A MIDIA E O AEROPORTO LEITE LOPES
Parte I
A LIBERDADE DE
IMPRENSA a serviço do PODER ECONOMICO
Temos visto
algumas noticias sobre as obras fantásticas do mega-midiático projeto da
ampliação do Leite Lopes que não é ampliação mas apenas deslocamento de pista, segundo os
defensores da ampliação do Leite Lopes e a quem nós, carinhosamente,
denominamos de SLLQC[ii].
A imprensa
local, tanto escrita quanto a televisiva ou apenas a falada, apenas se refere
às obras do Leite Lopes como se fossem uma certeza absoluta e não houvesse
oposição séria a essa aberração. Essa oposição séria somos nós, o Movimento Pro
Novo Aeroporto.
Aí chega
para nós uma pequena dúvida: porque é que a imprensa local, escrita, televisiva
e falada, não fala nada a nosso respeito? Não nos conhecem? Não sabem que nós
existimos?
É claro que
sabem que nós existimos, pois desde 1997 lutamos contra a ampliação do Leite
Lopes e exigimos a construção de um aeroporto novo em local adequado e apto a
se ampliar sempre que o desenvolvimento regional assim o exigir, sem causar
danos socioambientais nem urbanísticos.
E temos
sido bem sucedidos já que não conseguiram ampliar nada.
Eles sabem que
nós existimos porque nós enviamos todas as nossas publicações para eles também.
E eles sabem que nós existimos porque, em diversas manifestações populares, nós
estávamos lá, com as nossas faixas, que eles sempre procuravam evitar que fossem
divulgadas por meio de edição de imagens ou simples omissão por desvio de
câmara.
Já que
perguntar não ofende, cabe então uma perguntinha: Por que insistem em nos
omitir?
Vamos
tentar explicar: é a tal liberdade de imprensa que caracteriza a nossa imprensa
local.
Sabemos que
os princípios essenciais do jornalismo, a liberdade de imprensa e a respectiva
autonomia editorial, que definem os direitos e deveres de informar com sentido
de responsabilidade, são difíceis de respeitar e de serem cumpridos pelos
editores e jornalistas em geral, no contexto de uma comunicação social dominada
por critérios mercantilistas e pelos imperativos do negócio.
Sem
detalharmos a composição do capital social dos grupos econômicos da mídia
ribeirão-pretana podemos, no entanto, perceber a profunda ligação de natureza
estrutural entre esses grupos midiáticos e a sociedade capitalista em que
vivemos, provinciana da republica dos verdes canaviais e dependente de
publicidade.
A comunicação social tem muito poder
mas o poder maior é de quem manda na comunicação social.
A mídia não
é constituída apenas por quem quer investir para ganhar dinheiro num negócio
nem também apenas para exercer uma função social de comunicação mas,
principalmente, para ser um importante meio de influência social.
Por isso é
que a mídia antiga, de características familiares passa a se tornar
empresarial. Requer altos investimentos e
atrai vultuosas campanhas publicitárias desde que possam exercer a sua
função não mais social mas de influência social que atenda aos interesses
hegemônicos dos grupos econômicos. Conforme Fernando Correia,
Retomando uma formulação já com cerca de uma década,
julgo importante sublinhar que o predomínio no sistema de mídia do fator econômico
sobre o informativo, ao mesmo tempo que
é um sintoma do mercantilismo (comunicacional, jornalístico, cultural, etc.)
dominante, enquadra-se também, numa perspectiva global, na ofensiva das
políticas neoliberais, das quais a concentração da propriedade dos medias nas
mão do grande capital, é um sustentáculo, um amplificador e um instrumento. A
informação e a comunicação constituem terreno privilegiado para uma intensa
luta ideológica e um confronto de interesses de vária natureza. Ter em conta
este fato é uma condição essencial para entender e intervir na realidade em que
nos movemos.[iii]
Dá para entender porque é que a mídia ribeirão-pretana se nega a citar
a oposição à ampliação do Leite Lopes e à alternativa de se construir um novo
aeroporto? Porquê de todo esse silenciamento sobre o Movimento pro Novo
Aeroporto?
Porque essa alternativa fere interesses econômicos hegemônicos que interferem
nos interesses políticos de Ribeirão Preto, sede da republica dos verdes
canaviais.
Não se chama a esse procedimento de falta de interesse em noticiar.
Chama-se o seu verdadeiro nome: é censura
a mando dos interesses neoliberais de influência social que dominam a mídia
local. É instrumento ideológico de influência social para manipulação da
opinião pública.
É simples
assim.
E como se
enfrenta essa censura institucional? Com mobilização popular e a campanha de
esclarecimento para desmascarar toda a sacanagem que os interesses econômicos,
absolutamente desinteressados com a qualidade de vida e o futuro de Ribeirão
Preto, tentam impor a todos nós com o apoio inconsequente da mídia e de
políticos sem qualquer ideologia nem comprometimento com a cidade que os
elegeu.
Já vimos
que a mídia local ignora o Movimento Pro Novo Aeroporto como método de censura
previa, protegendo interesses que se relacionam especificamente com a ampliação
do Leite Lopes.
Mas, apenas
o ato de censura prévia não é suficiente. É necessária uma campanha de
influência pública transvestida de informação.
Essa
campanha midiática de manipulação da opinião publica, aliás muito bem
organizada, será objeto da segunda parte deste artigo que podemos resumir no
tema “Papai Noel Leite Lopes a serviço
do deus Mercado”.
Iremos
explicar porque é que o poder econômico é contra um aeroporto novo e insiste na
ampliação do Leite Lopes.
Aí vai
ficar bem claro porque é que a mídia nos ignora.
Congonhas em Ribeirão Não!
INFLUÊNCIA
SOCIAL PARA MANIPULAR OPINIÃO PÚBLICA NÃO !
LIBERDADE DE IMPRENSA A SERVIÇO DO DEUS MERCADO NÃO!
LIBERDADE DE IMPRENSA A SERVIÇO DO INTERESSE PÚBLICO SIM!
Novo aeroporto em nova área
já
s do grande capital é
um sustentáculo, um amplificador e um instrumento. a ação
constituem terreno privilegiado para uma intensa luta ideológica e um confronto
de interesses de vária natureza. Ter em conta este condição essencial para
entender
[i] Teologia do deus Mercado - adoração ao dinheiro acima de tudo e de todos como
principal objetivo de vida.
[ii] SLLQC É o grupo de
pessoas e de entidades que, há mais de 15 anos, insistem em não deixar
construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite
Lopes a Qualquer Custo lhes serve, porque na opinião deles, demora 10 anos para
construir um novo aeroporto.
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