segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os viadutos aeroportuários

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Pérolas de sabedoria da Prefeitura Municipal e do Daesp:
os viadutos aeroportuários


No outro dia comentamos uma notícia de que tinham encontrado a solução perfeita para resolver a contento o problema do comprimento da pista do Leite Lopes sem causar dano à cidade. Era o tal viaduto sobre a avenida. Rezava assim: Uma saída sugerida na reunião seria substituir os 200 metros em um prolongamento no lado inverso, com a construção de um viaduto na Av. Thomaz Alberto Whately. Fomos criticados. É claro que pode, existe em todo o mundo.

Então vamos ver alguns desses viadutos aeronáuticos, com imagens recolhidas na internet.
Na foto ao lado, o Aeroporto do Funchal com um viaduto aeronáutico específico para a pista de pouso e decolagem. É uma estrutura em concreto protendido e apoiada em pilares. Cada pilar tem a altura de 50 metros. Dá para estimar a largura da pista? Tem que ser a mesma para o Leite Lopes, já que os aviões serão os mesmos, dizem os especialistas da prefeitura.

A Avenida Thomaz Alberto Whately a ser rebaixada, para passar por baixo, precisa de rampas para retornar à cota normal da via e como são vias públicas, têm que ter calçadas com as rampas de norma de acessibilidade. Se imaginarmos um rebaixo de cinco metros com dois de espessura (da superstrutura), teremos um total de sete  metros a ser vencido com rampa máxima de 8,3%, teremos cerca de 170 metros de rampa, além da largura da pista, podemos estimar que o túnel total será de cerca de 300 metros, a ser atravessado à noite por pedestres e ciclistas heróicos. Você trocaria um pneu do carro nesse túnel, de dia ou à noite?

Bom. Isto para a pista de pouso. Mas como avião não dá marcha à ré, vai necessitar de um pouco mais de largura para o taxiamento até ao pátio. Mas aí seria outro tipo de viaduto, muito parecido com os viadutos comuns para carros. Mas o túnel total teria que ser um pouco maior que os 300 metros. Mas quem se importa? Afinal de contas, hoje sem túnel também não tem iluminação no trecho da  avenida em frente à pista onde as pessoas são sumariamente atropeladas ou se acidentam. Sabiam que nem calçada tem? Quanto piores as condições de urbanização, mais baratinhos ficam os terrenos para serem desapropriados.

Agora, para terminar, vamos ver alguns viadutos aeroportuários para pistas de taxiagem: 



Percebeu a diferença? Estes viadutos são de pistas de táxi e alguém, só porque viu um avião atravessando-os, acha que pode pousar neles. Se for um teco-teco, até pode. Cargueiro não pode. Querem conhecer um cargueiro a sério?

Este cargueiro carrega 600 toneladas em vôos transcontinentais. Ele pousa em Viracopos (Campinas) e em Guarulhos (São Paulo). Mas no Leite Lopes não. O Leite Lopes, como aeroporto de cargas, nunca irá receber um avião cargueiro a sério, com carga plena.

Este "aviãozinho" tem 88 metros de envergadura, ou seja, a distância de ponta a ponta de asa. É quase o comprimento de um quarteirão.
Antonov - An-225
As questões quando são levadas a sério não dependem de pressas empresariais nem de vontades políticas. São assuntos técnicos que devem ser analisados com responsabilidade. 

Ribeirão Preto não pode ser tratada como uma cidade grande caipira. Tem que ser tratada como a sede de uma região metropolitana. O seu aeroporto tem que ser digno da cidade e é a sua porta de entrada para o planeta global.

Imagens: Internet
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