sábado, 9 de março de 2013

Eventos "PUTZ" no Parque Permanente de Exposições

15 de Março no Parque Permanente de ExposiçõesPUTZ de novo!

Putz – aqui é empregado com o mesmo sentido no artigo de Arnaldo Jabor e que pode ser resumido na capacidade de meia dúzia de sem-noção serem explorados por empresários espertos que promovem eventos, com grave  perturbação do sossego das comunidades do entorno e  com o beneplácito do poder público.

Ribeirão Preto tem um Parque Permanente de Exposições onde não existe nenhuma exposição. Ou melhor: tem um Parque de Eventos administrado por uma empresa municipal onde, a troco de uma receita de merreca,  só se expõe o que existe de mais ridículo da atualidade de uma juventude hebefrênica[i] explorada sem dó pelo showbusiness e para extrema felicidade dos empreendedores  do narconegócio e patrocinada pela próspera industria do porre.  

Porquê isso?

Porque no próximo dia 15 de Março de 2013 teremos o inicio da temporada da perturbação pública de todo o entorno a esse Parque de Exposições com o entorta bixo 2013.


 E o que é esse tal Entorta Bixo? Segundo os organizadores A Maior Festa Universitária do Interior Completando 15 Anos!!


Era uma pequena festa universitária até que surgiu a ideia de juntar todos os gostos musicais e tribos dos estudantes numa mega festa de confraternização de volta às aulas e recepção de calouros.


Grande confraternização! Dá para ver todos os participantes fazendo coisas úteis, próprias de calouros universitários que saem de uma vida de colegial e passam, através de um ritual de iniciação chamado de vestibular, para a vida acadêmica.  O final desse tipo de confraternização é o vômito universitário e um monte de pinos espalhados em toda a área do espetáculo e do seu entorno.

Citando Arnaldo Jabor

Fazemos nossas a palavras do   Arnaldo Jabor  na sua análise sobre a tragédia que vitimou centenas de jovens ocorrida na boate Kiss em Santa Maria feita através do seu artigo  O PUTZ da Idiotice  referindo-se aos trens elétricos mas que também se aplica aos frequentes eventos com palco no Parque Permanente de Exposições como o Entorta Bixo que massacrará as comunidades residentes no entorno, no próximo dia 15 de Março:  

São milhares de retardados perseguindo, em ruas apinhadas de seus pares, caminhões carregados de pagodeiros ou seja lá quem forem, distribuindo milhares de decibéis, todos com o único objetivo de ficar bêbados o mais cedo possível [...]

Igual e espetáculo de rock: mais milhares de idiotas movidos a canabis e outras cositas, pulando feito jumentos com buscapés nos rabos, ao som de uma cacofonia infernal produzida por seis ou sete dementes com o uso de quatro acordes, que eles têm o desplante de chamarem de música.

Todo esse conjunto de estupidezes têm um único objetivo: convencer as pessoas de que o que é moda é o melhor para elas, e que “estar por dentro” é a suprema felicidade, enquanto eles, os promotores da estupidez, forram a guaica com a grana dos felizes consumidores

E conclui

No   século XXI,    a balada sofreu uma metamorfose, e de expressão  puramente      artística,  passou  a designar         uma espécie de reunião  social  hebefrênica,  onde  ninguém se  conhece     muito,  mas todos  usufruem      do  que  de  pior  a  espécie  humana  produziu em termos de entretenimento.               

E o que é que o Movimento Pro Cidadania e Moradia
têm a ver com isso?

Porque é que todos esses eventos  “decibélicos” não são feitos em local mais apropriado, longe de áreas densamente habitadas como é o entorno do Parque? Ou então. porque é que não são feitos, por exemplo, na Av. João Fiuza ou em outro lugar nobre?

Porque o entorno do Parque é habitado por pobre. Lá não moram políticos nem juízes nem promotores nem mesmo a classe média alta. No Splash Park alguns eventos semelhantes ocorreram e que perturbaram os moradores nobres. Resultado: fechado!

Para atender às legitimas reclamações das vizinhanças nobres, simplesmente se transferem esse eventos para o Parque de Exposições transformado em Parque de Putz. Afinal só tem pobre em volta. Quem se importa?

