Adriana Dorazi
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) confirmou, nesta segunda-feira, 20, que a Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental realizou reunião emergencial sobre o inquérito instaurado pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público, para apurar suspeitas de irregularidades no laudo ambiental que autoriza a ampliação do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, conforme o Tribuna noticiou no sábado, dia 18.
A equipe vai verificar informações pendentes sobre o processo e deve divulgar comunicado oficial na tarde desta terça-feira, 21. O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) também informou que recebeu na tarde da última sexta-feira, 17, ofício do Gaema referente ao pedido de esclarecimento em relação à licença, concedida pelo órgão ambiental em julho de 2014. “O Daesp informa ainda que, no que couber às competências do departamento, está à disposição do Gaema e irá prestar informações e esclarecimento sobre o assunto”.
Já a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), vinculada à Presidência da República, ressaltou que o projeto de ampliação do terminal segue em curso, mas que dependerá das decisões tanto do MP quanto da Cetesb e Daesp para poder autorizar a liberação de recursos federais para a obra. O projeto conjunto – entre União, Estado e município – está orçado em mais de R$ 510 milhões.
O inquérito do MP foi aberto depois de denúncia enviada por Marcos Valério Sérgio, líder comunitário no Jardim Aeroporto, com suspeitas de irregularidades no documento. Segundo denúncia do grupo de moradores, a licença foi embasada em fatos não verdadeiros. “De acordo com a representação, os vícios que caracterizam nulidade da licença seriam decorrentes de erros técnicos”.
Entre eles são citadas falhas como consideração incorreta de que houve deslocamento da pista, quando na verdade foi autorizada a ampliação; licença de obras viárias no entorno sem projetos básicos e nem estudo de impacto de vizinhança, além de ausência de acesso de segurança de ciclistas e pedestres no túnel autorizado, e outros problemas como risco de mudança em áreas verdes, sem previsão de recuperação. O promotor Luis Henrique Paccagnella deu prazo de 30 dias para a Cetesb e Daesp prestarem esclarecimentos.
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