domingo, 19 de janeiro de 2014

O velado golpe na população do entorno ao aeroporto

2014 COMEÇOU E SERÁ DEFINITIVO PARA OS MORADORES DO ENTORNO DO LEITE LOPES

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve

O problema fundamental gerado pela funçanguice da ampliação do Leite Lopes é político-social.

É político porque pretende atender apenas a interesses econômicos de empresas sem nenhum respeito aos interesses regionais, municipais, locais e socioambientais, porque o setor político é submisso aos interesses do deus GRANA que manda e desmanda nesta cidade.

É político porque os interesses comerciais e econômicos ainda conseguem manter os cidadãos sob o jugo de uma casta política muito provinciana que ainda considera a Ribeirão Preto uma cidade grande do interior e não a sede de uma pulsante região metropolitana.

Haja visto a atual administração municipal que não consegue sair do atoleiro em que ela mesmo se enfiou. Todos conheciam muito bem a candidatura que foi eleita mas mesmo assim a reelegeram  porque foram “convencidos” pelos adeptos da teoria da prosperidade da qual a população em geral não está inclusa mas é uma excelente massa de manobra.

Mesmo assim se acham muito espertos. Em lugar de fazerem o projeto para um aeroporto novo, que já poderia estar pronto e funcionando, inclusive para atender com qualidade a pequena demanda que virá com a Copa, preferiram inventar uma tal Regularização Ambiental.

Com essa “mágica” tentam impor um tal deslocamento de pista como sendo a solução técnica, ao invés de um estudo sério (EIA-RIMA),  porque, se o fizessem, só iriam  confirmar a inviabilidade dessa ampliação.

Em 2013, os SLLQC sofreram revés muitos sérios:

O Ministério Público não foi na onda do tal deslocamento da pista e contestou essa pretensão no Judiciário.

A própria CETESB, órgão do Governo do Estado que é o responsável pelo licenciamento de obras desse tipo, contestou o projeto exigindo uma ampliação do Terminal de Passageiros porque, ao contrário das “conclusões” da Regularização Ambiental, o Leite Lopes ainda não tem demanda por cargas mas certamente que a tem por passageiros, com base nos dados do próprio Relatório  que preferiu não abordar este aspecto com o devido cuidado.

Afinal de contas, todo o histórico da pretensa ampliação do Leite Lopes sugere a alternativa de que os interesses em jogo têm apenas por objetivo atender à implantação de um  empreendimento que foi aprovado em 2002 numa licitação pública de um só concorrente.

O velado golpe na população do entorno ao aeroporto

A administração municipal, usando de toda a sua “capacidade de espertalheza jurídica”, em 2012 modificou o Uso do Solo de todo o entorno do Leite Lopes que era de uso misto (residencial, comercial e industrial de pequeno porte) para industrial de médio e grande porte.

Depois essa mesma “espertalheza” saiu do campo jurídico e entrou no midiático com amplas reportagens sobre a suposta valorização do entorno do Leite Lopes, mas “se esqueceu” de que a  transparência de seus atos a obrigaria a informar essa mudança do uso do solo aos interessados diretamente atingidos, o que sugere o intuito de esconder os prejuízos para a população do entorno decorrentes desta reforma da lei.

A valorização imobiliária em Ribeirão Preto é real mas é  generalizada a toda a cidade mas as reportagens feitas na mídia tentaram atribuir toda a valorização apenas como se a causa fosse a ampliação da pista e a construção de um Terminal de Cargas.

Foram reportagens tão bem feitas que até convenceram alguns de nossos internautas.

Além da administração municipal, outros interessados nesse projeto que impede que Ribeirão Preto tenha um aeroporto decente, temos certos sindicatos muito íntimos com a FIESP,  além da própria, continuaram essa campanha mas alegando a geração de milhares de novos empregos, o que nos reporta também para um outro empreendimento aeroportuário merecedor do maior repúdio por parte das comunidades que seriam atingidas[i].

Só para se ter uma ideia de volume de cargas atuais no Leite Lopes: mais ou menos 30 kg por pouso/decolagem. Até o aeroporto de Bauru tem um movimento maior!

