sexta-feira, 12 de agosto de 2011

1 - Cientista Político defende novo aeroporto / 2 - Urbanização ‘à brasileira’ mostra intolerância à pobreza

Cientista Político defende novo aeroporto
TV Clube – 11-8-11

Repórter Larissa:
Com as promessas do governo fica a expectativa da internacionalização. Eu converso agora com o Professor de Ciências Políticas , Antônio Calixto.
- Vencendo os problemas técnicos Ribeirão Preto tem força política para internacionalizar o aeroporto ?

Professor Calixto:
Olha, a internacionalização virá, porque a região tem força política e o mercado impõe que Ribeirão Preto tenha um aeroporto internacional. O que se discute é a forma, o que fazer. Eu percebo que a sociedade requer, exige um novo aeroporto. O atual,  por incrível que pareça, é um dos cinco primeiros do Brasil. Veja o gargalo que é a aviação civil brasileira.
Então, na verdade, quando se ampliar o atual aeroporto ele já estará defasado para atender o mercado regional que é muito grande. Por isto ele nasceu fruto do casuísmo, da falta de planejamento. E os problemas existentes estão aí, uma discussão quase que interminável e a região, o município necessitando, requerendo, exigindo melhorias  do transporte aéreo.

Repórter Larissa:
Várias cidades da região podem mudar a economia através da presença dos aviões e da aviação . Os políticos estão preparados para este fato ?

Professor Calixto:
Político, ele trabalha pressionado. Então é importante que a sociedade, que a região pressione nossos representantes para que nós não só melhoremos o que temos, que foi construído de forma já errada. Tudo que se fizer ficará já superado. É importante que se lute , que se comece a lutar imediatamente por um grande, por um novo aeroporto regional, planejado, adequado às normas do meio ambiente , que respeite a população, que respeite o seu entorno , o que não acontece hoje, infelizmente.

Repórter Larissa:
Os problemas de hoje que afetam a aviação poderiam ter sido evitados ?

Professor Calixto:
Claro, planejamento foi o que eu acabei de dizer. Ribeirão tudo foi casuísmo. Não tivemos plano diretor, O terreno ocupado hoje pelo Leite Lopes está em disputa judicial. Não se pode dizer ainda que o Estado seja o seu proprietário porque existe a mais longa discussão judicial.  
Então tudo o que se fez nessa cidade, é uma cidade que clama por tudo e que tem a sorte de ter esta vocação comercial , porque senão teríamos indústrias no centro de Ribeirão Preto. O aeroporto Leite Lopes é uma das conseqüências da falta de planejamento e de organização.

Repórter Larissa:
Muito obrigada pela sua participação no Jornal da Clube

Abaixo o link da entrevista:


_________________________________________ 


Segue abaixo um artigo intitulado         Urbanização ‘à brasileira’ mostra intolerância à pobreza” e que demonstra com uma clareza que chega a doer, como o urbanismo é aplicado e quais os interesses que definem as políticas públicas, baseadas numa legislação que é aprovada pelos meios ditos legais, garantindo que  o direito à propriedade e ao lucro seja mais importante que  o direito de moradia, da qualidade de vida digna e à segurança.

O que é que esse tema tem a ver com o aeroporto? Tem tudo a ver com uma realidade perversa onde a legislação “vigente”  não respeita os direitos das comunidades do entorno do Leite Lopes.

Os riscos quanto à segurança das populações do entorno e da zona de aproximação pela  operação  de um aeroporto com pista curta  apenas para satisfazer os interesses de uma empresa transportadora e a alguns desavisados que acreditam – ninguém sabe o porquê – a futura ocorrência de um boom imobiliário provocado pela implantação de um puxadinho ou de um puxadão na pista.

Soma-se a essa insanidade, o  desinteresse como política de estado do Governo do Estado de S. Paulo, em se ver livre do abacaxi “aeroportos estaduais”, privatizando-os ou através das chamadas políticas-público-privadas, entregando-os, melhoradinhos com o dinheiro público para a exploração privada, sem o menor escrúpulo quanto aos efeitos maléficos que possa causar ao limitar a capacidade da região se desenvolver pela falta de um aeroporto decente, digno e seguro.

