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A falta de definições políticas quanto a um novo aeroporto para Ribeirão Preto tem ocasionado sugestões que vão do esdrúxulo ao ridículo. Recentemente jornalista publica matéria na Gazeta, dia 7 de fevereiro, na base da pilhéria, que se o DAESP ou Infraero optassem em colocar um aeroporto rapidinho para a nossa metrópole canavieira, uma solução seria comprar o porta-aviões John Fitzgerald Kennedy - JFK dos EUA, aposentado operacionalmente, e colocá-lo no rio Pardo.
Grande idéia para quem, realmente, não tem melhor opção: vejamos, em princípio para transportar o dito cujo até o rio Pardo, só se desmontassem o “brinquedinho” de 320 metros de comprimento e umas 81.000 toneladas de ferro bom para ser vendido para sucata.
Outra solução seria o bom e clássico puxadinho, aliás culturalmente já incorporado em nossa metrópole, uma vez que tudo que é feito por aqui é tipo meia-sola, remendo provisório, tapa-buraco. A urbe não tem planejamento consistente, cresce ao sabor das empreiteiras e imobiliárias que ditam o ritmo ao bel prazer, para os governantes inertes em traçar políticas de interesse público local e regional.
O puxadinho proposto para o aeroporto Leite Lopes, na ausência de uma visão de futuro para um aeroporto de verdade, é dar uma esticada, uma puxada, no comprimento das pistas no sentido da Avenida Thomaz Alberto Whately, passando dos 1.800 metros para 2.100 metros. Inicialmente cogitaram fazer um túnel na dita avenida sobre a qual passariam as pistas do portentoso aeroporto internacional. Aí alguém lembrou que esse túnel deveria ter, pelo menos, uns 600 metros de comprimento, sujeito a alagamentos e intransitável para pedestres. Para pista de decolagem é tecnicamente condenável, por se tratar de uma estrutura de concreto sujeita a juntas de dilatação e desnível em suas extremidades (lembrem dos desníveis nos acessos e saídas de pontes rodoviárias), essas pistas serviriam apenas para taxiamento, manobras.
Novamente o engenho tupiniquim entra em ação e apresenta a brilhante proposta de desviar a Avenida Thomaz Alberto Whately, levando-a, em pista dupla, até altura da entrada do Parque de Exposições e daí retornar novamente ao seu traçado original. O dito desvio, além de implicar em onerosas quantias de desapropriação de loteamentos existentes e indústrias instaladas, urbanisticamente é uma catástrofe, pois pela proximidade das pistas não se poderia ter iluminação pública e complicaria o sistema viário já existente, ou seja, em vez de melhorar, piora-se uma situação já existente. Isso sem mencionar a questão dos faróis dos veículos que deveriam, por medida de segurança, estar apagados ao transitar pelo local para não conflitar com as normas aeroviárias!
Conclusão:
Este aeroporto Leite Lopes já está condenado pela sua inoperabilidade, a não ser um aeroporto internacional de passageiros e pior ainda, de cargas. No máximo, é continuar restrito aos vôos domésticos regionais e nacionais. Enquanto isso, outras regiões já se habilitam à instalação de novos aeroportos, caso de Bauru, Campinas, Londrina.
Lembrando: o aeroporto de Viracopos (Campinas-SP), administrado pela Infraero, está passando por um processo de licitação para ampliação de sua capacidade operacional, tanto em vôos civis como de carga. Será que o Daesp vai querer investir mais um centavo no Leite Lopes, sabendo de suas restrições? Logicamente que NÃO. E a Infraero, julgará estratégico ter um novo aeroporto em Ribeirão Preto? Até o presente momento não há manifestação. Resta perguntar: até quando Ribeirão Preto pretende continuar com pequenas pretensões, desprezando sua vocação de polo regional, maior região produtora e industrial de cana-de-açúcar, centro médico por excelência, de reconhecimento internacional, cidade que abriga mais de meio milhão de habitantes?
As chamadas forças econômicas e empresariais inovadoras e com visão de futuro, com vistas à exportação e ao turismo, deveriam manifestar interesse na proposta do Novo Aeroporto para não perder mais tempo e energia com essa ampliação impossível e irresponsável.
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