terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PASSOU DESPERCEBIDA DA MIDIA LOCAL

A NECESSIDADE DE CONSTRUÇÃODE AEROPORTOS NOVOS?



A noticia foi simplesmente divulgada mas sem comentários específicos da imprensa (grifos nossos):

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira (12), em Paris, que o governo pretende construir 800 aeroportos regionais no Brasil nos próximos anos.
[...]
"Queremos que as cidades com mais de 100 mil habitantes tenham aeroportos no máximo a 60 quilômetros [de distância]. Pretendemos ter um programa de aviação regional muito forte", disse.

Segundo Dilma, o país tem dimensões continentais e enfrenta um gargalo de infraestrutura. "Os números no Brasil geralmente são muito grandes. Nós pretendemos fazer 800 ou mais aeroportos".

Desde seu inicio, o Movimento Pro Novo Aeroporto tem como uma de suas principais premissas o caos aéreo como uma das justificativas para a construção de um novo aeroporto em Ribeirão Preto e, por consequência, é absolutamente contrário à ampliação do Leite Lopes, o puxadinho.

Sempre comentamos que um dos principais problemas do sistema aeroviário nacional é a sua pequenez tanto em numero como em comprimentos de pistas, além, é claro, da baixa quantidade de aeroportos e da falta de mobilidade e de acessibilidade, como acontece com o Leite Lopes

Todo o sistema aeroviário foi concebido segundo o critério de exclusão social: as elites sociais, as políticas e as econômicas e culturais viajam de avião; o restante vai de pau-de-arara.

O resultado objetivo dessa política insensata  conduziu à constatação pelo governo federal de que o país tem dimensões continentais e enfrenta um gargalo de infraestrutura.

Descobriram o óbvio! Mas começaram a tomar providências. Começaram a fazer algo de inédito: começaram a planejar o futuro com base nas necessidades presentes. Chegaram a um numero interessante: pelo menos 800 aeroportos devem ser construídos. Esse número expressa bem o gargalo de infraestrutura. Expressa muito bem a pequenez logística e de falta de planejamento com que o tema tem sido tratado.

Pena que esse planejamento tenha saído da Presidência da República e não pelas Agências responsáveis cuja função precípua deveria ser planejar e organizar o sistema aéreo nacional.

E o que é que isso tem a ver com o Leite Lopes?

Este novo cenário relaciona-se com o Leite Lopes, quando se constata que  é a  mesma falta de preparo e de visão estratégica que conduziu o nosso sistema aéreo ao caos que define a principal caracteristica de quem defende a ampliação do Leite Lopes, a qualquer custo, na base do imediatismo irresponável sem levar em conta as consequências futuras.

Vejamos alguns exemplos de "verdadeiras joias de sabedoria" dos críticos ao Movimento Pro Novo Aeroporto que têm chegado ao nosso blog e que defendem com tenacidade o uso da tecnologia do puxadinho no Leite Lopes (grifos nossos):

Vamos por partes minha gente: primeiro conquistemos o que está ao nosso alcance, ampliação da pista, prédio da alfândega, ampliação do estacionamento, melhoramentos no entorno e muitas outras coisas. Daqui a uns 20 anos quem sabe e se as coisas melhorarem, poderemos então pensar num segundo aeroporto. Hoje temos um "Fusca", adoraríamos ter um "Mercedes", porem melhor isso do que nada ...

Vamos conquistar o que está a nosso alcance? Um Fusca? E daqui a 20 anos vamos tentar um Mercedes?

Em primeiro lugar o Movimento não pleiteia um aeroporto cinematrografico, o tal Mercedão mas sim um aeroporto novo que possa abrigar o desenvolvimento atual e que permita as futuras ampliações necessárias para acompanhar o desempenho econômico regional.

Não estamos exigindo nem sugerindo nada que não seja o estritamente necessário para atender às necessidades atuais de Ribeirão e principalmente às futuras demandas  previsíveis.

A mediocridade é que tem sido a principal caracteristica de quem defende a ampliação do Leite Lopes, achando que o nosso projeto é inalcançável.

As razões para isso, entre muitas outras de caráter técnico, é que daqui a 20 anos não teremos espaço físico disponível para construir o segundo aeroporto e o tempo de espera não seria de 20 anos mas sim de 30 anos, tempo do convênio TEAD Brasil com o DAESP.

Não podemos esquecer que nesse período de tempo as áreas urbanas vão crescer, tanto de Ribeirão como das cidades vizinhas e não teremos espaço físico disponível suficiente para instalar uma infraestrutura aeronáutica do porte do necessário para atender às necessidades do Aeroporto de Ribeirão. Ou seja, teremos que nos contentar com um aeroporto modelo fusca, obsoleto, sem valor operacional por conta de uma  visão medíocre.

Sem contar que outras cidades, que irão receber os aeroportos regionais que a União vai construir, poderão assumir a liderança de  um aeroporto internacional de verdade e, nesse caso, em lugar de um fusca teremos um elefante branco.

