Nos
idos de 1500 o desenvolvimento internacional dos países emergentes era ditado
pelas caravelas que saíam da Europa em busca de novos mercados. Naquela época,
os negócios se restringiam, dentre outras coisas, aos tecidos, às ervas, metais
preciosos e tráfico de escravos. E as cidades litorâneas tinham a absoluta
preferência negocial, por conta da logística dos portos. Quem não tinha porto,
não tinha progresso.
No
final dos anos 1800 vieram as ferrovias. Com isso, o progresso começou a se
estender às cidades do interior do país. O escoamento da produção agrícola,
commodities e industrial começa a chegar aos portos. Quem não tinha estrada de
ferro, não tinha progresso.
Em
1906 veio o avião e com ele o consequente encurtamento das distâncias. A
redução do tempo. Os aviões cresceram e com eles vêm a tecnologia e o acesso a
regiões mais distantes. Os aviões passaram por cima da estrada de ferro e dos
portos. Tudo uma questão de logística. Engoliram a seda e as ervas. Mas os
aviões precisam também de portos, ou melhor, de aeroportos. Precisam de
estações, ou melhor, de terminais de passageiros e cargas. Tudo uma questão de
logística. A cidade que tem arremedo de aeroporto e não tem aeroporto fica
atrás do tempo. A cidade visionária que constrói o seu, assume a liderança e
atropela a inércia.
Infelizmente,
algumas lideranças não percebem o que os técnicos e grandes empreendedores
veem. Ficam disputando ou enfeitando um local minguado, reflexo talvez da
mediocridade ou do imediatismo de seus sonhos. O desenvolvimento e o
empreendedor “farejam” os grandes gestores públicos e privados, pois sabem que
eles lhes darão suporte necessário para o escoamento da produção com
crescimento real, sustentável e perene.
Quem
não tem aeroporto, não tem futuro.
*Márcio
Santiago de Oliveira
Secretário
Executivo do Conselho Estadual de Turismo do Estado de São Paulo
Presidente
do Ribeirão Preto e Região Convention & Visitors Bureau
Presidente
da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux.
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