domingo, 25 de agosto de 2013

O LEITE LOPES E AS AREAS VERDES

No passado dia 14/08/2013 iniciaram-se os trabalhos da Comissão Especial de Estudos  (CEE) sob a direção do vereador Beto Cangussú para análise da situação atual das áreas verdes públicas do município.  Entre os presentes, estava o secretário municipal de meio ambiente.

Começou com uma palestra do professor da USP-RP Marcelo Pereira  de Souza que sistematizou as perdas dessas áreas verdes e em particular duas parcelas significativas, sendo uma pela construção do chamado Trevão e a segunda com a tentativa de ampliação da pista do Aeroporto Leite Lopes. Ambas as obras constituindo o inicio da campanha de reeleição da atual administração estadual.
Também ficou claro que as praças e áreas verdes públicas localizadas nas periferias normalmente não estão implantadas.
Outro ponto citado também, pela sua relevância, consistiu no desvio de função do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) que deveria ser uma entidade fiscalizadora das políticas municipais pela Sociedade Civil, dentro das exigências constitucionais de que o Brasil é uma república não apenas representativa mas também participativa, ou seja, a sociedade civil também tem que estar presente nas definições das políticas públicas.
Isso acontece porque com a atual composição do COMDEMA, esse Conselho Municipal deixou de ser composto majoritariamente pela Sociedade Civil e passou a ser “chapa branca”, ou seja, uma extensão do poder municipal.
A defesa pelo atual secretário de meio ambiente do COMDEMA atual foi simplória quando afirmou que se  existe paridade entre governo e sociedade civil, então está tudo certo. É claro que não está. Como parte da sociedade civil que compõe o quadro de conselheiros  representa os interesses econômicos e comerciais,  que estão sempre ligados ao poder publico, e como este é lacaio do poder econômico, a sociedade civil não está devidamente representada e muito menos  existe paridade. E, como o presidente do Conselho Municipal é o próprio secretário, então a efetiva participação da sociedade civil torna-se totalmente ineficiente e, portanto, inexistente.
O cúmulo da insensatez consiste no fato de que o secretário representa a implantação das políticas públicas relacionadas ao meio ambiente e o COMDEMA deveria ser a entidade que tem, entre outras, a função de fiscalizar a implantação dessas políticas publicas.
Ou seja, o fiscalizado é o seu  próprio fiscal! É absolutamente ridícula a defesa da tese de que o COMDEMA não é “chapa branca”.
No jornal A Cidade de 18/08/2013 essas declarações tiveram uma boa repercussão entre os seus leitores conforme abaixo:

Outro ponto em questão foi  a justificativa para a não participação do COMDEMA e do poder público municipal nos licenciamentos tanto do trevão e do aeroporto no que se refere à parte ambiental, no caso, as áreas verdes perdidas: o licenciamento é do governo do estado!
E quem manda no planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano? Segundo a Constituição (art. 30, VIII) é o município!
Logo, nenhum empreendimento mesmo que estadual ou da união, poderá ser feito no território sem que o município dê o seu Parecer.  É exigência! O não cumprimento é omissão e negligência.  Ou, como no caso de Ribeirão Preto, a mais absoluta subserviência.   
Medo do detentor do poder local de não receber as benesses do poder superior se discordar  dos seus interesses, na defesa dos interesses do município? Ou interesse em co-participar de manobras políticas eleitoreiras para 2014?
O governo municipal dá o aval, não interferindo e se finge de morto, porque se alguma coisa der errado, vai poder alegar: não temos culpa porque é da vontade do governo estadual.
A pretensa compensação ambiental para o Trevão vai ser feita no município de Luiz  Antonio. Porquê? Porque assim o quer o Governo do Estado e o município fica calado, consentindo ou fingindo-se de morto. 
Se uma área verde vai ser compensada em Luiz Antonio, significa que essa área, que estaria localizada aqui no município, fica livre para a especulação imobiliária e para o aumento de arrecadação de IPTU.  Que importa a qualidade de vida do cidadão? Se não der lucro nem arrecadação vale absolutamente nada.
Vamos a um exemplo prático de uma má escolha e que trouxe graves consequências para Ribeirão Preto:  a rodovia que liga Ribeirão a Bonfim Paulista.
Na verdade é uma continuação da Avenida Presidente Vargas e assim deveria ser a sua duplicação na década de  90 mas o DER resolveu fazer a duplicação como se fosse uma rodovia, com aquele ridículo muro de concreto separando as pistas, em lugar de um canteiro central.
No COMUR (Conselho Municipal de Urbanismo) o arquiteto José Otávio manifestou-se  contra esse projeto mas a administração municipal foi enfática: o projeto é do DER e nós não podemos fazer nada. Resultado: hoje é uma avenida, com fluxo estradeiro, separando bairros e colocando em risco a segurança das pessoas  obrigadas a pular esse muro quando precisam usar o transporte público no ponto localizado na outra pista.