Bauru e S. José do Rio Preto não se contentam com fuscas. Por isso Bauru já tem dois aeroportos e S. José do Rio Preto está preparando outro, cargueiro, para aviões até 200 toneladas. Eles não pensam pequeno. Eles não pensam em fusquinhas. Pensam o necessário e vão atrás. São proativos e competentes. Cidades menores que Ribeirão e com dois aeroportos.

Mas segundo a filosofia de quem defende o puxadinho, Ribeirão Preto não pode ter, agora, dois aeroportos. Por que não pode?

Em um futuro a medio, longo prazo, teremos sim a necessidade de um novo aeroporto. Cogito isso num 30/40 anos, quando Ribeirão tiver mais de 1 milhão de habitantes e a região metropolitana estiver consolidada, mais ou menos como aconteceu com Campinas. Perece que não, mas o governo analisa a base e estratégia para investimentos, pelo menos no estado de São Paulo.

Temos aqui dois pontos em comum: será necessário um aeroporto novo porque é indispensável para uma região metropolitana.

E só para daqui a 30/40 anos! Quando Ribeirão tiver mais que 1.000.000 de habitantes? E depois desse intervalo de tempo onde vai construir o novo aeroporto?

Ribeirão Preto vai chegar a mais de um milhão de habitantes muito antes de 30 anos e já é sede de uma região metropolitana. Pode ser que “teoricamente” ainda não seja mas na prática já é. E como a região, como um todo, já está perto dessa população, então já está na hora de  se pensar num novo aeroporto.

A lógica de nosso critico é a mesma que gerou o estrangulamento do sistema aéreo nacional. Mas o raciocínio não pára por aí. Em outro trecho encontramos a seguinte “joia” de pensamento:

João, não será um puxadinho não, a maior reclamação são dos moradores no entorno, caso o Governo retire as pessoas de perto do aeroporto quem ficará para reclamar??? Ninguém, aí sim o aeroporto estará pronto para crescer mais ainda. O sítio aeroportuário de RAO é muito bom mas precisa aumentar, e isso só virá com as desapropriações necessárias. O raciocínio é lógico, quanto mais gente sair, menos reclamações e problemas. Além disso o terminal de passageiros poderá crescer linearmente, porque terá espaço prá isso, com a demanda aumentando isso acontecerá. Com certeza as pessoas leigas e contrárias continuarão falando um monte de bobagens, mas isso faz parte do processo.

Viram como é fácil? É só enxotar as pessoas e pronto. Gente que está lá faz décadas, que compraram os seus imóveis, lá se estabeleceram e estabilizaram sócio e culturalmente. Chuta-se essa turma toda para fora e não terão mais reclamações e o Leite Lopes pode crescer  e facilitar os negócios para meia dúzia de pretensos empreendedores.

Segundo o PEZR em vigor essa expulsão atingirá 6.600 lotes urbanos, devidamente registrados em cartório, desde a década de 50.  Representa algo em torno de 24.500 pessoas.

Mas que importância isso tem para eles? São apenas pobres!!!

Se fosse em área nobre, seria diferente.  Diriam que as pessoas têm direitos maiores que os negócios e que um aeroporto novo não impede que esses negócios possam ser realizados.

Parafraseando o nosso critico, no que se refere ao Novo Aeroporto  Com certeza as pessoas leigas e contrárias continuarão falando um monte de bobagens, mas isso faz parte do processo.”  com a diferença que não as consideramos leigas mas sim SLLQC.

Este é o perfil dos que defendem o puxadinho Leite Lopes. Os seus argumentos são semelhantes aos que conseguiram transformar o sistema aeronáutico nacional num verdadeiro caos. Congonhas que o diga.

É a apologia ao imediatismo econômico contra a práxis estratégica de termos um sistema aeroportuário eficiente. Nada de puxadinhos para atender a interesses de marketing político a serviço de uma empresa privada.

A União pensa em PPP’s com 49% de dinheiro publico e 51% de dinheiro privado. No Leite Lopes, o investimento é de 25 milhões de dinheiro privado, contra 180 milhões de dinheiro publico. Não é PPP. É doação. Expulsando milhares de familias. Não é politica pública. É crueldade e falta de respeito à Cidadania

O uso alternativo do Leite Lopes é um vetor de desenvolvimento com alto valor econômico agregado, muito maior que o quase-nada que um Terminal de Cargas pode trazer de benefícios à cidade e que pode ser instalado no novo aeroporto.

Povo esclarecido jamais será iludido

Congonhas em Ribeirão NÂO!
Leite Lopes com uso alternativo SIM!
sem ampliação e sem desapropriação

Novo aeroporto em nova área JÁ!

SLLQC É o grupo de pessoas e de entidades que insistem em não deixar construir um aeroporto novo para Ribeirão Preto e que entendem que Só o Leite Lopes a Qualquer Custo lhes serve.

Um comentário:

  1. O prezado articulista dessa matéria se acha o dono da verdade; ele pergunta: "Aqui a 30/40 anos aonde vamos construir o novo aeroporto?"
    Quer dizer então que se construirmos hoje um novo Aeroporto, daqui a 30/40 anos ele vai se tornar um novo Congonhas? Porque com certeza não vai mais existir outro espaço.Agora perguntem a qquer. pessoa que vá a S.Paulo, se preferem descer em Guarulhos ou Congonhas !!

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