quarta-feira, 29 de maio de 2013

Movimento participa da 5ª Conferência Municipal de Rib Preto

O Movimento Pró Novo Aeroporto e o Pró Moradia e Cidadania se fizeram presentes e atuantes na    Conferencia Municipal da Cidade de Ribeirão Preto, realizada no dia 25/05/2013
Reunidos em três Pré-Conferências Municipais da Cidade, preparatórias para o evento oficial, a 5 ª Conferência Municipal da Cidade, membros da sociedade civil debateram sobre a cidade, apresentaram idéias e refletiram sobre soluções para os problemas que afligem os moradores da cidade.

Foram momentos férteis para o debate coletivo e para a construção de ideias norteadoras para o desenvolvimento pleno e integral da vida das pessoas dentro da cidade, em que membros dos Movimento Pró Novo Aeroporto, Pró Moradia e Cidadania, União dos Movimentos de Moradia-SP, dentre outros, se fizeram presentes.

Nos dias 24 e 25 de maio ocorreu no Anfiteatro do Centro Universitário Moura Lacerda a 5ª  Conferencia Municipal  cujos objetivos principais foram:


Todos os objetivos e soluções estudadas pelas pré-conferências foram apresentadas aos respectivos grupos temáticos pelos membros do segmento Movimentos Sociais, onde incluíam-se associações de bairros, movimentos de moradia, de defesa da cidadania, do novo aeroporto foram integralmente aprovados como propostas da Conferência da Cidade para o Município, para o Estado e para a União.
Também esses Movimentos elegeram 16 (dezesseis)  delegados e respectivos suplentes para a Conferência Estadual das Cidades a ser realizada em São Paulo em setembro próximo.

Propostas aprovadas :
01 – Construção de um novo aeroporto
02Revogação da Lei Complementar municipal nº 2.505 de 2012 no que se refere ao uso do Solo como Industrial em todo o entorno do Leite Lopes, e retorno ao uso misto conforme a legislação anterior (Lei nº 2157/2007), pelas seguintes razões:
 é grande o prejuízo social da proibição de construção residencial em área considerada de natureza popular; flagrante alteração do uso do solo somente em benefício de suposta ampliação do Aeroporto Leite Lopes para que ocorra desvalorização imobiliária das construções residenciais existentes, beneficiando desta forma futuras desapropriações;

03 - Delimitação específica de vazios urbanos como áreas de interesse social para fins de urbanização, principalmente, principalmente as que se situam dentro do perímetro urbano contando com toda a infraestrutura (água, esgotos sanitários, energia elétrica, etc.) e equipamentos comunitários (escolas, unidades de saúde, creches, posto policial, etc.)

04 - Regulamentação da lei municipal de assistência técnica gratuita para população de baixa renda para elaboração e execução de projetos de moradia.

05 - Nos casos de remoção de comunidades assentadas em área de risco, as mesmas deverão ser removidas para regiões próximas e com infraestrutura, para facilitar o acesso aos equipamentos comunitários e manutenção dos vínculos comunitários de existentes;
Neste ponto convém destacar que delegados denunciaram a verdadeira “faceta” com o dito processo de desfavelamento  qual seja, viabilizar o empreendimento econômico do Aeroporto através de limpeza social, removendo apenas partes da comunidades faveladas e deixando no local escombros já acumulados há vários anos, permitindo o acúmulo de  criadouros do mosquito da Dengue e animais peçonhentos, além da degradação visual.

06 – Exigência e sanção ao administrador público que não fizer a regulamentação dos instrumentos urbanísticos do Estatuto da Cidade que constam na lei de uso do solo, porém, não estando regulamentados não poderão ser aplicados para fazer cumprir a função social da terra.  Exemplo de instrumentos são: urbanização compulsória, direito de preempção, IPTU progressivo, etc.;
07- Dotação orçamentária de no mínimo 1%(um porcento) do orçamento municipal para o Fundo Municipal de Habitação para promoção de regularização fundiária e produção de HIS (habitação de interesse social);
08- Incentivo e apoio dos poderes públicos para organização de EO (Endade Organizadora) pelos movimentos sociais, no sentido de produção de HIS de forma auto-gestionada ou mutirão, conforme Instrução Normativa nº 45-08 novembro2012 e Portaria 107 -26fevereiro2013 do Ministério das Cidades.
Também destacamos como muito importante a participação da Comunidade da João Pessoa, que está sendo atingida pela proposta de ampliação do aeroporto Leite Lopes, que  se fez presente através dos seus delegados, dos quais 02(dois) foram eleitos delegados para a próxima 5ª Conferência Estadual.
Houve outras propostas para a moradia, transporte, saneamento, entre outros e aprovação de moções de repúdio, dentre as quais destacamos, contra a COHAB e o Programa Governo nos Bairros.  Como  indicador de que as políticas publicas em Ribeirão Preto não estão agradando a nenhum setor, não foi apresentada nenhuma moção de apoio.
Para a consecução das propostas aprovadas será necessário ainda, um esforço constante e dedicado de cada um de nós, munícipes, moradores e destinatários da cidade, porque
QUEM MUDA A CIDADE SOMOS NÓS!
porque
A RIBEIRÃO QUE NÓS TEMOS NÃO É A RIBEIRÃO QUE NÓS QUEREMOS