É evidente que, caso possa ocorrer a ampliação da pista, o tal de puxadinho ou do puxadão, as comunidades do entorno sofrerão com a desapropriação ao preço aviltado do mercado, e os que não o forem, serão obrigados a conviver com o ruído do aeroporto e todo o desconforto urbanístico que será causado.

Existe até um pretenso conflito de Normas com relação aos níveis de ruído. Segundo a Norma de Aeroportos, as pessoas já podem viver e morar com 65 decibéis na orelha. Segundo as Normas de ruído urbano e as Normas de saúde publica, não pode  passar de 45 decibéis à noite. E porque é que a cidade tem que submeter aos interesses dos aeroportos, para que a poluição sonora possa ultrapassar os limites da Saúde Pública?

Mas isso que importa? Quem se importa? Quem mora na periferia do Leite Lopes é pobre! O artigo caracteriza muito bem as razões da falta de escrúpulo com que as classes dominantes analisam a realidade urbana:
a exclusão dos mais pobres produz uma lógica perversa em que as classes dominantes cultivam a sensação de que a cidade funciona sozinha, ignorando que é um contingente populacional importante e pobre que a move, mas que tem que desaparecer findo o serviço”. Não só indiferente, a cidade é também intolerante: “o desprezo, a desconsideração para com as condições de vida dos mais pobres e suas demandas são também motivados por políticas e ações bem determinadas, porém veladas. O que nos remete à sensação de uma espécie de apartheid”.
Leiam o artigo. Vale a pena.


Urbanização ‘à brasileira’ mostra intolerância à pobreza
Publicado em agosto 11, 2011 por HC
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O ininterrupto crescimento da cidade de São Paulo, tanto econômico quanto físico, produz uma perversa desigualdade social. João Ferreira, arquiteto e economista, defende que transformar e tornar esse espaço mais igualitário passa por uma mudança de conduta individual, pressupondo um combate as atitudes que, mesmo de forma velada, reproduzem uma cultura da intolerância aos pobres.
Para Ferreira, aquilo o que hoje é celebrado como modernidade é a causa do padrão urbano excludente. Padrão que não se restringe à cidade de São Paulo, que é apenas o caso mais evidente e que infelizmente serve de modelo para o resto do país. As conclusões estão contidas no artigo “São Paulo: cidade da intolerância, ou o urbanismo ‘à Brasileira‘”, publicado na revista Estudos Avançados
Intolerância que Ferreira define como resultado de uma sociedade em que predomina a indiferença. Ele explica: “a exclusão dos mais pobres produz uma lógica perversa em que as classes dominantes cultivam a sensação de que a cidade funciona sozinha, ignorando que é um contingente populacional importante e pobre que a move, mas que tem que desaparecer findo o serviço”. Não só indiferente, a cidade é também intolerante: “o desprezo, a desconsideração para com as condições de vida dos mais pobres e suas demandas são também motivados por políticas e ações bem determinadas, porém veladas. O que nos remete à sensação de uma espécie de apartheid”.
Políticas implementadas por um Estado que promove uma urbanização desigual, porque é ele quem define a disponibilidade dos chamados instrumentos urbanísticos. Seu papel seria o de garantir uma produção homogênea de infraestrutura pública, evitando, assim, a exclusão das parcelas populacionais de menor renda. No entanto, no Brasil, como explica o autor “confunde-se o público e o privado na defesa dos interesses das elites, e essa equação afetou dramaticamente o modelo da nossa urbanização”. Teria sido desenvolvida no Brasil uma situação de segregação socioespacial em que a população mais pobre, sem opção de moradia, foi se “exilar na periferia”.
Embora causada pelo Estado, a segregação seria legitimada pelas classes dominantes, que o coagem para que aja em benefício delas.
 Exerceria assim o que o autor chama de “racismo à brasileira”, ou seja, um racismo que existe mas não é confesso, e que não por isso faz menos vítimas. Essa intolerância à pobreza é revelada em várias ações, exemplifica Ferreira, como no caso de empreendedores de um condomínio de luxo que, incomodados com a vista para uma favela, acharam por bem ‘estimular’ a saída dos indesejados vizinhos pagando-lhes R$ 40 mil por família. E também uma política da prefeitura de São Paulo que se encarrega da ação de ‘limpeza’, oferecendo o ‘cheque de despejo’, R$ 1,5 mil para sair de suas casas, e R$ 5 mil se a família fizer a ‘gentileza’ de voltar ao seu estado de origem.
O Estado, além de não desenvolver políticas habitacionais que beneficie os mais pobres, acaba por impedi-los de viver em bairros mais ricos. Isso faria sentido pelo Estado ser patrimonialista, legitimado pelas classes mais abastadas, e em que o direito à propriedade está acima do direito à moradia. Uma realidade perversa em que a desigualdade não ocorre por falta de leis, mas pelo contrário, é legitimada por elas.
Ferreira aponta caminhos para reverter essa desigualdade, pois desde a redemocratização do país os governos comprometidos com as demandas populares propuseram uma “reforma urbana”, conseguindo pelo menos inserir essa problemática na agenda política.
 Um exemplo teria sido a criação do Ministério das Cidades e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – embora até hoje não tenham tido quase nenhuma efetividade. Essa dificuldade em transformar essas propostas em verdadeiras ações ocorreria, segundo explica Ferreira, porque “uma das razões desse impasse está na dificuldade de transformação do próprio Estado e, em maior escala, do sistema e das práticas políticas que o legitimam. Uma máquina aperfeiçoada durante séculos para dificultar qualquer tentativa de transformação da lógica de produção do espaço urbano desigual não facilita a vida daqueles que participam de gestões com intervenções verdadeiramente públicas”.
Por Isabela Palhares, da ComCiência, Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, LABJOR/SBPC.
EcoDebate, 11/08/2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Convite para Manifestação no Forum - repúdio à violência praticada contra moradores da Favela da Família



