O ano de
2013 está no fim. Junto com ele, também as esperanças dos SLLQC de que poderão
explorar Ribeirão Preto à custa de seu desenvolvimento. A ampliação do Leite
Lopes está sendo contestada no judiciário e já se conscientizaram que existe uma grande dúvida se vão conseguir
os seus intentos.
Comentários
na imprensa já consagram o Leite Lopes como o aeroporto internacional de
Teco-Tecos, tal a desmoralização desse projeto.
Cicatrizes,
porém, ainda marcam a cidade.
Em 2010, na
fuçanguice de preparar o entorno do Leite Lopes, para atender aos interesses do
governo do estado e os próprios (entre outros, tentar mostrar serviço), a
prefeitura começou a fazer um pretenso desfavelamento parcial tendo como
principais atributos a prepotência do poder de estado, sem nenhuma preocupação
com as famílias que seriam desalojadas.
A tragédia
que se abateu sobre a Favela da Família foi um bom exemplo da forma como essa prática
de política pública foi implementada.
O Movimento
Pro Novo Aeroporto, o Movimento Pro Moradia e Cidadania e outros movimentos sociais e personalidades
diversas se insurgiram com esses atos absolutamente inadequados contra
populações indefesas e exigiram mais respeito. A bandeira levantada de imediato
foi “Violência, nem por sentença”.
As imagens
dessa reintegração de posse atravessaram o mundo e o fotógrafo que registrou
toda essa violência com sentença ganhou o “Premio
Vladimir Herzog de Fotografia”.
Vejam o
link: http://www.revide.com.br/blog/narayma-saquy/post/weber-sian-conquista-premio-vladimir-herzog
O
Jornal A Cidade reviveu essa história com a edição especial de 01/07/2013 com o
titulo apropriado: MEMÓRIA VIVA: de julho
de 2011 a julho de 2012. Só uma coisa não mudou na vida dos
favelados: a sina instável e provisória.
A Cidade 01/07/2012
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Esses
movimentos acompanharam os reassentados e demonstraram algumas irregularidades na
distribuição das novas casas, inclusive desconstruindo aquela velha falácia de
que “ganharam casa” porque na verdade ganharam foi um carnê pra pagar a
prestação do financiamento e outro para pagar o IPTU, além de casas com
vazamentos e contas altíssimas de água, de falta de escolas, posto de saúde, comercio,
serviços, caracterizando a pressa para abrir espaço para a ampliação do Leite
Lopes e a falta de respeito do poder publico municipal para com os cidadãos de
baixa renda.
As construções
desocupadas foram imediatamente
derrubadas, transformando tudo em entulhos e lixo. Algumas estavam localizadas
em áreas verdes e como tal deveriam ter sido recuperadas, devolvendo-as às
comunidades que por elas pagaram quando compraram os seus lotes.
Mas não foi
feito. Nada foi feito. Os escombros lá permanecem, entulhados, cheios de lixo,
criadores de pragas públicas tais como baratas que atraem escorpiões, ratos que
atraem cobras além de muitos criatórios
de mosquitos e pernilongos, vetores de dengue. Tudo isso, dizem, para impedir
novas invasões e o aumento das favelas na cidade mas na verdade apenas para
liberarem a área para que o governo do estado possa ampliar o Leite Lopes para
atender a seus interesses ideológicos.
Tanto assim
é que o desfavelamento no entorno do Leite Lopes não foi completo. Apenas foram
removidos os favelados que atrapalhavam o projeto. Os restantes permaneceram no
local, sob ameaça de reintegração de posse, ou seja, sob ameaça de novas cenas
de violência com sentença judicial e sem terem para onde ir a não ser para
construir novas favelas.
As favelas
continuam avançando na cidade inteira porque não existem políticas públicas de
habitação popular. Existem verbas estaduais e federais mas como não existe a
política pública, também não existem projetos. Então não saem as verbas. E
Ribeirão Preto perde em verbas, em qualidade de vida e em cidadania.
E se não
existem políticas saudáveis de desfavelamento então não existe desfavelamento
nenhum mas apenas a limpeza social quando as favelas atrapalham os interesses
econômicos e políticos.
Por isso
tudo, neste final de ano de 2013 o Movimento Pro Novo Aeroporto se despede de
nossos leitores desejando um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, de preferência
com um novo governo estadual em 2014 que suspenda a insensatez da ampliação do
Leite Lopes e se comece a construção do novo aeroporto que a região precisa e
merece.
Também a
esperança de que Ribeirão Preto possa vir a ter um Plano de Habitação Social
como determina a legislação e é uma exigência da Constituição quando garante o
direito a uma moradia digna.
E como não
poderia deixar de acontecer, “cantar parabéns” para os entulhos do falso desfavelamento
que estão completando três aninhos de vida com ampla distribuição de pragas
urbanas a toda a comunidade no entorno do Leite Lopes, com direito a bolo e a
convidados especiais:
Moradia digna sim!
Violência por sentença Nunca Mais!
Congonhas em Ribeirão Não!
O Leite Lopes fica como está, sem puxadinho
e com uso alternativo
Novo
aeroporto em nova área já!
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