segunda-feira, 19 de agosto de 2013

PROPOSTA DE DEBATE QUE O MOVIMENTO ACEITA

Muitos de nossos textos recebem comentários e todos são respondidos. Como normalmente se referem a criticas aos nossos posicionamentos é de praxe respondê-los para que as nossas teses sejam defendidas e melhor compreendidas. Muitas vezes geram polêmicas, sempre saudáveis.
Um dos últimos comentários recebidos se tornou especial. Saiu da fase de crítica pura e simples e do qual destacamos o seguinte trecho:

Ainda tenho outras idéias que posso publicar posteriormente

Esse comentário, na verdade, é uma proposta sobre o aeroporto de Ribeirão Preto e, para nós, abre um DEBATE já que propõe continuidade na exposição de suas ideias. O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre foi adepto do debate e por isso aguarda as próximas postagens.

Para que o debate possa acontecer, o Movimento Pro Novo Aeroporto  não se manifesta quanto ao conteúdo mas apresenta também a sua posição sobre os mesmos temas elencados, para que o leitor possa avaliar as propostas.

Proposta apresentada no comentário

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A MENTIRA DOS SLLQC DO PRAZO DE 10 ANOS PARA CONST...":

Agora, vou dar minha opinião sobre o futuro de Ribeirão Preto no quesito aviação:

1)Acho que devemos sim deslocar a pista como consta no projeto e garantir a internacionalização não do Leite Lopes, mas sim de Ribeirão Preto, porque mesmo que venhamos a construir um novo aeroporto, esse status internacional seria transferido para o novo. Vale lembrar que muitas cidades querem "roubar" essa condição que já está nas mãos dos ribeirãopretanos, precisamos somente efetivar isso.

2)É nítido que essa internacionalização, não somente habilitação de movimentação de carga aérea internacional, como é hoje (mas não funciona ainda), digo aeroporto internacional de carga, trará benefícios para a cidade, atração de muitas empresas (isso depende também de gestão pública, voltada para esse foco), e alavancagem de negócios até então desconhecido na cidade. Como consequência, geração de emprego e renda.

3)Declarar de utilidade pública, através de decreto estadual, de uma área localizada ao norte do anel viário, próximo do distrito empresarial, para construção de um aeroporto internacional que substituiria o Leite Lopes. Essa área atualmente (vi no google), está desabitada e atenderia um novo aeroporto com uma pista de no mínimo 3.500m, já com área prevista para uma segunda pista paralela. Essa área poderia ser próximo da Anhanguera ou mais a oeste no sentido Sertãozinho, com previsão de uma via expressa ligando o aeroporto ao centro de RP, com canteiro um pouco mais largo para futura linha férrea, metrô de superfície, (cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim, eu pensaria!!).

4)Possibilidade de, a médio/longo prazos, desativação completa do Leite Lopes e venda da área para loteamento industrial ou residencial ou os dois ao mesmo tempo. Esses recursos seriam para a ampliação do novo aeroporto e outras necessidades de infraestrutura. Ainda tenho outras idéias que posso publicar posteriormente.
 
Postado por Marcelo no blog
* Congonhas em Ribeirão Não! * em 12 de agosto de 2013 01:07

Proposta  do Movimento Pro  Novo Aeroporto

No que se refere à localização de um novo aeroporto. o Movimento opta por não se manifestar a respeito, por várias razões: conhecemos os locais onde seria possível construir dentro do município de  Ribeirão Preto mas existem vários problemas a esse respeito.

Um desses problemas é que uma das áreas adequadas e que foi divulgada, foi logo incorporada no plano de expansão  urbana com outra finalidade de uso de solo. Outra área  excelente já foi ocupada por um presídio.

Outro fator é que se a localização alternativa estiver muito perto do Leite Lopes, este terá que ser desativado e o Movimento considera que é possível dar outro uso ao Leite Lopes simplesmente mudando a sua função, ou seja, após a construção de um novo aeroporto, o Leite Lopes deixaria de ser um aeroporto e voltaria a ser apenas um aeródromo. Neste caso, as curvas de ruído recuam e deixariam de causar problemas ambientais no entorno além da redução do risco aeronáutico.

