Porque com o pretenso deslocamento da pista do Leite
Lopes, que na verdade é uma ampliação, mesmo assim a pista continuará curta
para operações com aviões de carga e com as cabeceiras muito próximas de áreas
densamente habitadas, colocando em risco moradores e milhares de freqüentadores dos eventos no Parque Permanente de
Exposições.
Para cada
tipo de avião e de seu peso total (carga completa e combustível) existe um
comprimento mínimo de pista em que poderá operar, tanto para a decolagem como
para o pouso. Entre muitas coisas que influenciam esse comprimento, a
temperatura no aeroporto e a altitude da pista são as mais importantes. Isso
significa que um avião que necessite de uma pista com 3000 metros de
comprimento ao nível do mar (aeroporto do Galeão, por exemplo) para a altitude
de Ribeirão Preto, o comprimento da pista terá que ser maior.
Quem define
isso não são os políticos ou as autoridades submissas aos interesses financeiros
de empresários, que conscientemente ocultam
estes dados através da máscara das suas
baboseiras do dito progréssio.
Quem define
os comprimentos de pista é o fabricante do avião. Ele é que conhece muito bem
as necessidades do seu equipamento, além do que a pilotagem é feita por pilotos
experientes e especializados na sua operação.
No caso do
Leite Lopes e dos aviões cargueiros anunciados para operar, requerem pistas muito maiores que a que irá estar
disponível, mesmo que o tal deslocamento de pista seja usado como ampliação.
Oficialmente,
a pista terá 2.100 metros de comprimento mas vão querer operar com 2.600
metros. Mas o mínimo necessário no Leite
Lopes seria de 3.290 metros e preferencialmente 3.913 metros.
Quem disse
isso? A Aeronáutica! Enquanto isso os políticos e as autoridades defensores da
ampliação fingem que está tudo em ordem?
Sabe porque é
que o Leite Lopes não pode ter comprimento de pista adequada? Porque não cabe
no espaço disponível no entorno do Leite Lopes. Não cabe! É como dormir com os
pés fora da cama.
E, se a pista
for deslocada/aumentada, ocorrerão sérios riscos para a segurança das operações
de pouso e decolagem, para os passageiros e para as populações que moram no
entorno, no caso de um acidente. Em caso de acidente o risco é maior para os bairros
próximos às cabeceiras, de um lado o
Quintino Facci I densamente habitado e do outro o Parque Permanente de
Exposições onde ocorrem eventos com
milhares de participantes.
Fica claro a
semelhança com o Aeroporto de Congonhas caso o Leite Lopes seja ampliado? Aeroporto encravado em área densamente
habitada é um aeroporto inseguro. Será mais inseguro ainda se a pista for curta.
Os acidentes
contínuos no aeroporto de Congonhas, deveriam servir de exemplo para Ribeirão
Preto evitá-los. Copiá-los é falta de respeito às comunidades! E ainda temos agravantes como o forte risco
aviário (urubus que já causaram muitos incidentes) e o potencial de ocorrência
de graves acidentes por causa da cerca
de aramado que costumeiramente é invadida por crianças atrás de pipas.
Congonhas em Ribeirão: tragédia
anunciada decorrente de negligência pública
que desgraçadamente tem o véu protetor
da grande mídia local. É o império da mediocridade cujo
imperador que não se revela é a elite suburbana e provinciana que desgoverna
esta cidade.
Para você que
ainda não tem opinião formada ou tem dúvidas, leve em conta que se o Leite Lopes
for ampliado, sua posição será tardia e não fará mais diferença pois o novo
Congonhas já estará consolidado. A hora é agora, por isto o Movimento
pergunta:
Congonhas
em Ribeirão: Sim ou Não?
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