O noticiário sobre o Leite Lopes neste inicio de ano estava limitado a algumas banalidades sem a menor importância. Neste domingo, 21/01/2013, mudou.
Tivemos um elenco muito interessante de noticias publicadas pelos principais jornais de Ribeirão Preto.
Comecemos com o Gazeta de Ribeirão, com o título “Espaço para todos”. Resumindo, retrata o atual movimento crescente de alunos de pilotagem, em particular de helicópteros.
Por um lado, a impaciência com horas perdidas em salas de embarque e o caos aéreo ainda estimulam a busca de empresários por helicópteros em Ribeirão Preto e esta demanda coloca a cidade como a terceira maior frota da país, atrás apenas de S. Paulo e Rio de Janeiro, [...]
Impulsionado pelo momento econômico de Ribeirão Preto, as escolas que oferecem cursos de pilotagem de helicópteros na cidade vivem um bom momento e “exportam” profissionais que não são absorvidos pela demanda da cidade para outras regiões do país [...]
Esta noticia comprova a tese do Movimento Pro Novo Aeroporto de que, após a construção do novo aeroporto que Ribeirão Preto necessita e exige para vetorizar o seu desenvolvimento presente e futuro, o Leite Lopes passe a ter outro uso como aeródromo para aviação executiva e de helicópteros e como centro de treinamento de profissionais ligados às atividades aeronáuticas tais como pilotos, mecânicos especializados e outras profissões e especialidades, com o apoio e participação de entidades como a Paula Souza (que já desenvolve curso de logística em Guarulhos), o SENAI e as universidades locais com cursos na área de engenharia e aviônica.
Dessa forma a curva de ruídos do Leite Lopes fica reduzida, não requerendo a expulsão das comunidades já estabelecidas no entorno e tornando o Leite Lopes num centro tecnológico aeronáutico que produzirá muito mais renda para Ribeirão Preto gerando empregos de qualidade e de verdade do que apenas possuir um Terminal de Cargas, que não gera nada para o município mas que pode muito bem ser instalado no novo aeroporto.
No Jornal A Cidade outra noticia muito interessante (Aeroporto vive em compasso de espera) só que com algumas informações equivocadas, certamente fornecidas pela fonte consultada, como veremos:
Colocar o Leite Lopes, um dos mais movimentados aeroportos do interior de S. Paulo, dentro da lei para receber voos internacionais com aviões Boeing 767, cargueiro que transporta 54 toneladas, aumentar a capacidade para aviões de frota e a capacidade para armazenagem, exige muita coisa e obstáculos removidos.
Listada em uma folha de papel padrão apareceriam retirar muros, ampliar a pista de pouso, desocupação completa do entorno, desvio de trecho de avenida que fica ao lado, apenas para citar algumas exigências técnicas.
Embora a imprensa insista em divulgar o uso de B-767 como cargueiro no Leite Lopes, mesmo com o puxadinho, essa aeronave não consegue decolar com carga plena. Para isso necessita de uma pista com o comprimento mínimo de 3.290 metros, calculado na ponta do lápis por quem entende de aeroportos. A menos que decole com carga reduzida, ou meia-carga e, então, será uma pista cargueira meia boca.
Outros pontos interessantes levantados pela reportagem: para deixar o Leite Lopes dentro da Lei uma das ações a serem feitas é a ampliação da pista. Ora se esta ampliação está proibida por sentença judicial, como essa ampliação poderá legalizar a pista cargueira do Leite Lopes?
Outra ação a ser tomada, segundo a noticia, consiste na desocupação completa do entorno.
Hoje essa desocupação seria por conta do Plano Especifico de Zoneamento de Ruído (PEZR) que, segundo dados obtidos junto à prefeitura, representa aproximadamente 6600 imóveis com registro em cartório.
Admitindo-se uma ocupação média de 3,7 pessoas por imóvel, precisamos “apenas” de expulsar 24.420 pessoas, além das faveladas, cuja remoção já começou com o tal plano de desfavelamento da prefeitura que ultrapassou os limites do bom senso e que garantiu um premio de foto jornalístico nesse jornal com as imagens da violência praticada quando da desocupação da Favela da Família.
Tudo muito bonito quando está escrito numa folha de papel entregue pela fonte. É simples assim? Não. Não é assim tão simples.
Não vão operar com os B-747 nem com os B-767 cargueiros como sempre foi divulgado mas sim com os B-757 modelo já em desuso, verdadeiras sucatas voadoras portanto um risco aeronáutico constante.
Sucata voadora utilizando uma pista meia-boca. É isso que Ribeirão Preto e a região merecem?
Tudo isso para garantir o lucro de uma empresa transportadora que perderia a concessão se fosse construído o novo aeroporto, que Ribeirão Preto exige. E, o que é pior, privar a região de um aeroporto decente e que permita as futuras ampliações, pelo mesmo custo da tal ampliação, sem contar com o alto custo social que, parece, não faz parte das preocupações dos cidadãos comuns (mal informados) nem da imprensa (sempre bem informada).
Quem sabe a imprensa resolve começar analisar o problema Leite Lopes x aeroporto de Ribeirão com a isenção necessária. Enquanto isso não acontece, continuaremos com a nossa campanha:
Povo esclarecido jamais será iludido
Congonhas em Ribeirão, Não!
Leite Lopes com outro uso (alternativo) :
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!
Nenhum comentário:
Postar um comentário