Parte 3 - ampliação travestida de deslocamento de pista e o Milagre Econômico do Santo Terminal de Cargas
SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só a ampliação do Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.
Quando foi dada noticia do “fantástico” evento entre a prefeitura e o DAESP onde ficou decidido que apartamentos que iriam ser distribuídos na lista de inscritos na COHAB seriam desviados para as comunidades-favelas a serem erradicadas para a tal ampliação da pista, ficou muito claro um ato de prepotência típico de duas entidades políticas – estado e município – que não têm nenhuma política pública. E o interessante é que a imprensa local nem se manifestou a respeito.
E a notícia veiculada pelo site da prefeitura afirmava:
Diante dessa nova situação e definida a necessidade da saída das famílias da “Curva de Ruído”, o Daesp estará desimpedido para o início das obras de deslocamento da pista em 500 metros na direção da avenida Thomás Alberto Whatelly,
Como é que o DAESP ficou desimpedido para executar obras proibidas? Quem deu o aval?
Todas essas medidas levam em conta o TAC- Termo de Ajustamento de Conduta,- assinado em 2008 com o Ministério Público
Será que é verdade? Por acaso o Ministério Público já confirmou essa tese? E a imprensa, por acaso foi confirmar essa versão junto ao MP?
É claro que não. A função da imprensa local é só divulgar as noticias auspiciosas sobre o Leite Lopes mas está proibida de analisar, contestar e inclusive de noticiar algo que possa contradizer a propaganda oficial.
TENTATIVA DE ESCONDER A AMPLIAÇÃO DE PISTA
Bom, o acordo entre o MP e o DAESP determina que a pista não pode ser ampliada.
O DAESP e os interessados no Terminal de Cargas Internacional da TEAD, na vã tentativa de lograrem os termos do acordo feito, afirmam que se deslocar a pista, a partir da cabeceira 18 (lado do bairro Quintino Facci I) com o mesmo comprimento atual, não fere o acordo porque se trata apenas de um pequeno deslocamento, aumentando o recuo que segundo eles não é pista.
O recuo era inicialmente de “apenas” 300 metros, agora querem que seja “apenas” de 500 metros. Imagine-se então que tivessem optado por “apenas” 1.000 metros ou 2.500 metros de deslocamento que, somando-se aos 2.100 existentes, seriam “apenas” e respectivamente 2.400, 2.600, 3.500 ou 4.600 metros de comprimento final de pista.
Isso não seria uma ampliação, “apenas” um pequeno deslocamento, na opinião dos SLLQC. O problema é que isso não é verdade.
O NECESSÁRIO DEBATE
Ficaram os SLLQC todos esperançados e ouriçados com essas noticias mas infelizmente devemos alertá-los para a realidade. Será um balde de água fria, para esfriar os ânimos.
A pista atual do Leite Lopes é para aeronaves comuns de aviação geral e doméstica regional. O objetivo do DAESP é transformar essa pista em cargueira internacional. Neste caso, teremos aviões de maior porte que influenciará o nível de ruído, o nível de poluição do ar, o risco aeronáutico, o risco sanitário, entre muitos outros fatores.
Outros “pequenos” problemas consistem na necessidade de intervenção no sistema viário que será deslocado e a análise de todas as implicações urbanísticas e de impacto e vizinhança, entre muitos outros aspectos a serem estudados e analisados. Por exemplo, os efeitos da turbulência dos motores sobre o sistema viário.
Não é um assunto simples. É um assunto para profissionais da área e, depois, um debate em que a comunidade possa discutir se quer ou não quer esse tal “deslocamento”.
O debate público sobre a ampliação do Leite Lopes ou a construção de um novo aeroporto (como Bauru já fez em 1995) está proibido em Ribeirão.
Citando o mestre Golfeto (Jornal da Clube, 16/02/2013) “quem não quer o debate é porque não tem razão”.
A cidade não pode ficar à mercê de interesses políticos de quem não tem política nenhuma a não ser a de favorecer apenas interesses econômicos privados, transvestidos de interesse coletivo.
