Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A FALACIA DO LEITE LOPES INTERNACIONAL MAIS UMA VE...":
Continuamos considerando muito importantes as suas informações embora não compartilhemos dos mesmos conceitos. Essa discussão é o fator gerador do debate, sempre muito útil.
O Movimento Pro Novo Aeroporto pleiteia desde 1995 a construção de um aeroporto novo e esse é o ponto crucial de nosso debate ideológico contra aqueles que defendem a ampliação do Leite Lopes a qualquer custo.
Por isso não somos nem contra nem a favor de um aeroporto internacional em Ribeirão Preto, mas sim exigimos um aeroporto moderno, projetado dentro das novas concepções de cidade aeroportuária que possa atender às necessidades presentes e às demandas futuras com qualidade e eficácia, sem causar danos sócio ambientais e urbanísticos, reunindo todas as condições de acessibilidade e de mobilidade. Esse aeroporto não cabe no Leite Lopes.
Por isso o nosso Movimento considera que Ribeirão Preto será atendido por dois aeroportos sendo o Leite Lopes alterado na sua configuração para aviação geral e escola de pilotagem e outras especialidades ligadas ao setor aeronáutico.
É claro que um aeroporto moderno, em área compatível e com toda a área necessária e disponível, certamente que poderá ser o aeroporto internacional que o Leite Lopes nunca conseguirá ser.
Por isso continuamos a responder à sua participação, que reputamos de muito útil e esclarecedora e, como das outras vezes faremos uma separação na cor e no tamanho da fonte para facilitar a comunicação.
Bom, hoje inicio minha última participação nesse debate, digo isso porque com essa ironia toda, de vossa parte, acho que sou o único que está debatendo, e prá não ler mais tantas aberrações encerro aqui. Eu não escrevi que o Leite Lopes vai viver somente da modalidade cargueira de cabotagem por causa da pista e falta de carga, aliás, já até fiz vários voos vazios saindo de GRU porque não tinha carga mas lá na Europa/EUA tinha muita carga prá trazer, portanto, isso não é novidade. A Fedex chega em VCP com um MD11F e depois distribui a carga pelo Cone Sul em aviões menores como os dois B727-200F que ficam parados lá. Isso é normal também. Se vc pegar a malha cargueira em VCP, vai ver que a maioria dos voos são curtos e médios e poucos de longa distância, tem voos prá Curitiba, Cabo Frio, Manaus, Porto Alegre, Galeão, Recife, Guarulhos, Confins etc. e fora prá Buenos Aires, Santiago, Miami, Europa, mas a maioria fazendo escalas. A malha cargueira é assim, se vc não conseguiu entender o que escrevi então lamento muito, vai ficar sem entender e de presente o Leite Lopes Internacional. A carga de VCP não é gerada somente em Campinas e sim de toda a região e de outros Estados também. Ribeirão não vai gerar toda a carga sozinha, teremos carga de toda a região e fora do Estado de SP também. Isso é normal, RAO não precisa necessariamente produzir toda a carga, aeroportos cargueiros tem área de abrangência. Vc questiona se Ribeirão vai produzir toda a carga de alto valor agregado para um só destino e que possa ocupar toda a aeronave e eu repondo que não, porque dentro de um avião cargueiro carregado temos carga para os mais diversos destinos, carga essa carregada em várias origens, mas que sempre é direcionada para um grande HUB distribuidor, p.ex. tínhamos o voo de GRU p/MIA, só que dentro da aeronave tinha carga para um número grande de cidades americanas, pois quando a carga chegava em MIA, outras empresas faziam essa distribuição, portanto, é normal voar-se para um HUB distribuidor. Miami, Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Paris, Frankfurt, Amsterdã, México City, Narita e muitos outros grandes aeroportos são HUBs de distribuição.
Ribeirão poderá ter cargas para muitas cidades americanas, mas toda essa carga chegará via Miami ou algum outro HUB de distribuição dentro dos EUA. Memphis é o HUB da Fedex nos EUA. Como já disse anteriormente, isso tudo é muito variável.
