Prosseguindo na política do Movimento Pro Novo Aeroporto de comentar todas as notícias referentes ao Leite Lopes e ao aeroporto de Ribeirão Preto, vamos analisar as propostas dos candidatos a prefeito e que foram publicadas pela Revista Revide de Agosto. Mas começaremos pela propria revista, na sua apresentação do tema:
Resultado de reformas e ampliações do aeroclube da cidade, fundado em 1939, o Leite Lopes [...]
Esta afirmação ressalta a verdadeira origem do Leite Lopes que alguns insistem em afirmar que já existia, como aeroporto, antes da cidade, ou seja, a cidade, a grande criminosa aeronáutica, invadiu e cercou o pobre, coitado e indefeso aeroporto. Existia apenas um aeroclube.
O Aeroporto surge a partir de 1984, exclusivamente por vontade administrativa de um departamentozinho do governo do Estado que resolveu e, pronto, está resolvido: o aeroclube vira aeroporto.
Essa vontade administrativa deveria ter sido embasada por um estudo sério de engenharia, chamado de EIA-RIMA, e que certamente iria recomendar que o aeroporto fosse implantado em área adequada e fora da área urbana.
Resultado dessa canastrice administrativa: temos um aeroporto medíocre instalado num excelente campinho de aviação.
A discussão sobre sua expansão não é nova. Desde 2000, debate-se a necessidade de um aeroporto maior em Ribeirão Preto. Naquele ano, o Daesp passou a considerar a internacionalização do Leite Lopes para o transporte de cargas, com um projeto que previa a ampliação da pista para 3.700 metros. No entanto o processo foi freado pelo Ministério Público, apesar de já haver um vencedor da licitação para a operação de cargas.
Aqui existem algumas imprecisões. Em 1995, Ribeirão Preto exigiu a relocação do aeroporto para área adequada. Em 1997, através de “estudos” patrocinados pelo Departamento de Estado dos EUA, foi elaborada a primeira proposta de ampliação do Leite Lopes como aeroporto cargueiro. Este estudo foi derrubado por total e completa inconsistência, exigindo-se a construção de um aeroporto novo.
Portanto, as discussões sobre a necessidade de um aeroporto adequado para Ribeirão Preto e região, são muito anteriores a 2000 e não dependiam de nenhuma licitação para operação de um terminal de cargas internacional. E, se em 2000 surgiu essa “pressa” ela foi intempestiva porque não teve um embasamento técnico através de um EIA-RIMA.
E esse estudo foi exigido pelo Ministério Público porque é uma obrigação legal. Por isso, só em 2005, através do judiciário, o EIA-RIMA da ampliação foi feito
Feito esse estudo, elaborado como documento meramente administrativo, recebeu fortes criticas tanto do MP como também da sociedade civil, porque era sem conteúdo técnico e cientifico expressivo, o próprio órgão licenciador (CONSEMA) considerou-o estudo de má qualidade e foi, portanto, anulado.
Isso significa que não foi o MP que freou o projeto da ampliação. Foi a completa incompetência técnica e científica desse tal departamentozinho do governo do Estado que decidiu, unilateralmente pelo inadequado, ou seja, a ampliação do Leite Lopes. E o pior, esse departamentozinho promoveu a licitação de um terminal de cargas internacional para um “aeroporto” que não dispunha da infraestrutura mínima necessária, incluindo a pista curta para esse tipo de operação.
Vamos agora aos candidatos: Dos seis, apenas dois apoiam o puxadinho Leite Lopes.
Um desses candidatos afirma que “há o apoio da maioria da cidade”, o que não é verdade porque além de termos todos os laudos técnicos se contrapondo ao puxadinho, a própria Câmara Municipal, através de CEE e de Ribeirão 2021, aprovou a construção do novo aeroporto em nova área, além do próprio Movimento Pro Novo Aeroporto que já entregou abaixo-assinados que somam cerca de 2000 assinaturas. É um candidato sem noção sobre aeroportos demonstrando isso numa entrevista onde afirmou que um aeroporto novo demora 40 (isso mesmo: quarenta!!!) anos para ser construído.
Também se refere ao puxadinho Leite Lopes como já estando consagrado mas sabe muito bem que ainda falta o estudo técnico que nem mesmo foi iniciado. Portanto refere-se ao convite a um galeto do frango que nascerá de um ovo que será botado por uma galinha que ainda não nasceu. A partir deste contexto, nada mais existe para ser comentado. A inépcia do candidato é patente.
A candidata segue a mesma linha do anterior. Considera definitivo o que nem mesmo é provisório. Apenas assinou um convênio com o partido do outro candidato. Afirma que é uma grande vitória o puxadinho, resultado de uma luta de 10 anos. Não é verdade. A luta é por um novo aeroporto que ela e todo o grupo infelizmente ainda dominante na cidade não tem deixado construir. A vitória é do povo de Ribeirão Preto que não tem deixado nestes últimos 16 anos que essa ideias sejam implantadas, impedindo que a cidade e a região tenham o aeroporto que precisam e merecem.
Os outros candidatos, alternativas válidas para administrarem Ribeirão Preto, sem exceção defendem um novo aeroporto, cada um segundo seus conceitos ideológicos.
O candidato Roveri (PSOL) já diz tudo na sua frase final: “a região metropolitana exige um aeroporto novo”.
Do candidato Chiarelli (PTdoB) ressaltamos uma verdade inquestionável: ”No Sul estão construindo um aeroporto com os mesmos valores gastos com a reforma do nosso. Portanto vamos viabilizar a implantação do Novo Aeroporto [...]”.
O candidato Mauro Inácio (PSTU) é ainda mais incisivo:
“[...] supervalorizando os terrenos daquela área para aumentar o lucro dos especuladores, ao mesmo tempo que expulsa as familias pobres que moram ali nas redondezas. Mais uma vez prevalecem os interesses da especulação imobiliária, sobre as necessidades da população.”
O candidato João Gandini (PT) reforça que:
”Optou-se pela acomodação, pelo “puxadinho”, que não atende à crescente demanda local e regional [...]”
Como se pode constatar somente os candidatos do “mais do mesmo” defendem o puxadinho, sem levar em conta os interesses locais, da questão socioambiental nem mesmo econômica, mas sim um acordo feito entre amigos para defenderem a implantação de uma empresa exógena aos maiores interesses locais e regionais, que poderia se instalar num aeroporto novo.
São esse grupos ainda hegemônicos e tanto têm contribuído para o atraso em que Ribeirão Preto se encontra que devemos nos insurgir, não com o voto nulo mas sim com o voto consciente:
Em 2012 não vote em político de 3ª Linha.
Vote em estadista!
porque
Povo esclarecido jamais será iludido
então
Congonhas em Ribeirão Não!
Leite Lopes com outro uso (alternativo) :
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!
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