domingo, 10 de junho de 2012

MUROS PINTADOS E SLLQC OURIÇADOS - EPISÓDIO 3

Prosseguindo a saga dos SLLQC que ficaram todos ouriçados com o muro que o Movimento pintou em alguns muros do Jardim Aeroporto para esclarecer a população que não existem milagres na Santa Terra dos Canaviais, alvo de uma reportagem no jornal A Cidade do dia 31/03/2012 passaremos agora aos comentários e atitudes de alguns pilotos comerciais, ínclitos defensores do Puxadinho Leite Lopes.

No dia 03 um dos integrantes do Movimento pro Novo Aeroporto, morador do entorno e um dos diretamente atingidos pelo Leite Lopes, escreveu na Coluna do Leitor que:

Mente quem afirma que a comunidade não corre risco aeronáutico com a ampliação do Leite Lopes que já deveria ter sido relocado em 1995 quando a sociedade civil, o poder executivo e o poder legislativo, todos unidos e de forma unanimem assim o exigiram quando se discutiu, elaborou e se aprovou a Lei do Plano Diretor. Tudo o que já foi gasto no Leite Lopes através de remendos, na tentativa de transformar aquele estropício em aeroporto, mas o que eles querem gastar  agora, só para fazerem a ampliação-puxadinho, além da reconstrução da torre, mais isto mais aquilo, daria para construir um aeroporto novo, em local adequado e em condições de servir de portal de entrada digno para a nossa região. Também defendemos que um novo uso para o Leite Lopes, ao invés do Puxadinho, evitaria as desapropriações das comunidades do entorno, que já tem as suas raízes estabelecidas, face à nova configuração da curva de ruídos que o Leite Lopes teria que ter.

Como pode um morador do entorno do Leite Lopes, segundo os SLLQC, bairro cheio de pobre e de analfabetos, ter a ousadia de afirmar todas essas coisas sobre um assunto tão técnico como aeroportos, pistas e segurança aeronáutica? Logo no dia seguinte um defensor da ampliação do Leite Lopes  a Qualquer Custo manifesta toda a sua indignação (como sempre omitimos os nomes citados), identificando-se como piloto de aeronaves:

MV,  peço que pare de emitir considerações técnicas sobre a ampliação do Leite Lopes sem qualquer conhecimento técnico. Não existe puxadinho a ser feito e sim um deslocamento da pista para que a curva de ruído não prejudique ninguém. Viracopos, que é um dos grandes aeroportos cargueiros do Brasil, quantos acidentes tivemos lá? Nenhum. Isso prova que pista grande é sinônimo de segurança. MC

Parece que sugerir ou exigir um aeroporto novo, com capacidade de servir de vetor para o desenvolvimento de Ribeirão e da região é crime hediondo para essas pessoas. E o mais fantástico é que é assinada por um piloto de aeronaves que tem, por dever de oficio, que lutar por melhores condições de trabalho e de segurança e pela sua experiência profissional  já deveria ter percebido que o Leite Lopes é  uma vergonha para a região por ser incapaz de suportar o aumento da demanda mesmo apenas como aeroporto regional, quanto mais para um aeroporto internacional de cargas.

O Movimento, através do senhor MV lembrou ao senhor piloto que a pista de Viracopos tem 3.200 metros e a pretendida para o puxadinho teria apenas 2.100, portanto o risco aeronáutico é uma realidade.

A resposta veio em seguida (10/04/2012). Outro piloto de aeronaves, AJT não perdoa:

Pelo que tenho lido nos últimos dias, o Sr. MV pouco ou nada entende de aeronaves. O comprimento da pista de Viracopos (3240 m) permite pouso de aeronaves de porte maior do que as que operam e virão a operar no Leite Lopes (2100 m). [...]

Como é que ele pode afirmar que as aeronaves que irão operar no Leite Lopes não serão as mesmas que operam em Viracopos?  Na verdade, os aviões que, dizem, vão operar no Leite Lopes, requerem uma pista com o mínimo 3290 metros para o Boeing 767 e 3913 metros para o Boeing 747. Calculado na ponta do lápis para operar com carga plena. E qualquer piloto comercial sabe disso.

Agora, com meia carga, podem operar com pista curta. Então temos a confissão de que estão planejando o Leite Lopes ampliado para ser um aeroporto de meia boca, talvez porque achem que Ribeirão Preto não mereça coisa melhor.

Mas a arrogância não pára por aí:

Sugiro a ele (MV) que entre em contato com o Cmdt MC  e peça a ele uma aula (bastante superficial, claro) sobre: aeronaves de grande porte – operações de pouso e decolagem. Certamente ele (MV) mudará de opinião. Se não mudar é porque...[...]