Nós não afirmamos que os cargueiros decolam com carga paga completa do Leite Lopes. Quem sempre afirmou isso foram os defensores a qualquer custo da ampliação do Leite Lopes e que, desde 1995, impedem a construção de um aeroporto novo, conforme o Plano Diretor assim exigia.
Para tanto, torna-se necessária a desmistificação dessas fanfarronadas próprias de administradores públicos sem capacidade de visão de estadistas e que nunca se preocuparam em cumprir com a legislação se esse ato contrariar interesses econômicos.
Estamos falando desde 1997, quando pela primeira vez, se cogitou em ampliar o Leite Lopes para internacionalizá-lo.
As suas informações são muito úteis porque alguém com vasta experiência na área de transporte aéreo confirma que carga plena no Leite Lopes não poderá ocorrer não só pela pequenez da pista como também pela falta de cargas. E muito menos as cargas com origem local ou regional, embora a propaganda político-eleitoreira sugira que a produção industrial da região possa ser totalmente escoada por via aérea, representando 7% do total nacional.
De especialistas o Brasil tá cheio !! Esse tal Prof. James, disse que vamos ficar restritos ao Mercosul, o que não é verdade pelo que já expliquei em comentários anteriores. Como ele não sabe nada de operação, então não dá prá acreditar nele, não é verdade ?? Pena que vcs acreditaram nele como acreditaram na pista de 4000 metros de AAQ (e vou ser sincero, torço muito prá que essa pista de AAQ se concretize porque infraestrutura nunca é demais).
Não conhecemos o Prof James mas as suas declarações são compatíveis com os estudos elaborados pelo ITA contratado pelo IPT em 2008 (Estudo de Demanda, pag. 5) que se referem exatamente ao mesmo ponto:
Os passageiros de voos domésticos NÃO vão pagar pelos passageiros de voos internacionais, porque quem é pax doméstico paga taxa de embarque doméstico e quem é pax de voo internacional paga taxa de embarque internacional, nada além disso (bem básico né), essas taxas não mudam e são usadas em todos aeroportos do Brasil e de acôrdo com a categoria do aeroporto. Polícia Federal, Receita Federal e Vigilância Sanitária são organismos do Governo Federal com atribuições Constitucionais, portanto, são servidores do Governo Federal e são pagos pelo Governo Federal e não pela administração do aeroporto, isso ele não falou. Ele disse inverdades e como S.Carlos também quer internacionalizar o seu aeroporto, qualquer coisa contrária que venha de lá me soa estranho. Não é a administração de GRU e nem de VCP e nem de GIG que paga os salários dos servidores da União lotados nestas localidades. Me estranha muito ele ter dito uma bobagem tão grande como essa de que 99% dos paxs vão pagar pelos 1% dos voos internacionais. Não existe isso, não existe tarifa diferenciada por causa da quantidade de paxs domésticos e internacionais. A diferenciação existe somente na categoria do aeroporto e a respectiva taxa de embarque é aplicada observando-se isso, somente.
Se o Leite Lopes mantiver toda uma infraestrutura à disposição de eventuais vôos internacionais, para atender a uma minoria de usuários e se esses custos não são cobrados dos passageiros, então a situação é pior ainda: é todo o povo brasileiro que vai pagar os custos para beneficiar apenas uma elite restrita.
Quanto aos interesses de S. Carlos em internacionalizar o seu aeroporto é um problema para eles resolverem e espera-se que a população seja devidamente consultada a respeito e não seja obrigada a se submeter a vontades políticas ou econômicas. Mas isso não caracteriza nenhum bairrismo por parte de professores da universidade de S. Carlos porque é a única, na região, que dispõe de cursos de especialização em Engenharia de Aeroportos.