sábado, 25 de maio de 2013

O Movimento Responde ( túnel / viaduto) - continuação

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Besterol SLLQC":


Prosseguindo o nosso debate, seguimos as mesmas diretrizes anteriores: responder dentro do seu texto, mudando apenas a fonte e a sua cor, para facilitar.


Boa noite, Sejam Bem-vindos ao século XXI.

Nós estamos perfeitamente enquadrados no século 21 e desde a década de 90 do século passado. Foi uma fase áurea de Ribeirão Preto se adiantando à maioria das cidades brasileiras e começando a discutir o seu plano diretor. 

A sociedade civil junto com o legislativo e o executivo municipais, todos juntos, traçaram as diretrizes do futuro do município. O principal mote dessa movimentação foi a cidadania e a qualidade de vida para a sua população. Os interesses menores dos negócios não formularam essas políticas.

Nesse frenesi de cidadania foi definida a necessidade de relocar o aeroporto.  Foi unanime!

De repente, quando interesses econômicos e políticos específicos surgiram e, entidades que eram a favor da relocação, de repente, foram favoráveis à sua ampliação pura e simples, custasse o que custasse.

Quando a cidadania começou a ser sobrepujada pelos interesses econômicos, privados e apressados, para os quais apenas o Leite Lopes atenderia a seus interesses, surgiu o Movimento Pro Novo Aeroporto.

Por isso nós sempre estivemos adiantados no tempo quando em comparação com os conceitos que insistem no puxadinho Leite Lopes. Por isso nós estamos no século 21 desde o século 20 porque enxergamos a cidade e a região como cosmopolita e não  temos a visão provinciana de considerar Ribeirão Preto como uma simples cidade grande do interior, que tem que submeter os seus interesses de desenvolvimento e cidadania  a interesses políticos e econômicos.


Acho que esse túnel é obra tipo "coisa simples" para a avançada tecnologia que a Engenharia Civil pode fazer hoje em dia. Acho que qualquer mestre de obra bem conceituado faz isso.

Tuneis são estruturas consideradas Obras de Arte Especiais. Não são para qualquer um e muito menos para qualquer mestre de obras. Túneis são projetados por equipes multidisciplinares dada a complexidade envolvida e apenas parecem simples para os leigos para os quais um túnel não passa de um buraco.    É claro que a sua frase é uma ironia mas não podemos divulgar conceitos errados. A Engenharia continua sendo uma coisa muito séria.


Eu, particularmente, achei ótimo a Av. Thomás Alberto não passar na cabeceira 36, no desvio que estava previsto, e que não tem nada de absurdo como vcs dizem.

Sabia que a ideia de túnel foi indicada pelo Movimento Pro Novo Aeroporto durante as diversas  audiências em 2008, quando da discussão do EIA-RIMA?

Porque desde essa época já afirmávamos que viaduto aeroportuário para pista de rolamento não pode ser usado? E em nenhum de nossos textos citamos que túnel não serve. Só o viaduto aeroportuário é que faz parte de um besteirol que certos setores insistem em considerar como viável.

O problema não é o túnel ou o viaduto mas o conjunto do projeto.


Acho que o MP tem que fiscalizar mesmo para que nada seja feito fora do que a Lei permite, apenas isso, e assim ocorrendo, ninguém poderá reclamar. Continuo vendo grande manifestação de pessoas à favor e não contra essa obra.

Nas palestras e encontros que o Movimento promove, as pessoas não se manifestam favoráveis ao puxadinho Leite Lopes mas sim por um novo aeroporto. Os abaixo assinados com esse objetivo sinalizam exatamente o oposto da sua avaliação.



Penso que ficaria mais legítimo vcs lutarem para que a obra não se concretize; ver vcs lutarem por um novo aeroporto em RAO chega a ser ilário, não está no DNA de vcs, vcs pensam que todos acreditam que vcs estão preocupados que RAO tenha um novo aeroporto, acho um pouco de sinismo de vossa parte. Ajam mais dentro da realidade, vcs não querem o LL internacional, PONTO. Se cabe ou não cabe, se é viável ou não, tudo isso é secundário, a luta é contra a internacionalização do LL, correto ?? Agora, essa de vcs estarem preocupados na construção de um novo aeroporto não dá prá engolir, por mais que vcs falem que lutam desde a década de 1990. É o sinismo máximo, uma falsidade sem tamanho.

Desde 1995 que RAO exige um aeroporto novo em local adequado e que permita expansões futuras acompanhando a demanda do futuro desenvolvimento regional. Nunca defendemos nada de diferente. Se RAO dispuser de um aeroporto novo, decente e adequado, para que precisamos de um Leite Lopes capenga, internacional? O novo aeroporto também pode ser internacional. Qual o problema ou o espanto nessa nossa exigência? Onde está o nosso cinismo?

Cinismo está em alegar que só o Leite Lopes pode ser internacional e que isso será bom para Ribeirão Preto, quando sabemos que o único beneficiado é um empreendimento privado que perderia a sua concessão no caso de um novo aeroporto além da política ideológica do governo do estado que pretende privatizar todos os aeroportos, ou seja, remendar tudo o que pode, com o nosso dinheirinho, para depois entregar de mão beijada ao capital privado. E isso não é bom para Ribeirão.


Vi fotos com casebres e pessoas (inclusive crianças), bem ao lado da pista de táxi que vai para a cabeceira 18, pelo desenho alí será desapropriado e esta família deverá ganhar uma casa em outro lugar, em melhores condições; é isso que vcs querem preservar ?? Essa pobreza e carência no entorno que será desapropriado ?? É isso ??

Volta a ser insinuado que o entorno do aeroporto é ocupado só por favelas. Não é e nunca foi verdade. É certo que muitas comunidades carentes lá existem mas não devem sair por causa do aeroporto mas sim porque têm direito a uma casa digna e isso deveria ser feito através de um Plano de Habitação Social mas não foi. Foi feito para a liberação do espaço para a ampliação do Leite Lopes, sem projeto sério, deixando essas populações em estado de incerteza quanto ao seu futuro.

Por outro lado, existem 6.000 imóveis que não podem ser desapropriados mas que estão localizados na zona de exclusão residencial (Zona 2 de Ruído) e que estão devidamente registrados em cartório. Isso representa um universo da ordem de 22.000 pessoas prejudicadas apenas para garantir um empreendimento privado, que tanto pode ser implantado no Leite Lopes como num aeroporto novo.

O que nos surpreende é que ainda se use essa argumentação para explicar o que não tem justificativa. Por exemplo, a comunidade da Favela da Familia foi tirada na bordoada e nisso não existe nenhuma ação caridosa mas apenas a crueldade da limpeza social do entorno do Leite Lopes.

Por isso é importante usarmos o projeto do aeroporto do Funchal como comparação: lá as comunidades de pescadores foram relocadas com a garantia de todos os direitos de cidadania através de um plano bem estruturado e aplicado, dentro de um projeto de engenharia de primeiro mundo, elaborado no sec. 20 com visão para o  sec. 21. Inclusive  foi garantida a incolumidade das condições sócio-culturais dessas comunidades.

Ao contrário do Leite Lopes que não tem nenhum projeto social e cuja relocação das famílias lembra o tempo dos invasores do sec. 16 e ainda por cima despejados para locais longe de suas origens culturais, com 3 carnês para pagar: prestação, IPTU e condomínio, sem nenhuma preocupação se essas famílias teriam condições econômicas de assumir esses compromissos financeiros. 


Ou vcs não querem que os aviões sobrevoem o Quintino ?? Os aviões chegando ou partindo sobrevoam não só o Quintino mas também outras porções da cidade, tanto fazendo chegadas ou saídas por instrumentos (IFR). De qq forma, vamos aguardar por mais informações do Governo de São Paulo a respeito, pois a decisão está nas mãos do Governador e da Justiça. Abçs.

O que nós queremos é que o Governador respeite a vontade de Ribeirão Preto e que providencie o  novo aeroporto, como Política de Estado. Está demorando a se decidir. Vamos ver se o Judiciário vai obrigá-lo a sair dos tempos dos Senhores de Engenho e passar a se comportar como um estadista do sec. 21. Porque já chegamos ao sec. 21!.


PS: Desculpe, mas hoje acho que eu é quem abusou da ironia, mas tinha que escrever assim. Não esqueçam de me dizer o que acharam do aeroporto de Funchal na Ilha da Madeira (Portugal). Sejam honestos: é ou não é uma obra que mereceu estar entre as 100 do século XX ??
Postado por Marcelo no blog * Congonhas em Ribeirão Não! * em 19 de maio de 2013 23:58

A ironia faz bem, porque tira a aridez dos debates e dá-lhes um colorido coloquial.

Na nossa resposta anterior a nossa admiração por esse projeto ficou bem evidente. Requereu altos estudos e reuniu os melhores cérebros luso-brasileiros. Certamente que não foi feito por mestres de obra, mesmo que muito qualificados nem o resultado de “opiniões”.

Esperamos ter respondido aos seus questionamentos e a nossa expectativa é de  que possamos estar juntos no ato da inauguração do novo aeroporto de Ribeirão Preto e região.

O Conselho Gestor

terça-feira, 21 de maio de 2013

O Movimento Responde ( túnel / viaduto)

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Besterol SLLQC":

As suas observações são bastante interessantes, por isso continuaremos a debatê-las, como sempre temos feito, usando o recurso de fazê-lo dentro de seu próprio texto, apenas mudando a fonte e a cor para facilitar o dialogo.
Bom dia, prometi não postar mais qualquer comentário, mas não poderia deixar de falar a respeito desse túnel. Pelo que entendi vcs acham que esse túnel ou viaduto (acredito que será túnel mesmo), será uma "jóia de tecnologia", dando a entender que isso seria impossível nos dias de hoje, e que nenhum órgão da aeronáutica assinaria embaixo.
Lêdo engano. Acho que deveriam vir para o século 21 pois ainda estão vivendo em séculos passados (acho que no 18 ou antes, não sei bem).
No link abaixo vcs serão apresentados a um aeroporto (pista) construída sobre um grande viaduto onde existem concreto e asfalto em sua composição. Este aeroporto situa-se na Ilha da Madeira (Portugal) e se não me engano foi construído por uma grande empresa brasileira.
Espero que gostem dessa novidade, prá vcs, mas não para o resto do mundo. Com todo meu respeito. Obrigado
http://www.google.com.br/search?q=aeroporto+da+ilha+da+madeira+portugal&hl=pt-BR&rlz=1T4GGLL_pt-BRBR385&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=ZLKXUbP-BoXJ4AOuhIGADQ&ved=0CEMQsAQ&biw=1280&bih=564

A pista do Aeroporto do Funchal não é nenhuma novidade para nós e apenas confirma a nossa afirmação que mereceu o seu comentário. Vamos explicar:

Conhecemos muito bem o projeto da pista do aeroporto do Funchal, na verdade uma verdadeira obra de arte na engenharia mundial, cujo projeto básico, foi gerado pela fusão de cérebros privilegiados  da empresa portuguesa Edgard Cardoso e da brasileira Hidroservice. Um desses verdadeiros gênios foi mestre em alguns projetos dos quais membros técnicos do Movimento Pro Novo Aeroporto tiveram participação, inclusive no do aeroporto do Galeão, hoje Tom Jobim. O mesmo aeroporto que uma vez recebeu a sua critica por dispor de uma pista com 4.000 metros de comprimento ao nível do mar.

Uma obra que também merece ser citada pela sua alta complexidade e alto nível técnico e científico, constituindo um marco na Engenharia Nacional.

Engenharia é isso: é a capacidade de ter engenho, ou seja, de gerar coisas novas e extraordinárias. Não é apenas a de assinar plantas ou de ser subserviente aos políticos, a serviço do interesse econômico para fazer o que eles querem, como é o caso da tentativa de ampliação do Leite Lopes.

Quanto ao viaduto onde existe concreto e asfalto e o pavimento do Leite Lopes existem algumas “pequenas” grandes diferenças.

Muitas pessoas acham que o asfalto consiste no pavimento, o que não é verdade. O asfalto é apenas a parte do revestimento que resiste à abrasão do rolamento. O pavimento propriamente dito é o conjunto de camadas que lhe ficam imediatamente abaixo, normalmente compostas de base e sub base, alem de outras estruturas quando necessárias, para se atingir a resistência necessária. No caso de pistas de aeroportos, essa resistência é chamada de PCN.

Todos os materiais, por mais resistentes que sejam, sempre apresentam deformações sob a atuação de esforços. Não existe matéria indeformável. No entanto, quando se encontram duas estruturas de pavimento diferentes, existem no plano do encontro uma deformação diferencial. Um viaduto ou outra obra de arte especial, apresenta deformações verticais muito pequenas em relação ao do pavimento normal que é flexível, ou seja, se acomoda às deformações, gerando um ressalto no pavimento. Esse ressalto é normalmente sentido quando se trafega em qualquer rodovia no encontro da ponte ou viaduto.
A foto ao lado mostra esse ressalto que fica mais evidente junto à pintura de solo, marcado a vermelho.

Não existe nenhum sistema que elimine esse ressalto porque é uma característica física dos materiais.  Esse dente constitui um obstáculo na pista e obviamente  não é permitido pelas normas.

No caso da pista do Funchal a pista original (construída em 1964) foi assentada em rocha viva, portanto indeformável e a sua ampliação foi através de um sistema de lajes protendidas apoiadas em pilares, constituído também uma estrutura indeformável, ou seja, um recalque diferencial nulo, já que os pilares estão apoiados também em maciço rochoso, o mesmo da pista.

Por isso, nessas condições, é possível fazer uma pista em viaduto. Como existem muitas outras, algumas construídas em ilhas artificiais no mar, ligadas ao continente através de pistas de taxiamento (nessas, é possível ocorrer o recalque diferencial porque as aeronaves trafegam a baixa velocidade).

O revestimento de asfalto sobre o concreto existe para a sua  proteção à abrasão e não constitui o pavimento em si.

Esta é a razão de sua concepção equivocada sobre a diferença entre um viaduto no Leite Lopes e no Funchal. Não é nenhum demérito porque é um conhecimento exclusivamente técnico de engenharia e essa confusão é absolutamente normal e justificável nos leigos.

Marcelo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Besterol SLLQC":

Boa tarde, em complemento ao comentário anterior, e pesquisando pouco mais a respeito, a empresa brasileira construtora desse aeroporto foi a Andrade Gutierrez e encontrei também esse comentário a respeito dessa obra:

Confirmamos que foi Andrade Gutierrez, ente outras empresas, que construíram a ampliação do aeroporto de Funchal. O que se lamenta é que os idealizadores desse projeto – as empresas  Hidroservice (brasileira) e a  Edgard Cardoso (portuguesa) não tenham sido citadas.

De um lado, o oceano; de outro, uma montanha. Assim é a curta pista do aeroporto Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal. São pouco mais de 2.700 m construídos sobre cerca de 180 colunas, cada uma com 70 m de altura. Em 2004, o aeroporto inaugurado em junho de 1964 ganhou o Prêmio Mundial de Engenharia de Estruturas e foi escolhido como uma das "100 Obras de Engenharia Civil do Século XX".
Barra, Escócia

Note-se que para quem fez este comentário, pouco mais de 2700 metros de pista é considerado pista curta, isto porque as condições de clima são muito variáveis, principalmente no tocante a ventos fortes de través; aqui no Brasil temos Manaus com uma pista desse tamanho. Se colocarem no Google descobrirão muito mais. Ah!! Veja que esta obra é do século passado, nós estamos no 21 e esta obra é do século 20. Abçs.
Postado por Marcelo no blog * Congonhas em Ribeirão Não! * em 18 de maio de 2013 15:01

O que o citado site não mostrou é que a ampliação do aeroporto do Funchal requereu a relocação de comunidades de pescadores. Essas comunidades foram transferidas para suas casas novas (sem receber nenhum carnê de financiamento para pagar), tiveram todo a  infraestrutura e o porto de pesca reconstituídos e além de receberem toda a assistência necessária e indenização não foram transferidos para qualquer lugar da Ilha da Madeira mas permaneceram junto de suas raízes sócio-culturais, exatamente o contrário do que acontece aqui em Ribeirão Preto.

Também não teve ninguém acusando essas comunidades de invadirem o espaço do aeroporto, como acusam as comunidades estabelecidas no entorno do Leite Lopes. E ninguém de lá foi expulso de suas casas pela policia sob fuzilaria de bala de borracha e no cassetete, como foi feito em nossa cidade, com a Favela da Família, única atingida pela violência porque a opinião publica local e a nacional não permitiram que ocorresse com outras.

Temos até o caso de uma sequência de imagens  registradas pelo fotógrafo Weber Sian, do Jornal A Cidade, em julho de 2011, que recebeu o “Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos”, na categoria Fotos, denominada “EXPULSÃO”, que demonstra bem os desatinos praticados sobre a população indefesa  da Favela da Família e que sabemos, se estendem sobre tantas outras populações indefesas no país.


Essa é uma das diferenças entre o abuso do poder economico sobre o Leite Lopes que gerou todos esses problemas sociais e o projeto decente de uma ampliação do aeroporto do Funchal onde, indiscutivelmente não existia nenhuma outra alternativa locacional a não ser a ampliação no mesmo local do aeroporto já existente e avançando sobre o mar 1.100 metros e numa área pouco habitada e sem área urbana nas cabeceiras.

A Ilha da Madeira é uma montanha sem planícies.  Ao contrário de Ribeirão Preto, cuja ampliação está sendo forçada em área densamente habitada, sem áreas de escape adequadas e seguras  e com muitos outros lugares alternativos melhores do que o Leite Lopes.

Para finalizar, nas palestras desenvolvidas pelo Movimento Pro Novo Aeroporto o aeroporto do Funchal é citado, exatamente para demonstrar que viaduto aeroportuário em pista de rolamento não é permitido. Só em pista de taxiamento. Para exemplificar, sempre mostramos a diferença entre essas obras:

 
Como pode ver sempre estivemos no seculo 21 quando defendemos a construção de um novo aeroporto, com novo uso para o Leite Lopes. Defendemos projetos eficientes e não puxadinhos dentro de área urbana densamente habitada, defendemos o direito das pesoas não serem expulsas apenas para que um empreendimento economico que tem medo de perder a concessão se for construido um novo aeroporto, possa ser implantado, contra a vontade da cidade que em 1995 já previa essa relocação.

Agora a ampliação do Leite Lopes certamente que não é condizente com o seculo 21. 

Esperamos ter respondido aos seus questionamentos e continuamos à disposição para mantermos um debate.

O Grupo Gestor

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Besterol SLLQC

VOLTARAM AS JOIAS DE SABEDORIA TECNOLÓGICA DOS SLLQC
O TUNEL
SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

Interesses econômicos privados mascarados de projeto político tentam se sobrepor ao interesse público

Ribeirão Preto em 1995 exigiu, pela Lei do Plano Diretor, que o aeroporto fosse transferido para outra área, adequada e fora da área urbana, com uma configuração moderna e capaz de absorver as futuras ampliações, possíveis e prováveis, que garantissem a infra estrutura aeroportuária com capacidade de dar o suporte necessário para o desenvolvimento regional inevitável de ocorrer numa região em franco crescimento econômico.
Infelizmente, os nossos políticos locais demonstraram a total falta de capacidade estadista de analisar o futuro além dos seus pobres quatro anos de mandato. Por isso a insistência na ampliação do Leite Lopes, entre outros motivos o de reles marketing político, em lugar de exigir a construção de um novo aeroporto.
Os interesses econômicos que baixaram no Leite Lopes desde 1997 logo tiveram o amparo desses políticos medíocres que se sedimentaram em 2008 quando tentaram fazer a ampliação do Leite Lopes com base em estudos que foram reprovados, dada a sua má qualidade, e sob a forte pressão popular que demonstrou de forma massiva e categórica ser contra esse projeto e exigindo a construção de um novo aeroporto, sobrepujando interesses mesquinhos e uma imprensa completamente cooptada.
Em razão disso foi decretada uma sentença judicial impedindo a ampliação da pista.
Se a região necessita de um aeroporto apto a ser a infra estrutura  aeroviária  capaz de sustentar o desenvolvimento econômico presente e futuro da região metropolitana de Ribeirão Preto e esse aeroporto não caberia no Leite Lopes, o bom senso nos indicaria que a construção de um novo aeroporto seria o passo seguinte.

Fingindo-se de sonsos, mas tentando comer pelas beiradas
Mas não foi assim que aconteceu. Desejando manter o projeto original para que certos interesses específicos não ficassem prejudicados, deixaram correr tudo em silêncio durante um certo período enquanto iam arquitetando um outro modelo de ação, do tipo “ir comendo pelas beiradas” e de repente soltaram que a pista seria deslocada mas não ampliada e, entre outras jóias de sabedoria elaboraram um projeto de desvio da Av. Antonio Alberto Whatelly, contornando a pista que não seria ampliada mas apenas deslocada (???) e chamaram para isso até o DERSA (Departamento de Estrada e Rodagens de São Paulo), empresa estatal especializada em rodovias e em Estudos Ambientais liberadores dessas obras.
Apresentaram o projeto com grande pompa e divulgação na mídia. Como se diz na gíria, soltaram todos os “rojões e ainda foram atrás para pegar as varetas”.  Foi uma manifestação de alto poder de mistificação midiática para as eleições que se avizinhavam. Fizeram até um Convênio!!!!
Depois, como ninguém os contrariava, criaram coragem e em lugar de falarem em deslocamento da pista já confessavam que se tratava de uma ampliação.
Até uma propaganda política do governo do estado sobre as grandes obras que vão ser executadas em Ribeirão, citava-se, na maior cara dura, da ampliação do Leite Lopes. E tudo isso para já. Sem Estudos de Impacto Ambientais (EIA-RIMA) e sem Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV). Nada.
O Ministério Publico chamou as partes envolvidas para esclarecimentos e nessa conversa deve ter ficado claro que não se iria deixar barato o desvio absurdo que foi projetado pelo DERSA para adequação da Av. Antonio Alberto Whatelly e outros “pequenos” assuntos correlatos.
Logo após a manifestação do Ministério Público, a campanha midiática das obras de “ampliação do Leite Lopes” viraram apenas  “reforma do Leite Lopes”.

O Plano B – O besterol do viaduto ou será que é um túnel ?
Sabendo que não seria possível aprovar o projeto anunciado com todas as pompas em 2012, logo partiram para o Plano B: o besteirol de que a avenida não seria relocada mas sim ficaria na situação de passagem inferior em relação à pista do Leite Lopes.
Para isso se constrói ou um túnel ou um viaduto e, analisando os depoimentos feitos à imprensa, continuamos na dúvida de qual vai ser o projeto objetivo a ser apresentado, porque na forma descrita, parece não saberem muito bem qual a diferença entre um túnel e um viaduto.
Como viaduto não pode ser utilizado em pista de pouso quando a pista é constituída por um pavimento tipo flexível (asfalto) fica difícil se saber qual o órgão aeronáutico que poderá aprovar essa jóia de tecnologia SLLQC.

Mas, com viaduto ou túnel ou qualquer outro tipo de obra mágica, o projeto não consegue se sustentar como o anterior não conseguiu. 


Não é só esse pequeno detalhe. É o projeto inteiro. Por isso não vão querer fazer nem EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental) nem um simples EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança).
Só estamos perdendo tempo e a demora em se começar a construção do aeroporto que Ribeirão Preto exige, precisa e merece.
E enquanto isso a tropa de choque dos SLLQC envia cartas às colunas dos jornais vociferando contra o Ministério Público tentando convencer que ele é teimoso em impedir o progresso, conforme carta de leitor ao jornal A Cidade do dia 02/05/2013. 
É o contrário: defender a ampliação do Leite Lopes é que é ser teimoso e contra o progresso. Todo este tempo perdido já poderíamos ter um novo aeroporto pronto e em operação.
No dia 02/11/2006  Jornal A Cidade publicou (grifos nossos):
"Daesp trava o aeroporto"
 O promotor Marcelo Pedroso Goulart diz que exige do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) um estudo sério sobre a ampliação e internacionalização do Aeroporto Leite Lopes desde 1997. “O Ministério Público não trava o aeroporto, o que trava o aeroporto é a tentativa do Daesp de desobedecer as leis do país”, afirma.

Também o Movimento Pro Novo Aeroporto já demonstrou, em diversos artigos, que  a  alternativa viaduto ou túnel não serve, tendo sido citado pelo jornal  Gazeta de Ribeirão do dia 24/09/2013:
 Ele [professor do Moura Lacerda e especialista em trânsito e transporte Luimar Heck Paes Leme] afirmou, no entanto, que as obras são mais um indicativo de que o aeroporto não deveria estar onde está. “Primeiro é família que precisa ser removida, depois é obra viária. É uma bola de neve, nunca vão parar (as obras de adequação no aeroporto). Em dez anos o Leite Lopes vai ser nosso Congonhas”, afirmou, referindo-se ao terminal imerso na mancha urbana da capital paulista.
O mesmo pensam os integrantes do Movimento Pró Novo Aeroporto, que defendem a construção de um terminal em um novo local para Ribeirão. Um post no blog do movimento, de janeiro de 2011, já criticava a ideia de um viaduto na pista. Segundo o texto, a construção criaria um túnel de mais de 300 metros na Thomaz Alberto Whatelly, o que tornaria o ambiente inseguro, principalmente à noite.

Essa noticia gerou diversos comentários de leitores, dos quais selecionamos os seguintes:
1.         Em 30/04 as 13h53 por:Regina Gomes Pereira Machado
Tudo o que é remediado, remediado ficará. Temos pessoas capacitadas para dizerem que a nossa cidade está crescendo e que devemos pensar no futuro, pois se hoje o Aeroporto Leite Lopes comporta aviões de porte pequeno e que está dentro do programado, por que criar tantos transtornos se nós temos outros pontos da cidade que além de serem adequados estarão de acordo com a lei e dentro das normas? Faço das palavras do professor Luimar Heck Paes Leme as minhas. Proposta: - Vamos pensar grande?
2.         Em 30/04 as 13h23 por:Almanakut Brasil
É o Ribeirão, o PRETO, da Academia Ribeirãopretana de Letras! Como é que querem uma região metropolitana com um aeroporto como esse e onde está? Tem gente que não pensa a longo prazo e depois fica colhendo os frutos como se colhe hoje, principalmente em relação à rede de esgoto e os serviços do Dadá! Quando esse aeroporto não suportar mais a demanda, mesmo reformado, ou se acontecer algo pior na Anhanguera (a exemplo de Congonhas), aí verão que isso deveria ter servido para tráfego de aviões de pequeno e médio porte e de que outro bem maior já teria que ser preparado, mesmo em cidades vizinhas! (Vejam as diferenças entre Viracopos e Leite Lopes, que tem movimento superior a diversas capitais brasileiras.)
Estas manifestações populares revelam que o problema Aeroporto de Ribeirão Preto já começou a ser discutido pela sociedade civil, saindo do controle da manipulação da opinião pública patrocinada pelos SLLQC.
Se a proposta apresentada pela prefeitura  tivesse algum fundamento, em Congonhas já teriam feito construído um viaduto ou túnel sobre a av. Bandeirantes, disponibilizando uma pequena área de escape, que é melhor que nada.
São estas questões óbvias que não estão enganando mais ninguém!

Mas besteirol por besteirol temos uma proposta mais barata

Os SLLQC para consolidarem os seus argumentos sempre recorrem aos maus exemplos, como o aeroporto de Congonhas que – enfatizam – está dentro da malha urbana e é muito bonito, cheio de lojas.  Esquecem-se que esse aeroporto “muito bom” já matou muita gente e o último evento foi em 2007 quando morreram 199 pessoas porque o avião não parou e não tinha área de escape que transformaria essa tragédia em simples incidente.


A memória desses mártires da incompetência que embasa a política aeroportuária completamente obsoleta e cheia de puxadinhos deveria ser mais respeitada. Se o Leite Lopes (e outros aeroportos em que pretendem fazer puxadinhos), for ampliado, a morte desses mártires foi em vão e por outros serão substituídos.

Mas também podemos sugerir que, em lugar de fazer túnel ou viaduto, que são obras muito caras, siga-se então o exemplo “magnífico” da Inglaterra na sua remanescente colônia chamada Gibraltar.

A foto mostra a total plenitude desse sistema, inclusive dentro de área urbana (não na terra mãe porque não seria permitido, mas na colônia tudo é viável). Tem mais: é um excelente meio de educação dos motoristas, porque até hoje nenhum deles se atreveu furar o farol vermelho.
Agora peguem o mega-projeto que eles elaboraram e vejam o que fica bem na frente da cabeceira dita deslocada: O Parque Permanente de Exposições! Com público de até 35.000 pessoas!

Tudo isso só para não construírem um aeroporto novo!
E depois nós é que somos contra o progresso!

Por isso o Movimento prossegue na sua campanha:
Povo esclarecido jamais será iludido

Congonhas em Ribeirão, Não!
Leite Lopes com outro uso (alternativo) :
sem ampliação e sem desapropriação
Novo aeroporto em nova área já!

domingo, 5 de maio de 2013

Convite para evento na USP

Lançamento do 2º Relatório de Direitos Humanos
 do NAJURP, referente às atividades do ano de 2012.

Parte do prefácio deste excelente trabalho produzido pelo pessoal da ANAJURP que deve ser prestigiado com a presença massiva de todos os que lutam por um mundo melhor.


“Os vulneráveis sabem se defender, têm dignidade, têm vontades e querem emancipação. Todavia, a trajetória de opressão e expropriação, em todas as dimensões, fazem-nos retraídos e temerosos. Razão por que um trabalho dessa natureza apenas pretende trazer à luz aquilo que muitos insistem em negar: a existência de problemas sociais angustiantes em uma região concebida como um oásis de prosperidade. Há muito que palmilhar! E pretende mais: dar voz àqueles cujas vozes são negadas pela subtileza da violência simbólica. Diz forte que os problemas não podem ser somente observados ou denunciados, precisam ser enfrentados com coragem em vista do benefício comum. E aponta caminhos...”


E realmente foi o que aconteceu. Um desfavelamento promovida pela administração municipal com objetivos de limpeza social e abertura de área para a ampliação proibida do Leite Lopes, com o objetivo de atender a interesses econômicos.

O Movimento Pro Novo Aeroporto e o Movimento Pro Moradia e Cidadania mobilizaram e esclareceram diversas comunidades, tais como a do João Pessoa e Vila Brasil com o apoio jurídico e cidadão  da ANAJURP, muito bem retratadas no capitulo Direito à Moradia.

O evento ocorre no dia 08 de maio, às 19H00, no Núcleo de Assessoria Jurídica Popular da FDRP/USP, sito à Av. Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre - Ribeirão Preto - SP.