parte 1
O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre acompanha as noticias publicadas na imprensa local. Já é conhecida a capacidade de desinformação pública que caracteriza o noticiário. É uma ação típica de uma campanha midiática para justificar a ampliação do Leite Lopes utilizando-se da “avançada tecnologia do puxadinho”. Uma noticiazinha aqui, outra ali, tipo:
o Terminal de Passageiros não está a contento..
o estacionamento do aeroporto é pequeno...
o entorno do aeroporto agora já é industrial..
além da contrapartida econômica do que o Movimento chama de Papai Noel Leite Lopes “confirmando” a valorização imobiliária fantasmagórica do seu entorno. E, cita-se, que Ribeirão exporta 7% do total nacional, insinuando-se que todas as exportações são exportáveis por avião.
A campanha midiática é organizada de forma muito competente na arte de manipulação da opinião pública:
Omite a impossibilidade técnica de que o Leite Lopes possa ser o aeroporto que Ribeirão e região precisa;
omite o atentado contra os direitos das comunidades como no caso dos bairros instalados antes do aeroporto, ainda na década de 1940 e que tiveram seu Uso de Solo que era misto e foi transformado em industrial sem serem informados disso e sem terem sido consultados;
Transmite-se a ideia subliminar de que é indispensável, necessária e imediata a ampliação do Leite Lopes com o intuito de esconder a necessidade de construir um novo aeroporto.
O objetivo da campanha é preparar a consolidação da ideia de que a ampliação do Leite Lopes é definitiva e todos os impedimentos já foram removidos. Tentam consolidar como verdade a farsa da ampliação transvestindo-a de deslocamento de pista, o tal puxadinho.
Todo esse preparo midiático foi para justificar a vinda do DAESP e do DERSA para fazer um acordo com a prefeitura. É claro que era um assunto que poderia ter sido resolvido via internet mas vieram até aqui.
Tinham que manter a farsa promovendo um evento para ser noticiado pela mídia local para que o assunto não entre no esquecimento. Não usaram ônibus de linha nem almoçaram nem jantaram no Bom Prato. Tudo pago por nós, os eternos trouxas pagadores. Vejamos as justificativas dadas pela prefeitura para esse evento:
(http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33printnot.php?id=23766)
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, conseguiu, junto ao Governo do Estado, mais uma ação prática tendo em vista às adequações necessárias para viabilizar a posterior internacionalização do Aeroporto Leite Lopes. [...] anunciou a atribuição de 372 apartamentos para famílias que estão no entorno do Leite Lopes e deverão sair da área definida como “Curva de Ruído”, antes do início efetivo das obras de ampliação da pista. Essa ampliação visa a operação de aviões de grande porte, como os de carga.
Ao longo dos últimos quatro anos, a Prefeitura já havia erradicado núcleos de favelas no entorno do aeroporto, entre elas a favela Itápolis, Adamantina, e favela da Mata. “Isso, certamente, já visava à futura internacionalização do Leite Lopes, [...]
Os Movimentos Pro Novo Aeroporto e o da Cidadania e Moradia sempre afirmaram que a prefeitura nunca teve um programa de desfavelamento e tudo o que fez visava um duplo objetivo: erradicar a miséria das vistas de nosso ilustres visitantes usuários do sistema aeroviário e desocupar a área para a ampliação do aeroporto.
Confessaram. Os cidadãos foram escorraçados da área, alguns no porrete e na bala de borracha, como os moradores da favela da Familia, para facilitar os negócios. Os negócios de um Terminal de Cargas que tanto pode estar sediado no Leite Lopes como num novo aeroporto. Só que, neste caso, teria que participar de uma nova licitação, com mais do que um licitante e até poderia perder a concessão. Por isso, a necessidade de vender a ideia da “inevitabilidade” da ampliação do Leite Lopes.
Na empolgação da farsa, esquecem e tornam-se confessos de que o tal deslocamento da pista é uma ampliação. E, se é uma ampliação, ela está proibida por sentença judicial. Logo, não pode existir nenhuma obra.