As taxas aeroportuárias, aquelas cobradas das empresas, seguem a mesma linha de raciocínio das taxas de embarque, o Governo Federal pensou em torná-las mais caras nos aeroportos congestionados como GRU e CGH, isso para estimular as empresas a retirarem seus aviões desses aeroportos, evitando o chamado "per dia", mas acredito que esse acréscimo na taxa acontece somente depois de um certo tempo parado no aeroporto. Nos outros aeroportos brasileiros essas taxas são as mesmas e de acôrdo com a categoria do aeroporto. Se algum outro grande aeroporto tiver essa diferenciação, é somente em nome do congestionamento das aeronaves. Em CGH, p.ex, e não estou bem certo, o tempo que uma aeronave tem para ficar em solo é de 01:30h, depois disso tem que iniciar nova viagem ou desocupar o lugar até então ocupado. Muitas empresas, por vezes, rebocam seus aviões até o Hangar e depois voltam, assim tem mais 01:30h para iniciar nova viagem. Isso, que esse Prof. falou, não procede. Não esperem, no curto prazo, voos internacionais de passageiros no Leite Lopes, isso só se dará quando tivermos demanda maior, o foco no curto prazo é a carga doméstica e internacional. Se tivermos voo internacional de paxs, será por alguma estratégia da empresa aérea envolvida, como p.ex. tirar o avião de GRU por questões de preço, fazendo o "per dia" em RAO. Quando iniciar a viagem de volta, com certeza, passará por GRU novamente.
Todas as operações descritas apenas confirmam a nossa tese. Todas elas podem acontecer no aeroporto novo que Ribeirão Preto exige desde 1995.
Não existe nenhum argumento que convalide que só, e somente só, possam ocorrer no Leite Lopes, com exclusão de qualquer outra alternativa.
Essas operações todas não rendem nada para Ribeirão Preto mas apenas para o operador do aeroporto (que o governo do estado deseja privatizar entregando todas essas receitas à iniciativa privada) e para os operadores do Terminal de Cargas.
Logo, o tal milagre financeiro dessas operações que irão tirar do sufoco as finanças municipais não é tão milagreiro assim.
Ou seja, a campanha de que somente o Leite Lopes pode ser internacionalizado, que existe pressa porque as receitas municipais perdidas são altíssimas e se não for ampliado, não será possível exportar o que é produzido em Ribeirão e região não passa de propaganda enganosa.
Já que tudo isso pode ocorrer num aeroporto novo que já poderia estar construído e em operação não fosse a obsessão pela ampliação do Leite Lopes, usando da decrépita tecnologia tipo puxadinho, pelo mesmo custo dessa ampliação e sem causar nenhum dano à cidade nem aos moradores do seu entorno, servindo de um Portal de Entrada decente, a pergunta que fica no ar é: porquê são contra o desenvolvimento de Ribeirão Preto impedindo a construção do novo aeroporto?
Quanto ao dirigente da FIESP/CIESP local, acho que ele está certo e está fazendo o papel dele, somente isso.
Neste ponto também somos obrigados a discordar. A luta por um novo aeroporto deveria ser também a dele e da instituição que representa, porque é a luta de todos nós, sem esquecermos que em 1995 a CIESP também apoiou a construção do novo aeroporto, quando da elaboração da Lei do Plano Diretor (LC 501/95) como pode ser visto abaixo. Fica, portanto, estranha, essa mudança de orientação.
Desejo boa sorte nessa luta, se ganharem será ótimo prá vcs, mas se perderem terão que engolir o aeroporto internacional do jeito que ficar. É isso aí !!
A nossa luta é por Ribeirão Preto e o aeroporto internacional será construído, sim, só que em um novo aeroporto. Se isso não ocorrer, quem perde será Ribeirão Preto e, o que é pior, perderá a sua capacidade de desenvolvimento saudável e terá como Portal de Entrada o Leite Lopes, o que será uma vergonha para toda a região.
Uma das próximas frentes de luta será no Judiciário e, mais uma vez, perderemos um tempo precioso discutindo se ficamos com uma aberração aeroportuária chamada Leite Lopes ou se partiremos para a construção do novo aeroporto, com um atraso de apenas 18 anos!
Minha participação se encerra aqui, como dito anteriormente. Como visto, não dá prá debater num clima irônico como esse utilizado nas postagens de vossa parte. Obrigado.
Agradecemos a sua participação, pela sua idoneidade e conhecimento e esperamos que a sua decisão seja revertida para podermos dar continuidade a nossos debates.
O Grupo Gestor
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