ESTÃO MENTINDO E APOSTANDO NO “VAI QUE COLA”
(PROPAGANDA ENGANOSA)
Como não existe nenhum estudo, como nada foi apresentado nem discutido, não existe nada aprovado, logo, ninguém liberou obra nenhuma e a afirmação da prefeitura não passa de propaganda enganosa.
Há mais mentira por omissão da verdade do que não falar a verdade.
(Chiavenato, Jornal A Cidade 15/02/2013).
Não satisfeita com a falsa afirmação de que tudo está liberado, a prefeitura seguindo a linha de pregação dos falsos milagres do Santo Terminal de Cargas, ainda se sai com uma inacreditável frase bombástica:
Dárcy Vera aproveitou a oportunidade para solicitar a agilização das obras do Galpão Alfandegário. “Esse galpão é muito necessário para o setor econômico da cidade e toda a região, uma vez que somos responsáveis por cerca de 7% das exportações brasileiras”, destacou.
Puxa a vida! Espetacular! Vamos ver quais são esses tais 7% das exportações (Gazeta de Ribeirão 12/02/2013):
Na região, o principal município importador é Ribeirão Preto. Sempre afirmamos que o Leite Lopes ampliado não é para exportação porque não terá comprimento suficiente de pista para as aeronaves que eles dizem que vão operar consigam decolar com carga paga total.
Mesmo com o tal deslocamento da pista, ou seja, o puxadinho.
Pousar, até que consegue, se for um bom piloto, porque o avião estará mais leve pelo consumo de combustível durante uma viagem longa.
Como exportadores temos, por exemplo, a regional de Sertãozinho com açúcar refinado, máquinas e equipamentos pesados, biocombustíveis, pecuária e maquinas ferramentas. Estes produtos são exportados via aérea?
Etanol, açúcar, maquinas pesadas são exportados via marítima ou via terrestre.
Insinuar que o potencial regional de exportações (os tais 7% do total nacional) é viável de ser escoado via aérea é brincar com a inteligência dos leitores ou não sabe o que está falando. Apostamos nas duas hipóteses.
Afirmar que já vão começar as obras da ampliação (que não passa de um puxadinho), afirmando que não é ampliação porque é um deslocamento de pista, e que logo vai ser possível exportar açúcar refinado e etanol e outros produtos equivalentes via avião, não sabe que as exportações via aérea pelo estado de S. Paulo representam 70% de todas as exportações nacionais por via aérea, através de Viracopos e Cumbica.
Sugerir que o Leite Lopes, sozinho, irá exportar 7% do total nacional (aéreo+marítimo+terrestre) demonstra apenas que é realmente extraordinária a falta de conhecimento que a administração municipal tem sobre o tema ou é uma grande jogada de marketing político tentando o velho “engana-trouxa” ou o “vai que cola”. Continuamos apostando nas duas hipóteses.
Deslocamento de pista é ampliação
Milagre Econômico do Santo Terminal de Cargas é enganação
Por isso é que a nossa mensagem permanece:
POVO ESCLARECIDO JAMAIS SERÁ ILUDIDO
Congonhas em Ribeirão, Não!
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!
Veja, eu até ia responder a esse monte de bobagens que foi escrita não sei por quem !!?? Dizem que é um movimento mas ninguém coloca nome. Ah!! lembrei é força viva.
ResponderExcluirOk. Força Viva, o que vejo é que Ribeirão quer sim o aeroporto internacional de cargas no Leite Lopes, e que meia dúzia de pessoas resistem em serem desapropriadas para a efetivação dessa obra. Não vejo movimento, pelos quatro cantos da cidade, tentando impedir a internacionalização do aeroporto, ao contrário, vejo que, tirando essa meia dúzia, o restante da população de Ribeirão e região são a favor dessa obra. Tenho absoluta certeza que muitas pessoas que residem no entorno estão torcendo prá essa obra se concretizar para que possam mudar e começar vida nova em outro lugar, com infraestrutura e tudo mais que um bairro deve ter. Sei que vcs vão rebater tudo que digo aqui, mas isso agora não importa, a vida segue e vamos torcer pelo Leite Lopes.