Agora vai ficar mais caro com a construção de passarelas que, diga-se de passagem, são estruturas que enfeiam a cidade e absolutamente desnecessárias, porque se tivesse sido feito da forma correta bastaria colocar um semáforo onde necessário.
Essa á a forma como a cidade tem sido administrada, sem nenhum respeito com as necessidades  da cidade, confessando um medo patológico de defender os interesses do município frente aos interesses de obras eleitoreiras do Governo do Estado. 
É assim também com o Leite Lopes. A legislação exigia a construção de um novo aeroporto fora da área urbana, Como essa exigência feria os interesses do poder estadual ligados a um empreendimento privado, logo começam a apoiar a aberração da ampliação do Leite Lopes e, para não parecer que estão contra a lei, então mandam alterá-la. 
Infelizmente para esses subservientes políticos locais, a Sociedade Civil Organizada está impedindo essa aberração  de se concretizar  e o Movimento Pro Novo Aeroporto é o seu porta-voz.

POVO ESCLARECIDO É POVO FORTALECIDO
CONDEMA DE VOLTA À SOCIEDADE CIVIL!
PROTEÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS ÁREAS VERDES PÚBLICAS, JÁ

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

PROPOSTA DE DEBATE QUE O MOVIMENTO ACEITA

Muitos de nossos textos recebem comentários e todos são respondidos. Como normalmente se referem a criticas aos nossos posicionamentos é de praxe respondê-los para que as nossas teses sejam defendidas e melhor compreendidas. Muitas vezes geram polêmicas, sempre saudáveis.
Um dos últimos comentários recebidos se tornou especial. Saiu da fase de crítica pura e simples e do qual destacamos o seguinte trecho:

Ainda tenho outras idéias que posso publicar posteriormente

Esse comentário, na verdade, é uma proposta sobre o aeroporto de Ribeirão Preto e, para nós, abre um DEBATE já que propõe continuidade na exposição de suas ideias. O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre foi adepto do debate e por isso aguarda as próximas postagens.

Para que o debate possa acontecer, o Movimento Pro Novo Aeroporto  não se manifesta quanto ao conteúdo mas apresenta também a sua posição sobre os mesmos temas elencados, para que o leitor possa avaliar as propostas.

Proposta apresentada no comentário

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A MENTIRA DOS SLLQC DO PRAZO DE 10 ANOS PARA CONST...":

Agora, vou dar minha opinião sobre o futuro de Ribeirão Preto no quesito aviação:

1)Acho que devemos sim deslocar a pista como consta no projeto e garantir a internacionalização não do Leite Lopes, mas sim de Ribeirão Preto, porque mesmo que venhamos a construir um novo aeroporto, esse status internacional seria transferido para o novo. Vale lembrar que muitas cidades querem "roubar" essa condição que já está nas mãos dos ribeirãopretanos, precisamos somente efetivar isso.

2)É nítido que essa internacionalização, não somente habilitação de movimentação de carga aérea internacional, como é hoje (mas não funciona ainda), digo aeroporto internacional de carga, trará benefícios para a cidade, atração de muitas empresas (isso depende também de gestão pública, voltada para esse foco), e alavancagem de negócios até então desconhecido na cidade. Como consequência, geração de emprego e renda.

3)Declarar de utilidade pública, através de decreto estadual, de uma área localizada ao norte do anel viário, próximo do distrito empresarial, para construção de um aeroporto internacional que substituiria o Leite Lopes. Essa área atualmente (vi no google), está desabitada e atenderia um novo aeroporto com uma pista de no mínimo 3.500m, já com área prevista para uma segunda pista paralela. Essa área poderia ser próximo da Anhanguera ou mais a oeste no sentido Sertãozinho, com previsão de uma via expressa ligando o aeroporto ao centro de RP, com canteiro um pouco mais largo para futura linha férrea, metrô de superfície, (cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim, eu pensaria!!).

4)Possibilidade de, a médio/longo prazos, desativação completa do Leite Lopes e venda da área para loteamento industrial ou residencial ou os dois ao mesmo tempo. Esses recursos seriam para a ampliação do novo aeroporto e outras necessidades de infraestrutura. Ainda tenho outras idéias que posso publicar posteriormente.
 
