quarta-feira, 5 de março de 2014

OS MOVIMENTOS SOCIAIS E OS URUBUS DO LEITE LOPES

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve

Os urubus, desde 1997, rodam o Leite Lopes. Um dos tipos dessa ave é a própria: os urubus de penas são atraidos por terrenos vazios onde pessoas sem qualquer tipo de escrúpulo, verdadeiros sem-noção de cidadania e de higiene, depositam lixo e animais mortos, promovendo um “bom prato” aviário.

Quando ocorre perto de uma pista de aeroporto, constitui  o chamado risco aviário para aviões e helicopteros.

Uma prefeitura inábil que não consegue fiscalizar esses desmandos nem a de assumir as suas responsabilidades de implantar um Programa Municipal de Destinação de Residuos Sólidos, também tem a sua quota parte como partícipe-mor dessa irresponsabilidade social.

Uma prefeitura inábil que não consegue nem tem o interesse em desenvolver campanhas midiáticas para esclarecimento desses deseducados cidadãos, embora as verbas de propaganda gastas pela Prefeitura sejam bastante elevadas mas que  ninguém vê exatamente com o que é gasto.

Durante décadas, terrenos que estavam às moscas, abandonados e sem cumprirem a função social da propriedade, como manda  a Constituição, foram paulatinamente ocupados por familias de sem teto, por falta de politicas públicas de moradia popular.

De repente, outro tipo de urubu surge, atraído não pela carniça mas sim pelos negócios de um certo empreendimento a ser implantado no Leite Lopes.

É o urubu da especie SLLQC que impede a construção de um aeroporto novo, decente e que possa atender às necessidades presentes e futuras do desenvolvimebto regional.

Aquelas familias que ocuparam esses terrenos que estavam disponíveis fisicamente, sem o uso de sua função social (portanto passíveis legalmente de ocupação) e que foi feita sem violência, de repente viraram alvo dos interesses dessa nova leva de urubus.

Essas familias foram expulsas, muitas sob extrema violência, para liberar as áreas legitimamente ocupadas, para garantir os interesses economicos e corporativos ligados exclusivamente à expansão do Leite Lopes.

Essas famílias foram expulsas, os seus barracos derrubados, virando entulhos  criadouros de pestes urbanas e depósito de lixo para alimentação dos outros urubus, daqueles que voam. Aqueles urubus que têm uma função ecológica muito importante que é a de manter limpos os terrenos de carniça.

Essas aves não geram carniça. As  outras geram carniça social sem qualquer dó desde que consigam implantar os seus negócios e obter um bom lucro.

Areas que tiveram a limpeza social executada para atender às imaginárias obras imediatas de ampliação do Leite Lopes, empreendimento que já supunham aprovado na sua tentativa de enganar o judiciário e a cidade de que não haverá ampliação da pista – proibida por sentença judicial e que tecnicamente foi considerada como inadequada – mas apenas uma pequena adaptação através de um projetinho ajeitado para fazer uma tal de Regularização Ambiental (RRA).

Não conseguiram – mais uma vez[i]- e tudo lá está vazio, com escombros, carniça e pestes urbanas. Um risco para a população residente no entorno e um risco aviário para as operações do aeroporto.

O número de desalojados nesta cidade é muito grande. As diferenças sociais são gritantes e as familias de baixa renda  – que são constituidas por cidadãos que têm o direito a moradia – não dispõem de políticas públicas de moradia popular.
                                                                                                     
A prefeitura deveria definir essas políticas públicas e dispõe de  uma empresa municipal encarregada de implantar essas politicas  e cujo superintendente  é também o presidente do Conselho Municipal de Moradia Popular, que não se reune para formatizar as diretrizes das políticas públicas.

Os sem teto já entenderam porque é que Ribeirão Preto não tem políticas públicas para a moradia popular. Não é por falta de vontade politica: é porque a ausência de politicas públicas é a politica pública.

Recentemente um grupo de 180 famílias de sem teto ocupou uma dessas áreas disponíveis e que estava a serviço dos urubus sem penas e de restaurante  para os urubus que voam.  

Entram as pessoas e a área não fica disponível para os urubus que voam.

Desta forma se melhora a segurança nas operações do Leite Lopes por redução do risco aviário e se faz uma área urbana começar a cumprir a sua função social.

Surgiu uma nova comunidade: a Nova Esperança – Nelson Mandela

Veja o vídeo:



E contra esta  comunidade os urubus sem penas não vão poder agir com a  mesma violência que usaram para com as anteriores, dentre elas, a Favela da Familia[i],  de triste memória.

Porque o Movimento Pró Moradia e Cidadania, o Movimento Pro Novo Aeroporto, a União dos Movimentos de Moradia, a Central de Movimentos Populares e todos os cidadãos dignos desta cidade não vão deixar

MORADIA RESPEITO DIGNIDADE
OCUPAÇÃO NÃO É INVASÃO

VIOLÊNCIA NEM POR SENTENÇA

O Povo Unido e bem orientado, não será molestado nem enganado



[i] Favela da Família em julho de 2011 forças policiais invadiram a comunidade com grande violência através de cavalaria, cães,  bombas, tiros de bala de borracha, não respeitando mulheres grávidas, idosos e sequer advogados da OAB que buscavam pacificar a ação. Ver filme em: http://www.youtube.com/watch?v=jgTN7mpPZeA




[i] Gente persistente: em 1997, em 2005, em 2008 e agora em 2011, até hoje. Se tivessem construído o novo aeroporto, em local adequado, como mandava a lei mnicipal,  ele já estaria em operação sem causar nenhum impacto sócio ambiental e urbanístico e o entorno do Leite Lopes estaria seguro para as  comunidades lá residentes faz décadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário