias hodiernamente “pouco” utilizadas, principalmente a partir das
17:00 horas – Avenida Brasil e Rodovia Anhanguera. É um colapso certo; qualquer
semelhança com São Paulo/SP não será mera coincidência.
Ainda
sobre esta face ambiental da nefasta e virtual “internacionalização”, cabe
destacar o potencial de acidentes inerente a qualquer aeroporto – vale a pena
manter em risco (o qual passará a ser maior com a “internacionalização”) os
cidadãos que habitam a cidade e que podem vir a sofrer as consequências de um
acidente aéreo no espaço urbano?
A
segunda face desta tragédia, a social, diz respeito a iminente desapropriação
de cerca de 16.000 habitantes das cercanias do aeroporto em razão de suas
moradias estarem dentro do “raio de curva de nível de ruído” (área dentro da
qual a habitação humana é proibida em razão do ruído ambiente). O órgão
responsável pelos “cálculos” da desapropriação é a Secretaria Estadual de
Transportes do Estado de São Paulo, por meio do DAESP (Departamento Aeroviário
do Estado de São Paulo).
A
desapropriação da área referente à moradia dos cerca de 16.000 habitantes
depende da publicação de um Decreto de Utilidade Pública pelo governo
bandeirante, o qual alega que irá publicar o mencionado Decreto somente após a
efetiva confirmação da execução das obras pelo governo Federal. Cientes da
possibilidade um “novo” Pinheirinho, ambos os governos (Estadual e Federal)
aparentemente buscam responsabilizar um ao outro pelo “início” da já acertada
desapropriação.
E,
no meio deste falso cabo-de-guerra político-eleitoral, desconsidera-se todo o
tormento das 16.000 pessoas que não obtiveram qualquer garantia sobre o valor
mínimo que receberão pelos imóveis que podem vir a perder, contra sua vontade,
já na próxima semana; além disso, os mesmos receberam parcos sinais de
interesse dos órgãos públicos (municipal, estadual ou federal) em dialogar em
prol de uma solução menos estressante a todos e que leve em consideração sua
aflição e seu intento em manter seu lar; não se pode perder de vista: são
16.000 pessoas em luta pela manutenção de sua história! Como pode o singelo e
paradoxal argumento de que “o aeroporto [“internacionalizado”] será bom para
todos, mas alguns devem sofrer” ter valia diante da obliteração de milhares de
histórias e sentimentos, diante da destruição de uma comunidade?
E o
que tem mais valor – os sentimentos de todos os que integram a comunidade
próxima ao aeroporto e que serão inopinadamente desapropriados de suas raízes
ou o ganho econômico (limitado a poucos “gentis” regionais, frise-se) somado à
construção de um aeroporto internacional, em zona urbana, com chance quase zero
de poder ser ampliado além da pista de 2.400 metros virtualmente projetada?
Ora,
um aeroporto internacional DENTRO da cidade atende aos interesses de algumas
empresas (notadamente exportadoras de material médico e de remédios), antes de
ser a salvação daqueles que terão empregos temporários decorrentes das obras de
ampliação; no geral, o saldo é negativo para a política municipal como um todo,
sendo que as “autoridades” sequer levantaram a possibilidade de se construir um
novo aeroporto FORA DA ÁREA URBANA como alternativa ao “remendo” proposto ao
Leite Lopes para sua “internacionalização”.
E
uma possível solução, por mais utópica que aparente ser, é até simples e mais
palatável diante da possibilidade de destruição de 16.000 histórias pessoais
(além dos mencionados danos ambientais). Mire bem: ao redor de Ribeirão Preto
há usinas de cana-de-açúcar cujo passivo fiscal junto ao Estado de SP e/ou a
União já fora declarado por aquelas como impagável; assim, bastaria a algum dos
dois adjudicar a propriedade do imóvel rural da Usina para si a fim de pagar a
dívida pública.
representada
pelo mencionado passivo ; após, utilizar-se-ia do imóvel para a construção de
um aeroporto internacional de cargas e passageiros, com franca possibilidade de
expansão futura, incrementando a urbanização de outra região que não a região
do Aeroporto Leite Lopes, já saturada no quesito ocupação urbana e de malha
viária (ressalte-se: às margens da rodovia mais movimentada da região).
Adicione-se
a esta tragédia de dupla face o papel cretino da mídia local que, ao invés de
tentar promover alguma reflexão sobre o processo de “internacionalização”,
notadamente acerca dos pontos acima levantados, limita-se a tentar traçar um
cronograma para início-fim de todo o procedimento “indispensável” para a
economia local, porém totalmente dispensável para a dignidade e sossego de ao
menos 16.000 cidadãos.
Uma
tragédia anunciada sob a frase “É bom para todos”, indisfarçavelmente
desconsiderada por aqueles que se julgam políticos nesta cidade, a colocar
interesses empresariais acima da integridade física e emocional de inúmeros
cidadãos.
Não por menos, nós do PSOL somos contra a
ampliação/internacionalização do Aeroporto Leite Lopes e defendemos a
construção de outro aeroporto, este com viés internacional, fora da área urbana
de Ribeirão Preto.
Comentários:
Marcos Valério
Parabéns ao PSOL pela iniciativa.
Não à
parcialidade , subserviência e manipulação
da mídia.
Não ao
desperdício de quase 01 bilhão de remendos na obra remendo-gambiarra.
Não a maior risco
de acidentes.
Não a assaltos no
futuro túnel sob a Avenida Thomaz Alberto Whatelly
Não a um novo Congonhas em Ribeirão !
Acorda população !!!!
Rodião Raskolnikov
Ótimo vídeo! Mandou bem
Cida Andrade
Ótimo ,Amigo Emilson Roveri sou aposentada e estou a favor
de fazer outro novo Pq não sei pra onde está indo meu sálario sou do IPM
Marlene Cintra
E agora Emilson?
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