Nesta alternativa haveria a utilização econômica de todos os investimentos já feitos no Leite Lopes

O novo aeroporto deverá ter a sua localização definida por estudos específicos por uma equipe multiprofissional e deverá atender às necessidades da região metropolitana e independentemente de questões bairristas.

A sua área será a necessária para o sistema de futuras 2 pistas, sendo uma com 3000 metros e a outra para 3900 metros, começando com uma de 3500 metros. O importante é existir área adequada e já disponibilizada para essas futuras ampliações, no momento oportuno para atender às necessidades do desenvolvimento regional ao longo do tempo. O entorno imediato seria destinado a uma cidade aeroportuária com espaço suficiente para grandes eventos ao ar livre.

A construção desse novo aeroporto deve ser imediata, com suspensão de qualquer tipo de ampliação ou adaptação do Leite Lopes a menos de eventuais melhorias para o conforto de passageiros, equipagens e trabalhadores do  aeroporto.

Consideramos que todas as vantagens advindas da “internacionalização do  Leite Lopes” se aplicam no novo aeroporto e serão muito maiores ocorrendo num aeroporto adequado e que essa “internacionalização”, por ser um processo político-ideológico de interesses ligados ao governo do Estado, inviabiliza o interesse econômico e empresarial na  construção do novo aeroporto.

Este conceito de novo aeroporto implica também no reconhecimento de que a região já se constitui, de fato,  em metropolitana cuja sede econômica é Ribeirão Preto.

Parafraseando o comentário de Julio Chiavenato, “se Ribeirão Preto deve ser uma metrópole, porque insistir num aeroporto internacional em seu território? Para uma metrópole tanto faz [a localização]: o beneficio conflui para a metrópole e a região lucra – ao lucrar fortalece a economia metropolitana, com a vantagem de nos livrarmos dos problemas ambientais inerentes aos aeroportos.

Por isso a nossa posição é a de que a localização do novo aeroporto tem que ser técnica, sem bairrismos provincianos.[i]

Quanto ao Leite Lopes, além de continuar a ser sede de um aeroclube, passaria a receber aviação geral e helicópteros. As instalações já existentes poderiam sediar escolas de pilotagem que passariam a ser localizadas internamente e com outros patamares de treinamento, incluindo cursos de nível superior de pilotagem para aviões e helicópteros.

Em convenio com o Senai e com o Centro Paula Sousa -  ETEC, instituições da mais alta qualidade, poderiam ser abertos cursos de mecânica e eletromecânica e outras especialidades aviônicas.  Em convenio com as universidades locais, cursos superiores de especialidades correlatas, entre muitos outros ligados ao desenvolvimento de especialidades como o  Despachante Operacional de Voo, Logística Aeroportuária, Comissaria de Bordo, sem falar de Controladores de Voo.

Todas estas atividades docentes seriam complementadas com a prática em oficinas próprias.

Como exemplo, transcrevemos parte do documento denominado CARTA ABERTA DOS AERONAUTAS ÀS AUTORIDADES BRASILEIRAS[ii], extraindo as seguintes afirmações (grifos nossos):

[...] pois vivemos um momento de auge do Setor Aéreo, com crescimento a passos largos, bem maior que o da economia nacional. Um momento extremamente propício para investimentos em qualificação profissional para os brasileiros e brasileiras interessados em atuar na aviação.
(...)
Diante do crescimento do setor aéreo, sabemos que é necessário ampliar a formação de pilotos e outros profissionais, como mecânicos e engenheiros especializados em aviação civil. E para isso, defendemos políticas governamentais visando a criação de cursos gratuitos nas universidades públicas para a formação de profissionais para o setor aeroviário.

Com esta destinação, teríamos o Leite Lopes como um centro aeronáutico e aviônico em trabalhos oficinais e de cursos diversos, mantendo a cidade dentro do seu perfil universitário  e como centro desenvolvedor de sistemas.

Teríamos uma rentabilidade e geração de empregos de qualidade muito maior que qualquer aeroporto, com possibilidade de criação de centros de pesquisa e de fabricação  de componentes de última geração, que é um sistema industrial não poluente e gerador de tecnologia com produtos com alto valor agregado.

