Nos próximos dias 17,18 e 19 de Junho, acontecerá em Ribeirão Preto o Fórum Social tendo como ponto de partida que uma outra Ribeirão é possível, necessária e urgente. Traduzindo: A Ribeirão que temos não é a Ribeirão que queremos.
A cidade tem sido planejada sempre com o horizonte para os próximos quatro anos e para atender a interesses econômicos dos grupos dominantes do momento. Não é planejada para ser o lugar onde moramos e vivemos mas apenas um lugar de fazer negócios. Por isso faltam projetos a longo prazo porque podem atrapalhar interesses no curto prazo.
O Leite Lopes é um excelente exemplo. Em 1995 a comunidade, a Câmara Municipal e o Executivo, considerando que a localização do Leite Lopes não atendia mais aos interesses da cidade, determinou na Lei do Plano Diretor a necessidade sua remoção para fora da área urbana.
Em 1997/99 outros interesses se levantam – e nem mesmo eram de Ribeirão Preto – e resolveram transformar um aeroclube que fora promovido a aeroporto em 1980 num aeroporto internacional de cargas, com um pequeno aumento de pista. Desistiram e esses interesses ficaram dormentes mas deixaram alguns setores ouriçados com os bons negócios que poderiam fazer.
Em 2002, outros interesses surgem – e nem mesmo eram de Ribeirão Preto – e, na surdina dos gabinetes político-corporativos onde os bons negócios são tramados, resolvem fazer uma licitação para atender aos interesses de uma empresa de cargas aéreas que ganha a concessão para um terminal de cargas internacional com a metragem ridícula de apenas 5000 m².
Depois se lembram de que só pode acontecer isso se o Leite Lopes fosse homologado pelos órgãos competentes como internacional de cargas. Pedem a homologação e depois, em 2005, percebem que para isso precisam de pista com comprimento suficiente para o pouso de aviões cargueiros e o Leite Lopes não tem.
Preparam tudo na surdina para começarem as obras quando, graças a vigilância das verdadeiras forças vivas da cidade e do Ministério Público, são forçados judicialmente a elaborarem o EIA RIMA – Estudo de Impacto Ambiental. Como para a capacidade intelectual desses setores empresariais de negócios esses estudos não passam de um pequeno custo burocrático a ser vencido, logo o fazem e mobilizam os dignos representantes da caipirosa elite ribeirão-pretana para que esse estudo encomendado seja aprovado. Fazem até “grandes” mobilizações incluindo o domínio integral da mídia, que ficou proibida de falar qualquer coisa que não fossem as maravilhas maravilhosas da ampliação do Leite Lopes. Até falavam de viagens intercontinentais de passageiros. Seria um presente para a cidade para nenhum Papai Noel botar defeito.
Chamaram pomposamente a esse grande movimento de Decola Ribeirão mas apenas conseguiram estolar nas asas da imaginação. Como já tinha sido demonstrado em 1995 e depois em 1997/99, não se implanta um aeroporto internacional no espaço, mesmo que ampliado, de um aeroclube, numa área já densamente habitada. A área inicial de 170 ha seria ampliada para 340 ha. Qualquer aeroporto de porte internacional necessita de uma área mínima de 1300 a 1800 ha e no mundo as áreas são maiores que 2000 ha.
A área do Leite Lopes, mesmo que ampliada, seria uma piada internacional. Daria muito dinheiro para alguns setores mas impediria Ribeirão Preto e a região de terem um aeroporto digno. Para esses setores esse fato não teria a menor importância, já que o lucro deles estaria garantido no curto prazo.
O Leite Lopes ampliado não é o aeroporto que Ribeirão Preto quer. Ribeirão Preto quer um aeroporto que possa ser a verdadeira porta de entrada que a dignifique. No curto, no médio e no longo prazos. Implantado em área onde possa operar hoje como aeroporto de grande interesse regional e permita que no futuro possa ser ampliado para se tornar um verdadeiro aeroporto internacional, verdadeira cidade aeroportuária, que a região merece e anseia.
Para explicarmos tudo isso, o Movimento Pro Novo Aeroporto vai participar do Forum Social, na sua campanha de esclarecimento das pessoas contra a grande mentira do Leite Lopes.
É importante termos consciência que, em primeiro lugar, será através desse Forum Social que a Sociedade Civil vai definir qual é a Ribeirão que queremos.
Em segundo lugar, nas próximas eleições, mais cuidado na hora do voto. Ribeirão Preto e a região não aguentam mais políticos serviçais defendendo interesses econômicos boçais.
“2012: Não vote em político de terceira linha. Vote em estadista”
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