11 de Agosto





MANIFESTO



A reintegração de posse ocorrida no dia 05/07/11, de forma violenta e sem nenhum amparo de órgãos da Assistência Social, na Favela da Família, em Ribeirão Preto, deixou pessoas feridas, desabrigadas, humilhadas e muita indignação na sociedade.  E indignadas  e unidas,  as entidades abaixo identificadas conclamam a todos para participarem, no dia 11 de agosto de 2.011, às 14 horas, no Fórum Estadual de Ribeirão Preto, de manifestação pública para repudiar o episódio e reivindicar soluções pacíficas para casos futuros, desvinculadas de qualquer violência e baseada no respeito aos direitos e garantias fundamentais a que faz jus todo indivíduo.


Assinam: Associação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT; Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil; Associação Nacional dos Estudantes Livres (ANEL); Instituto Práxis; Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOSP); Central Sindical Popular (CSPCONLUTAS); Defensoria Pública de São Paulo; Ministério Público de São Paulo; OAB; PSTU;  Seminário Gramsci.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O PUXADÃO E OS SLLQC


SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve

O Governo do Estado anunciou: vai pegar o Estudo da Curva de Ruídos que o IPT finalmente conseguiu terminar, depois de várias contestações, e aumentar a pista do Leite Lopes. Não mais um puxadinho de 300 metros. Agora um verdadeiro puxadão com 400 ou 500 metros!!

Os SLLQC estavam meio murchos e até se aventuravam a aventar a hipótese de um aeroporto novo. Agora, com essa auspiciosa noticia, a crista arribou e novamente falam da internacionalização do Leite Lopes como fato consumado ou a ser consumado e alegam um montão de justificativas, todas verdadeiras é claro se forem referentes a um aeroporto novo, capacitado, projetado e construído para ter todas essas vantagens. É claro que não no Leite Lopes, porque isso não será viável técnica, ambiental, urbanística e socialmente.

Vivem a utopia de que é possível transformar um fusquinha 66 numa Ferrari. Qual o motivo? Porque pegar um fusquinha 66 é mais rápido do que encomendar uma Ferrari e vai melhorando até chegar lá.

É uma ilusão. Nunca vai deixar de ser um fusquinha, modificado e adaptado, e vai custar mais caro que a Ferrari.

