Solicitamos apoio a Ana Maria Mello, brava companheira de lutas democráticas, cujo histórico consta do texto do Adriano Gosuen que segue abaixo.
Aos que aderirem, favor assinar a petição a ser acessada pelo endereço eletrônico:
http://www.change.org/petitions/usp-perseguies-na-usp
'A funcionária Ana Mello'
Fiquei amigo da Ana Mello quando participamos das lutas por creches. E por conhecer sua luta e militância pela educação minha revolta com relação a tudo isso fica maior.
Há mais de 30 anos Ana Mello tem seu nome vinculado ao movimento por creches da cidade de SP, do Estado e do país. Ela ajudou a implantar e articular redes de defesa da educação infantil pelo país todo. Foi ao Acre, ajudar a articular o Fórum de Educação Infantil de lá, foi ao Maranhão trabalhar com educação infantil de quilombolas, articulou desde o comecinho o Movimento Interfórum de Educação Infantil do Brasil (MIEIB - http://www.mieib.org.br), hoje a maior rede de defesa do direito à creche, com ramificações em todos os estados e chegando a cidades longínguas do país todo.
A Ana Mello também atuou muito no movimento "Ciranda em Defesa da Educação Infantil" de Ribeirão Preto (http://ciranda-educacao.blogspot.com/) que reuniu a OAB, o Conselho de Psicologia, o Conselho de Serviços Sociais, a Pastoral da Criança e a Promotoria da Infância e Juventude (entre outros) numa pressão articulada e organizada em promoção de creche de qualidade. O resultado foram: 1) a construção, pelo poder público, de 9 equipamentos de creche/pré-escola em menos de 2 anos, sendo que não construíram nessa velocidade há mais de 20 anos e, 2) A execução de mais de 3 mil Mandados de Segurança para garantir vaga em creche ou pré-escola para as crianças de Ribeirão Preto.
Houve mesmo a troca de Secretário Municipal de Educação no processo e, em seu discurso de posse, ele não falou em outra coisa que não fosse em fazer creches e atender a pressão popular. Sim, popular, o movimento ia aos bairros, reunia-se com as famílias pobres e lhes explicava seu direito legal! Tudo isso com a liderança da Ana Mello.
A Ana também vem lutando pela regulamentação das creches no Estado de São Paulo, tendo participado ativamente das discussões para a elaboração da regulamentação na cidade e no Estado de São Paulo.
'A USP ainda não é plenamente regulamentada'
Agora, pasme, a USP ainda hoje é uma das poucas instituições brasileiras que não tem regulamentação plena. Seus professores não sÃo enquadrados da forma como a lei determina. Há mais de 15 anos existe uma discussão sobre como fazê-lo. Veja que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é de 1996 e até hoje a USP está irregular em suas creches.
Por fim, no meu modo de ver, arrumaram uma forma de tentar se livrar da funcionária que luta pela legalização do direito à creche e do direito da criança.
Não é bem curioso que tudo isso se dê em tempos de perseguição à Faculdade de Direito e em tempos em que as placas da Usp falam em "revolução de 1964"?
Não bastasse as placas chamando a ditadura militar de 1964 de "revolução", não bastasse à perseguição implacável à Faculdade de Direito, a Reitoria tem instalado um clima de pânico quando o assunto são as manifestações internas da comunidade. Os mais frágeis amedrontaram-se e o clima anda bem ruim...
'Procedimentos justos e legais'
Se as demissões forem aprovadas - sem um procedimento verdadeiramente justo, público e correto - a USP reinstalará em seu microcosmo, a ditadura que cassa o direito democrático. Em pleno século XXI, com o país tendo superado seu passado autoritário mais retrógrado.
Fica meu apelo à USP e sua reitoria para que anule as medidas em curso e nunca mais utilize o decreto do entulho autoritário que vem usando contra seus funcionários e alunos.
Não é essa a USP na qual eu me formei. não é essa a USP que quero deixar para os paulistas e brasileiros que ainda virão.
Há um abaixo-assinado na internet, caso ache pertinente. Se concordar, peço sua ajuda assinando a manifestação abaixo e repassando aos que possam se interessar. Abraços.
Caso possa divulgar no site ou investigar mais aprofundadamente, agradeço imensamente.
Grande abraço, Adriano Gosuen.