Os EVENTOS PUTZ, o PARQUE PERMANENTE DE EXPOSIÇÕES e o RIBEIRÃO RODEIO MUSIC
EVENTO PUTZ – aqui é empregado com o mesmo sentido no artigo de Arnaldo Jabor e que pode ser resumido na capacidade de meia dúzia de sem-noção serem explorados por empresários espertos que promovem eventos, com grave perturbação do sossego das comunidades do entorno e com o beneplácito do poder público.
Novamente o martírio dos pobres coitados dos moradores do entorno do Parque de exposições onde vai ocorrer mais um evento PUTZ que previa incluir o rodeio como esporte e em seguida um festival de música.
O rodeio não vai acontecer mais a não ser que os organizadores levem essa aberração para fora da área urbana. Quem disse isso? A legislação em vigor, que o Ministério Público exigiu que fosse cumprida e o judiciário consolidou por liminar.
Temos uma ótima sugestão para onde levar o rodeio: para outro planeta.
Resta, no entanto, o que eles chamam de evento cultural, ou seja, o festival de música cuja zoeira decibélica vai atordoar o sono de 2 finais de semana de dezenas de milhares de trabalhadores para que os fofinhos da classe média possam passar a noite toda pulando e esperneando iguais a cabritos, bem turbinados (sem turbinação ninguém agüenta ficar encabritado por todo esse tempo).
Mas se alguém quer participar de um evento desses, o que é que nós temos a ver com isso?
É o local que não é adequado. O som ultrapassa os limites biológicos de quem quer e precisa descansar depois de uma semana inteira de trabalho duro.
Que esses eventos sejam feitos em local longe da área urbana, que não perturbe as populações que são obrigadas a alugar os seus ouvidos para que o showbiz ganhe dinheiro e leve toda a grana embora, deixando apenas uns trocados, inclusive com a prefeitura, que cobra uma verdadeira merreca para alugar um espaço que foi planejado para ser um Centro de Exposições.
Mas esta é a prefeitura que nós temos: mui amiga dos empresários e a cidade que se dane. Principalmente porque os prejudicados são os pobres trabalhadores pobres, que moram no entorno desse Parque de Exposições onde não acontece nenhuma exposição.
E, como a gente já sabe, para a prefeitura e os empresários do showbiz, pobre é um quase-gente, que não tem muitos direitos perante a fuçanguice pelo lucro.
Em 2014, em vistoria prévia feita pelo Ministério Público ao local, constataram a seguinte situação de manutenção e também da civilidade dos frequentadores desses eventos:
Só mesmo sem-noção podem pagar os preços dos
tais eventos culturais do PUTZ e conviver com todo
este estado de manutenção de sanitários e do lixo
por todo o lado.
Talvez estejam bem chapados ou alienados para
conviverem com isso e terem coragem de voltarem
para o próximo.
Foto: Paulo Souza/ EPTV in G1 Ribeirão Franca 08/04/2014
Nessa inspeção onde o abandono e o mau uso ficaram patentes, um dos promotores avaliou, ressaltando o desvio de finalidade do parque, a realização de festas particulares com o agravante de que “este é um espaço público que não dá retorno algum para a comunidade”.
Essas festas particulares são aquelas em que toda a comunidade do entorno fica sem dormir por causa do ruído excessivo que dura a noite toda.
Como a frequência desses eventos é de classe média e os atingidos são os pobres, é possível que possamos considerar esse abuso como sendo um conflito de classe.
Este problema tem solução? Depende apenas de nós, este ano tem eleições. Não transforme a urna num vaso sanitário. Vote consciente!