A necessidade de ter um aeroporto internacional de cargas e de passageiros é uma prioridade por causa da globalização, para que ela seja feita de dentro para fora e não ao contrário e num ambiente de competitividade. “Precisamos estabelecer concorrência entre aeroportos para os custos diminuírem. Precisamos instaurar em termos definitivos, pelo menos a competição entre o Leite Lopes, o Viracopos, Cumbica, Congonhas e outros também. (Vicente Golfeto – TV Clube 26/7/11)”.

Verdade inquestionável se nos referirmos a um aeroporto novo. Mas com o Leite Lopes vai ser um pouco difícil. Para termos competitividade precisamos de pista, tanto no que se refere ao comprimento quanto ao numero e também para a área disponível para o terminal de cargas. Para ser aeroporto cargueiro de verdade, o Leite Lopes teria que ter pelo menos uma pista com  3300 metros  (preferencialmente 3920 metros) mais a área de escape, mas com esse puxadão extraordinário  teria  apenas 2200 metros, tendo como área de escape a área urbanizada, de um lado, ou uma universidade do outro.

Só por esse fato se comprova a impossibilidade objetiva e física de que o Leite Lopes possa ser pensado como uma alternativa viável economicamente para ser competitivo. Mas, voltando ao planeta Terra, saindo da utopia SLLQCiana, vamos comparar com os aeroportos citados, com os quais o Leite Lopes supostamente ampliado, poderia  concorrer:

Aeroporto
Nº de pistas
Comprimento das pistas (m)
Área do Terminal de cargas (m²)
% ao total disponivel no estado
CUMBICA
2
        3.700
3.000
97.800
53,2
VIRACOPOS
1
3.240
81.000
44,1
LEITE LOPES
1
atual     1.800
com o Puxadão    2.200
5.000
  2,7

Onde estaria a capacidade competitiva do Leite Lopes em  relação ao comprimento das pistas, já que é nelas que operam os aviões cargueiros?  

Sem pista adequada, sem cargueiro com capacidade de carga competitiva

E quanto à capacidade de armazenamento de cargas? 5.000 metros quadrados para o Leite Lopes competir com os outros com um total de 178.800 m², míseros 2,7% da capacidade instalada, já incluindo o terminal de cargas previsto no Leite Lopes?

É o mesmo que afirmar que uma vendinha de esquina tem capacidade de competição com uma rede de hipermercados.

Sem pista, sem capacidade de carga e sem capacidade de armazenagem, onde está a possibilidade de competitividade?

A maior justificativa dada para se optar pela ampliação do Leite Lopes em lugar de um aeroporto novo está no vetor tempo. A necessidade de que a globalização seja daqui para o exterior e não o inverso. É uma questão de tempo disponível. É a pressa! “A variável tempo acaba impondo o seu domínio sobre a variável espaço, que é mais constante.” (Vicente Golfeto – TV Clube 26/7/11).

De novo a utopia querendo derrubar o vetor realidade. Já vimos que o Leite Lopes, mesmo ampliado, não tem nenhuma condição de competitividade, porque como aeroporto do  porte necessário para atender a região é absolutamente imprestável.

E se demorar muito para começar a construir o novo – puxa, já estamos discutindo isso desde 1995! - o espaço que hoje está disponível, no futuro próximo pode não estar mais. Já pode estar ocupado por loteamentos porque a especulação imobiliária em Ribeirão não pára e um local bom para se construir um aeroporto é melhor ainda para ser loteado.

E se o espaço não existir mais – o problema que  S. Paulo enfrenta hoje – vamos nos contentar com um aeroportozinho, meia boca, sem nenhuma competitividade. A pressa sempre foi má conselheira.

E aí ficaremos com um fusquinha 66 transvestido de qualquer coisa, simulacro de Ferrari, sem estrutura para receber um motor mais potente do que apenas o motorzinho de fusca. E precisando de manutenção constante. Que nem o Leite Lopes. Sabiam que a torre de controle está caindo de madura e irão construir outra? Inúmeras outras obras estão sendo planejadas  para remendar um aeroporto sem conserto! Seria mais barato construir um novo.

Se quiser assistir à integra da entrevista, acesse


Só mesmo os SLLQC para insistirem na ampliação do Leite Lopes.  E faz 15 anos que insistem em não deixar construir um aeroporto novo que demora no máximo 5 anos para ser construído e licenciado.