Embora seja proibido  perturbar o sossego publico, constituindo contravenção penal e crime ambiental no caso dos eventos ocorridos no Parque (que deveria ser de Exposições mas não é) mas que pode ser “tolerado” quando se refere ao sossego dos pobres.

Quando toda uma comunidade de mais de 80.000 pessoas tem o seu sossego e descanso perturbado por eventos que beneficiam aqueles interesses econômicos citados no inicio para atender ao “entretenimento”  de milhares de idiotas movidos a canabis e outras cositas, pulando feito jumentos com buscapés nos rabos, ao som de uma cacofonia infernal , só porque são pobres, nada nem ninguém consegue impedir esse atentado contra a cidadania, nem mesmo o Ministério Público com laudos sonoros elaborados pela CETESB.

E esses eventos ocorrem ao longo de todo o ano, sem dó nem piedade para com os pobres que têm que tentar dormir com algodão nos ouvidos, para que os fofinhos da classe média não tenham cerceados os seus “direitos de diversão”.

Que diferença entre os bixos da década de 60 e dos de hoje.
 
 
E agora no próximo dia 15 vai ser com estudantes confraternizando-se que, em lugar de fazer essa recepção com atos úteis e típicos de quem está na fase acadêmica da vida, vão perturbar o sossego do entorno, com o apoio da administração municipal.


Jornal A Cidade -  charge Renato
 
Jornal A Cidade -  charge Renato
E é necessário não esquecer que ser estudante universitário o mérito não reside apenas no ato de passagem no vestibular: é porque o Povo Brasileiro paga os seus estudos. Exatamente aqueles que com o seu trabalho sustentam os negócios e a prestação de serviços que lhes garante a condição econômica de  acesso à universidade, exatamente os mesmos que são perturbados pelas festinhas  de recepção aos bixos.

E não é só o Entorta Bixo como evento Putz no Parque. Também o Carnabeirão que historicamente gera tumultos graves (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ribeirao/ri1104200001.htm) , as festas Rave universitárias que atravessam a noite até ao amanhecer, o Ribeirão Rodeio Music que segue a mesma linha de conduta, agravada pelos maus tratos aos animais, nessa festa estúpida onde um monte de “desocupado mental” fica aplaudindo um marmanjo cair do cavalo que está com “os troço” amarrados.

O que fazer então?

Existem outros motivos para gerar a indignação das forças vivas e não conformadas desta cidade com relação ao uso inadequado que está sendo dado ao Parque Permanente de Exposições: Onde estão as Exposições Permanentes? Só a Agrishow é exposição para Ribeirão Preto?

Não seria obrigação da administração municipal dar ao Parque de Exposições a sua função especifica, gerando muito mais negócios, empregos e renda?

Alguma coisa está errada em tudo isso. Ninguém consegue fazer o Parque de Exposições  parar de promover eventos que apenas perturbam a cidade, sem nenhuma renda especifica a não ser a dos seus promotores que embolsam a renda e que não deixam nada aqui, a não ser bêbados dirigindo na saída, despesas no pronto socorro para curar  ressacas, vomito universitário e pinos espalhados.

Está na hora de exigirmos que a legislação e a cidadania sejam respeitadas nesta cidade. Através do judiciário se necessário. Talvez uma boa investigação sobre os bastidores de organização desses eventos possa revelar “causos” interessantes.

Está na hora de mudarmos isso. E nessa mudança também estamos incluindo as Universidades e seus Diretórios Acadêmicos. Todos.  Sem porre, sem pinos, sem canabis!

E que a administração municipal assuma as suas responsabilidades não permitindo desvirtuamentos da função do Parque Permanente de Exposições, ou seja, promova EXPOSIÇÕES!

E, para terminar, se é proibido perturbar o sossego público, basta proibir que esses tipos de eventos possam ser realizados no Parque, que deveria ser Permanente de Exposições. Existem os laudos técnicos e não existe o cumprimento das exigências de isolamento acústico do local, obrigatório por lei mas impossível de se aplicado no Parque. É simples assim. Se não for no TAC que vá no taco. Para isso existe o Judiciário.


 

[i]   hebefrênia. 1. Psiq. Forma de esquizofrenia observada, em geral, em adolescente, e que se caracteriza por distúrbios da afetividade, regressão e hipocondria.

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