Postado por Marcelo no blog
* Congonhas em Ribeirão Não! * em 12 de agosto de 2013 01:07

Proposta  do Movimento Pro  Novo Aeroporto

No que se refere à localização de um novo aeroporto. o Movimento opta por não se manifestar a respeito, por várias razões: conhecemos os locais onde seria possível construir dentro do município de  Ribeirão Preto mas existem vários problemas a esse respeito.

Um desses problemas é que uma das áreas adequadas e que foi divulgada, foi logo incorporada no plano de expansão  urbana com outra finalidade de uso de solo. Outra área  excelente já foi ocupada por um presídio.

Outro fator é que se a localização alternativa estiver muito perto do Leite Lopes, este terá que ser desativado e o Movimento considera que é possível dar outro uso ao Leite Lopes simplesmente mudando a sua função, ou seja, após a construção de um novo aeroporto, o Leite Lopes deixaria de ser um aeroporto e voltaria a ser apenas um aeródromo. Neste caso, as curvas de ruído recuam e deixariam de causar problemas ambientais no entorno além da redução do risco aeronáutico.

Nesta alternativa haveria a utilização econômica de todos os investimentos já feitos no Leite Lopes

O novo aeroporto deverá ter a sua localização definida por estudos específicos por uma equipe multiprofissional e deverá atender às necessidades da região metropolitana e independentemente de questões bairristas.

A sua área será a necessária para o sistema de futuras 2 pistas, sendo uma com 3000 metros e a outra para 3900 metros, começando com uma de 3500 metros. O importante é existir área adequada e já disponibilizada para essas futuras ampliações, no momento oportuno para atender às necessidades do desenvolvimento regional ao longo do tempo. O entorno imediato seria destinado a uma cidade aeroportuária com espaço suficiente para grandes eventos ao ar livre.

A construção desse novo aeroporto deve ser imediata, com suspensão de qualquer tipo de ampliação ou adaptação do Leite Lopes a menos de eventuais melhorias para o conforto de passageiros, equipagens e trabalhadores do  aeroporto.

Consideramos que todas as vantagens advindas da “internacionalização do  Leite Lopes” se aplicam no novo aeroporto e serão muito maiores ocorrendo num aeroporto adequado e que essa “internacionalização”, por ser um processo político-ideológico de interesses ligados ao governo do Estado, inviabiliza o interesse econômico e empresarial na  construção do novo aeroporto.

Este conceito de novo aeroporto implica também no reconhecimento de que a região já se constitui, de fato,  em metropolitana cuja sede econômica é Ribeirão Preto.

Parafraseando o comentário de Julio Chiavenato, “se Ribeirão Preto deve ser uma metrópole, porque insistir num aeroporto internacional em seu território? Para uma metrópole tanto faz [a localização]: o beneficio conflui para a metrópole e a região lucra – ao lucrar fortalece a economia metropolitana, com a vantagem de nos livrarmos dos problemas ambientais inerentes aos aeroportos.

Por isso a nossa posição é a de que a localização do novo aeroporto tem que ser técnica, sem bairrismos provincianos.[i]

Quanto ao Leite Lopes, além de continuar a ser sede de um aeroclube, passaria a receber aviação geral e helicópteros. As instalações já existentes poderiam sediar escolas de pilotagem que passariam a ser localizadas internamente e com outros patamares de treinamento, incluindo cursos de nível superior de pilotagem para aviões e helicópteros.

Em convenio com o Senai e com o Centro Paula Sousa -  ETEC, instituições da mais alta qualidade, poderiam ser abertos cursos de mecânica e eletromecânica e outras especialidades aviônicas.  Em convenio com as universidades locais, cursos superiores de especialidades correlatas, entre muitos outros ligados ao desenvolvimento de especialidades como o  Despachante Operacional de Voo, Logística Aeroportuária, Comissaria de Bordo, sem falar de Controladores de Voo.

Todas estas atividades docentes seriam complementadas com a prática em oficinas próprias.

Como exemplo, transcrevemos parte do documento denominado CARTA ABERTA DOS AERONAUTAS ÀS AUTORIDADES BRASILEIRAS[ii], extraindo as seguintes afirmações (grifos nossos):

[...] pois vivemos um momento de auge do Setor Aéreo, com crescimento a passos largos, bem maior que o da economia nacional. Um momento extremamente propício para investimentos em qualificação profissional para os brasileiros e brasileiras interessados em atuar na aviação.
(...)
Diante do crescimento do setor aéreo, sabemos que é necessário ampliar a formação de pilotos e outros profissionais, como mecânicos e engenheiros especializados em aviação civil. E para isso, defendemos políticas governamentais visando a criação de cursos gratuitos nas universidades públicas para a formação de profissionais para o setor aeroviário.

Com esta destinação, teríamos o Leite Lopes como um centro aeronáutico e aviônico em trabalhos oficinais e de cursos diversos, mantendo a cidade dentro do seu perfil universitário  e como centro desenvolvedor de sistemas.

Teríamos uma rentabilidade e geração de empregos de qualidade muito maior que qualquer aeroporto, com possibilidade de criação de centros de pesquisa e de fabricação  de componentes de última geração, que é um sistema industrial não poluente e gerador de tecnologia com produtos com alto valor agregado.

Por isso é  que o Movimento Pro Novo Aeroporto usa como palavras de ordem
        
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!

Em tempo:

No comentário em debate, existe uma frase no item 3) que vamos comentar, pela sua importância, a saber:

[...]com previsão de uma via expressa ligando o aeroporto ao centro de RP, com canteiro um pouco mais largo para futura linha férrea, metrô de superfície, (cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim, eu pensaria!!).

Sem dúvida que um aeroporto moderno tem que ter acesso metroviário ou de transporte de massa eficiente. Esse fato nos remonta às políticas publicas municipais que sempre privilegiam o automóvel nos seus Planos Viários. A atual polêmica sobre o transporte público em Ribeirão é um desses reflexos.

Comparando-se Ribeirão com outras cidades do mesmo porte, todas elas estão implantando os seus sistemas metroviários ou com VLT[iii] ou com BRT[iv] ou sistemas equivalentes, com a vantagem de que nos seus sistemas viários essa hipótese já tinha sido prevista, portanto podem executar essas políticas de transporte sem percalços.

Só para termos uma ideia de como Ribeirão Preto se recusa a considerar esse tipo de transporte, note-se que no “projeto estudado” pelo DERSA[v] para acesso ao Leite Lopes, essa alternativa nem mesmo é prevista nem para o presente e muito menos para o futuro, por ausência absoluta de previsão de espaço para isso.

Por isso é que muitas vezes nos referimos aos políticos locais como políticos de terceira linha. Neste caso, concordamos que “cá entre nós, não sei se temos políticos prá isso, que pensem assim,” não temos mesmo.



[i]    Jornal A Cidade de 08/08/2013
[iii] VLT Veiculo Leve sobre Trilhos
[iv] BRT (Bus Rapid Transit) Veículos sobre rodas, articulados ou bi-articulados
[v] Conforme está descrito no tal Relatório de Regularização Ambiental do Leite   Lopes, o que mostra a baixa qualidade desse projeto.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O MOVIMENTO PRO NOVO AEROPORTO, A AÇÃO CIVIL PUBLICA DO MINISTÉRIO PUBLICO CONTRA O DAESP E OS SLLQC

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

A confissão do Governo do Estado
 Durante as eleições municipais de 2012, conforme o Movimento Pro Novo Aeroporto previa, o tema Leite Lopes foi objeto da campanha. No discurso dos candidatos SLLQC o Leite Lopes já estava praticamente aprovado e as obras de ampliação  logo mais estariam a pleno vapor.
Ao contrário dos candidatos SLLQC, os outros candidatos concordavam que Ribeirão Preto merecia um aeroporto decente e que esse aeroporto não poderia ser o Leite Lopes.
As eleições passaram, o assunto esfriou inclusive na imprensa e, de repente, começa uma campanha pré-eleitoral do governo do estado falando das grandes obras na região, incluindo as obras de ampliação do Leite Lopes.
Era a dica que o Movimento Pro  Novo Aeroporto estava esperando.
Com essa confissão estava oficialmente provada a intenção do governo do estado não cumprir a sentença judicial proibindo a ampliação do Leite Lopes. De posse dessa comunicação, o Ministério Público recebeu  a denúncia e  começou a tomar as providências necessárias.
Após a manifestação do MP sinalizando a tomada de posição de defender a comunidade da aberração Leite Lopes ampliado e na exigência de fazer cumprir o acordo judicial, logo a propaganda pré-eleitoral mudou: o Leite Lopes não vai ser mais ampliado mas apenas reformado.

A “espertalheza” do recurso ao Relatório de Regularização Ambiental (RRA) para justificar o deslocamento de pista em lugar de fazer o obrigatório  EIA-RIMA
 Enquanto isso, com base numa nova legislação para Regularização Ambiental de empreendimentos em operação, coloca-se o Leite Lopes nessa condição e começam, de verdade, as tratativas do DERSA para a liberação da ampliação do Leite Lopes como simples ato de regularização de algo que não está muito bom. Como se fosse um lava rápido: falta uma caixa separadora de óleo, então coloca-se uma e pronto, o problema está resolvido.
Como a pista atrapalha a vida residencial do Quintino, então tenta-se retirar esse incômodo, deslocando a pista na direção do Jóquei Clube. Fizeram vários ensaios teóricos, com deslocamento de 450 metros e de 500 metros e chegaram à conclusão que 500 metros estava quase bom, só atrapalhando um pouquinho. É claro que, se fosse para tirar o incômodo sonoro, seria muito mais que os 500 metros e aí ficaria muito difícil fazer o deslocamento. Mas isso seria outra história e o RRA não serviria, exigindo-se então o EIA-RIMA. Principalmente porque o incômodo sonoro não é apenas o da norma de aeroportos mas também a norma de sossego público. Por quê? Porque o Leite Lopes está dentro da área urbana. É um pequeno detalhe de “esquecimento” quando convém.
Determinaram uma Área de Influência Direta com a pista não deslocada. Aí quando deslocaram  a pista e junto as curvas de ruído,  pararam a análise de danos um pouco antes do final da curva 2. Assim não mostraram que o campus de uma Universidade passará a  funcionar irregularmente com a pista deslocada. Este é apenas um exemplo. Mas, é claro, foi por mero “esquecimento”. Coisas que acontecem..quando se tenta justificar o que não tem justificativa.

A AÇÃO CIVIL PÚBLICA
O Ministério Público entrou com a ação civil pública contestando tudo o que está sendo programado por causa das tremendas trapalhadas que constam no grandiloquente projeto de ampliação, transvestida de reforma. Nessa ação fez um pedido de liminar preventiva. O juiz não a considerou necessária,nesta fase da Ação e logo os SLLQC, mal informados, suspiraram de alívio, imaginando que o MP tinha perdido a ação. A imprensa também deu a sua ajudinha nessa avaliação pelas  manchetes embora no texto a situação real tivesse sido bem descrita.
E porque foi que o Judiciário não concedeu a liminar? A seguir parte do despacho com grifos nossos
Da leitura do inquérito civil que instruiu a inicial, vê-se que, apesar do convênio firmado entre os réus, para o fim de viabilizar o empreendimento denominado "RAO INTERNACIONAL", inexiste, por ora, qualquer obra tendente ao deslocamento da pista de pouso e decolagens do Aeroporto "Leite Lopes", daí a inexistência do perigo especial da demora. Do mesmo modo, o referido convênio prevê a realização de todos os estudos e licenciamentos necessários à implementação do empreendimento [...]. Portanto, a determinação de paralisação pretendida, por ora, se mostra prematura [...]
Então a ação não foi perdida pelo MP mas apenas como não existiam obras em andamento e o juiz pressupôs  que serão elaborados todos os estudos e licenciamentos, então não há porque impedir o que ainda não existe.
Na verdade existe sim, um estudo. Ou melhor, existe um trabalho que reflete a ação da “espertalheza moris  através do já citado Relatório de Regularização Ambiental.

Relatório de Regularização Ambiental (RRA)
Invasão sobre áreas verdes
O Movimento Pro Novo Aeroporto já estava estudando esse tal de RRA e identificando os “esquecimentos” e outros incidentes, muito característicos dos EIA-RIMAs já feitos anteriormente e derrubados.
Começamos com a apresentação da invasão da pista sobre áreas verdes. Só por isso, o assunto é grave. Mais grave é o fato que esse tal RRA afirma, sem nenhum pudor, que a área a ser ocupada não tem nenhuma restrição ambiental, quando essas áreas constam no inventário municipal. A prefeitura também sabe mas ficou caladinha. 
Foi só isso que os técnicos do Movimento encontraram de errado, perdão, esquecido? Não.
Esse RRA será demolido como foram todos os EIA-IMAs anteriores porque não existe condição técnica e científica que possa justificar a ampliação do Leite Lopes.
Somente interesses políticos de terceira linha atrelados a  interesses econômicos mantém essa discussão, que impede que Ribeirão Preto e região possam dispor de um aeroporto decente, um portal de entrada digno e que seja um vetor de apoio ao desenvolvimento regional e não um entrave como seria o Leite Lopes ampliado.
Essa representação feita ao MP e que foi coberta pela imprensa logo gerou polêmica.
De um lado os comentários da própria imprensa:


Jornal A Cidade 08/08/2013


Destacando-se parte do comentário “Metrópole Provinciana” do jornalista Julio Chiavenato:

[...] Mas na prática, políticos e patriotas municipais agem como provincianos que são: raras cidades são tão coronelescas como Ribeirão Preto.
O caso da internacionalização do aeroporto, apresentado como fautor de progresso é sintomático. Pouco importam os danos ambientais, que ao agredirem as áreas verdes degradam a qualidade de vida do entorno.
[...[
Seria, inclusive a oportunidade de um novo aeroporto dentro das normas ecológicas impossíveis de se aplicarem nas áreas já povoadas, ou “protegidas” como a vizinhança do Leite Lopes.
De outro lado a irritação dos SLLQC explode porque perceberam que a discussão vai ocorrer e a grande mentira do Papai Noel Leite Lopes será desmontada.
Agora alegam problemas com o meio ambiente, inclusive um prof. da USP se dispôs a falar que deveriam ter feito assim, assado, etc, sem antes esperar para que os trâmites corram normalmente, ele falou como se a obra tivesse começando ou já concluída, e veja, é PROF. da USP.
É obvio que a denuncia tem que ser feita antes que a obra comece, porque, senão Inês é morta.

A DERSA já conseguiu a licença ambiental do trecho norte do rodoanel, aqui em SP, que vai de Arujá, passando por Guarulhos e fechando o anel na rodovia dos Bandeirantes, tudo isso na Serra da Cantareira. Eles acham que o pessoal da DERSA não sabe lidar com isso, ao contrário, são muito experientes nisso. Qualquer coisa referente ao meio ambiente será feito por compensação ambiental, coisa que qualquer "zé mané" sabe.
O que todo o “Zé Mané” sabe é que essas obras têm estudos superficiais e o poder político avança com seus tratores onde a oposição não é contundente, como é aqui em Ribeirão Preto, além do fato de que  as compensações ambientais do rodoanel não foram totalmente cumpridas. 

Jornal A Cidade 08/08/2013

 Os SLLQC e a verborragia
 Os SLLQC quando se sentem encurralados, usam de toda a verborragia disponível, principalmente quando desmascaramos a falácia de que para construir um novo aeroporto demora, pelo menos 10 anos, e tivemos até esse prazo inflacionado para 40 anos, como justificativa para ampliar o Leite Lopes e, depois, quem sabe, quando Deus quiser,  se tudo correr bem, então fazer o novo aeroporto:

Existem mentiras sim [...], as que são contadas por eles, inclusive já foi objeto de comentários feito por mim em edições passadas, que acredito que tenha lido. Um exemplo é que afirmam que o aeroporto executivo de Parelheiros, em São Paulo, será construído em 1 ano e comparam isso com um novo aeroporto em Ribeirão Preto. Por mais que falem que vão construir em um ano (reportagens publicadas), isso não é verdade, e eles acreditam nisso e saem falando e enganando as pessoas.

Tentam denegrir o Movimento Pro Novo Aeroporto, por falta de leitura atenta, afirmando que  divulga mentiras para enganar as pessoas sobre os tais aeroportos privados demorarem  um ano para serem construídos em lugar dos tais dez. Quem afirmou isso foram os investidores desses aeroportos que os comentários acima qualificam de mentirosos. 
A vontade de denegrir o Movimento é tão grande que nem percebem que se contradizem no próprio  argumento vetusto  exatamente por falta de argumento para contestarem a realidade. Mente quem  afirma que um aeroporto demora 10 anos para ser construído.
O que fica estranho é a tamanha obsessão pela ampliação do Leite Lopes e a torcida firme contra a construção de um novo aeroporto.
Estarão protegendo que interesses? A preservação dos canaviais onde esse aeroporto seria construído? 
O que será que têm contra a construção de um aeroporto novo? A perda de uma concessão irrelevante para a economia regional?
 Engana bobo por aqui não!
Mas podem e devem ficar preocupados porque outras denúncias serão feitas, na devida oportunidade.
 Enquanto isso,

POVO ESCLARECIDO  JAMAIS SERÁ ILUDIDO
 Congonhas em Ribeirão, Não!
                  Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!