Por isso é  que o Movimento Pro Novo Aeroporto usa como palavras de ordem
        
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!

Em tempo:

No comentário em debate, existe uma frase no item 3) que vamos comentar, pela sua importância, a saber:

[...]com previsão de uma via expressa ligando o aeroporto ao centro de RP, com canteiro um pouco mais largo para futura linha férrea, metrô de superfície, (cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim, eu pensaria!!).

Sem dúvida que um aeroporto moderno tem que ter acesso metroviário ou de transporte de massa eficiente. Esse fato nos remonta às políticas publicas municipais que sempre privilegiam o automóvel nos seus Planos Viários. A atual polêmica sobre o transporte público em Ribeirão é um desses reflexos.

Comparando-se Ribeirão com outras cidades do mesmo porte, todas elas estão implantando os seus sistemas metroviários ou com VLT[iii] ou com BRT[iv] ou sistemas equivalentes, com a vantagem de que nos seus sistemas viários essa hipótese já tinha sido prevista, portanto podem executar essas políticas de transporte sem percalços.

Só para termos uma ideia de como Ribeirão Preto se recusa a considerar esse tipo de transporte, note-se que no “projeto estudado” pelo DERSA[v] para acesso ao Leite Lopes, essa alternativa nem mesmo é prevista nem para o presente e muito menos para o futuro, por ausência absoluta de previsão de espaço para isso.

Por isso é que muitas vezes nos referimos aos políticos locais como políticos de terceira linha. Neste caso, concordamos que “cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim,” não temos mesmo.



[i]    Jornal A Cidade de 08/08/2013
[iii] VLT Veiculo Leve sobre Trilhos
[iv] BRT (Bus Rapid Transit) Veículos sobre rodas, articulados ou bi-articulados
[v] Conforme está descrito no tal Relatório de Regularização Ambiental do Leite   Lopes, o que mostra a baixa qualidade desse projeto.

Um comentário:

  1. Desculpe, mas não pretendo entrar nesse debate, mesmo porque, vcs já sabem da minha opinião e eu já sei da opinião do movimento, são divergentes.

    O comentário a respeito de minha opinião sobre o aeroporto foi apenas o de demonstrar o que eu faria caso tivesse o poder de decidir sobre esse tema, e foi apenas uma linha mestre do que penso, não descartando opiniões melhores para o desenvolvimento da atividade aeronáutica em RP. Acho que esse aeroporto pode servir por muitos anos ainda e apóio as obras previstas nele, coisa divergente da opinião do movimento.

    Vejo inconsistência na opinião do jornalista Julio Chiavenato; se ele entende que o aeroporto é um problema ambiental inerente e sendo RP sede futura de Região Metropolitana, por que ele diz que devemos empurrar esse problema para alguma cidade vizinha e fircarmos livre dele?? Se o aeroporto pode ficar em qq lugar da Região Metropolitana, por que não ficar em RP mesmo ?? Não considere isso bairrismo, porque não é.

    Se considerarmos questões técnicas para localização, onde o LL está é a melhor, pois está ao lado da Anhanguera, elevação altimétrica boa e condições meteorológicas favoráveis. A questão da ocupação do entorno é um problema e terá que ser resolvido pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de RP; não é uma exclusividade do LL pois temos dezenas, talvez centenas de aeroportos na mesma situação.

    Eu, particularmente, acho que o LL ampliado pode servir ainda por 20 a 30 anos, e nesse meio tempo planejaria outro aeroporto, dependendo da demanda planejada e demanda apresentada.

    Aquele cartaz pedindo a vinda do aeroporto internacional, mostra que não há consenso entre os moradores do entorno, muitos sonham em ir embora e querem o aeroporto para poder concorrer aos empregos que serão gerados.

    Em resumo, estão fazendo uma tempestade em um copo d'água, isso porque irá pousar apenas um avião a mais três vezes por semana (previsto pela TEAD). Gostaria de informar também, que não tenho qq interesse neste empreendimento, pois não sou ligado nem ao DAESP e nem a TEAD, vislumbro apenas o desenvolvimento da cidade onde nasci e fui criado, na qual tenho muito orgulho. Obrigado.

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