A resposta à falta de transparência da prefeitura

Para finalizar este breve resumo referente a 2013, resta-nos relatar um fato que, aparentemente apenas administrativo, mas que demonstra como a verdade sobre o entorno do Leite Lopes não é do interesse da administração municipal em divulgar entre as pessoas diretamente interessadas que são os moradores do entorno, alguns ainda crédulos sobre as vantagens do “Papai Noel Leite Lopes e a grande valorização do entorno”.

O vereador Dr. Jorge Parada[ii] conseguiu aprovar uma lei que obriga a prefeitura a indicar no carnê do IPTU o zoneamento onde o imóvel está localizado, ou seja, obrigaria a administração municipal a ser transparente em seus atos:

No Plano Diretor do Município existem divisões determinando que áreas tenham construções predominante residencial, estritamente residencial, comerciais, mistas, industriais, interesse social, preservação. E estas divisões organizam construções impedindo o crescimento desordenado na cidade.


Dr. Jorge Parada teve esta iniciativa de elaborar esta Lei, após ouvir muitas solicitações no sentido de facilitar o acesso a este tipo de informação, inclusive porque algumas pessoas arcaram com prejuízos na compra/venda de imóveis por ignorarem o tipo de zoneamento do imóvel.



Uma medida simples e sem custo, que facilitará e beneficiará a toda população de Ribeirão Preto.


Uma medida simples, sem custo adicional mas que iria confirmar aos moradores do entorno do Leite Lopes que eles estão residindo irregularmente na casa onde sempre moraram, organizaram e construíram as suas vidas.

Essa falta de transparência por parte da administração municipal é generalizada e também foi objeto de representação junto ao Ministério Publico pelo vereador Beto Cangussú.

Quais os  prejuízos da reforma da lei de Uso e Ocupação do Solo para a população do entorno do Leite Lopes que a campanha midiática tenta esconder com a tal suposta valorização imobiliária?

De uma canetada, para atender aos interesses do Governo do Estado em impor à população a sua sanha ideológica de privatizar o Leite Lopes, a prefeitura aprovou, em 2012, a Lei do Uso e Ocupação do Solo Lei 2505 onde todo o entorno (exceto o bairro Quintino I) foi transformado de uso misto em industrial.

Olha só o que o presente que Papai Noel Leite Lopes (art. 6º)  deu para os moradores:

III - Áreas Especiais de Uso Industrial (AID) - destinadas principalmente à implantação de atividades industriais com risco ambiental alto e moderado, mas podendo receber também os demais tipos de indústrias, bem como atividades comerciais e de prestação de serviços, localizadas principalmente em distritos industriais e junto às rodovias, pela facilidade do transporte de cargas, onde fica proibido o uso residencial. Estas áreas estão descritas nos Anexos V - A, V - B, V - C, V - D e V - E;

                         Não entenderam o que isso significa? Prestem atenção no mapa:



Localizou a sua casa? Ela está dentro dessas faixas azuis?

Pois é: agora está impedido de morar lá porque passou a ser proibido o uso residencial.

Quanto vale a sua casa se ela não pode mais estar lá onde sempre esteve nos últimos 40 anos?

Este tema será mais detalhado em textos futuros

Para terminar, uma boa noticia sobre a desmoralização da ideologia privatizante do Governo do Estado que acha que tudo pode ser feito:  A tentativa de aprovação da privatização de 5 aeroportos foi revogada pela Secretaria de Aviação Civil[i].

2014 promete. De qualquer forma, não podemos esquecer que muita coisa que ocorre no estado de S. Paulo pode ser corrigida nas eleições deste ano, porque

POVO ESCLARECIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO

Diga Sim a revogação da Lei do Uso do Solo
Diga Não à ampliação do Aeroporto e desvalorização das casas

Nas eleições de 2014  e 2016:
Diga Não aos candidatos que “vendem” o Papai Noel Leite Lopes



[i] http://jornalggn.com.br/noticia/como-o-jovem-skaf-conseguiu-um-aeroporto-em-parelheiros

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