Por
teimosia (ou seria má-fé?) de nossos governantes, Ribeirão Preto continua
perdendo a oportunidade de ter um novo aeroporto, moderno, adequado, que atenda
as necessidades dessa importante região administrativa do Estado de São Paulo.
Só
para lembrar os desavisados que defendem a ampliação do Leite Lopes, em 1995,
ano em que foi votado o Plano Diretor de nossa cidade, os técnicos da
prefeitura já recomendavam naquela Lei a mudança do aeroporto Leite Lopes, em
razão do crescimento da zona urbana no seu entorno.
Se
não me falha a memória, em 2005/2006 participei de uma audiência pública na
centro de convenções em frente ao HC/velho (Rua Bernardino de Campos),
convocada pelo Governo do Estado, para apresentação do projeto de ampliação do
Leite Lopes e os estudos sobre os impactos da obra. Naquela ocasião, prefeito,
vereadores, deputados de Ribeirão Preto, empresários, mídia local, se
organizaram em torno do movimento "Decola Ribeirão", defendendo a
ampliação do Leite Lopes.
A
audiência teve grande participação, de um lado, os defensores da ampliação
(movimento "Decola Ribeirão") todos uniformizados; de outro,
participantes de movimentos sociais: MST, Comunidade do entorno do aeroporto,
ambientalistas, promotor de justiça, pouquíssimos vereadores (eu estava nesse
time), algumas comunidades da igreja Católica, que defendiam um novo aeroporto
na cidade, em área que não tivesse riscos aos usuários e população.
Depois
da apresentação do projeto e do estudo dos impactos pelo representante da
empresa que foi contratada para fazer os estudos, o professor Marcelo Pereira
da USP de São Carlos, "detonou" o estudo apresentado, questionando
tecnicamente vários aspectos do projeto, desconstruindo argumento por argumento
favoráveis à ampliação do Leite Lopes. Os questionamentos do professor foram
tão contundentes e tecnicamente robustos, que a audiência terminou com a
decisão de refazer os estudos.
O
engraçado foi que um dos argumentos para optar-se por uma ampliação do Leite
Lopes e não fazer um novo aeroporto era de que um novo aeroporto demoraria
aproximadamente 10 anos para ser construído e colocado em operação. Veja isso
foi em 2005/2006, hoje (2015) ainda insistem na ampliação, quase 10 anos
depois. Se tivessem optado por um novo aeroporto, já estaríamos com ele praticamente
concluído. A teimosia e a falta de visão de nossas lideranças políticas,
empresarias e mídia local, fez e continua fazendo com que nossa cidade perca a
oportunidade de ter um novo aeroporto.
Nesse
tempo todo, nunca vi ninguém apresentar qualquer estudo que comprove a
necessidade de nossa economia regional, predominantemente voltada ao
agro-negócio e à prestação de serviços, de termos um aeroporto de cargas. Será
que vamos transportar açúcar, etanol, suco de laranja de avião?
Por
fim quero manifestar publicamente, mais um a vez, que sou favorável à
construção de um novo aeroporto em nossa cidade, portanto, contra a ampliação e
transformação do Leite Lopes em aeroporto de cargas, não somente pelos
impedimentos técnicos de tal obra, mas, principalmente pelas implicações
ambientais e sociais que essa obra (ampliação do Leite Lopes) trará à nossa
cidade.
Essa
é a minha opinião e posição a respeito, desde sempre!
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