E é por isso que insistimos:

CONGONHAS EM RIBEIRÃO NÃO!
O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um NOVO AEROPORTO JÁ!

E como a situação presente deve-se a uma série consecutiva  de administrações municipais que querem a ampliação do Leite Lopes como meio de promoção de marketing político, vamos aproveitar e mudar isso em 2012:

Não vote em político de 3ª Linha. Vote em Estadista!


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OS SLLQC DESISTEM DO PUXADINHO

OS SLLQC DESISTEM DO PUXADINHO. AGORA VÃO INSISTIR NO PUXADÃO

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve

Até alguns meses atrás, a prefeitura municipal, o braço político dos SLLQC locais, insistia não apenas na ampliação da pista  do Leite Lopes em 300 metros, o tal de puxadinho, mas ainda arrogantemente afirmava que iria entrar no Judiciário para anular o acordo entre o Governo do Estado e o Ministério Público que impedia a ampliação da pista. Qual a base jurídica? Que puxar esses 300 metros operacionais não representava ampliar a pista, portanto não estariam descumprindo o acordo e, por outro lado, esse acordo impedia o crescimento do município.

A prefeitura fingia que  não sabia que esse acordo não era um acordo nem um TACzinho sem importância, mas uma sentença judicial. Logo em seguida um coro de eminentes juristas se manifestou publicamente a favor da atitude da prefeitura e vociferam contra o Ministério Público.  Alguns até candidatos a pré-candidatos para Prefeito nas próximas eleições, políticos de 3ª linha, apenas preocupados com imediatismos para buscar os holofotes da mídia, aproveitando-se do desvario do puxadinho para montar  o faz- de-conta da luta pelos interesses de nossa cidade.

Em resposta a todas essas manobras e eloqüências verborrágicas, o Movimento Pró Novo Aeroporto, promove uma campanha de apoio à sentença e vai ao Ministério Público, em audiência pública, manifestar que não aceita o cancelamento dessa sentença e reiterar todo o apoio a essa Instituição na luta contra a ampliação do Leite Lopes.

O Movimento informa também que não existem apenas duas partes nessa contenda jurídica, se vier a ocorrer. O Movimento também é parte e nessa condição também entrará na contenda. Para isso dispõe de um grupo de juristas dispostos a lutar de verdade por uma Ribeirão Preto progressista e mais humana, em prol de um aeroporto novo, apropriado e digno para a região, contra a asnice do puxadinho.

As fanfarronadas dos SLLQC silenciam e algumas semanas depois a prefeitura, o braço político dos SLLQC locais, declara que essa ação contra a sentença judicial será feita apenas pelo Governo do Estado.

O Governo do Estado assume a liderança – afinal de contas os principais interesses econômicos pelo puxadinho não estão na capital dos canaviais, dentre eles o da empresa que ganhou a licitação para operar o insignificante terminal internacional de cargas – e informa que assim que sair o estudo de ruídos do Leite Lopes, irá estudar a ampliação para os 300 metros pretendidos, após  derrubar a sentença judicial.

A noticia desta semana (26/07/2011), 5 meses depois de todas essas estultices, informa que o estudo foi concluído (ufa, demorou!!!) e que não será mais uma ampliação de 300 metros, o tal de “puxadinho”.

Será de 400 ou 500 metros, portanto um  “puxadão”. O senhor Governador, que por ser médico teve uma formação científica dentro do que se chama de ciência exata, dispara "Acredito que será possível ampliar um pouquinho mais [que 300 metros] sem prejudicar ninguém" (Jornal a Cidade, 26/7/2011).

Ele acredita, imagine-se então se tivesse a certeza.

Mas está errado. Mesmo com uma pista de 2500 metros ainda assim será insuficiente porque o mínimo para a cota de Ribeirão Preto é de 3300 metros, preferencialmente uma pista com 3900 metros, mais as áreas de escape. Quem fala isso? Quem entende de aeroportos que certamente não são aqueles que insistem na ampliação. São técnicos que sabem  fazer contas e não leigos que de aeroportos só conhecem do portão de entrada até ao check-in.

Avião cargueiro não pousa em pista menor que 3300 metros? Pousa. Até com menos. Mas com menos carga e com redução da segurança.