E a mais completa insensibilidade social e desconhecimento de urbanismo e principalmente da diferença entre um aeródromo (campinho de aviação) e um aeroporto:

O aeroporto de Ribeirão Preto está lá há mais de 80 anos. Foi a cidade que chegou até ele, desordenadamente ou não. Que ele fique lá. Quem chegou depois que se mude.

A resposta foi simples: aeroporto difere de aeródromo porque dispõe, entre outros equipamentos, de terminal de passageiros. Como este terminal foi construído em 1984, então o Leite Lopes de campinho de aviação  foi promovido a aeroporto. E tanto assim é que o Plano Especifico de Zoneamento de Ruido foi homologado em 1984.  A verborragia não se fez esperar (01/05/2012):

MV esse seu último comentário (26/abr) mostrou o tamanho da ignorância com respeito à história do Aeroporto Leite Lopes. Sabemos que está aí só para tumultuar o processo. Está querendo uma indenização mais alta, caso seja desapropriado, pois já demonstrou isso em pronunciamentos anteriores. Afirmar que antes de 1984 o Leite Lopes era um campinho de aviação  é, no mínimo, uma falta de conhecimento total da história. Queira você ou não, aquele prédio onde está a Torre de Controle era a antiga estação de passageiros (hiper acanhada para os dias de hoje) e nas décadas anteriores de 1970 este aeroporto chegou a ter cinco empresas operando, entre elas a Sadia (depois Transbrasil), Vasp, Real, Varig.[...] agoera só falta se inteirar melhor da história deste aeroporto, antes de se pronunciar equivocadamente sobre ele.MC

Aqui podemos comprovar vários comportamentos e conceitos não muito abonadores. Em primeiro lugar, em lugar de discutir o problema de forma objetiva, parte para o ataque pessoal ”Sabemos que está aí só para tumultuar o processo. Está querendo uma indenização mais alta[...]”, como se a defesa de um direito fosse crime. Foi necessário informar ao senhor piloto de aeronaves que as indenizações são baseadas em estudos de engenharia que seguem as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e que não dependem de gritos nem de esperneios de quem quer que seja.

Em segundo lugar, afirmar que aquele prédio onde está a Torre de Controle  que funcionava como estação de passageiros constituía um Terminal de Passageiros, significa duas coisas: desconhecimento do que seja um terminal de Passageiros de verdade e um desrespeito aos passageiros da época e também a Ribeirão Preto que merece algo de muito melhor que o atual Terminal onde se embarca ou desembarca com guarda chuva em dia de chuva.

A obcessão pelo puxadinho do Leite Lopes provoca em algumas pessoas e entidades uma completa falta de capacidade de entender que Ribeirão Preto necessita de um aeroporto com capacidade de servir de esteio ao desenvolvimento regional e que o Leite Lopes não é capacitado a se tornar nesse vetor. É pequeno, acanhado, impossível de ser ampliado. O atual Terminal de Passageiros, que foi recentemente ampliado, previa uma capacidade de 400.000 passageiro/ ano e em 2011 ultrapassou a marca de 1.000.000 e a previsão é de que em pouco tempo alcance 1.500.000.

Os problemas sócio ambientais e de segurança para o entorno não lhes interessa nem mesmo é um fator a ser considerado e denota um completo menosprezo pelas comunidades do entorno do Leite Lopes, conforme ficou patente no menosprezo demonstrado  durante o embate com o MV, membro do Movimento Pro Novo Aeroporto.

O comportamento desses senhores pilotos, que deveriam ser os principais interessados num aeroporto novo e digno, lembra-nos aquele comprador que ficou irritado com o vendedor que estava demonstrando o novo televisor em LCD, de pequeno peso e espessura mas com alta qualidade na imagem e no som, porque  insistia em comprar uma TV a preto e branco, com válvulas e com seletor de canais mecânico.

São pessoas e entidades que fazem questão de vender o Leite Lopes como sendo o aeroporto de Ribeirão Preto, sempre afirmando que o pouco que se consegue tirar dele (aviões de carga de pequeno porte, por exemplo) é o que a região precisa e merece, conceito este  que o Movimento Pro Novo Aeroporto repudia. Por isso o Movimento continua ministrando palestras para quem estiver interessado em conhecer e discutir o problema, de forma séria, sem preconceitos e sem  menosprezos, porque sabe que o  

Povo esclarecido jamais será iludido

Em 2012 não vote em político de 3ª Linha. Vote em estadista!

Congonhas em Ribeirão Não!

Leite Lopes com outro uso (alternativo) :
sem ampliação e  sem desapropriação

Novo aeroporto em nova área já!


* SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário