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A mídia, enquanto agente a serviço da manipulação da opinião pública para o “fabrico do consenso” e “inculcar valores e crenças nos indivíduos…” na tentativa de defender interesses corporativos (segundo Chomsky), alcança níveis que beiram o ridículo a cada investida contra a construção de um aeroporto novo. Coloca a opinião do promotor que, de forma clara, raciocina que Ribeirão Preto precisa de um aeroporto novo para atender ao crescimento da macro região, mas só após já ter manipulado a opinião pública que só o Leite Lopes será um vetor de crescimento da região do entorno, sem colocar em causa a alternativa de um aeroporto novo já.
Essa tentativa de manipulação é reforçada com as entrevistas de um juiz e de professor, ambos pessoas sérias e formadoras de opinião, mas que se referem a esse tal crescimento usando muito a palavra “SE”: “se construírem novos galpões...”, “se o projeto incluir...”, além da velha frase “EU ACREDITO QUE...”. Na verdade são opiniões pessoais que devem ser respeitadas, mas a mídia tenta transferir a idéia de que o “SE” se trata de uma verdade inquestionável, inabalável e tecnicamente perfeita.
Vários especialistas já afirmaram que nada disso é verdade. São técnicos que deram essas informações inclusive em outras entrevistas. Todos deixaram clara a necessidade de construir um aeroporto novo já e que o Leite Lopes não atende aos interesses de Ribeirão Preto e região, mas o tempo de entrevista é sempre muito curto em relação ao tempo destinado à manipulação da verdade. Finge-se que se entrevistam os dois lados. Mas não é verdade. Só dão ênfase às entrevistas que lhes interessa em termos de manipular a opinião.
No outro dia divulgamos reportagem da TV CLUBE do dia 18/11/2010, que foi dividida em duas partes, sobre as benesses do Leite Lopes como demonstração de que podemos discutir o Leite Lopes, sem manipulações ou distorções, discussão essa que não interessa a certos setores de nossas auto-proclamadas elites locais. Por isso os nossos argumentos nunca são divulgados. Isso é obvio porque se o uso atual do Leite Lopes já é incompatível com a cidade, como imaginar a possibilidade de ser ampliada a sua influência para cargas e passageiros internacionais?
Já imaginaram um executivo que embarca num aeroporto internacional de verdade através de pontes de embarque, desembarcar no Leite Lopes num dia de chuva tropical, descendo por uma escadinha, encharcando os pés nas poças de água entre a escada e o ônibus ou numa caminhada a pé até ao terminal que já foi reformado e ampliado? Já imaginaram o ridículo? Compare as fotos.
A de cima será o do “grande” aeroporto internacional Leite Lopes. A de baixo de um aeroporto internacional de verdade. Ribeirão Preto não merece ser destratada assim. Queremos qualidade.
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| Foto: Gazeta de Ribeirão (27/09/2007). |
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| Fonte: Internet. |
O outro ponto é a situação de risco a que as populações do entorno já estão submetidas.A exigência de um aeroporto novo já foi discutida em 1995 e o Plano Diretor mandou o Leite Lopes ir para outra área. Em 1999 surgiu a primeira discussão da internacionalização e ampliação do Leite Lopes através de um projeto fornecido pela TDA#.
A análise desse projeto foi feita pelo Conselho Municipal de Urbanismo que sugeriu que se construísse um aeroporto novo e que o Leite Lopes se transformasse num Centro de Tecnologia Aeronáutica: “temos em Ribeirão um Senai de qualidade, uma Escola Técnica de excelente qualidade e temos diversas Escolas de Engenharia com cursos de Mecânica, Eletrônica e Mecatrônica. Por isso é viável organizarmos cursos de alto padrão para a formação de mão de obra altamente qualificada. Se temos uma pista que poderá receber aviões de diversos portes (...) para manutenção, então também podemos montar oficinas de manutenção. Isso vai gerar a necessidade de instalação de comércio dessas peças e, com um pouquinho de criatividade incentivar a criação e instalação de pequenas indústrias desses equipamentos no seu entorno. Estamos sugerindo a criação de uma indústria de ponta tecnológica, com geração de empregos qualificados. (Pág. 8 e 9 do Relatório em 18/10/2000).
Um dos conselheiros à época, o Prof. Jorge Pires, recentemente enviou uma carta à redação do Jornal A Cidade publicada no dia 10/11/2010 confirmando que o Leite Lopes pode ter melhor utilidade se ficar do jeito que está e que devemos construir um aeroporto novo.
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Em 2007, na elaboração de estudos técnicos contestando os EIA-RIMA’s (que foram feitos para justificar a ampliação do Leite Lopes), essa proposta foi novamente formulada e divulgada em audiências públicas e palestras diversas a partir de maio de 2007 e nunca os órgãos da mídia se dignaram a ela se referir, embora estivessem presentes em algumas delas. É claro que não interessava.
A partir desse fato começaram a campanha da demora dos tais dez anos para construir um novo. E já verificamos que esse prazo é uma mentira descarada porque Florianópolis vai construir um aeroporto internacional, novo, em apenas três anos.
Dar uma destinação economicamente viável ao Leite Lopes que promova a integração e a segurança do entorno e de sua população com melhoria social efetiva com aumento significativo de renda e que se construísse outro aeroporto em local adequado ... é algo de incompreensível para os defensores do Leite Lopes a Qualquer Custo, que ao longo dos últimos quinze anos não têm tempo de esperar três anos para construir um aeroporto novo.
A segunda parte da reportagem da CLUBE foi inicialmente divulgada sem comentários.
É que fica difícil entender que as idéias do Movimento Aeroporto Novo Já (enunciadas em 2000 e repetidas em 2007) e aplicáveis somente a um Leite Lopes que fique como está, em conjunto com um novo aeroporto, adequado e apropriado para crescer junto com o crescimento da macro-região de Ribeirão Preto, agora façam parte do acervo intelectual dos defensores do Leite Lopes a Qualquer Custo. E o que é pior: afirmando que isso é possível de ocorrer no Leite Lopes operando também como aeroporto internacional de passageiros e cargas!
Se tivessem, chegariam à seguinte conclusão: O Leite Lopes fica como está e um aeroporto novo Já!
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