E qual o verdadeiro motivo desse encontro? Entrar num acordo de quantas famílias terão que ser removidas, não para a ampliação do Leite Lopes mas sim para a implantação dos acessos viários ao Terminal.
E terminam a farsa, fazendo um acordo onde se manifesta o total desprezo que esses dois governos (estadual e municipal) têm pela população mais carente de Ribeirão, quando confessam:
Para atender a demanda da Cohab-RP, a CDHU firmará outro convênio para a construção de novas casas, já que esses apartamentos seriam inicialmente atribuídos a famílias inscritas na Cohab-RP.
Esses apartamentos destinavam-se a famílias inscritas na COHAB, sabe-se lá há quanto tempo. Reformula-se tudo sem que essas famílias tenham dado o seu aval porque na verdade não são consideradas como gente. E por acaso teve o aval do Conselho Municipal de Moradia Popular que deveria ter sido consultado?
Que vergonha para Ribeirão ter uma administração municipal e uma COHAB sem escrúpulos no que se refere aos direitos dos inscritos na COHAB. Este é o padrão dos “planos habitacionais de moradia popular” impostos a Ribeirão Preto.
E a farsa continua:
Diante dessa nova situação e definida a necessidade da saída das famílias da “Curva de Ruído”, o Daesp estará desimpedido para o início das obras de deslocamento da pista em 500 metros na direção da avenida Thomás Alberto Whatelly,
Como é que o DAESP ficou desimpedido para executar obras proibidas? Foi a prefeitura que deu o aval? Foi o Judiciário? Ou foi o Bispo?
Dárcy Vera aproveitou a oportunidade para solicitar a agilização das obras do Galpão Alfandegário. “Esse galpão é muito necessário para o setor econômico da cidade e toda a região, uma vez que somos responsáveis por cerca de 7% das exportações brasileiras”, destacou.
Frase pomposa quando a prefeitura emposta a voz e afirma que o Terminal de Cargas da TEAD é importante (para justificar a urgência da ampliação em lugar de construir um novo aeroporto) , porque a região exporta 7% das exportações brasileiras. Alguém precisa informar a prefeita que açúcar, etanol, fabricas de usinas e outras exportações, não vão de avião. São produtos sem alto valor agregado. Vão de caminhão ou de navio.
E para terminar, o ápice da farsa:
Todas essas medidas levam em conta o TAC- Termo de Ajustamento de Conduta,- assinado em 2008 com o Ministério Público
O TAC foi homologado por uma sentença. Por isso não existe nenhum TAC mas sim a proibição de ampliar da pista. E, por mais que esperneiem e fiquem tentando enganar as pessoas, o tal deslocamento da pista, vulgo puxadinho, é uma ampliação. Tanto que é, que são confessos em admitir isso várias vezes.
Não adianta a administração municipal promover eventos que distraiam a atenção dos ribeirão-pretanos de sua má administração como foi a imposição de uma Planta Genérica de Valores totalmente sem pés nem cabeça, o aumento abusivo do preço das passagens de ônibus e o próximo aumento das tarifas de água e esgoto, mesmo com a cidade vazando esses líquidos por todos os lados, não fazendo os reajustes em tempo hábil por causa das eleições e tenha gasto o que não tinha com campanhas de mídia, fato pelo qual pode correr o risco de ter o mandato cassado.
Por isso o Movimento Pro Novo Aeroporto estará presente no próximo dia 7, às 17H00, em frente ao Palácio Rio Branco, junto com todos os outros Movimentos Populares, protestando contra a falta de respeito da atual administração pública para com Ribeirão Preto.
POVO ESCLARECIDO JAMAIS SERÁ ILUDIDO
TODOS AO PALÁCIO RIO BRANCO, DIA 7, ÀS 17H00,
PARA O GRANDE PROTESTAÇO
Congonhas em Ribeirão, Não!
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!
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