Se aceitarmos isso, estaremos permitindo que o Leite Lopes se transforme no Congonhas Caipira, como ficou comprovado com a tragédia de Congonhas em 2007.

Foi por esse motivo que foi feito o acordo judicial (sentença) entre o  Ministério Público e o Governo do Estado/DAESP.

Não queremos um estropício desses em nossa cidade mas sim um aeroporto novo, em local adequado para esse tipo de operação, onde os interesses econômicos ligados ao terminal de cargas internacional, que seja um empreendimento de fato, de alto padrão e não o que pretendem fazer no Leite Lopes,  possam tirar todo o seu lucro mas garantindo-se a segurança às populações, às tripulações e aos passageiros. Só o lucro, não!

Mas os SLLQC terão uns pequenos empecilhos a serem vencidos. Da mesma forma que fizeram a licitação (2000) para o terminal de cargas internacional sem que o Leite Lopes o fosse, depois se lembraram disso e pediram a outorga. Concedida (2002), logo perceberam que a pista é curta e não permitia a operação de aviões cargueiros.  Logo trataram de fazer o projeto de ampliação da pista e encontraram outro entrave legal: para fazer isso precisava de um EIA-RIMA (2005). Logo trataram de contratar um. Mero instrumento burocrático a ser vencido, na concepção deles. Esse Estudo era tão ruim que foi mandado fazer outro pelo próprio Governo do Estado. O novo continuou ruim e foi arquivado pelo DAESP.

Agora vêm com o novo estudo de ruído e, com base nele, aprovar a ampliação e logo começar as obras.


O Senhor Governador continua mal assessorado. Precisa dar um puxadão de orelhas em seus assessores mal informados. Para fazer o puxadinho ou o puxadão só depois de aprovado o Estudo de Impacto Ambiental, ainda a fazer. E, quando for feito será novamente derrubado não por arrogância nossa mas porque tecnicamente não é possível fazer a ampliação. É simples assim.

Esse  novo zoneamento de ruído feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas  (IPT) será alvo de profunda análise pelo MP e pelos técnicos do Movimento. Outros estudos anteriores já elaborados apresentaram  inúmeras irregularidades, a nosso ver propositalmente visando reduzir custos de desapropriações e por isso contestados e refeitos.

A insistência dos SLLQC pela ampliação do Leite Lopes nem Freud explica. É simplesmente incompreensível!

E Ribeirão Preto perde a oportunidade, mais uma vez, de começar as obras para o aeroporto novo. E a quantidade de espaços disponíveis também, graças à expansão imobiliária sem freios.

Essa disputa judicial vai longe. Vai dar tempo de termos uma nova administração municipal e certamente uma outra estadual.

Por isso a necessidade de abrirmos uma nova frente de ação pelo Novo Aeroporto pelo incentivo ao voto adequado. Se os SLLQC estão nos governos é porque nós os colocamos lá.

Nós não temos desculpa por esse ato de insensatez. Mas podemos reverter em 2012:

Não vote em político de 3ª linha: vote em Estadista

E enquanto isso, continuamos  a luta

O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um NOVO AEROPORTO JÁ!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Puxadinho vira Puxadão

Jornal A Cidade - Terça Feira 26 de Julho de 2011
Daesp estuda pista ainda maior para o Leite Lopes
Órgão avalia relatório técnico para aumentar área de pouso e decolagem em até 500 metros
Juliana Rangel




quarta-feira, 27 de julho de 2011

O LEITE LOPES E AS PERIGOSAS PIPAS

JORNAL A CIDADE -  Editoriais \ Cidades
Sábado, 23 de Julho de 2011 - 18h15 ( Atualizado em 23/07/2011 - 23h02 )
Pipas fecham Leite Lopes e atrasam vôos em 1h30
Crianças pulam barreira do aeroporto, mas não chegam a invadir pista; Daesp diz que problema é comum em época de férias
Mariana Lucera
MENINOS SOLTANDO PIPAS É COISA ROTINEIRA
O aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, interrompeu pousos e decolagens durante 50 minutos, no começo da tarde deste sábado (23), por causa de crianças que soltavam pipas na cabeceira da pista.
O diretor de Aeroportos do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), Álvaro Cardoso Júnior, disse que crianças pularam a barreira do aeroporto atrás de uma pipa, mas não chegaram a invadir a pista. Porém, os seguranças que fazem ronda ao redor da área viram os meninos e comunicaram a torre de comunicação que, por questão de segurança, resolveu suspender pousos e decolagens.
"É comum isso acontecer em época de férias. Às vezes, eles não precisam nem entrar na área no aeroporto, mas se soltam pipas na cabeceira e elas sobem alto, também é emitido um alerta", explica Álvaro.

