quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Não somos analfabetos funcionais

Já nos referimos e relatámos o Fórum Ribeirão 2021, promovido pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Este Fórum foi organizado para discutir as principais demandas de Ribeirão Preto para os próximos 10 anos.  Para isso, foram convidadas a participar diversas personalidades do município e, após as discussões em cada grupo ou Comissão, organizaram Audiências Públicas para avaliação, discussão e aprovação das propostas. 

A Comissão presidida pelo vereador Maurilio Romano Machado que tratou da necessidade de se construir um novo aeroporto para atender às necessidades de Ribeirão Preto e sua região metropolitana porque o Leite Lopes não teria essa condição, não teve nenhuma cobertura de seus trabalhos na mídia escrita nem televisiva local.

Essa ausência de cobertura midiática, que não ocorreu com as outras Comissões, pode ter ocorrido por distração editorial. Mas alguns adeptos da teoria da conspiração logo devem ter vaticinado essa ausência midiática como sendo a manifestação mais evidente da manipulação da mídia local em não noticiar nada que indique que o Leite Lopes é apenas um estropício aeronáutico, sem futuro.  

O interessante é que é a terceira vez que a Câmara Municipal aprova a necessidade de um novo aeroporto para Ribeirão. A primeira em 1995 quando aprovou a Lei Complementar 501;  a segunda este ano através da Comissão Especial de Estudos sobre o Aeroporto de Ribeirão, sob a presidência do vereador Jorge Parada; e finalmente neste Fórum 2021.

O que mais será necessário para que o município, Câmara Municipal e Prefeitura, comece a pressionar o Governo do Estado para que esse novo aeroporto possa começar a ser estudado e se pare de inventar lero-lero sobre a tal ampliação que  não é ampliação (eles dizem), não passa de uma relocação para nos convencer que o Leite Lopes tem solução?

Considerando estar o Aeroporto Leite Lopes dentro da cidade e não correspondendo às necessidades locais  e regionais, continuamos achar  que a necessidade de um NOVO AEROPORTO, definitivo, em local adequado e amplo, deveria ser prioritária para não comprometermos o desenvolvimento regional, já em rápido processo de esvaziamento e decadência, se comparado com outras regiões do Estado de S. Paulo.
Se não lutarmos agora pelo aeroporto internacional de Ribeirão Preto, novo e definitivo, em local adequado, outra cidade como Bauru, Uberlândia ou outra, poderá obtê-lo, e pela  pequena distância dela a esta cidade, ficaremos por décadas privados de ter o nosso.
Essa importante questão tratada de forma imediatista e tão primária, contrariando toda a argumentação de ordem técnica e o bom senso, estará comprometendo o futuro das gerações vindouras, com o aval de quem mais deveria zelar pelos interesses de nossos cidadãos, isto é, o Poder Público Municipal local, que nem sequer admite a possibilidade do estudo de alternativas aos propósitos do DAESP, que quer simplesmente se ver livre do Leite Lopes, tido como o melhor dentre todos por eles administrados.
Lembramos ainda que seremos cobaias neste processo, podendo ocorrer situações irremediáveis, como temos visto acontecer em processos de privatização de rodovias, telecomunicações, energia elétrica e outros, com problemas de toda a ordem.
[...]
Basta de mediocridade e improvisações partindo de vários escalões de Poder Púlico, nefastas ao BRASIL e sua sofrida população – PRECISAMOS DE MAIS COMPETÊNCIA E SERIEDADE NO TRATO DE SEUS INÚMEROS PROBLEMAS!
(Jorge de Azevedo Pires, Pensando Ribeirão Preto ontem, hoje e amanhã, edição do autor, Ribeirão Preto, 2011)

Este artigo foi publicado em diversos jornais locais em 2006. Já se passaram 5 anos e essas considerações  ainda continuam atuais. Mudaram os alcaides locais mas a posição contra o novo aeroporto continua sendo política de governo.

Depois de todos os estudos sérios terem forçado o DAESP a aceitar a não ampliação do Leite Lopes, através de sentença judicial em 2008,, essas forças contrárias à construção de um novo aeroporto, voltam agora renovadas em suas manobras,  e afirmam que se deslocarem a pista em 500 metros (abandonando esse comprimento na cabeceira do Quintino) não constitui ampliação nem contraria a sentença judicial.

É evidente que se existir o deslocamento da pista, existe o deslocamento da curva de ruído e obrigará ao desvio da avenida Thomaz Alberto Wately. Portanto, será necessário preparar outro Estudo de Impacto Ambiental e que inclua o Estudo de Impacto de Vizinhança., os quais deverão comprovar da necessidade e eficiência dessa alternativa e que esse tal deslocamento permitirá a operação de aeronaves cargueiras com segurança.

É evidente que a cidade será prejudicada em sua mobilidade e sistema viário, colocando em sério risco de segurança os usurários da avenida relocada, principalmente quando a aeronave estaciona para “puxar motores” no inicio do rolamento para decolagem e ficará muito difícil de provar que uma pista de 2100 metros operacionais são suficientes, quando se sabe que para a altitude de Ribeirão Preto, é que a pista tenha o comprimento mínimo de 3300 metros (preferencialmente 3900 m) mais as áreas de escape, num total de 5.000 metros (preferencialmente 7.000 a 9.000 m) .

Seria também necessário provar que os 500 metros deslocados não seriam utilizados, já que ficariam “dando sopa”, sendo portanto uma tentação para permitir, posteriormente, a sua utilização por aeronaves maiores e geradores de mais lucro para os futuros donos do aeroporto, já que sabemos que  o objetivo do Governo do Estado é o de doá-lo à iniciativa privada através de licitação.

Querer justificar a ampliação da pista do Leite Lopes, alegando que a simples relocação da pista não é ampliação e por isso não altera o acordo, leva-nos a considerar como anormal querer-se valer de estratagemas lingüísticos ou semânticos para tentar driblar uma sentença judicial, em lugar da competência técnica. O Movimento Pro Novo Aeroporto, o Ministério Público  e o Judiciário não são constituídos por analfabetos funcionais que vão aceitar uma estultice dessas.
Parafraseando o Prof. Jorge Pires: Basta de mediocridade e improvisações partindo de vários escalões de Poder Público, nefastas ao BRASIL e sua sofrida população – PRECISAMOS DE MAIS COMPETÊNCIA E SERIEDADE NO TRATO DE SEUS INÚMEROS PROBLEMAS!

Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista

E, como sempre

Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está.
Novo aeroporto em nova área já!

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