CAUSOS DO MOVIMENTO PRO NOVO AEROPORTO
O Movimento Pro Novo Aeroporto, sempre que promove alguma ação que prejudica a intenção dos SLLQC de obrigar Ribeirão Preto a “engolir” o Leite Lopes em lugar de se construir  um novo aeroporto, logo as reclamações surgem. A maioria via o próprio blog – canal que dispomos para permitir a controvérsia e a discussão do tema – mas alguns optam por mensagens anônimas, que já fazem parte de nosso acervo folclórico, como o que um de nossos militantes recebeu em sua casa:

sábado, 10 de agosto de 2013

Indonésia: avião sai da pista após atropelar vaca na hora do pouso


Três vacas cruzaram pista de pouso durante a noite; uma delas foi esmagada pela aeronave que levava 110 passageiros

Temos sempre reportado bons exemplos contra os maus exemplos de aeroportos sempre citados pelos SLLQC para tentarem justificar a insistência da ampliação do Leite Lopes.
Eis mais um mau exemplo, desta vez  ocorrido no Aeroporto da Indonésia.
Em área determinada para trafego aéreo (em pistas de aeroportos) nunca deve ser possível a entrada de animais ou de pessoas, especialmente crianças atrás de pipas como ocorre no Leite Lopes .
Em artigos anteriores já mencionamos e demonstramos a insegurança do nosso aeroporto e este acidente só vem a reforçar esta situação.
Sorte que lá foi uma vaca e sorte que aqui ainda não aconteceu com uma criança, possível de acontecer graças à má estrutura de vigilância e principalmente porque se  insiste em manter e ampliar um aeroporto dentro de área urbana.

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A MENTIRA DOS SLLQC DO PRAZO DE 10 ANOS PARA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

Desde que a atual administração municipal assumiu, em 2008, na qualidade de braço político-ideológico local dos interesses econômicos e privacionistas do governo estadual, sempre se propalou a balela de  que Ribeirão Preto precisava de um novo aeroporto mas que a sua construção demoraria 10 anos.  

A lógica defendida pelos SLLQC  seria ampliar o Leite Lopes e, depois, qualquer dia, quando possível, quem sabe,  construir o novo aeroporto. Logo o coro dos papagaios de penas ouriçadas cantaram hosanas a tanta sabedoria.

Ribeirão Preto não pode esperar 10 anos – papagueavam os SLLQC nos jornais e na TV -   para promover o seu desenvolvimento econômico já que a região produz 7% de tudo o que é exportado pelo Brasil, criando a ilusão de que tudo o que é exportado, pode sê-lo por via aérea.

Leite Lopes agora e a qualquer custo! Quem está morando do lado, há décadas, e que está sob risco aeronáutico que se mude. Nada deverá impedir o “progréssio”. E muitas outras joias de sabedoria incluindo acadêmicas desenvolvendo comentários e entrevistas na TV.

Tivemos até uma Comissão Especial de Estudos (CEE) na Câmara Municipal para saber porque é que estava demorando a construção do fantástico Terminal de Cargas, salvador da pátria dos verdes canaviais, cuja demora estava causando serias renuncias na arrecadação municipal. O interessante é que o presidente dessa CEE, quando questionado nos altos valores arrecadatórios que afirmava perdidos, não soube o que responder e se fez de morto. E cadê essa CEE? Sumiu!

Tivemos até um deputado federal que, na sua sanha de defender a ampliação do Leite Lopes em lugar de fazer o certo, ou seja, exigir do governo de seu partido um aeroporto novo, não leu o script direito e,  com a empáfia dos que da asneira são doutores, afirmou que um aeroporto novo demoraria 40 anos para ser construído!

Vixe! E pensar que Brasília foi construída em 5 anos com um aeroporto dentro!

A imprensa também entrou nessa e confirmava os tais 10 anos para construir um aeroporto como se fosse uma verdade bíblica. Nós, que defendemos um aeroporto novo desde 1995 quando foi definida essa necessidade por lei municipal, éramos simplesmente ignorados e a mídia tentava manipular a opinião publica com a falsa ideia de que a ampliação do Leite Lopes  era a única opção e quem fosse a favor de um novo aeroporto, era tratado como sendo apenas contra a ampliação e, por isso, um vilão contra o progresso.

A própria mídia se recusava a discutir o tema e sempre apoiava e divulgava apenas as iniciativas em prol da ampliação do Leite Lopes, nem mesmo citando que essa ampliação serviria apenas para atender aos interesses  de uma empresa interessada em explorar o modal aéreo de cargas internacionais num aeroporto ainda a ser privatizado (ou concedido) para atender aos anseios ideológicos do governo estadual de entregar o patrimônio público para a iniciativa privada.


