sábado, 14 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE FIM DE ANO

O ano de 2013 está no fim. Junto com ele, também as esperanças dos SLLQC de que poderão explorar Ribeirão Preto à custa de seu desenvolvimento. A ampliação do Leite Lopes está sendo contestada no judiciário e já se conscientizaram  que existe uma grande dúvida se vão conseguir os seus intentos.

Comentários na imprensa já consagram o Leite Lopes como o aeroporto internacional de Teco-Tecos, tal a desmoralização desse projeto.

Cicatrizes, porém, ainda marcam a cidade.

Em 2010, na fuçanguice de preparar o entorno do Leite Lopes, para atender aos interesses do governo do estado e os próprios (entre outros, tentar mostrar serviço), a prefeitura começou a fazer um pretenso desfavelamento parcial tendo como principais atributos a prepotência do poder de estado, sem nenhuma preocupação com as famílias que seriam desalojadas.

A tragédia que se abateu sobre a Favela da Família foi um bom exemplo da forma como essa prática de política pública foi implementada.

O Movimento Pro Novo Aeroporto, o Movimento Pro Moradia e Cidadania  e outros movimentos sociais e personalidades diversas se insurgiram com esses atos absolutamente inadequados contra populações indefesas e exigiram mais respeito. A bandeira levantada de imediato foi “Violência, nem por sentença”.  

As imagens dessa reintegração de posse atravessaram o mundo e o fotógrafo que registrou toda essa violência com sentença ganhou o  “Premio Vladimir Herzog de Fotografia”.



O Jornal A Cidade reviveu essa história com a edição especial de 01/07/2013 com o titulo apropriado: MEMÓRIA VIVA: de julho de 2011 a julho de 2012. Só uma coisa não mudou na vida dos favelados: a sina instável e provisória.


A Cidade 01/07/2012

Esses movimentos acompanharam os reassentados  e demonstraram algumas irregularidades na distribuição das novas casas, inclusive desconstruindo aquela velha falácia de que “ganharam casa” porque na verdade ganharam foi um carnê pra pagar a prestação do financiamento e outro para pagar o IPTU, além de casas com vazamentos e contas altíssimas de água, de falta de escolas, posto de saúde, comercio, serviços, caracterizando a pressa para abrir espaço para a ampliação do Leite Lopes e a falta de respeito do poder publico municipal para com os cidadãos de baixa renda. 



As construções desocupadas foram imediatamente  derrubadas, transformando tudo em entulhos e lixo. Algumas estavam localizadas em áreas verdes e como tal deveriam ter sido recuperadas, devolvendo-as às comunidades que por elas pagaram quando compraram os seus lotes.

Mas não foi feito. Nada foi feito. Os escombros lá permanecem, entulhados, cheios de lixo, criadores de pragas públicas tais como baratas que atraem escorpiões, ratos que atraem cobras além de  muitos criatórios de mosquitos e pernilongos, vetores de dengue. Tudo isso, dizem, para impedir novas invasões e o aumento das favelas na cidade mas na verdade apenas para liberarem a área para que o governo do estado possa ampliar o Leite Lopes para atender a seus interesses ideológicos. 

Tanto assim é que o desfavelamento no entorno do Leite Lopes não foi completo. Apenas foram removidos os favelados que atrapalhavam o projeto. Os restantes permaneceram no local, sob ameaça de reintegração de posse, ou seja, sob ameaça de novas cenas de violência com sentença judicial e sem terem para onde ir a não ser para construir novas favelas.

As favelas continuam avançando na cidade inteira porque não existem políticas públicas de habitação popular. Existem verbas estaduais e federais mas como não existe a política pública, também não existem projetos. Então não saem as verbas. E Ribeirão Preto perde em verbas, em qualidade de vida e em cidadania.

E se não existem políticas saudáveis de desfavelamento então não existe desfavelamento nenhum mas apenas a limpeza social quando as favelas atrapalham os interesses econômicos e políticos.




Por isso tudo, neste final de ano de 2013 o Movimento Pro Novo Aeroporto se despede de nossos leitores desejando um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, de preferência com um novo governo estadual em 2014 que suspenda a insensatez da ampliação do Leite Lopes e se comece a construção do novo aeroporto que a região precisa e merece.

Também a esperança de que Ribeirão Preto possa vir a ter um Plano de Habitação Social como determina a legislação e é uma exigência da Constituição quando garante o direito a uma moradia digna.

E como não poderia deixar de acontecer, “cantar parabéns” para os entulhos do falso desfavelamento que estão completando três aninhos de vida com ampla distribuição de pragas urbanas a toda a comunidade no entorno do Leite Lopes, com direito a bolo e a convidados especiais:




Moradia digna sim!
Violência por sentença Nunca Mais!


Congonhas em Ribeirão Não!

O Leite Lopes fica como está, sem puxadinho
e com uso alternativo

 Novo aeroporto em nova área já!

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