Ficar na cabeceira das pistas, podemos imaginar que seja na Av. Thomaz Albert Whatelly ou na Av. Brasil? Ou na R. Americana com vento de través que empurra a pipa para o lado da pista, situação pior que estar nas cabeceiras?

É evidente que uma pipa não vai derrubar um avião. Mas poderá causar sérios danos às crianças que a empinam.

Sabiam que esse fato nem mesmo foi relatado no tal EIA-RIMA pomposo que o Movimento derrubou em 2007? Sabem porque é que não foi relatado? Porque seria um ponto a menos a favor do Leite Lopes ampliado e isso prejudicaria a justificativa do empreendimento.

E o mais absurdo é que continuem insistindo na ampliação do Leite Lopes como se o simples fato de estar localizado em área densamente habitada  não fosse prejudicial nem à população nem ao aeroporto.

Imaginem agora  a seguinte manchete: Avião em vôo internacional teve o seu pouso no Leite Lopes cancelado porque tinha crianças empinando pipa perto da cabeceira.

Ridículo, não é verdade? Mas avião em vôo internacional não atrasa a chegada porque já está em curso muito tempo antes. Simplesmente fica lá em cima, voando à toa, gastando combustível e encarecendo a viagem, esperando liberar a pista ou simplesmente vai pousar em outro aeroporto alternativo: Bauru ou Viracopos!

Segundo declarações do Deputado Duarte Nogueira ao Jornal a Gazeta de Ribeirão de 24/07/2011 “um aeroporto que deve ter um milhão de passageiros neste ano, é uma mina de ouro”.

Só mesmo aqueles para quem Só o Leite Lopes a Qualquer Custo (SLLQC) interessa são capazes de insistirem na ampliação do aeroporto e na sua permanência na área. Disfarçam interesses comerciais privados como  interesses públicos. Por isso não querem um aeroporto novo porque demora muito tempo para construir um e estarão perdendo um filão de bons negócios. Segundo esse nosso ilustre representante, um aeroporto novo demora 40 anos. Não gente, não é erro de digitação: é 40 anos mesmo, na opinião dele.

E o pior é que esses SLLQC estão no comando político da cidade e do estado. São os mesmos que  não têm nenhum plano habitacional para as pessoas de baixa renda, além da borrachada para desocupar áreas que impedem os bons negócios. Também não têm nenhum plano para a destinação dos resíduos sólidos (lixo urbano e entulhos) criando urubus, cobras e escorpiões (todos bem saudáveis). Falta plano para a proteção do aqüífero Guarani dos agentes contaminantes (lixões e venenos agrícolas) que podem prejudicar o abastecimento de água à população. Falta um plano educacional para o município, que tem obtido péssimas notas na qualidade do ensino de responsabilidade municipal. E quanto à assistência médica? A população do entorno do Leite Lopes sabe muito bem como ela é precária.

SLLQC no governo é apenas a porta aberta para os negócios e empreendimentos e não guarda nenhuma relação com a gestão da cidade.

Dizem que esses negócios e empreendimentos são um fator gerador de empregos. É verdade. Normalmente empregos de baixa qualidade, e portanto baixos salários, mas certamente gerador de muito lucro para os tais empreendedores. Inclusive para a empresa que irá operar o terminal de Cargas , principal beneficiário da ampliação do Leite Lopes, se essa idéia asinina for em frente.

Porque não podemos permanecer amarrados a políticos de baixa qualidade, vamos aproveitar as próximas eleições para fazer essa limpeza de qualidade nas nossas Câmaras Municipais e nos Paços Municipais. Para isso,

Em 2012 não vote em político de 3ª linha: vote em estadista!

E continuamos na luta

O LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ e um NOVO AEROPORTO JÁ!