O Movimento Pro Novo Aeroporto sempre afirmou que a construção de um novo aeroporto, equivalente ao Leite Lopes ampliado demora, no máximo, 3 anos, sendo um para o licenciamento e dois para as obras, a passo lento, como o poder público gosta de tocar as suas obras. No máximo 5 anos. Mais tempo do que isso só se houver a intervenção do Tribunal de Contas ou do Ministério Publico. Ou seja, para demorar mais que 5 anos já seria  caso de policia.

Em Dezembro de 2012 o governo federal autorizou a liberação para a construção e operação econômica  de aeroportos privados. Vários projetos já foram apresentados, preparados e orçados, tamanho o interesse empresarial na exploração econômica dessa modalidade de negócio, certamente que muito rentável, pelo interesse que tem provocado.

Vamos citar apenas dois, aqui mesmo no estado de S. Paulo: em S. Roque, com área de 200 ha e pista com 2.470 metros[i], maior que o Leite Lopes mesmo com a ampliação pretendida. Em Parelheiros, bem, pertinho, outro com pista de 1800 metros[ii] com as dimensões atuais do Leite Lopes.

Qual o prazo de construção desses aeroportos? O de S. Roque em um ano, para o de parelheiros 15 meses!!!

Puxa a vida! Cadê os tais  10 anos necessários, senhores SLLQC? E a mídia? Como se sentem por divulgar essa bobagem de 10 anos de prazo para construir um aeroporto? Vão  se redimir retratando-se?

Como se pode ver, a mentira tem pernas curtas.

Por isso a nossa campanha continua, alicerçada pela Ação Civil Pública que corre no judiciário para acabar com essa aberração da ampliação do Leite Lopes.

Sim, porque embora a propaganda fale em deslocamento da pista, quando se analisa um certo documento denominado de Relatório de Regularização Ambiental (RRA) do Leite Lopes, numa tentativa do padrão “espertalheza” para não fazer o Estudo de Impacto Ambiental obrigatório, é clara a intenção de ampliação da pista.

Alegam que esse tal deslocamento é uma adequação ambiental sob a desculpa de que se a pista vai ser deslocada também zoneamento de ruído será deslocado, pretensamente  saindo da área residencial Quintino I), esquecendo-se que nesse deslocamento, o zoneamento de ruído em direção à FEAPAM invade outra área, que estava incólume.

Nesse pressuposto, o RRA “esqueceu-se” de “anotar” a área que vai ser atingida pelo zoneamento deslocado e também do que lá existe e cujo uso é incompatível com essa proposta de invasão do zoneamento de ruído.

O Ministério Público não caiu nessa e por isso entrou com a ação na justiça porque a tentativa está contrariando a decisão judicial de proibição de ampliação da pista do Leite Lopes.

Era mais inteligente e sensato parar com essa mania de ampliar o Leite Lopes e começar logo a construção do novo aeroporto mesmo que a empresa que investe no terminal de Cargas – a única que terá vantagens econômicas com a ampliação do Leite Lopes -  perca a concessão.

Se for feito um novo aeroporto, haverá uma licitação para explorar um Terminal de Cargas Alfandegado e certamente terá mais que um concorrente[iii]  e será difícil essa empresa ganhá-la com todos os interesses empresariais ligados à expansão do modal aeroviário de cargas e passageiros.

Este é um dos pressupostos que promovem toda a campanha contra a construção do novo aeroporto. Outro pressuposto  seria a dificuldade para o governo do estado  privatizar ou conceder o Leite Lopes e o novo aeroporto, na implantação de sua política ideológica de privatizar tudo o que é rentável, independentemente se é, ou não, do interesse de Ribeirão Preto.

MENTIRA TEM PERNA CURTA
Por isso
POVO ESCLARECIDO  JAMAIS SERÁ ILUDIDO


Congonhas em Ribeirão, Não!
                 
Leite Lopes com outro uso (alternativo):
sem ampliação e sem desapropriação

Novo aeroporto em nova área já!









[i] http://www.guiasaoroque.com.br/noticia/noticia.asp?id=9853

[ii] http://gazetaderibeirao.rac.com.br/_conteudo/2013/07/capa/nacional/84372-novo-aeroporto-privado-e-autorizado-a-operar-em-sp.html

[iii] A presente licitação, provavelmente já vencida por decurso de prazo de implantação, foi feita com apenas um concorrente, obviamente a atual concessionária.